A Melodia do Amor

Tempo estimado de leitura: 4 horas

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    Capítulos:

    Capítulo 10

    A Visita de Gaara - Parte II

    Ola pessoal, enfim estou postando mais um capítulo da fanfic^^

    Mais uma vez desculpem pela demora, é que realmente estava sem tempo para escrevê-la. Mas felizmente consegui escrever este capítulo aos poucos com muito carinho para vocês.

    Aproveito para agradecer a todos os comentários que muito me animaram a continuar escrevendo esta fanfic. Muitíssimo obrigada pelo carinho de vocês^^

    Espero que gostem desse capítulo e puderem comentem, isso me deixaria muito feliz^^

    No capítulo Anterior: 

    As irmãs Hyuuga se dirigiram até a cozinha deixando Gaara na sala. O rapaz pensou em sentar-se no sofá como Hinata havia sugerido, mas assim que se deparou com alguns porta-retratos postos ordenadamente em um móvel do ambiente, sua curiosidade falou mais alto e ele aproximou-se para olhá-los mais de perto. 

    A maioria das fotos era de Hinata e Hanabi com diferentes idades. Gaara reparou que quando mais nova a garota tinha cabelos mais curtos. 

    “Mesmo com os cabelos curtos ela já era bonita... se bem que os cabelos longos combinam mais com ela...” pensava o rapaz admirando a foto da jovem de cabelos azulados “Mas no que estou pensando?” Gaara estranhou seus próprios pensamentos. 

    Como estudara desde os sete anos de idade em um internato só de garotos e como não tinha amigos, o garoto nunca conhecera alguma garota e muitos menos namorara. 

    Para ele o interesse pelo sexo oposto era novidade. Claro, que já achara bonitas algumas garotas que vira durante suas saídas à cidade, mesmo no Colégio Nobushiro, mas sua admiração por Hinata ia além da beleza exterior, era algo mais profundo, um sentimento totalmente novo para rapaz. 

    Ainda absorto em pensamentos Gaara notou que havia uma foto que se encontrava atrás das outras, meio escondida. Sendo levado por sua curiosidade o garoto apanhou o porta-retratos prateado que continua a foto e viu que nela havia quatro pessoas. 

    Ele logo reconheceu Hinata, com seus cabelos curtos, deveria ter uns sete anos de idade nessa época, ao seu lado direito estava um homem de cabelos castanhos e olhos cor de lavanda que estavam com uma expressão séria, mas amena ao mesmo tempo e do outro lado havia uma mulher muito parecida com a menina, ela tinha os mesmos cabelos azulados e o olhar doce de Hinata e segurava Hanabi em seus braços, que deveria ter uns dois anos de idade. 

    - Esta era Hana, minha falecida esposa. – disse uma voz grave por trás de Gaara, surpreendendo o rapaz que se virou instantaneamente em sua direção. 

    Seus olhos verde turquesa se depararam com o semblante sério de Hiashi. Logo Gaara se recordou do homem da foto e reconheceu os mesmos traços, que apesar de apresentarem algumas rugas, não haviam mudado muito com o passar do tempo. 

    No entanto o garoto pode perceber que o olhar ameno que vira na foto em nada se parecia com os olhos sofridos que via neste momento.

    Neste Capítulo: 

    Por um momento Gaara não conseguiu emitir uma única palavra. De certo estava constrangido com essa situação, mas havia algo mais. Era como se o olhar daquele homem à sua frente lhe parecesse familiar. 

    - Você deve ser o colega de Hinata. - disse Hiashi friamente cortando o silêncio. 

    - Sim. - respondeu o jovem voltando a si - Desculpe, não quis bisbilhotar. - Gaara havia se esquecido do retrato em sua mão, e sentindo-se ainda mais envergonhado colocou-o cuidadosamente em seu lugar. 

    O homem de cabelos castanhos nada disse, apenas continuou a observá-lo seriamente. 

    - Você me parece familiar. - disse ele finalmente, prestando atenção aos cabelos rubros e formato do rosto do rapaz. Até que sua expressão séria tomou um ar de surpresa - Tem algum parentesco com Sabaku no Rasa? 

    - ... Sim. É meu pai. - respondeu Gaara sem emoção, mas surpreso ao mesmo tempo. - O senhor o conhece?

    - A empresa dele negocia com a minha. Vocês são bem parecidos. - comentou Hiashi. 

    O garoto nada respondeu. Se havia algo que detestava era ser comparado ao pai. Como se não bastasse ser maltratado e desprezado por aquele homem por tanto tempo, ainda tinha que ter um motivo para lembrar-se dele cada vez que se olhava no espelho ou alguém os comparava. 

    Nesse momento Hinata aproximou-se carregando uma pequena pilha de pratos enquanto que Hanabi portava uma toalha de mesa em tom bege. 

    - J-Já conheceu o Gaara-kun, papai? - perguntou a jovem sem jeito ao notar a presença do pai. 

    - Sim, só não sabia seu nome. - comentou Hiashi normalmente - E descobri que conheço o pai dele. 

    - Conhece? - perguntou Hinata surpresa. 

    - Sim. Ele é o dono da Sabaku Construtora, é essa empresa que cuida da maioria dos projetos da Hyuuga Arquitetura. 

    - Então o senhor conhece Sunagakure? - questionou Gaara, que pouco sabia sobre os negócios de seu pai. 

    - Vou lá pelo menos uma vez por mês para acertar os negócios com Rasa-san. É curioso que já vi seu irmão, ele se chama Kankuro, não é? - o jovem de cabelos ruivos assentiu - Mas nunca soube que havia outro filho. 

    Nesse momento houve um silêncio constrangedor, a expressão de Gaara congelou, ele não sabia como responder a isso, ou melhor, não queria. Não era segredo para ninguém em Sunagakure que Rasa agia como se o filho não existisse, e como seu pai era uma pessoa influente no local, sendo responsável por praticamente todas as construções da cidade e não levava Gaara para qualquer evento, mantendo o garoto em um internato desde os 7 anos de idade, todos pensavam que para ser tratado dessa forma havia algo de muito errado com ele. 

    Por isso o tratavam com certo temor, pensando que Gaara pudesse ser um delinquente, ter problemas psicológicos ou até mesmo sofrer de uma doença contagiosa. 

    Mas nessa nova cidade, onde estava tentando se libertar de seu cruel passado e viver uma vida tranquila, Gaara não queria que ninguém soubesse dessa verdade, muito menos Hinata, a primeira pessoa que fora gentil com ele, sem nem mesmo o conhecer, a garota que quando via sentia seu coração se aquecer, lhe transmitia paz e ao mesmo tempo despertava um sentimento que apesar de não saber o nome, lhe trazia um turbilhão de emoções que ele não sabia explicar. 

    Notando seu desconforto, Hinata logo se apressou em dizer: 

    - V-Vocês querem tomar uma laranjada? – perguntou gentilmente - Acabei de preparar. 

    - Sim, claro. - disse o rapaz dando um leve sorriso a Hinata, não só por estar agradecido e aliviado por ela ter desviado o assunto, mas também por ela ter percebido sua aflição. 

    A jovem corou levemente ao ver o sorriso de Gaara voltado para si. Eram poucas as vezes que o garoto sorria, mas quando fazia isso, ela não sabia por que, seu coração batia mais rápido. 

    - Também vou querer. - disse Hiashi dirigindo-se à filha. 

    - O-O que? - perguntou a jovem distraída. 

    - O suco, você não perguntou se nós queríamos tomar? - perguntou o homem estranhando a atitude de Hinata. 

    -A-Ah sim, desculpe. Já trago. - disse ela sem graça - Hanabi, pode colocar a mesa para mim enquanto pego o suco? 

    - Claro. - disse a irmã prontamente. 

    E assim Hanabi colocou a mesa, Hinata trouxe uma bandeja com dois copos de suco de laranja para Gaara e seu pai e logo terminando de colocar a travessa de ramen na mesa, a jarra de suco e outros dois copos para ela e sua irmã, então todos se sentaram para almoçar. 

    A mesa possuía seis lugares, de modo que Hiashi se sentou na cabeceira, ao seu lado direito Gaara, do outro Hinata e Hanabi ao seu lado. 

    De frente com o rapaz e ao lado do seu pai, a garota se sentiu um tanto constrangida, mas ao mesmo tempo feliz por Hiashi estar almoçando com as filhas e por Gaara ter aceitado seu convite e ter se unido a eles. 

    - Já visitou a empresa de seu pai? - perguntou o homem de cabelos castanhos. 

    - Não tive a oportunidade. - respondeu o rapaz seriamente. 

    - Mas deve saber que é a melhor construtora do país, não?

    - Sim. - disse Gaara um tanto incerto - Mas que tipo de projetos o senhor envia para a Sabaku Construtora? - quis saber ao mesmo tempo em que desviava o assunto, não queria que Hiashi pensasse que era um jovem desinteressado, afinal não era sua culpa não estar por dentro dos negócios de seu pai. 

    - De vários tipos, mas a maior parte é de pequenas e grandes corporações, um dos últimos foi a terceira filial da lanchonete Ichikaru, já ouviu falar?

    - Sim... na verdade trabalho em uma das filiais no centro de Konoha. - respondeu o jovem seriamente. 

    - É mesmo? - surpreendeu-se Hiashi - E o que achou do design da entrada?

    Hinata ficou espantada ao notar que seu pai se entusiasmara falando sobre seus negócios com Gaara. Apesar de esse ser o único assunto que o motivava, ele nunca falara muito disso com as filhas. Talvez não soubesse como iniciar uma conversa, já que por tanto tempo se afastara. No entanto ao ver o interesse do rapaz que também se animara, já que nunca teve a oportunidade de falar sobre esses assuntos com seu pai, Hiashi parecia conversar com mais gosto. 

    E assim o almoço correu melhor do que o esperado. 

    - Gostou do ramen, Gaara-kun? - perguntou Hanabi curiosa enquanto Hinata retirava os pratos da mesa. 

    - Estava delicioso. - comentou o rapaz dando um leve sorriso, o comentário fez a jovem de olhos perolados corar levemente. 

    - Então espere só até experimentar o pudim de cerejas da nee-san. - acrescentou a menina com um sorriso maroto. 

    Envergonhada Hinata pediu à irmã para ajudá-la e assim as duas terminaram de tirar a mesa e trouxeram a famosa sobremesa. 

    Ao experimentar a primeira colherada, Gaara se maravilhou com a maciez do pudim e seu sabor doce suave. Era raro para ele comer doces caseiros, já que na maioria das vezes levava comida pronta pra casa ou comprava algo em lojas de conveniência. Foi uma bela experiência, ainda mais sabendo que fora Hinata que o preparara. 

    - E então o que achou, Gaara-kun? - perguntou Hanabi. 

    - Sem dúvida o melhor que já comi. - comentou o rapaz sinceramente, deixando a garota de cabelos negro-azulados constrangida e feliz ao mesmo tempo. 

    - Q-Que bom que gostou, Gaara-kun. – disse Hinata fitando-o timidamente. 

    - O senhor também gostou, papai? – perguntou a Hyuuga caçula, tomando coragem para se dirigir diretamente ao pai. 

    - Sim. – respondeu Hiashi seriamente, mas sem encarar a filha, logo se voltou pra Gaara, que percebera a estranha atitude – A propósito sobre o que é o trabalho de vocês?

    - ... é de Geografia, temos que falar sobre Sunagakure. – respondeu o jovem. 

    - Logo sua cidade. Que coincidência! – comentou o homem levemente surpreso – E como é o trabalho?

    Enquanto os dois conversavam Hinata discretamente chamou a irmã para levarem os pratos e talheres na cozinha. Hanabi estava com os olhos embargados. 

    Assim que chegaram à cozinha a jovem de cabelos azulados colocou os pratos em cima da pia, apanhou os talheres que Hanabi carregava os pôs junto e abraçou sua irmã caçula. 

    Ao sentir o conforto do abraço de sua nee-san, a menina deixou as lágrimas caírem e um choro baixinho escapar de seus lábios. 

    - Por que papai não gosta de mim, nee-san? – perguntou Hanabi com a voz embargada. 

    - N-Não é que ele não goste, papai apenas... não sabe como demonstrar. – respondeu a jovem seriamente. 

    Mas embora parecesse segura sobre o que dizia em seus olhos se notava a dor de dizer essas palavras. 

    - Onde posso colocar a tra... – Gaara acabara de entrar na cozinha carregando a travessa do pudim, mas parou de falar e andar ao se deparar com as duas irmãs abraçadas e tristes. 

    Assim que ouviu a voz do jovem Hinata se sobressaltou e Hanabi separou-se de seus braços, correndo para fora da cozinha e subindo as escadas rapidamente. 

    - H-Hanabi... - a jovem de cabelos azulados queria ir atrás da irmã, mas a dor de dizer mais uma mentira a impediu. 

    - Hanabi está bem? – perguntou Gaara preocupado. 

    - E-Ela só... – começou Hinata, mas não sabia o que dizer. 

    - Agora percebo por que o olhar de seu pai pareceu tão familiar, ele tem o mesmo olhar do meu. – disse o jovem de repente surpreendendo a garota. 

    - Olhar? – perguntou Hinata confusa. 

    - Sim. O olhar de dor e amargura de quem perdeu um ente muito querido e que ainda não superou essa dor. – respondeu Gaara seriamente. 

    - Verdade. Desde que mamãe morreu meu pai não é o mesmo. – concordou Hinata com o semblante triste. 

    - E talvez ele culpe Hanabi pelo que aconteceu. – disse o jovem, fazendo com que a garota o fitasse com os olhos arregalados. 

    - C-Como sabe? Seu pai também age assim? 

    Gaara não respondeu, mas devolveu outra pergunta a Hinata. 

    - Posso perguntar como sua mãe morreu?

    A jovem assentiu seriamente. 

    - Bem, há uns 9 anos havíamos ido viajar para as montanhas, Hanabi tinha apenas dois anos e estava brincando no jardim do chalé em que nos hospedamos, fazendo bonecos de neve com minha mãe. Meu pai havia ido até a cidade fazer compras. Quanto a mim estava dentro de casa, havia entrado por um instante. – começou calmamente - Como o chão estava repleto de neve, meus sapatos ficaram escorregadios e ao subir as escadas acabei caindo e machucando minha perna. Ao ouvir meu grito, mamãe logo veio me acudir, mas descuidou-se por um minuto de Hanabi que correu em direção à rua. Antes de me socorrer, mamãe se deu conta de que havia deixado minha irmã sozinha e foi rapidamente ao seu encontro, mas... ela só teve tempo de se por à sua frente quando um carro se aproximou sem controle... e então... – Hinata não conseguiu continuar, pois lágrimas grossas começaram a rolar de seus olhos. 

    - Não precisa dizer mais nada. – disse Gaara calmamente – Eu entendo. – o jovem aproximou-se da garota e colocou sua mão direita sobre o ombro dela. 

    Ao sentir o toque cálido e quente do rapaz, assim como na primeira vez que ele a confortara, Hinata não resistiu e abraçou-o. Gaara surpreso ainda estava com a travessa de pudim em sua mão esquerda, colocou-a calmamente sobre o balcão e correspondeu ao abraço da garota. 

    Desta vez o abraço fora diferente, pois eles não eram mais dois estranhos e seus sentimentos também haviam mudado, Hinata pode desfrutar da sensação dos braços quentes do rapaz envolvendo suas costas ao mesmo tempo em que podia ouvir seu coração que batia aceleradamente. 

    “O coração do Gaara-kun está batendo tão rápido quanto o meu.” Pensou a garota envergonhada “É uma sensação tão boa”. 

    Gaara sentia o mesmo que a garota, mas dentro dele despertou um desejo diferente, que nunca havia sentido antes. 

    Delicadamente o rapaz se afastou do abraço da garota segurando seus ombros. Hinata estranhou a atitude do rapaz e ergueu sua cabeça, fitando-o timidamente. Ela havia parado de chorar, mas seus olhos ainda estavam marejados. 

    Os olhos verde turquesa de Gaara pareciam brilhar e sua expressão estava mais doce. O jovem fitou os olhos perolados que o olhavam com surpresa e desceu o olhar até os lábios rosados de Hinata. Gaara tinha vontade de tocá-los, já tinha visto casais se beijando, mas nem tinha ideia de como fazer isso. 

    Porém, não resistindo, por intuição, o rapaz abaixou seu rosto ficando cada vez mais próximo da garota. 

    - Gaara-kun. – sussurrou Hinata envergonhada. 

    Sua voz só fez aumentar sua vontade de beijá-la. 

    O rapaz aproximou-se ainda mais, e por fim conseguiu roçar seus lábios nos da garota. Hinata instantaneamente fechou seus olhos, desfrutando daquela diferente sensação. 

    Gaara nunca havia sentido nada igual, era como tocar algo quente e macio e não resistir a querer o sentir mais e mais. O rapaz fechou seus olhos e estava prestes a depositar um selinho nos lábios de Hinata quando ouviram a campainha. 

    Sobressaltada a garota se afastou de Gaara. O jovem continuou parado em seu lugar com as bochechas levemente coradas. 

    - V-Vou atender. – disse Hinata envergonhada dirigindo-se rapidamente para a sala. 

    Assim que abriu a porta, a jovem se deparou com o rosto sorridente de Naruto. 

    - E aí Hinata? Tudo beleza? - cumprimentou o garoto normalmente. 

    - T-Tudo, Naruto-kun. - respondeu Hinata um tanto desnorteada. 

    Vendo que ela não saía da frente da porta, o garoto comentou em tom divertido. 

    - Não vai me deixar entrar? 

    - C-Claro! D-Desculpe. - disse a garota sem jeito dando passagem para o louro. 

    Assim que ouviu a voz animada de Naruto, Gaara se dirigiu para a sala. Ele ainda estava um tanto constrangido com a situação anterior, mas algo dentro de si o fazia ficar por perto sempre que Naruto se aproximava de Hinata. 

    - Oi Gaara, legal encontrar você aqui também. - cumprimentou Naruto sorridente. 

    - Oi. - respondeu Gaara seriamente. 

    Hinata não havia notado que o rapaz de cabelos rubros também se encontrava na sala, atrás de si. Ela não pode evitar recordar-se da cena do quase beijo e instantaneamente suas bochechas coraram. 

    - Vocês estão tão quietos. - comentou Naruto estranhando a atitude dos dois - E por que você está vermelha, Hinata? Aconteceu alguma coisa? 

    A garota gelou com a pergunta enquanto que as feições de Gaara se enrijeceram, fazendo com que ficasse mais sério. Ambos não sabiam como se comportar nem o que responder.


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