A Melodia do Amor

Tempo estimado de leitura: 4 horas

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    Capítulos:

    Capítulo 11

    A Visita de Gaara - Parte III

    Oi gente^^

    Desculpem a demora. Mas acho que não demorei tanto dessa vez né^^

    Espero que gostem deste capítulo que preparei com todo o carinho pra vocês^^ E se puderem comentem. Seus comentários sempre me alegram^^

    trechinho do capítulo anterior:

    - Onde posso colocar a tra... – Gaara acabara de entrar na cozinha carregando a travessa do pudim, mas parou de falar e andar ao se deparar com as duas irmãs abraçadas e tristes. 

    Assim que ouviu a voz do jovem Hinata se sobressaltou e Hanabi separou-se de seus braços, correndo para fora da cozinha e subindo as escadas rapidamente. 

    - H-Hanabi... - a jovem de cabelos azulados queria ir atrás da irmã, mas a dor de dizer mais uma mentira a impediu. 

    - Hanabi está bem? – perguntou Gaara preocupado. 

    - E-Ela só... – começou Hinata, mas não sabia o que dizer. 

    - Agora percebo por que o olhar de seu pai pareceu tão familiar, ele tem o mesmo olhar do meu. – disse o jovem de repente surpreendendo a garota. 

    - Olhar? – perguntou Hinata confusa. 

    - Sim. O olhar de dor e amargura de quem perdeu um ente muito querido e que ainda não superou essa dor. – respondeu Gaara seriamente. 

    - Verdade. Desde que mamãe morreu meu pai não é o mesmo. – concordou Hinata com o semblante triste. 

    - E talvez ele culpe Hanabi pelo que aconteceu. – disse o jovem, fazendo com que a garota o fitasse com os olhos arregalados. 

    - C-Como sabe? Seu pai também age assim? 

    Gaara não respondeu, mas devolveu outra pergunta a Hinata. 

    - Posso perguntar como sua mãe morreu?

    A jovem assentiu seriamente. 

    - Bem, há uns 9 anos havíamos ido viajar para as montanhas, Hanabi tinha apenas dois anos e estava brincando no jardim do chalé em que nos hospedamos, fazendo bonecos de neve com minha mãe. Meu pai havia ido até a cidade fazer compras. Quanto a mim estava dentro de casa, havia entrado por um instante. – começou calmamente - Como o chão estava repleto de neve, meus sapatos ficaram escorregadios e ao subir as escadas acabei caindo e machucando minha perna. Ao ouvir meu grito, mamãe logo veio me acudir, mas descuidou-se por um minuto de Hanabi que correu em direção à rua. Antes de me socorrer, mamãe se deu conta de que havia deixado minha irmã sozinha e foi rapidamente ao seu encontro, mas... ela só teve tempo de se por à sua frente quando um carro se aproximou sem controle... e então... – Hinata não conseguiu continuar, pois lágrimas grossas começaram a rolar de seus olhos. 

    - Não precisa dizer mais nada. – disse Gaara calmamente – Eu entendo. – o jovem aproximou-se da garota e colocou sua mão direita sobre o ombro dela. 

    Ao sentir o toque cálido e quente do rapaz, assim como na primeira vez que ele a confortara, Hinata não resistiu e abraçou-o. Gaara surpreso ainda estava com a travessa de pudim em sua mão esquerda, colocou-a calmamente sobre o balcão e correspondeu ao abraço da garota. 

    Desta vez o abraço fora diferente, pois eles não eram mais dois estranhos e seus sentimentos também haviam mudado, Hinata pode desfrutar da sensação dos braços quentes do rapaz envolvendo suas costas ao mesmo tempo em que podia ouvir seu coração que batia aceleradamente. 

    “O coração do Gaara-kun está batendo tão rápido quanto o meu.” Pensou a garota envergonhada “É uma sensação tão boa”. 

    Gaara sentia o mesmo que a garota, mas dentro dele despertou um desejo diferente, que nunca havia sentido antes. 

    Delicadamente o rapaz se afastou do abraço da garota segurando seus ombros. Hinata estranhou a atitude do rapaz e ergueu sua cabeça, fitando-o timidamente. Ela havia parado de chorar, mas seus olhos ainda estavam marejados. 

    Os olhos verde turquesa de Gaara pareciam brilhar e sua expressão estava mais doce. O jovem fitou os olhos perolados que o olhavam com surpresa e desceu o olhar até os lábios rosados de Hinata. Gaara tinha vontade de tocá-los, já tinha visto casais se beijando, mas nem tinha ideia de como fazer isso. 

    Porém, não resistindo, por intuição, o rapaz abaixou seu rosto ficando cada vez mais próximo da garota. 

    - Gaara-kun. – sussurrou Hinata envergonhada. 

    Sua voz só fez aumentar sua vontade de beijá-la. 

    O rapaz aproximou-se ainda mais, e por fim conseguiu roçar seus lábios nos da garota. Hinata instantaneamente fechou seus olhos, desfrutando daquela diferente sensação. 

    Gaara nunca havia sentido nada igual, era como tocar algo quente e macio e não resistir a querer o sentir mais e mais. O rapaz fechou seus olhos e estava prestes a depositar um selinho nos lábios de Hinata quando ouviram a campainha. 

    Sobressaltada a garota se afastou de Gaara. O jovem continuou parado em seu lugar com as bochechas levemente coradas. 

    - V-Vou atender. – disse Hinata envergonhada dirigindo-se rapidamente para a sala. 

    Assim que abriu a porta, a jovem se deparou com o rosto sorridente de Naruto. 

    - E aí Hinata? Tudo beleza? - cumprimentou o garoto normalmente. 

    - T-Tudo, Naruto-kun. - respondeu Hinata um tanto desnorteada. 

    Vendo que ela não saía da frente da porta, o garoto comentou em tom divertido. 

    - Não vai me deixar entrar? 

    - C-Claro! D-Desculpe. - disse a garota sem jeito dando passagem para o louro. 

    Assim que ouviu a voz animada de Naruto, Gaara se dirigiu para a sala. Ele ainda estava um tanto constrangido com a situação anterior, mas algo dentro de si o fazia ficar por perto sempre que Naruto se aproximava de Hinata. 

    - Oi Gaara, legal encontrar você aqui também. - cumprimentou Naruto sorridente. 

    - Oi. - respondeu Gaara seriamente. 

    Hinata não havia notado que o rapaz de cabelos rubros também se encontrava na sala, atrás de si. Ela não pode evitar recordar-se da cena do quase beijo e instantaneamente suas bochechas coraram. 

    - Vocês estão tão quietos. - comentou Naruto estranhando a atitude dos dois - E por que você está vermelha, Hinata? Aconteceu alguma coisa? 

    A garota gelou com a pergunta enquanto que as feições de Gaara se enrijeceram, fazendo com que ficasse mais sério. Ambos não sabiam como se comportar nem o que responder.

    Neste capítulo: 

    - Quem está aí, Hinata? – perguntou Hiashi adentrando o rol da sala. 

    A garota olhou para seu pai, respirando aliviada por ele ter aparecido. Enquanto que a expressão rígida de Gaara tornou-se mais amena. 

    - E-Este é Naruto-kun, meu colega da escola também. – apresentou Hinata sem jeito. 

    - Prazer em conhecer o senhor. – cumprimentou Naruto tranquilamente enquanto Hiashi assentiu. 

    - Está fazendo trabalho com eles? – perguntou o homem seriamente. 

    - Não exatamente, pertenço a outro grupo, nosso trabalho é sobre Amegakure e soube por Hinata que o senhor conhece essa cidade. – respondeu o garoto louro rapidamente. 

    - Sim, é uma das cidades com que minha empresa realiza negócios. 

    - Vim para saber se o senhor não poderia me ajudar no trabalho, falando-me sobre a cidade. 

    - Bem, eu...

    - Por favor, não vai ser por muito tempo. 

    - Está bem. Venha até meu escritório, lá conversaremos. - concordou Hiashi dando-se por vencido. 

    - Obrigado. – disse Naruto sorridente, em seguida desviou o olhar para a garota de cabelos azulados fazendo um sinal positivo. 

    Hinata ficou sem jeito, dando um leve sorriso. Gaara aproximou-se seriamente da garota. 

    - Hinata... vamos começar o trabalho? – perguntou sem olhar em seus olhos. 

    - T-Tudo bem. – disse a garota envergonhada também sem coragem de encarar o garoto – Só vou até a cozinha terminar de arrumá-la. Você pode esperar na sala. 

    - Certo. - respondeu Gaara. 

    Alguns minutos depois Hinata voltara para sala onde encontrara Gaara sentado, lendo um dos livros que apanharam na biblioteca. 

    - P-Pronto. - disse a garota se pronunciando timidamente e sentando-se no sofá ao lado de Gaara. 

    Os dois jovens ficaram em silêncio por alguns momentos. Ambos ainda se lembravam do último momento em que estiveram sozinhos e quase se beijaram e isso fazia com que ficassem extremamente envergonhados e não soubessem como agir entre si. 

    - Eu... posso ir ao banheiro? – perguntou o jovem de cabelos rubros seriamente. 

    - C-Claro. – respondeu Hinata rapidamente - Ele se encontra embaixo da escada. 

    Gaara assentiu e retirou-se. Ao chegar ao banheiro, olhou sua face no espelho, notando que havia um leve rubor em suas bochechas, respirou profundamente e lavou seu rosto com água fria, tentando manter a calma. O rapaz não sabia mais como se comportar ao lado de Hinata. 

    “O que deu em mim? Devo tê-la assustado.” pensava preocupado lembrando-se da expressão surpresa da garota “É melhor agir como se nada tivesse acontecido.” concluiu enquanto enxugava sua face com a toalha e via no espelho que o rubor havia desaparecido. 

    E assim ao sair do banheiro, preparava-se para ir ao encontro de Hinata, mas parou ao ouvir um choro baixinho. Seguindo o som, Gaara caminhou de volta ao rol, deparando-se com Hanabi sentada no topo da escada de cabeça baixa, pressionando suas pernas contra seu corpo. 

    Ao ver aquela cena, o rapaz recordou-se de um garotinho de cabelos rubros que costumava ficar nessa mesma posição em um quarto sozinho. Uma ponta de tristeza invadiu seu coração e ele decidiu aproximar-se da menina. 

    O rapaz sentou-se alguns degraus abaixo do de Hanabi e permaneceu em silêncio até que a garota notou sua presença. 

    - A one-san pediu pra você falar comigo? – perguntou com a voz embargada, levantando levemente sua cabeça. 

    - Não. – respondeu Gaara simplesmente. 

    - Então por que veio?

    - Não gosto de ver pessoas sofrendo. – respondeu sinceramente, recordando-se que essa fora uma das razões para confortar Hinata na primeira vez em que se encontraram. 

    - Por que não? – perguntou Hanabi enxugando suas lágrimas. 

    - ...porque me traz tristes recordações. – respondeu Gaara seriamente e antes que a garota dissesse algo, acrescentou – Sei que é comum as pessoas dizerem isso para confortar umas as outras, mas realmente sei como se sente. 

    - Sabe? Como? A Hina-one-san te contou? 

    - Sim. 

    - E como você pode saber como me sinto? Seu pai também te ignora? 

    - Sim e também já fez coisas piores. – respondeu o jovem em tom irônico, mas com uma grande tristeza em seu olhar. 

    - O que ele fez? – perguntou Hanabi surpresa. 

    - Me deixava trancado no meu quarto, impedindo que meus irmãos se aproximassem de mim. 

    - Que horrível. E por que seu pai fazia isso?

    Gaara não respondeu. Não apenas porque sua resposta causaria dor a si mesmo, mas também porque não queria que Hanabi sofresse e fizesse perguntas que a fariam chegar à causa da morte de sua mãe, que ele imaginava que ela não soubesse. 

    - A razão não importa. Apenas digo que sei o que você sente, mas diferente do meu pai o seu te ama. 

    - E como pode ter tanta certeza disso? Se me amasse por que me ignoraria?

    - Seu pai é uma boa pessoa, soube disso por conversar com ele. - respondeu Gaara sinceramente, pois de certa forma se sentira bem na presença de Hiashi - Ele apenas não sabe como expressar seu amor, não sabe como conversar com você. Ele deve estar sofrendo também. 

    - Pela mamãe?

    - É, quando uma pessoa muito querida morre, nem sempre os familiares conseguem superar. - disse o rapaz com um leve tom de pesar em sua voz - Seu pai é o que mais se lembra de sua mãe e para ele é muito doloroso que ela não esteja aqui. 

    - Então o que eu devo fazer?

    - Seja você mesma. Não se culpe por nada e siga em frente, quando seu pai estiver preparado ele virá até você. – respondeu Gaara mal acreditando em suas próprias palavras. 

    Afinal quem era ele para dar conselhos sobre a relação entre pais e filhos? No entanto ele apenas disse o que sempre dizia em pensamento para si mesmo, essa foi a forma que encontrou para parar de se culpar e sofrer. Mas ao ver sua situação compreendera que não dera muito certo com ele já que teve que se mudar para se ver livre de tudo. 

    Porém gostaria que essas palavras fizessem efeito em Hanabi. E para seu alívio parecia que seu desejo fora atendido já que a menina deu um leve sorriso. 

    - Obrigada, Gaara-kun. – disse ela depositando um beijo na bochecha do garoto e acrescentando – Desculpe ter te chamado de chato, você é bem legal, agora sei por que a Hina-one-san gosta tanto de você. – disse ela dando um sorriso maroto. 

    “A Hinata gosta de mim?” perguntou-se Gaara sentindo um leve rubor em suas bochechas. 

    Hanabi levantou-se e tencionava dirigir-se a seu quarto, mas voltou-se novamente para o rapaz. 

    - Gaara-kun, posso te perguntar uma coisa?

    - Pode. - respondeu o jovem seriamente. 

    - Sua mãe também morreu?

    - ...sim. - respondeu com certo pesar. 

    - Você não acha que seu pai agiu dessa forma com você pelo menos motivo do meu? 

    - Talvez. - respondeu Gaara seriamente. 

    - Acho que assim como meu pai o seu também te ama. E como você disse não sabe como demonstrar. Mas acredito que um dia eles vão conseguir. - disse a menina confiante surpreendendo o jovem que ficou sem palavras. 

    Hanabi lançou um último sorriso, acenando para Gaara enquanto entrava em seu quarto. 

    O rapaz desceu as escadas pensativo pensando se Hanabi poderia estar certa. No entanto ao recordar-se de seu pai só tinha más lembranças. Ele não contou à menina, mas Rasa fez mais do que ignorá-lo e tirá-lo da convivência de seus irmãos.

    Por mais de 10 anos, seu pai o humilhara diversas vezes e o culpara claramente da morte de sua mãe e isso ele nunca iria esquecer, pois por anos sentiu-se culpado de algo que não estava sob seu controle. 

    Ao se dirigir à sala Gaara viu que Hinata ainda estava sentada no sofá com um livro sobre o colo e outro aberto em cima do móvel, o qual ela lia tranquilamente. 

    Ao vê-la tão bela e concentrada, o rapaz não teve coragem de se aproximar mais, permanecendo parado apenas observando-a serenamente. Era como se por apenas observá-la os pensamentos e lembranças ruins que vinham à sua mente se esvaíssem. De fato contemplar Hinata lhe trazia grande paz. 

    Uma das madeixas da garota escorregou por seus ombros e cobriu levemente seu rosto. Hinata mexeu sua mão graciosamente para colocá-la atrás de sua orelha, com esse gesto ela ergueu seu olhar e se deparou com o rapaz. 

    Ao notar que ele estava fitando-a tão intensamente suas bochechas coraram e ela remexeu-se nervosamente no sofá deixando o livro que estava no seu colo cair. 

    Gaara rapidamente apanhou-o enquanto que ela também tentou pegá-lo, suas mãos se tocaram, mas eles não tiveram tempo de se sentir nervosos por isso, pois sem querer suas cabeças bateram uma na outra. 

    - Ai! D-Desculpe, Gaara-kun. 

    - Não sou eu que tenho que me desculpar, Hinata. 

    Ao olharem para a face envergonhada um do outro, ambos se acharam tão engraçados que não resistiram e desataram a rir, assim quebrando a tensão de momentos atrás. 

    - Está lendo sobre Sunagakure? – perguntou Gaara quando conseguiram parar de rir. 

    - Sim, tem uma lenda bem interessante chamada “O monstro do deserto”, já ouviu falar?

    - Acho que sim, lembro que algumas crianças do internato comentavam. Conta sobre um monstro que todos temiam, não é? Mas não sei os detalhes. - comentou o rapaz. 

    - Então deixe-me contá-la. - disse Hinata dando um leve sorriso, Gaara assentiu e sentou-se ao lado da garota no sofá.

    Hinata voltou seu olhar para o livro e começou a contar a lenda ao rapaz. 

    - Havia um monstro que parecia assustador e quando se aproximava das pessoas emitia rugidos ensurdecedores. Por isso todos fugiam quando o viam e atiravam pedras para amedrontá-lo. – contava a garota calmamente – No entanto ele se sentia solitário e rugia por não saber falar a língua dos humanos, ele tentava pedir ajuda, já que em sua pata havia um grande espinho. 

    Gaara prestava total atenção em Hinata, de alguma forma se identificava com essa história. 

    - As pessoas não sabiam disso e por isso vários guerreiros eram enviados para matar o monstro, mas nenhum tinha êxito. Até que um guerreiro ao invés de tentar matar a criatura se empenhou em comunicar-se com ela para pedir que fosse embora, só que na tentativa ele descobriu que o monstro estava machucado, então ele tirou o espinho e o monstro ficou em paz. Este guerreiro se tornou o porta-voz entre o monstro e as pessoas, ajudando-as a entenderem-no e assim todos viram que ele não era mau e o monstro não se sentiu mais solitário. Linda essa história não é mesmo Gaa...- Hinata parou de falar ao notar que os olhos do rapaz estavam marejados. 

    - Essa história toca mesmo a gente, não é? – perguntou ela docemente enquanto tocava a mão de Gaara gentilmente. 

    O rapaz apenas assentiu dirigindo um leve sorriso para ela. 

    “Seria Hinata para ele como este guerreiro que ajudou o monstro? Aproximando-se dele mesmo que seu jeito afugentasse a todos?” perguntou-se recordando-se que desde o começo sua personalidade antissocial não afastou Hinata. O que essa garota tinha de especial? Por que o tratava com tanta amabilidade? 

    Gaara tocou a mão de Hinata que cobria a sua, dando um leve sorriso. A garota estremeceu com seu toque, desviando seu olhar, envergonhada. 

    Mais uma vez a vontade de beijar a garota tomou o rapaz. E ele moveu sua mão para o rosto de Hinata, voltando-o delicadamente para si. Surpresa a garota fitou o olhar intenso de Gaara, o rapaz começava a aproximar seu rosto do dela, no entanto recordou-se do que pensara no banheiro de que não tentaria nada assim para não assustar a garota e retirou sua mão da face de Hinata. 

    A garota o fitou surpresa, por alguma razão se sentiu triste, apesar de estar envergonhada, em seu íntimo queria que o rapaz continuasse. 

    Novamente levantou-se um momento de constrangimento entre os dois, mas ele durou pouco, pois ouviram as vozes de Naruto e Hiashi se aproximarem. 

    - Ah aí estão vocês. – disse Naruto alegremente enquanto adentrava a sala – Hiashi-sama tem uma grande notícia para todos nós. 

    - Q-Que notícia? - perguntou Hinata sem jeito. 

    - No fim de semana que vem viajarei a negócios, então aproveitarei para levá-los a Amegakure e Sunagakure para tirarem fotografias para seu trabalho. 

    - Sim, disse a Hiashi-sama que o Kakashi-sensei iria valorizar ainda mais nosso trabalho com fotografias do local, vocês sabem como ele é exigente. 

    Gaara congelou com a possibilidade de retornar à sua cidade, um lugar que não pensava em voltar a ver tão cedo. 

    - Assim você poderá reencontrar sua família, Gaara-kun. Gostaria de conversar com Rasa-san na sua presença. – comentou Hiashi parecendo satisfeito. 

    O rapaz apenas assentiu, sem palavras para expressar sua surpresa e total desagrado com essa ideia. Até que tomou coragem para se expressar. 

    - D-Desculpe, Hiashi-san, mas eu trabalho aos sábados, não terei possibilidade de ir e...

    - Não se preocupe, se precisar eu mesmo converso com o Ichikaru, o conheço bem, ele não se negará a te dar um dia de folga especial, afinal os estudos são importantes. - replicou Hiashi seriamente em um tom que impedia protestos. 

    Gaara tentou sorrir, mas apenas conseguiu assentir seriamente. Agora não havia mais volta, teria que retornar a Sunagakure. 

    Hinata percebeu a inquietude de Gaara. Por que ouvir apenas falar de sua cidade o afetava tanto? Por que havia se afastado de sua família e se mudado para Konoha? Era o que a garota gostaria de descobrir, quem sabe assim não poderia ajudar o rapaz a extrair a profunda tristeza que levava em seu olhar.


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