Onde tudo começou Part 4

Duas semanas depois, de tanto ajudar o Hagrid nos afazeres na horta da escola, Matilda se encontrava pálida e fraca, ela não parecia odiar nada, fazia tudo de bom gosto, porém lentamente, estava sem força, até que, ao tentar levantar uma abobora madura, Matilda caíra desmaiada, Hagrid preocupado logo a levou à ala hospitalar.

–Minha nossa! O que aconteceu com ela? –Perguntou a doutora. 

–Não sei, ela simplesmente desmaiou. –Respondeu Hagrid. 

–Ok, ok, ponha-a aqui, venha logo. –Hagrid a pôs em uma das camas e se retirou.

Após fazer os exames, a doutora pedira com urgência a presença de Dumbledore. –Diretor, estamos com um problema gravíssimo!

–O que ela tem Doutora? 

–A Srta. Evans, acabou cavando a própria cova, fiquei sabendo que ela usou a porção da luxuria com um aluno... 

–Já sei, já sei... –Falava calmamente. –Eu já estava desconfiado, a Matilda Evans, está esperando uma Sirena. 

–Sim! Isso não o preocupa?

–Sim, a Srta. Evans é cheia de defeitos promíscuos, mas por cima é uma boa aluna, creio que a sua escolha será a vida. 

–O diretor acha que ela seria tão perversa assim?

–Essa jovem é capaz de tudo para continuar viva, Doutora.

Matilda não contava com isso, Sirenas são filhas frutos de um amor falso, ou seja, quando um filho é gerado pelo efeito de algum feitiço luxúrico, essa criança nascerá uma sirena, sempre são do sexo feminino e sempre, sempre levam as suas mães ao óbito assim que nascem, todavia, a gestante tem a escolha de não ter a criança, ou morrer por ela. 

Logo a notícia se espalhou pela escola, Lilian mesmo amargurada ficou preocupada com a irmã, a visitou na ala hospitalar e ao vê-la naquela situação, chorou. –Devo perdoá-la, minha irmã? –Perguntou-se segurando nas mãos gélidas de Matilda. 

–L-Lilian, não sou... não sou... –Tentava falar, porém mais nada saía. 

–Descanse Matilda, não fale nada.

Os dias se passavam e se podia notar o crescimento da barriga de Matilda, era rápido, em cinco meses ela já estava perto de ter a Sirena. –Matilda, por que você não a tira? 

–T-Tirar? –A jovem ainda não sabia que estava gravida de uma Sirena. 

–Matilda, você... Você mesmo que lhe causou isso... Minha irmã, você está esperando um filho do... –Complementar aquela frase doía o coração da nobre Lilian. –Você está esperando um filho do Tiago. –Para a surpresa da menor, um sorriso se formou nos lábios ressecados da irmã. 

–Uma... Uma Sirena, certo? 

–Sim... E ela nascerá daqui a alguns dias, e você sabe qual é o fim. 

–Sei... Peço-lhe irmã... –Respirava.

–Por favor, não se esforce. 

–Não... Eu... Tenho que falar... Peço-lhe... Que... Cuide... Da... Minha... Filha... 

–Então você... –Lilian chorava, mesmo depois de tudo que a irmã lhe fez, saber que irá perdê-la pesava em seu coração. 

–S-Sim... Já fiz muitas... muitas coisas... ruins... irmã, me desculpe por está lhe... lhe fazendo passar... por isso... mas a garotinha que irá nascer... será a filha de... de seu suposto futuro marido... ame-a como se fosse a sua própria filha... por favor, prometa-me. -Lilian soluçava em pranto e dentre lágrimas prometeu à irmã que cuidaria da Sirena. –Mas uma... coisa. 

–Sim, diga. –Apertava as mãos pálidas da irmã. 

–Chame o... Severo... 

–Mas... 

–Não precisa me chamar, Lilian, eu já estou aqui, fiquei sabendo pelo diretor da escolha que deves fazer, Matilda. –Lilian se levantava da cadeira ao lado da cama onde Matilda estava deitada e ao passar pelo Severo o pediu em baixo tom de voz que tivesse cautela ao falar qualquer coisa. –Pode deixar... –A menor se ausentava e Snape se aproximava sentando-se na cadeira onde estava Lilian. –Eu deveria está me deleitando dessa sua situação...

–É... justo... 

–Mas não estou... Só quero saber de sua escolha, quero ter a certeza do nível de sua crueldade... 

–Severo... só lamento em não... em não poder... terminar o ano em... Hogwarts... isso... é cruel pra mim... –Sorria meigamente, expressão rara na face da ruiva. 

–Teu sangue ainda vai prevalecer nessa escola, Alvo Dumbledore não deixará a Sirena ir morar com a sua mãe que é trouxa, um bebê dessa espécie precisa de cuidados especiais, seu sacrifício seria em vão. 

–Não... Não se preocupe Severo, a futura Sra. Potter, irá cuidar dela por... por mim. –Snape pressionava seus punhos em seus joelhos logo se levantava e se retirava dali.

–Espere! –Antes de chegar à porta, Severo pausava virando-se à Matilda. Ela tentava se levantar, mas o máximo que conseguiu foi ficar sentada na borda da cama hospitalar. 

–O que você vai fazer? 

–Severo, por favor... Abrace-me... –Abria seus braços em direção ao moreno, ele não pôde negar a um pedido vindo de uma pessoa que já estava com seus dias contados. Tornou a se aproximar da Matilda e abraçou-a. 

–Não pense que irei te perdoar... 

–Não quero perdão... quero ao menos... sentir o calor... da pessoa que... eu... eu sempre amei... –Logo Snape sentiu algo molhado em seus pés. A bolça havia estourado. –Chegou... a minha hora, chame a doutora e diga a Lilian... que eu sinto muito... –Sorria com seus olhos cheios de lágrimas. Severo correu para chamar a doutora que logo surgia apressada, pondo Matilda deitada novamente na cama. A ruiva passava a jorrar sangue e de longe Severo observava tudo. Matilda não tinha forças, ela não gritava e nem fazia expressão de dor, só se pode vê-la fechar os olhos e sorrir, segundos depois ecoava pela ala hospitalar o som de choro de bebê. Uma menina linda chorava nos braços da doutora que soltara um fungado, ela estava emocionada, havia perdido uma paciente, mas estava com uma criança linda no colo. Lilian surgia ofegante detrás de Severo e ao ver sua irmã pálida e sem vida, ajoelhou-se chorando com suas mãos cobrindo-lhe a boca. 

–Lilian... –Snape tentou consolar a amiga, mas logo Tiago surgia erguendo sua namorada que o abraçou em consolo. 

–Tiago Potter! Venha segura a sua filha. –Pediu a doutora rígida. Lilian migrou para o peito de Severo que a acariciou os cabelos. Tiago nervoso aproximava-se da doutora que logo o dava a criança que ainda não havia parado de chorar. Um jovem de dezesseis anos sendo pai foi um tanto pesado para o Potter, no entanto, aquela criança ao sentir o calor de seu pai, acabou se acalmando e adormecendo. Tiago sorriu e passou a balança-la. 

–Veja Lilian, o nosso primeiro filho. –Lilian se aproximou e ao ver o rostinho rosado de sua sobrinha/filha, acalmou-se parando de chorar. 

–Ela é linda, é a sua cara... –Disse Lilian ainda fungando.

Snape ao ver aquela cena se retirou amargurado, ele não tinha mais nada para fazer alí.

Xx

Alvo Dumbledore escolhera o nome da Sirena e os demais sobrenomes fora Tiago e Lilian, Sammantah Evans Potter. A notícia da morte de Matilda foi um choque a sua mãe, Lilian não contou sobre a criança e tempos depois se casara com Tiago Potter.

Xx

Sammantah crescia rapidamente e quando completou três anos sua aparência era de dez, Alvo Dumbledore achou melhor ficar com a criança, pois os vizinhos estranhariam o crescimento repentino de Sammantah, com muito pesar Lilian concordou. –Aos onze anos ela estudará com nós. –Confortou Dumbledore.

“As sirenas se tornam adultas rapidamente e quando se tornam, não envelhecem mais, ficam jovens até o dia de sua morte por causas naturais”.

Na mesma época Lilian estava grávida de seu primeiro filho com o Tiago, dias depois Harry Potter nasceu, um ano depois, Lilian e Tiago Potter foram mortos pelo Lord das trevas, Voldemort. Ao saber da morte de seus pais, Sammantah que possuía uma mentalidade madura, sofreu silenciosamente, pois Dumbledore aconselhou a não dizer que era filha de Tiago Potter, ela seria conhecida apenas por Sammantah, por esse motivo que aos onze anos não pôde estudar em Hogwarts, porem também por que sua aparência estava de uma mulher de vinte anos, fato que atordoará o Severo Snape que se tornou professor de poções em Hogwarts. Sammantah não se parecia nada com Matilda, muito menos com o Potter, sua aparência era quase o reflexo... de Lilian.