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Apenas uma ideia que surgiu em meio há tantos devaneios em meu cotidiano um tanto deturbado recentemente. Porém, nada agravante o suficiente para não escrever. Sou aspirante a escritora, como muitos por aqui. Espero que gostem.
Morango.
Erza era um símbolo de independência, na verdade ela sempre fora muito independente, irreverente, vigorosa e manipuladora. Talvez fosse esses atributos que a tornaram a renomada policial que ela é hoje. Sua personalidade ao mesmo tempo em que íntegra, também possuía um vagaroso espírito tempestuoso, característica vantajosa porque a auxiliava em todas as suas missões, a ponto de concluí-las com êxito — por ser tão inflexível e intolerante a falhas, perfeccionista, ela nunca admitiria perdas, ao menos não sem tentar. Nunca a vi hesitar, relutar ou algo da espécie. Quando ela sabia que precisava agir, sempre possuía alternativas prudentes e eficazes, talvez também fossem esses aspectos que me faziam sentir tão atraído por aquela mulher. Cabelos escarlates, corpo curvilíneo e, sobretudo, muito inteligente. Nós éramos amigos de infância, ultimamente a distância se fez necessária por inúmeros motivos, motivos pequenos e inconvenientes como o trabalho, pendências e a vida, que impunham tantas obrigações para ambos, no entanto, o mais frisante motivo era que havia uma tensão sexual prevalecida aos extremos entre nós dois.
Eu não entendia por que ela havia se tornado tão deliciosamente convidativa e o seu cheiro tão inebriante; coisas pequenas, que outrora passavam despercebidas por mim, porém agora todos aqueles pequenos detalhes, que nunca havia percebido, tiravam-me o equilíbrio, a atenção, o raciocínio, a noção. Ela era inteiramente intrigante e, talvez, também fosse por isso que me sentia tão convidado a despi-la e fazê-la minha. Todos afirmavam que as probabilidades de haver algo entre nós eram altas, o índice era veementemente citado por nossos amigos, porém, ainda assim, não queria destruir com a nossa amizade de tantos anos, e também não sabia se Erza queria ter algo comigo. Era antiquado este negócio de querer durabilidade em algo que já não era mais a mesma coisa desde que ambos começaram a crescer, mas resolvi descartar isso de minha cabeça, tentaria manter ao menos alguns respingos de credibilidade.
Um suposto relacionamento nunca daria certo sendo franco. Éramos ocupados demais, a carga em nossos respectivos trabalhos era assídua, o que erradicava com quaisquer ideias de relacionamento próspero, não seria propício. Eu era um simples cardiologista com um pequeno consultório no centro da cidade que, nos períodos vagos dos dias árduos, trabalhava em um hospital público. Não havia tempo para estar com ela, e estar com ela envolveria e requereria muito tempo, porque não haveria como usufruir dela em pouco tempo, era uma ideia supérflua. Deveria ser uma tarefa fácil não nutrir pensamentos tão hostis de uma mulher como Erza, mas era inevitável. Talvez fossem aqueles instintos masculinos insaciáveis, que não se contentavam com fodas rápidas nos finais de semana, e... durante a semana. Minha vida sexual era ativa, mas não satisfatória. E, talvez, mas só talvez, fosse por isso que cobiçava tanto minha amiga.
E, sim, minha vida é constituída por hipóteses incertas e oscilantes sobre tudo ao meu redor, portanto, é melhor não se incomodar com os milhares de “talvez” que haverá ao decorrer dessa minha patética aflição por Erza.
Será que seriam hormônios da juventude aflorando mais uma vez?
Não fora suficiente importunar-me na época correta?
Era sexta-feira e estava em meu último período, era a primeira vez em seis meses que sairia ainda de dia de dentro daquele hospital. Sempre estive à mercê de Makarov, que, a propósito, era o líder que regia meticulosamente aquele lugar que dava calafrios em seus funcionários, devido à extensa carga horária. Quando meu turno finalmente teve término, Makarov insistiu em me colocar em um plantão, no entanto neguei-o facilmente, afirmando que havia alguns compromissos à noite com relação ao meu consultório. Ele parecia não muito crente em minhas argumentações, com aquele olhar inquisitivo em minha direção, todavia resolvi que não iria me importar quanto isso.
— Tudo bem, Jellal. — ele sorriu, semicerrando os olhos ao massagear as têmporas. — Desculpe por isso, estou sobrecarregando demais você.
— Tudo bem, obrigado.
Andava em direção ao local onde armazenávamos nossos utensílios e tudo o mais, porque não haviam salas específicas, devido às condições financeiras não muito otimistas do hospital. Mas, antes de me direcionar ao compartimento com meus pertences, vi Natsu, “o amigo de cabelos róseos”, andando rapidamente em minha direção, com o típico sorriso largo estampado em sua face. Ele era pediatra, amava crianças. Enquanto que sua namorada, Lucy, era psicóloga. Eles se combinavam, afinal, Lucy argumentava gostar dos menos sãos. Apenas nos cumprimentamos formalmente, ele comentou que havia alguns pacientes esperando-o, pude notar nitidamente as olheiras adornando embaixo de seus olhos, com profundidade — assim como em mim, aquela negritude abaixo dos olhos virara um hábito. O cansaço interno e externo era frequente, já havia me adaptado com essa rotina duradoura, portanto, olheiras acabaram se tornando certo charme e descaso também. Rapidamente retirei o jaleco tão branco quanto as parede pálidas do hospital, guardando-o em meu pequeno armário, pescando as chaves de meu carro, casaco e telefone. Em seguida, saí pelos fundos, que dava para o estacionamento privado e, posteriormente, encaminhei-me até minha casa com velocidade. Estava cansado, por isso, não reduzi a velocidade.
Finalmente ao estar em casa, talvez o plano superior prevendo minha chegada, gotículas grossas antecederam a uma torrencial chuva do lado de fora de minha casa, após trancar minha porta, despi-me de todas as peças indesejáveis, percorrendo o curto trajeto de minha sala até o banheiro — uma das vantagens de se morar sozinho. Enquanto a água cristalina irrompia cada ligamento rígido em meu corpo, permaneci por alguns instantes com os olhos fechados, apenas sentindo a água cair com força em minhas costas, os músculos pareciam tensos, porque a carga era insustentável, soava ingratidão, mas eu amava o que fazia, era só cansaço, cansaço demais. Ao menos uma vez eu precisava mentir para meu chefe — ou seja, não ser honesto — para poder usufruir de um descanso mental e físico. Ao sair do banho, com o cheiro aromático e cítrico do sabonete impregnado em meu corpo, que infelizmente não era um cheiro bom, porém minha prima, Juvia, não sabia fazer compras para um homem, então, ficar cheirando a mulher (embora provasse a “tendência homossexual” que meus amigos acreditavam que eu possuía) — isso por ainda não ter dado uns beijos naquela boca deliciosa de Erza —, já havia se tornado apenas detalhe, após muito implicar com as escolhas errôneas e tendenciosas de Juvia.
Por fim, no exato momento que saí do banheiro, ouvi discretas batidas em minha porta e, estranhando — uma vez que, de fato, apenas Juvia e, esporadicamente, Natsu viesse aqui (apenas com o tortuoso objetivo de me acordar e me chamar para beber, alegando que, se eu não saísse dessa casa, me tornaria irremediavelmente parte dela) —, vesti apressadamente uma cueca, bermuda e uma camisa larga por cima do corpo ainda molhado, abrindo a porta logo em seguida, deparei-me com algo um tanto quanto inusitado para uma sexta-feira ao término daquela maçante tarde em minha rotina: como um ímpeto, inesperadamente estava àquela ruiva de olhos imponentes, ensopada e com a metade de uma chave em sua mão, encarando-me. Era no mínimo uma situação questionável, resolvi não perguntar nada, ela quem dera início as explicações:
— Minha chave quebrou na fechadura... Tá chovendo demais, eu posso tomar um banho? — assenti um tanto nervoso, trincando o maxilar, ela sorriu em minha direção, erguendo a chave e denotando apenas a metade metálica reluzindo, o objeto comprimido entre seu polegar e indicador. Ela adentrou trêmula em minha casa, encharcada. Corri até meu quarto em busca de uma toalha para que ela pudesse parcialmente se secar, quando retornei ela continuava inerte no mesmo lugar, com frio. A temperatura era ambiente, mas suas roupas eram permeáveis, portanto era óbvio que a sensação térmica em seu corpo deveria estar bem baixa. Quando me aproximei, ela sorriu novamente, agradecendo-me pela tolha, contornei-a, direcionando-me até seus cabelos que pingavam fortemente no chão. — Ei, o que vai fazer?
— Torcê-los.
— Não, vai molhar... — mas antes que ela pudesse terminar a frase, torci os fios ruivos, escoando considerável parte de toda aquela água acumulada em seus cabelos, que, por sinal, pareciam bem mais bonitos desde a última vez que nos vimos, seus cabelos era um dos fatores que me enlouquecia. Ela se virou para mim, próxima e com aquele olhar analítico, ela empertigou-se dentro da tolha, convencionalmente fitando meus olhos, mais precisamente aquela tatuagem no meu olho direito, que mais se parecia uma marca de nascença, devido ao longo tempo a qual possuía. — Faz tempo que não nos vemos.
— É. — as monossílabas apenas abreviavam o que realmente eu queria dizer.
— Anda ocupado? — especulou, secando o rosto.
— O hospital tem me feito trabalhar bastante. Você também, não é? — inconscientemente, aproximei-me, alisando a pele de seus braços, em uma falha tentativa de aquecê-la.
— Bastante. — ela sibilou próxima demais; aquela proximidade perigosa alertou-me de que ela era minha melhor amiga de infância, portanto tratei de trocar de assunto, embora sentisse aquele formigamento nos lábios por mais de sua pele:
— Vá tomar o seu banho, prepararei algo quente pra você. — sorri, tentando ser gentil, tentando abolir aquela tensão predominante envolvendo-nos.
— Você vai vir? — engasguei instantaneamente quando suas palavras ambiguamente atingiram meus ouvidos, provocando alvoroço interno e confusão.
— O quê? — indaguei aflito, quando ela distanciou-se alguns centímetros.
— Você não disse que ia cozinhar? — ela emitiu uma risadinha baixa, mas sonora o suficiente aos meus ouvidos apurados, porém distorcidos. Ela afastou-se mais alguns centímetros, suficientemente para meu corpo se acalmar um pouco, minha respiração voltar ao sistema natural, e o sistema cognitivo ativo normalmente novamente, embora que ofegando, tentei transparecer maestria sobre as circunstâncias, entretanto a verdade era que, possivelmente, estava era querendo... Não! Jellal comporte-se! Volte à sua compostura, o que significa não cobiçar sua melhor amiga. Vamos deixar isso bem claro. Mas por que aquela camisa de linho nívea precisava estar tão justa e tão transparente em cada centímetro de seu corpo, principalmente à altura do colo? Obviamente para dissipar com todos os meros e míseros resquícios de sanidade ainda existentes em minha cabeça, que me enviavam entoadas notificações para evitar aproximação da Scarlet se quisesse permanecer ao menos uma pequena parcela “consciente”.
— Ah, sim. Eu vou. — expliquei-me pausadamente.
— Você parece... atordoado. — ela aproximou-se perigosamente novamente, massageando os meus ombros, ele encarava-me erguendo o rosto, enquanto apertava os músculos tencionando-se ainda mais, como se fosse humanamente possível alcançar aquele nível de nervosismo instalado e alastrando-se com ainda mais rigor em meu corpo, abrangendo linhas imaginárias. Tentei manter a calma, enquanto que, internamente, já não houvesse mais equilíbrio.
— Por favor, Erza. — sussurrei, clamando por continência de ambas as partes. Arfei quando senti a umidade de suas roupas se encostarem a meu peitoral, tampouco seco. Seus olhares ferozes penetravam sem impasses aquela barreira viável que tentava moldar arquitetonicamente a fim de afastá-la, porque acabaria perdendo o controle.
— O quê, Jellal? — ela desceu lentamente suas mãos curiosas para meu peito, comprimindo uma boa porção do tecido de minha camisa entre seus dedos, beijou delicadamente meu queixo, seguindo a linha do maxilar até a curva de meu pescoço. Instintivamente minhas mãos se deslocaram até seus ombros, apertando o local. Ela estava quente. Deveras quente. O que diferia sua temperatura de quando ela entrara aqui. Num gesto condizendo a meu estado afetado, apertei meus olhos, apenas recebendo silenciosamente as carícias, buscando por ao menos uma ínfima parcela de autocontrole e oxigênio, o que se tornou difícil quando ela induziu-me, empurrando-me sem remorso até a parede mais próxima, a fim de manter um contato mais afundo, apenas afligindo-me ainda mais.
Ao encostar-me fortemente contra a parede, ela rangeu os dentes, não se reprimindo em quebrar aquela distância entre nossos corpos. Eu parecia um asmático, mal conseguia manter um ritmo sem que fosse descompensado de minha respiração. Ela parecia enervada, queria que eu a tocasse, porém, eu não conseguia. Simplesmente articular um movimento básico em meu corpo era uma ideia longínqua e quase cômica. Pelo menos, como não me opus, ela pareceu entender meu recado de que poderia continuar. Ela invadiu minha camisa larga com suas mãos, arranhando a região de meu abdômen e tórax, passando a palma de suas mãos pela extensão trincada com suas ações, enquanto depositava milhares de beijos pelo meu pescoço, mordia, lambia com sucções severas. Não havia como estar mais nervoso, talvez realmente fosse gay, ou quem sabe só estivesse com medo de machucá-la? Por favor, que seja a segunda opção. Ela mordeu meu lábio inferior, despertando-me de meus infindáveis devaneios furtivos e desconexos, agregando ainda mais hipóteses patéticas e sem sentido; não iria afugentá-la, Erza sabia o efeito que surtia sobre mim, por isso, ao tentar afastá-la, sem sucesso, claro, ela pareceu notar — porque era perspicaz — algo que estava tentando esconder dela, mas que para mim já era uma regra:
— Tem medo de me machucar, Jellal? — ela perguntou, pousando suas mãos quentes sobre meu peito, enquanto minha respiração voltava não totalmente, porém gradativamente ao seu sistema regular, enquanto minhas mãos pousaram em seu quadril acentuado... A cintura fina era um atrativo sem dimensões, o que só desvirtuava-me, apenas disseminando ideias em minha mente.
— Eu só não quero machucá-la como já fiz tantas vezes. — ele sabia sobre o que me referia, realmente não queria feri-la mais uma vez.
— Jellal, você sabe que gosto de você. — ela disse, afirmando minhas expectativas. — Mas não só como meu amigo. — merda... — Quero algo mais... Tipo, transar, agora. — ela não estava brincando. — E, se você fizer merda e continuar sendo pessimista desse jeito, você nunca vai conseguir fazer nada, e só piorará as coisas, tá? — por que ela precisava ser tão incisivamente cortante? Porque eu merecia, claro. — Vou tomar um banho. Acho melhor você também ir... só que gelado. — ah, como aquele jeito despretensioso me intrigava e me encabulava também.
Ela afastou-se novamente, tentei ajeitar as coisas no pequeno e inicial volume em minhas calças. Ouvi o barulho da água esguichando, com ela no banho seria uma oportunidade para meu corpo voltar à ativa (não com relação à testosterona), no entanto com seu ritmo normal. Direcionei-me à cozinha, preparando rapidamente um chocolate-quente, já que ela tanto gostava da bebia, juntamente a um pedaço de uma torta que comprei para o café da manhã de hoje na geladeira, havia um generoso pedaço, portanto presumi ser oportuno, já que meus dotes na cozinha não eram, hã, formidáveis. Peguei algumas peças de roupas para que ela pudesse vestir — composta por uma camisa de mangas curtas, desproporcional ao tamanho seu corpo, a menor bermuda que encontrei naquele amontoado de peças, e, por fim, uma cueca, a menor peça intrínseca por ali —, já que, afinal, as suas roupas estavam completamente molhadas. Havia chantilly na geladeira, portanto preparei duas canecas da bebida quente, também preparando café e torradas com geleia de morando (ela tinha uma afeição estrondosa pela fruta e, tipicamente de uma policial: café), embora ela devesse ingerir a bebida umas cinco vezes ao dia.
Decidi alcançar as peças disponíveis para ela, acompanhadas por mais uma toalha, ouvi a água ser interrompida quando bati a porta. Ela abriu uma fresta da porta, revelando apenas seu rosto ruborizado, e o odor do sabonete que Juvia havia comprado incutido em sua pele, penetrando meu nariz. Sinceramente, o cheiro daquele sabonete ficava bem melhor em Erza, mesclado ao seu cheiro natural, só piorava minha situação. Ouvi um “o quê?” esganiçado atrás da porta e, então, Erza surgiu por inteiro, porém, enrolada na tolha de algodão branca; ela sorriu em minha direção, empunhando as peças em minhas mãos, evidentemente grata.
— Obrigado, o cheiro está bom. Você tem torta? — ela perguntou, porém, quando a mesma interpelara as palavras, fora difícil digeri-las a ponto de respondê-las instantaneamente como faria normalmente se ela estivesse vestida e eu em sã consciência. Limpei a garganta, percebendo que ela me provocava com aquele sorrisinho de canto, onde ela curvava ambas as laterais de seus lábios proeminentes, apenas a fim de importunar-me ainda mais com sua sensualidade genuína. Ela tinha aquela nada conveniente peculiaridade e aquele jeito ingovernável de ser que só dizimava com todas as minhas chances de autocontrole. Ofegante, deixei o caminho livre para ela passar, propagando seu cheiro pelos cômodos daquela casa, inclusive o vapor que ainda emergia do banheiro.
— Pode se vestir em meu quarto. — eu disse, direcionando-me até a cozinha. Subitamente, durante o trajeto, ela parou a minha frente, interrompendo meu caminho, segurando as peças de roupas contra seu colo. — O que foi? — perguntei assustado com sua atitude repentina (meu Deus, alerta gay!).
— Eu queria me despir em seu quarto. — talvez prevendo minha exaltação com seu comentário, ela acrescentou divertida com minha situação e as atuais conjunturas que se inseriam em tudo aquilo: — Estou brincando, você está muito nervoso.
— Não, tudo bem. — eu ri de leve, para com a finalidade de quebrar aquele gelo estabelecido entre suas piadas e minha não tão rápida percepção das sequências sugestivas de palavras que saíam naturalmente de seus lábios. — Você está com fome? Eu preparei algumas coisas.
— Tudo bem. — e então ela saiu novamente, já sabia o caminho para meu quarto, porque, apesar de ser uma residência confortável, era prática, isto é, uma casa pequena com cômodos essenciais para a sobrevivência de um homem. Erza morava em frente em minha casa, dividia o aluguel com uma amiga, que, inclusive, agora era atual namorada de Natsu, a Lucy. Quando Erza voltou, pensei que com minhas roupas, ela iria desestimular minha situação desagradável masculina... Só que ela conseguia ficar ainda mais sexy vestindo roupas largas! Meu estado era deplorável, não havia jeito algum de voltar à minha monotonia interna. Os cabelos úmidos e desgrenhados colavam alguns fios em sua testa, o rosto sério, enquanto secava o pescoço com uma das tolhas disponibilizadas. Ela olhou-me sentado em um dos bancos giratórios em frente à bancada com a curta variedade de alimentos disposta, observando-a atentamente compenetrado. Ela se voltou para mim, andando em minha direção e sentando em um dos bancos estofados. Primeiramente ela pegou uma das canecas com o chocolate-quente, supus previamente que seria a primeira coisa que ela iria querer: — Obrigado por tudo. — ela agradeceu, bebericando a bebida, apreciando o gosto. Eu também sorvia da bebida, que realmente estava aprazível.
— Não precisa agradecer e, aliás... — curiosamente decido perguntar o incidente com a outra metade de sua chave: — O que aconteceu afinal com a sua porta? — ela sorriu.
— A porta não quis abrir. — olhei-a sugestivamente sorrindo de canto, inclinando um pouco a cabeça para o lado. — O quê? É sério. Mas de qualquer forma ela terá que abrir. Já é a terceira porta em três meses. — ela brincou, prosseguindo a beber e comer algumas torradas. — Eu só queria descansar até meu turno pela manhã.
— Você pode dormir aqui. — sugiro despretensiosamente, é claro que apenas fiquei calmo e tranquilo durante sua presença após proferir tais palavras por um interino período de tempo, por quê? Bem, porque senti o olhar dela e, vinculado a isso, seus inseparáveis sorrisos constantes excepcionalmente hoje. Ela geralmente sorria, mas sempre assumia um posicionamento sério em sua profissão, por isso estranhava seu comportamento como a Erza que conhecia, após vê-la tantas vezes fardada com sua couraça inquebrável e inexpugnável, ela era uma líder extremamente profissional em sua área, era uma policial bastante conceituada e afamada, também bastante intimidadora. — Não, é sério. Você pode ficar... sem segundas intenções.
— Jellal, você sempre me respeitou. — ela concluiu, após alguns instantes em silêncio, talvez absorvendo minhas explicações. — Até mesmo nos momentos errados.
— Errados?
— Sim, errados. Como, por exemplo, você negando as minhas segundas intenções? — ela me pegou de surpresa, sabia do poder aquisitivo sobre mim, de uma hora para a outra ela quem comandava e manuseava a situação, não que eu já tivesse tido a oportunidade de exercer qualquer tipo de execução em algum de nossos paradoxos contundentes. — Eu tenho algum problema? — ela aproximou seu banco de mim, virando-me para ela sobre o banco giratório possibilitava-me a privilegiada visão panorâmica de seu rosto, a visibilidade de seus olhos marrons em contraste à pele em um tom tão sublime, que era difícil discerni-lo. Ela era bonita. E... extremamente gostosa dentro daquelas roupas maiores que seu corpo. Seus olhos pareciam me fuzilar, e eu não tirava sua razão em duvidar de meus sentimentos, afinal estava contradizendo-os com minhas reações de um virgem sem progresso. — Jellal é inadmissível que você não fale. Você já passou muito tempo sem falar. — ela pairou sua mão sobre minha perna esquerda, enquanto seus olhos impérvios percorriam-me, analiticamente plácidos.
— Erza, eu sinto muito. Estou agindo como um babaca com você.
— É só isso? — ela me encarou mortífera, uma veia era visível em sua testa. Ela queria mais.
— Você sabe que eu gosto de você.
— Então por que não está aproveitando todas as chances que estou te dando?
— Porque não quero estragar tudo.
— E se eu quiser que tudo desmorone? — ela me olhou, incrédula. Seu rosto adquiriu certa mágoa ao dirigir-me as seguintes palavras: — Eu... Por todo o tempo que você sumiu, eu... eu me preocupei com você, ainda me preocupo com você. Desde o momento que você inventou uma noiva falsa para me afastar, até todas as vezes que me rejeitou, e agora quero entender o porquê da sua infantilidade. Eu não entendo Jellal. Você pode me explicar? — ela não estava contente com meu comportamento, suas feições condiziam ao seu estresse com o cenho franzido, particularmente eu não possuía as respostas que ela tanto cobrava.
— Foi necessário. — eu disse depois de um tempo, quando ela ousou levantar-se descrente e suspirando, levemente segurei seu cotovelo, trazendo-a para perto novamente. — Eu gosto demais de você. — aproximei meu rosto do seu, senti seu corpo estremecer-se com meu toque, o descontrole estava apoderando-se de meu corpo já sem um pingo de sanidade. — Você tem me tirado do sério há muito tempo. — retirei um tentáculo fugitivo de seus cabelos que estava me intervindo de ver melhor as órbitas sobressaltadas a visualizar meus passos posteriores, sentindo o cheiro inebriante dos fios, acoplando-os atrás de sua orelha novamente. Lentamente, ao sair do banco, obviamente uns vinte centímetros mais alto, fora o bastante para meu enfoque pousar em seus lábios: — Tocar nesta sua boca. — rocei meus lábios em seu maxilar, mordiscando e puxando levemente a área, quando a ouvi suspirar com mais sonoridade, ofegando; ela estava concentrada em alguma coisa atrás de mim: — Te dar uns beijos... — sussurrei ao pé de seu ouvido, mordiscando o lóbulo de sua orelha; arqueando as costas e cada músculo sensível em seu corpo, ela arrepiou-se, invadindo novamente minha camisa, arranhando toda a extensão, sem sentir pena ao fincar suas unhas por ali.
Já totalmente fora de mim, segurei ambas as laterais de seu rosto, iniciando um beijo totalmente urgente e estupefato; sem percebermos, já estava conduzindo-a e empurrando-a até o sofá, ela sentou-se desajeitada no braço do sofá, enquanto o beijo continuava: pressionávamos nossos lábios com urgência, explorávamos todos os cantos de nossas bocas, respirávamos nos curtos intervalos de tempo que ocorriam com pouca frequência, os movimentos apenas surgiam, sem precedentes e com pressa. Fugaz, retirei por meus braços aquela incômoda camisa que estava atrapalhando-a de arranhar-me com mais furor. Sem a peça, ela sorriu em minha direção, retirando sua/minha camisa, isto é, a peça que ainda garantia-me lucidez... Ou talvez fosse só uma ilusão daquela ideia de “lucidez” que sempre alimentei possuir. Minhas mãos apertaram seus ombros, inclinando-a para trás, a fim de deitá-la no não tão espaçoso móvel. Quando meu corpo já estava sobre o seu, amassando seus seios fartos, ela gemeu gostosamente próxima ao meu ouvido; desviei-me um pouco de seus lábios, indo em direção a seu pescoço, mordendo a pele enquanto meus beijos trilhavam toda a curvatura de seu pescoço, ela garantiu-me mais acesso ao virar a cabeça, trilhando uma sinuosa linha de mordidas nada súteis, que, provavelmente, ocasionariam boas marcas em sua pele extremamente macia e nívea.
— Vai render marcas. — ela sussurrou ofegante bem perto de meu pescoço, achei que explodiria apenas com sua respiração malograda e audível em contato a uma região além de sensível e estratégica para suas provocações (isso porque ela já conhecia o ponto) em meu pescoço.
— Roupas de frio são eficazes para esconder. — brinquei com o timbre mais rouco que o normal em seu ouvido, depositando um beijo próximo ao lóbulo de sua orelha, logo abaixo era um ponto que, basicamente, tinha mais sensibilidade, portanto, optei por deixar uma marquinha singela, porém considerável por ali, com uma sucção um pouco mais intensa. Compulsivamente, agarrava sua cintura com uma mão, a outra percorria uma de suas coxas, com suas pernas entrelaçadas em torno de meus quadris. Beijei sua clavícula exposta, quando meus dedos encontraram o fecho da peça que ainda cobria os seios amassados contra meu peitoral, peça essa que, por sua vez, era rendada, mas reforçada na área, afinal Erza era bem privilegiada, “bem dotada”; o sutiã estava úmido por causa da chuva que pegara (provavelmente ela deveria ter posto apenas para não causar mais constrangimentos)... Talvez, talvez. Embora fosse uma peça muito bonita, sexy, era um estorvo facilmente descartável, por isso, logo tratei de retirar lentamente, conforme a peça soltou-se de sua pele, as alças caíram, deslizando por seus ombros. Atirei longe a peça, podendo usufruir da visão, o rosto jocoso e, ao mesmo tempo, corado da ruiva.
Aflito, não perdi tempo: massageei um seio em uma mão, enquanto meus dentes brincavam com o bico totalmente rígido de seu seio (o que incluía chupar, morder sutilmente e deixar mais sucções por ali), depositei beijos no vale entre seus seios, mordendo sua barriga, próximo às suas costelas. Não demorei muita na área, ela arranhava e gemia com veemência, arqueando as costas, o que estava deixando-me louco. Ela percebeu o volume em minhas calças, talvez por isso tenha resolvido brincar um pouquinho. Ela fez-me sentar-me, enquanto suas pernas deslocavam-se as laterais de meu corpo, a fim de sentar-se em meu colo, seu corpo quente encostando-se a mim, conforme seus lábios não se reprimiram em brincar com minha orelha: mordia o lóbulo, lambia a pele, concentrava-se mais nas inúmeras áreas específicas que me provocavam arqueadas nas costas, tamanho era o prazer em atrito dentre nossos corpos. Ela voltou-se para meus lábios, espalmei minhas mãos em sua bunda ainda coberta pela bermuda masculina, ainda mais justa devido à sua posição. Aproveitando-me de nossas posições, segurei em suas coxas, erguendo-me com a ideia de levá-la até meu quarto; o caminho não era íngreme, no entanto, com seus beijos espalhando-se por toda a extensão de meu pescoço, ombros e o rosto tornava difícil meu percurso até a cama. Depositei seu corpo sobre a maciez do colchão, conforme seus dentes agarravam minha orelha, resultando em um prazeroso revirar de olhos, já consumado pelo prazer que sua boca me proporcionava.
Por sua vez ela virou nossas posições, ficando sobre mim, ela deitou-se sobre mim, primeiramente beijando minha clavícula, depois percorrendo um trajeto de todo meu peitoral, tórax e abdômen sem quebrar nosso contado visual, meus dedos embrenharam-se em seus cabelos grossos e ruivos, emitindo gemidos baixinhos e oprimidos, minha respiração era entrecortada, falha e dispersa, para piorar minha situação, suas unhas encravaram-se em meu peitoral, com a outra mão desfazendo o botão de minha bermuda, logo em seguida o zíper também. Ela conseguiu abaixar a bermuda até à altura de meus joelhos, pedindo-me para retirasse o resto, não me prolonguei a tirá-la por completo com a ajuda dos pés, agradecendo aos céus por estar vestindo uma cueca.
Não a poupei por um segundo, tocando em lugares precisos, protelando um pouco o ato real porque queria que ela desfrutasse das sensações inimagináveis e as provocações que ela fizera-me sentir por todos esses meses; sim, ela provocava-me ao âmago, merecia agora movimentos, embora que com exatidão, que retardassem o real contato. Retirei lentamente a bermuda que ainda a revestia, com ela empertigando seus dedos em meu couro cabeludo, em uma fração de segundos depois, comecei a beijar o interior de suas coxas, tocando lentamente em ponto frágeis que a vulneravam — estava surtindo o efeito desejado felizmente.
Meus dedos adentraram sua/minha cueca sentindo a umidade no pano em meus dedos, enquanto meus dedos trabalhavam naquela região, ela arqueava as costas, puxando meus cabelos possessivamente, tirei a cueca, arrancando-a e escutei um gemido alto, praguejando. Seus olhos entreabertos me estimularam a prosseguir com os toques, minha língua brincou naquela área, enquanto apenas um dedo a penetrava: introduzi-o com maestria e velocidade conforme ela rebolava sobre meus dedos, sentindo o líquido incolor banhar meus dedos, quando ela alcançou o primeiro ápice naquela noite em um gemido alto, arfante e atônito. Meus lábios foram de encontro aos seus com o seu gosto, ela estava ofegante, portanto sua respiração batia com ocorrência em minha boca, tornando o beijo ainda mais interessante, ela já não conseguia mais diminuir a constância de seus gemidos. O beijo não se estendeu, ela queria mais. E eu também queria, não iria mais conseguir procrastinar a pulsação dentro de minha cueca. Ela massageou o membro por cima do tecido minuciosamente, enquanto meus olhos se reviravam sentindo seus dedos pequenos, no entanto quentes, mexendo naquela região sensível.
Ela suplicava por mais, mexendo na barra de minha cueca. Pude sentir o gosto metálico em meus lábios, devido à força que a mesma imprimira em seu próprio lábio inferior quando os mordeu, durante minhas ações anteriores. Meu corpo estava em êxtase, coagindo-me a desistir de meus planos de provocá-la. Suas pernas em volta de mim apertaram-me mais, enquanto retirei a última peça em meu corpo, eu sussurrava palavras sórdidas ao pé de seu ouvido, ouvindo sua risadinha inundar meus sentidos pouco racionais momentaneamente, dissolvendo-os. Pesquei um preservativo na última gaveta de meu criado-mudo, achando-o em meio há tantos papeis. Meu corpo se arrepiou quando ela pegou o saquinho de minhas mãos, sorrindo em minha direção e, com cautela, ela colocou-o, instintivamente joguei minha cabeça para trás, pois, até alcançar seu objetivo, que era meu membro, suas unhas deslizaram por cada gominho tenso em meu abdômen, arranhando a extensão relativamente definida e nitidamente contraída por causa de seus toques; minhas pálpebras se apertaram, arqueando e flexionando os músculos de minhas costas; meus braços sustentavam meu peso sobre ela, mas a proximidade ainda era excitante.
Com volúpia e sem vestígios de sanidade dentro de mim, os únicos sons que ricocheteavam às paredes eram nossos gemidos e os sons reproduzidos da força e voracidade que as estocadas eram impressas. O suor percorria nossas peles ao cairmos ofegantes em um único gemido de prazer, ao findarmos a primeira foda aquela noite. Nossos corpos, todavia cansados pelo ritmo, porém, pareciam necessitar dos toques, dos beijos, daquela enigmática sede que nos acercava. Seus lábios tinham gosto a morango, morango porque seus cabelos e sua boca me lembravam da fruta. Definitivamente Erza havia despertado algo como uma incógnita a se decifrar dentro de mim.
[...]