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"A Pedra Filosofal"
Tempos depois, todos se encontravam no campo de Quadribol. Quando os jogadores entraram em campo, as arquibancadas explodiram em aplausos e gritos, Sammantah se aproximava da Hermione e do Rony, pela primeira vez não estava perto do Snape em um evento. –Oi meninos, posso assistir o jogo aqui com vocês? –Perguntou ao casal.
-Claro que pode. –Respondeu Hermione animadíssima.
O jogo começou, Sam fervia na arquibancada junto a Hermione, Rony e o guarda caça, Hagrid. –Olá, eu sou a Sammantah. –Disse estendendo a mão para o grandalhão.
-Eu sei quem é você, Srta. Potter. –Sussurrava apenas para a garota que ficara estupefata.
-Co-Como você...
-Não se preocupe. –Retrucou. –Não contarei a ninguém. -Confortava com uma piscadela em meio aquela cabeleira e barba. Sam se acalmou e tornava a vibrar pela Grifinória.
A partida procedia e em poucos minutos a Grifinória ganhara dez pontos, Hagrid gritava ao lado da Sam que sorria com a empolgação do grandalhão. Harry parado no ar ficava a observar quando a Grifinória marcara outros dez pontos. Os jogadores da Sonserina quase fizeram um gol, mas o goleiro, Olívio Wood, afastara a bola para longe dos arcos, contudo, por uma mera covardia, um dos jogadores da Sonserina jogara o balaço, propositalmente, em Wood, que caíra desacordado na areia. Sem goleiro a Grifinória acabou levando gols consecutivos. Indignado, Harry não sabia o que fazer para ajudar o seu time, até o momento que o pomo de ouro surgira em sua frente e assim disparou na vassoura para apanha-lo. No entanto, ao desviar de um balaço, Harry se desequilibrava na vassoura, mas não por querer, a vassoura parecia ter vontade própria e não o queria montado nela, pois fazia movimentos bruscos dando a entender que a intensão era derrubá-lo. Sammantah preocupada roubava os binóculos de Hagrid o fazendo se curvar. –Há algo de errado com Harry. –Devolvendo os binóculos, Sam apontava.
-O que está acontecendo com a vassoura dele? –Perguntou o grandalhão.
-Puxa vida, está quase caindo! –Exclamou Rony agudamente. Hermione que com um grande binoculo olhou a arquibancada dos professores logo supôs.
-É o Snape, ele está azarando a vassoura.
-Impossível! –Exclamou Sammantah, na intensão de defender seu colega de trabalho.
-Está azarando a vassoura? –Perguntou Rony. –O que faremos? –Complementou a pergunta.
-Deixa comigo. –Se ausentava Hermione.
-Srta. Sammantah, não defenda tanto o Snape, ele é capaz de fazer qualquer coisa para a sua casa ganhar. –Sam silenciava enquanto observava Hermione se aproximar discretamente de Snape e lançara um feitiço inflamável, fazendo sua capa se desfazer em chamas. Logo desviava o olhar para Harry que tornava a montar a vassoura aparentemente normal. Harry voltava a perseguir o pomo de ouro, uma perseguição perigosa, ele lutava contra o apanhador da Sonserina que ao descer em grande velocidade desistiu subindo novamente, porém Harry continuou a descer e forçadamente levantava a ponta da vassoura ficando em pé na mesma, com seu braço estirado para alcançar o pomo, em um pulo da vassoura Harry embolou pela grama, todos silenciaram e passaram a flerta-lo. O garoto parecia que ia vomitar, mas o que saiu de sua boca foi nada mais nada menos, que o pomo de ouro, a torcida da Grifinória se explodiu em gloria, Grifinória ganhara o jogo.
Sammantah se despediu de seus pequenos amigos e logo se redirecionou a Snape exigindo explicações. –Você não é a mãe do Potter, pare de me procurar para se queixar do que eu faço ou deixo de fazer com ele.
-O que?! –Exclamou. –Eu te ajudo com a sua perna e você me retribui assim? Você quase matou o meu irmão! –Ambos se encontravam na sala dos professores. Indignada, Sam andava de um lado para o outro. –E eu ainda pensei que você fosse uma pessoa boa, que essa sua rigidez era apenas uma mascara para esconder seu verdadeiro coração. –Sam fungava tentando esconder que estava a chorar. –Sr. Snape, não vou conseguir continuar dessa forma, não posso mais permanecer nesse cargo, não quero conviver com um homem que maltrata meu irmão.
-Escute aqui garota. –Retrucou soberbamente. –Eu não estava azarando a vassoura, eu estava fazendo um contrafeitiço. Pare de encher essa sua pequena cabeça ruiva com falsas especulações.
-Se você realmente estava fazendo um contrafeitiço, então prove.
-Acho que se você possuísse clarividência, não estaria me exigindo provas. Está me acusando injustamente, Srta. Sammantah. –Alegou ardiloso.
-Quem é você, Severo Snape? O que você é então? Tento ser sua amiga, mas você me é imprevisível, não consigo decifrá-lo. –Sentava-se suspirosa em uma poltrona. –Eu só queria que você entendesse que eu... –Encarava-o. –Não quero perder mais ninguém e isso inclui você, és o único que tenho contato frequente, não quero perder a sua amizade.
Já era difícil para o professor conviver com alguém que o lembrava de seu único amor, e quando esse alguém falava de um modo tão afetuoso, Snape ficava sem reação, seu coração queimava e para disfarçar sua falta de palavras, dava as costas à Sammantah.
-O que você quer de mim? –Perguntou-a.
-Um sinal de afeto, talvez, um sorriso seu, Professor. –Alegou levantando-se da poltrona direcionando-se a ele.
-Sammantah, eu... –Engoliu as palavras ao sentir novamente o calor daquele abraço. Snape soltara um suspiro silencioso, sua expressão séria e desdenhosa naquele momento desaparecera. O professor fechara os olhos para sentir profundamente aquele calor.
-Se eu fosse você, Professor Snape, tentaria sorrir mais, sua pele é tão gélida quanto o seu coração. –Alegou deslizando sua mão pelas vestes do professor acariciando-o no peito. O professor anestesiado sobrepôs sua mão sobre a da Sam, que com tal toque se surpreendera. Ele nunca a tocara. Soltando-se dele, Sam tomou a sua frente e percebera que ele estava diferente, aquela reação ela nunca vira nele. –Eu a lembro a você, não é mesmo? Você Professor, foi o único que não tocou no nome de minha mãe quando me conheceu, você foi amigo dela, não foi? Você a amava, não é mesmo?
-Sim, para todas as suas perguntas, sim. –Suas bochechas tremiam e seus lábios se contraíam, admitir tais fatos o machucava.
-Sinto muito... Então... Eu sou um fardo a você, sinto muito, Professor.
-Você não tem apenas os olhos dela, como tudo em você, é ela.
-Desculpe-me. Devo deixa-lo em paz. –Alegou logo mais se ausentava.
Sammantah estava sentindo um forte pesar em seu coração. Tudo fez sentindo. Os olhos de Lilian Evans surgiram naquele ano em dois rostos diferentes dos quais o Snape fora obrigado a conviver.
Xx
O natal se aproximava, Snape e Sammantah se falavam apenas quando o assunto era a pedra ou algo relacionado a escola. O professor voltava a ser presunçoso como sempre e a Sammantah estava convivendo com o seu trio de amigos: Harry, Rony e Hermione. –Onde você irá passar o natal, Srta. Sammantah? –Perguntou Rony enquanto estava jogando xadrez de bruxo com o Harry no salão principal. Sam os observava.
-Bom, não saio de Hogwarts desde os meus três anos. –Respondeu.
-Nossa! Sério? Faz muito tempo então.
-Ah sim, faz. –Confirmou suspeitosamente.
Na entrada do salão, Hermione surgia arrastando seu malão. Ao se aproximar parou para observar o Rony comer, ou melhor, destruir o cavaleiro de Harry. –Esse jogo é coisa de bárbaro! –Exclamou perplexa.
-Não, isso é xadrez de bruxo. –Respondeu Rony com molejo.
-Bom, devo me retirar, aproveitar o tempo sem ter que vigiar alunos e lê alguns livros que deixei pendentes. –Explicava-se Sam, levantando-se. –Até mais, gente.
-Até mais Sammantah, tenha uma boa leitura ao menos você vai ler nas férias. –Alegou Hermione orgulhosa enquanto Harry e Rony se entreolhavam.
Sammantah voltava a se trancar no quarto e se acumular de livros para ler antes da volta dos alunos. Quando estava lendo a metade de um grande e curioso, que possuía uma capa verde turquesa e escamas de dragões, alguém batera em sua porta. De sua cama ela abrira a porta com a sua varinha. –Padrinho Alvo! –Fechou o livro de tal modo que fez um barulhão, pulou em pé e abraçou Dumbledore. –O que fazes aqui?
-Vim desejar natal a minha querida afilhada. Veja, você tem presentes. –Alegou estendendo as mãos e sobre elas haviam duas caixinhas pequenas.
-Presentes? De quem?
-Um é meu. –Erguia a mão esquerda. –E o outro é do Severo. –Erguia a mão direita.
-Quê? Do Professor Snape? Mas...
-Sem "mas" minha cara, tome-os. Peço-lhe para abri-los depois, agora quero conversar com você.
Dumbledore aparentara preocupado. Sam puxou uma cadeira e ele sentou-se nela. –Aconteceu algo?
-Querida Sammantah, indo direto ao assunto... –A garota encarava-o atenta. –O coração amargurado do Severo, nunca será curado. –Sam hesitou ao ouvi-lo, seus ombros atentos descaíram em depressão.
-De certa forma... –Respirava fundo e olhava para todos os lados tentando não chorar. –Eu já sabia.
-Não espere muito do Severo, ele irá lhe procurar, mas estará confuso e as missões das quais ele se responsabilizou, o impossibilitará de ter algum caso seja lá com quem for. –Alegou encarando a ruiva por cima dos óculos de meia lua. –Estamos entendidos?
-Sim, Padrinho Alvo.
-Ótimo. –Levantou-se se direcionando a porta. –Feliz Natal! –Despediu-se pondo as duas pequenas caixinhas em cima da poltrona onde estava sentado.
-Feliz Natal. –Respondeu.
xx
Meses se passaram e Sammantah permanecia em sua rotina monótona. Confiscar casais que se beijavam na frente dos alunos menores, fiscalizar os corredores todas as noites antes de dormir e entre outras atividades, o que ela não deixava de fazer era está presente nas três refeições diárias com seus três jovens amigos. –O que vocês estavam fazendo na casa do Hagrid à noite? Não foi pra menos serem obrigados a irem à floresta proibida. –Alegou Sam enquanto tomava café com o trio.
-Assuntos sigilosos. –Respondeu Hermione pondo mais bacon em seus ovos.
-Tudo bem, tudo bem. Então... Como foi lá?
-O Harry viu... –Iniciou Rony, mas logo fora interrompido por um chute de Harry por debaixo da mesa.
-O que o Harry viu?
-Nada, eu não vi nada. Não aconteceu nada demais lá.
Harry não enganou a sua irmã, mas ela decidiu não perguntar mais nada e logo mudaram de assunto.
-Mione, eu tenho algo a lhe oferecer. –Disse sorridente.
-Aposto que é mais um livro de milhares de páginas. –Ambas olharam com os olhos estreitados para Rony. –O que foi? –Perguntou com as bochechas cheias de biscoitinhos. –Vocês duas só sabem falar de livros, isso enche o saco, sabiam? –Indagou ao engolir.
-Cala a boca Rony. –Insinuou Harry batendo levemente no ombro do amigo. –Se você quiser viver. –Todos riram.
Xx
Faltavam alguns meses para o ano letivo chegar ao seu fim, Sam já temia a escola sem todos aqueles alunos, em quase um ano, a Sirena se acostumara com os tumultos, discussões, jogos e as demais coisas ocorrentes em Hogwarts.
Sammantah subia as escadas quando, depois de muito tempo, esbarrou em Snape. O Professor a tratou da mesma forma de sempre. –Indo novamente para a sala comunal da Grifinória?
-Os alunos estão estudando para os exames finais, estou ajudando o Rony e o Harry em algumas disciplinas, incluindo poções. –Respondeu tentando ser descontraída. –E você? Não vai dá aula hoje?
-Sim, mas não está na hora, devo lhe informar que o enxame de poções não será complicado, esse ano teve uma grande quantidade de alunos trouxas, resolvi “pegar leve” com eles.
-Um gesto nobre de sua parte. –Tentava não olhar para aqueles olhos negros.
-Sim. –Mas era algo impossível.
-Professor, antes de ir queria lhe dizer algo.
-Estou ouvindo.
-Obrigada pelo presente, achei o embrulho tão lindo que ainda não o abri.
-Não há de que. –Passou pela garota a estreitando na escadaria, quando seus corpos estavam um ao lado do outro. Sam o chamou a atenção.
-Snape. –Ele a encarou. –Você me odiará por isso, mas... –Puxou-o pelo braço trazendo-o para perto de seu corpo, Snape sem reação apenas ficara imóvel quando Sammantah o beijou. Logo mais, constrangida, abraçou o professor.
-Sammantah, algo está rondando a escola, por favor, proteja-se hoje à noite. –Desgrudava da garota e se ausentava sem olhar para ela.
Sam não entendeu o que acabara de acontecer, sorriu e redirecionou-se à sala comunal da Grifinória, ajudou Harry e Rony com alguns exemplares logo mais tornou ao seu quarto onde ficou trancada lendo um livro até receber a noticia de que seu irmão havia sido levado à ala hospitalar com ferimentos em seu corpo. Sam correu desesperada e quando chegou ao andar hospitalar, viu seu irmão rodeado pelos seus amigos e colegas da casa, havia vários presentes e flores. –O que aconteceu com o Harry? –Perguntou trêmula. Dumbledore também presente, a puxou para o canto para explicar o ocorrido.
-Sammantah, você-sabe-quem conseguiu entrar em Hogwarts. –Sam exclamava silenciosamente. –Contudo, tudo está resolvido, Harry, mais uma vez, conseguiu abater o Lord das Trevas.
-Mas como? –Esganiçou com seus olhos cheios de lagrimas.
-O Professor Quirinus Quirrell, ele era um Comensal da Morte e veio à Hogwarts em busca da pedra filosofal para assim trazer seu Lord de volta a vida... –Dumbledore procedeu com as explicações, Sam, estupefata ouvia atenciosamente.
Xx
Chegara o dia de anunciar quem ganhara a taça das casas, Todos sabiam que seria a Sonserina, a mesa dessa, estava cheia de alunos com sorriso de canto a canto e com olhares empertigados. Dumbledore dava seu discurso parabenizando a casa que ganhara, no entanto, hesitou, Snape olhou lentamente para o Professor que exigia silêncio a todos. O mesmo anunciara que precisava creditar alguns pontos de última hora, Sam soltava um pulo de ansiedade fazendo o Snape olhar do Professor à ela. Alguma coisa eles estavam tramando.
-À Srta. Hermione Granger, pelo excelente uso da lógica quando os outros corriam grave perigo, cinquenta pontos. –A mesa da Grifinória explodia em aplausos. –Segundo... –Prosseguiu Dumbledore. -... Ao Sr. Rony Weasley, pela melhor partida de xadrez que Hogwarts já viu em muitos anos, cinquenta pontos. –Sam sorria escancaradamente, ignorando o fato de o Snape olha-la com desdém. –E terceiro, Ao Sr. Harry Potter, pela sua fibra excepcional e coragem, eu concedo a casa Grifinória, sessenta pontos. –Os aplausos foram mais fervorosos até as casas, Lufa Lufa e Corvinal também vibravam e logo após Dumbledore ter dado dez ponto ao Nevillle pela coragem de enfrentar os amigos, todos vibraram, pois a Sonserina não ganhara a Taça das Casas. Harry olhara para a mesa dos funcionários e sorria para o Hagrid que logo teve sua atenção distraída pela Sammantah que abraçava o grandalhão de surpresa.
Chegava o fim do ano letivo, Sammantah se despedia de seus amigos as pressas e ao lado de Hagrid ela ajudava os alunos se organizarem. –Hagrid, eu tenho que ir, quando o Harry embarcar diga-o que mandei lembranças. –Disse Sam, retirando-se, porém antes dava um abraço em Hagrid.
Sam voltava para seu quarto, não para fazer algo, apenas para fugir da despedida, trancava-se novamente e com a mão na varinha ela se despedia. –Até o próximo ano letivo. –Trancava definitivamente a porta. –Tornava a guardar a varinha em suas vestes e direcionava-se à escrivania que em um canto tinha uma pilha de grossos livros para serem lidos enquanto estivesse de férias.