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Mercadoria
Hades disse com muito entusiasmo:
_Hoje é um dia para se relembrar, Poseidon, Atena e eu estamos enfim reunidos, debaixo do mesmo teto, para discutirmos sobre com quem a terra irá ficar. E não vou esconder que gostaria de que você, Poseidon, fizesse uma pequena limpeza na terra com sua chuva torrencial, para que então nós decidíssemos os resultados finais.
Aplausos.
Poseidon, um sujeito muito bem apessoado e atraente, sorri e diz:
_Na verdade, não estou interessado em me unir a você Hades, afinal, seu exército é muito numeroso comparado ao meu e o de Atena. Mas, se ela aceitasse... a minha mais cordial presença na vida dela...
Sofia encarou Poseidon com desaprovação, o Grande Mestre se aproximou dela e colocou a mão sobre o ombro dela, lhe transmitindo mais firmeza.
_Nós que desejamos o bem da humanidade, jamais iriamos tolerar uma aliança que no final visasse resultados catastróficos. Podemos não ser numerosos como o exército de Hades, mas, preferimos enfrentar de frente tudo, pelo bem na terra.
Pandora, que estava próxima de seu senhor Hades analisou com desdém:
_Um sobrevivente da guerra santa anterior não deveria estar aqui dando palpites. Afinal, você está ultrapassado e velho.
_Só o tempo confere sabedoria, Pandora, muito me surpreende que desde os tempos mitológicos Atena tenha vencido Hades e este nada aprendeu durante séculos.
Silencio.
Um homem magro, de cabeleira ruiva e rosto sardento, se aproxima de Poseidon, ele tinha um olhar frio e cruel, um sorriso ligeiramente sinistro...
_Eu, Thierry de Sirene, conselheiro direto de Poseidon, venho dar minha opinião sobre o impasse. Pelo visto ninguém quer ceder diante de alianças, então, vamos deixar em aberto, que ninguém se descuide. Meu senhor Poseidon, vamos fazer o elemento surpresa, podemos atacar Atena ou Hades, quem poderá prever isto?
Hades olhou Sofia e disse com certa serenidade na voz:
_Sofia, os dias em que você admirava as rosas do meu jardim chegou ao fim. Com as mesmas eu irei enfeitar o teu tumulo. Com minhas rosas eu irei dar ao mundo a fragrância do sono eterno.
_Então este é seu plano, Hades, utilizar os conhecimentos da família de Galen para destruir a humanidade. – disse Amor se aproximando, aplaudindo. – Eu realmente fiquei curioso em como vai conseguir isto, eu adoro plantas, se eu não fosse comprometido com Atena, iria lhe ajudar a criar um biótipo fantástico, mas como não posso. Garanto que vou destruir qualquer planta suspeita.
Hades encarou Amor friamente, e logo o cavaleiro de peixes se tornou a atenção no salão, mas ele pouco se importou, cruzou os braços e sorriu confiante, não estava se importando nem um pouco com o que poderiam pensar dele, Sofia o observou e sorriu sutilmente, ela admirava o jeito de seu cavaleiro agir.
Hades disse em um tom soturno:
_Bem, eu vou acatar a ideia do general de Poseidon, vou adotar o elemento surpresa! Como o cavaleiro disse, sim, eu vou presentear o mundo com uma planta poderosa, mas ainda não vou dizer qual será esta... então, espero que todos aproveitem a festa, espectros, marinas e cavaleiros. Amanhã a guerra começa, onde? Quem poderá responder...
Pandora se aproximou de Sofia, esta mulher de cabelos negros, vestida elegantemente num traje sedoso que combinava com seu liso e longo cabelo, tinha um olhar de ódio para com Atena.
_Eu mesma irei me certificar que sua cabeça será entregue ao senhor Hades.
Virou-se e saiu.
Galen se aproximou de Sofia e lhe disse nostálgico:
_Espero que você e Kouga possam vir colher minhas flores.
Por um breve momento, o Grande Mestre se sentiu tentado a atacar Hades, era a chance perfeita, poderia extrair sua alma com um talismã abençoado por Atena, que trouxe consigo na manga da sua vestimenta. Mas se controlou, poderia colocar a vida de Sofia em risco. Amor encarou Sofia e sorriu.
_Ele com certeza vai tentar utilizar plantas para acabar com a raça humana. Isto está meio obvio, afinal, é a especialidade desta família, cujo jovem Galen faz parte. Vou tentar me manter informado, pro caso de precisarmos de um veneno para contra atacar.
Quando o vento gélido da meia noite se alastrava por todo santuário, o cortejo de Atena havia chegado, Kiki e Gembu receberam ela com reverencias. Mirfak e Ennead se despedem e vão para a vila, descansarem em uma morada que dividiam junto de outros cavaleiros de prata.
_Mestre, estamos com um problema sério no santuário. – adiantou Kiki.
Sofia ficou subitamente preocupada. Gembu prosseguiu:
_Temos um traidor no santuário Grande Mestre, ele parece que finalmente se revelou.
_E quem seria?
_Fudou de virgem, o cosmo dele desapareceu repentinamente, acreditamos que tenha se unido ao inimigo. Atena, me permita vigiar teu aposento. – diz Gembu preocupado.
Sofia sorri serenamente.
_Kiki, Gembu. Está tudo bem vocês não precisam se preocupar, devem descansar o máximo possível, amanhã tudo será incerto. A guerra vai começar, não precisam se preocupar com Fudou.
Kiki e Gembu encaram Sofia com temor, ela estava com um sorriso muito doce no rosto, demonstrando não estar se preocupando nem um pouco com o que o cavaleiro de virgem estaria fazendo, mas...
_Mas por que?
Sofia olha em direção a casa de virgem e uma recordação lhe aflora, há muitos anos quando ela ainda estava naquela ilha aos cuidados de Isis, o Grande Mestre ia regularmente visita-la, e certa vez, um homem vestido tão simplesmente estava em companhia do Mestre. Ele estava sempre de olhos fechados, e Sofia tinha curiosidades sobre o motivo e a razão pela qual ele estava sempre transmitindo serenidade. Fudou acabou sendo interpelado por Sofia sobre estas questões e ele disse que a guerra era iminente. E que este era o destino dos cavaleiros, não havendo razão para desespero. E no dia que chegasse a hora dele cumprir seu dever, iria abrir os olhos e queimar seu cosmo para proteger Atena. Então, Sofia sabia no fundo de seu coração, que o súbito movimento na casa de virgem tinha um motivo planejado.
O Grande Mestre diz:
_Vamos, amanhã tudo será incerto.
Algumas horas após o amanhecer, e a brisa do sol começar a secar as plantas sutilmente molhadas pelo orvalho, em um bosque não muito distante do santuário, rosas cresciam em abundância. E uma garota estava a colher cuidadosamente alguns botões mais vistosos. Sendo o início da guerra, era dia de oferecer rosas como um respeitoso ritual aos cavaleiros que lutariam, dariam suas vidas no combate. A garota tinha os olhos castanho escuro e o cabelo de mesma cor, ondulado e cumprido, solto e beirando a cintura. Ela trajava um vestido branco que alcançava os joelhos, em seu rosto claro, havia um sorriso despreocupado, as lufadas de vento lhe fazia rir, sentir arrepios. Mesmo estando ali sem preocupações, tinha de voltar logo para a vila, já não era mais seguro ficar perambulando além das fronteiras. E disto ela teria absoluta certeza, pois uma risada cortou o ambiente agradável e fez a tensão cair com um peso instantâneo, deixando a garota assustada.
_Tem alguém ai?
A garota observou as arvores em sua volta, o vento cessou, temerosa, resolveu se retirar em passos pequenos, as mãos tremiam, ela sentia um mal inevitável se aproximando, espreitando suas ações, iria atacar... imediatamente! A garota caiu sentada quando uma forte rajada de vento veio pela esquerda e a fez perder o equilíbrio.
Não era um cavaleiro, jamais seria, julgou a garota, aquela armadura negra, de um brilho fosco e enigmático, só poderia se tratar de um espectro...
_Finalmente te encontrei. Eu sou Josh de Hanuman a estrela celeste da habilidade.
A garota estremece, e aos poucos se ergue.
Josh era um rapaz de media estatura, tinha o cabelo escuro e os olhos muito atentos, parecia se tratar de um caçador em potencial.
_Bem como o mestre Hipnos relatou, você tem um cosmo diferente das pessoas comuns, acredito que vou receber uma bela promoção. Consegui um trunfo tão importante e nem tive de perder tempo com os cavaleiros de Atena.
Um riso sarcástico emerge junto de algo que passa voando em alta velocidade, Josh observa e então se dá conta de que uma rocha vem voando em sua direção. Rapidamente o condutor salta de cima e o espectro salta para evitar ser acertado.
_Quem é você?
E rindo, se aproxima alguém.
_Sou Miguel de Cães de Caça. Um cavaleiro de prata.
Josh ri.
_Vejam só, enviam um cavaleiro de baixa patente para me enfrentar, mas que descaso.
Miguel se aproxima da garota e à analisa, como se estivesse diante de um produto valioso e diz:
_Então é a tal garota, estive te procurando por um bom tempo! Meninas sempre dão trabalho, escute bem, vou te levar para o santuário.
A garota encarou Miguel com certo medo.
_Não me olhe como se eu fosse o vilão aqui sua pirralha!
Josh intervém:
_Chega de perder tempo falando, você não vai levar a garota a lugar algum, pois irei te derrotar neste exato momento.
E elevando seu cosmo, Josh salta alto e dispara um poderoso golpe:
_Desejo dos espíritos!
Inúmeras almas sobem ao céu e se unem ao cosmo de Josh e quando ele dispara seu ataque, inúmeras rajadas de poder reluzente avançam em uma velocidade grandiosa, Miguel então ergue uma barreira feita com terra do solo e ela resiste ao ataque com precisão, mas não por muito tempo, obrigando o cavaleiro a agarrar a garota e saltar para longe, antes de uma explosão destruir o local que estavam.
_Maldito, então escapou, mas agora não irá! – afirma Josh.
Miguel pisa no solo furiosamente e isto intriga Josh, que pensou numa investida veloz, mas acabou sendo surpreendido quando uma tremenda rocha emerge do solo e o lança para longe. E num salto ágil contra seu oponente, Miguel grita:
_Canino assombroso!
E elevando seu cosmo a um grandioso nível, ele desfere um chute poderoso contra o peito de Josh, trincando a sapuri e o arremessando violentamente contra o chão, fazendo com que o choque do impacto ferisse gravemente o espectro, que cospe sangue.
Josh se levanta com dificuldade e murmura coisas de que não será derrotado, ele não estava disposto a se entregar, e com esta resolução, começa a elevar seu cosmo e grita alucinado que irá destruir o cavaleiro de prata, furioso ele se posiciona diante da imagem ilusória da estrela celeste da habilidade e prepara novamente seu ataque, Miguel sente uma tremenda concentração de energia, temendo ser derrotado, ele eleva seu cosmo.
_Atena! Meu cosmo! Eleve-se ao máximo!
_Desejo dos espíritos!
_Grandioso final, presa de pedra!
Quando as inúmeras rajadas de energia avançam, Miguel golpeia o chão e inúmeras rochas pontiagudas se elevam e avançam, muitas acabam sendo destruídas pelo golpe inimigo, mas conseguem atingir em cheio Josh. Porém, Miguel também é acertado e mandado para longe. Ambos caem, a garota socorre Miguel de imediato, mesmo ferido, ele se levanta ainda que cambaleando e diz:
_Ainda não... acabou...
Josh se ergueu, com muitas dificuldades, deu passos involuntários e começa a rir, seus olhos tinham um brilho vago...
_Eu te parabenizo... cavalei... de caça... Mig... mas, nós somos...
Josh cai ao solo, sua sapuri se despedaça, Miguel fica intrigado e se agarra contra a garota e à faz avançar servindo de escoro pra ele.
_Vocês o que...
Miguel e Josh trocaram um olhar profundo, de verdadeiros guerreiros, porem...
_Nós somos imortais. Em breve eu voltarei...
E silencia-se, Josh morre.
Imortais? Miguel tinha escutado algo vindo de um cavaleiro de ouro, impossível, se isto fosse verdade, os cavaleiros de Atena seriam massacrados!
_Vamos Cassandra, o mestre precisa saber disto.
_Como sabe meu nome? – pergunta a garota curiosa.
Miguel sorri fragilizado.
_A garota capaz de prever o futuro, não somente Hades te procura, mas logo Poseidon, vamos voltar, você é uma mercadoria valiosa.