Capítulo 47

Ikki ficou aos cuidados do adolescente, enquanto o loiro dava uma saída para um atendimento na emergência. Uma hora depois, o garoto parecia que dava sinais de que estava despertando. O veterinário estava ao seu lado lhe fazendo algumas carícias em seus fios lilases. Neste momente, o legista entrou em sua sala e pegou a cena.

- É uma pena eu não ter uma máquina fotográfica para registrar esse momento fofura do veterinário complicado.

- S-Shaka? Eu não sou complicado. Você que não soube como eu o amei e ainda amo.

- Desculpe Ikki, mas o que tivemos acabou. Foi lindo enquanto durou. Infelizmente nem tudo é para sempre. E quando foi que ele acordou? - Shaka caminhou até o menor para examiná-lo melhor agora que estava despertando.

- Acabou de abrir os olhos. Ele ainda não disse uma palavra. Mas voltando ao que me disse, para de tentar ser meu psicologo loiro. Isso nunca deu certo.

- É verdade. Nunca deu certo, mas pelo que eu saiba, você tentou seguir cada conselho meu. - Sorriu.

- E-eu... Bem... Certo é verdade!

- Viu?! Você tentou seguir cada conselho que lhe dei! Agora vamos ver como esse moçinho está! Muito bem Mu... Preciso que tente se lembrar onde estava, com quem estava e o que fizeram!

- Ei Shaka... Não acha que é pedir muito pro garoto? Ele deve estar sob o efeito do medicamento que usou e também entorpecido pela droga!

- Eu sei! Mas preciso saber se ele ainda tem algum sintoma alucinógeno.

- Hmm... M-minha cabeça e-esta rodando... O que houve Shion?

- Shion? Tem certeza de que meu nome é Shion? Preste atenção em minha voz, pequeno. Não sou o seu irmão!

- Dohko? N-não... Shaka? - Sua voz saia muito baixo.

- Isso! Sou eu! Agora preciso que se esforce. Tente lembrar o que aconceu. Eu sei que é difícil, mas reciso que tente. Porém não precisa ser agora! Ikki me faça um favor? Ligue pro Genbu e avise que ele acordou... E em seguida, avisa a família por favor! Vou ver se consigo um pouco de comida para ele.

- Certo. Me dê o número.

- Ora... Você tem a senha do meu celular! E não me faça essa cara! É sério! Ligue. Eu já volto!

- Ceeeeerto..vamos ver... - Ikki começou a procurar o número do ruivo. - Achei!

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Genbu ainda andava de um lado para o outro. Os gêmeos já tentaram de tudo para acalma-lo mais de nada adiantava. O ruivo ainda tinha as palavras daquele jovem em sua mente e estava lhe consumindo aos poucos. Ainda não conseguia acreditar que Mu estava marcado para morrer.

- Eu não me conformo! NÃO ME CONFORMO! Como é que um adolescente feito o Mu esta jurado para morrer assim sem mais nem menos?!! EU NÃO ENTENDO!

- Mantenha a calma! Ficar agitado assim não irá resolver nada!

- Saga... Desculpa eu não consigo me acalmar! Tenho um caso difícil em minhas mãos e até agora não consegui nada! Nada!

- Também um caso complicadíssimo em minhas mãos, ruivinho! Ainda não saímos do zero naquela maldita casa! O quebra cabeça não se encaixa! Temos uma quadrilha foragida desde a ´´epoca do assassinato dos pais daqueles três, uma casa que tenta revelar as coisas devegar, a morte suspeita de Tétis, a que fora noira de Milo e agora esse garoto drogado. E também algumas cartas anônimas!

- Como assim cartas anônimas? Será que posso dar uma olhada?

- Claro, mas porque justo agora?

- Por que pode ser a mesma ou as mesmas pessoas que estamos procurando!

Os gêmeos olharam para o ruivo com estranhamento. Mas mesmo assim o gêmeo mais novo entregou as cartas para o advogado. Genbu pegou as folhas, mas seu celular tocou. Ele pediu desculpas e atendeu.

- Pois não!

- Genbu? É o Ikki. Shaka pediu para te ligar e informar que o garoto acabou de acordar.

- Mu acordou? E como ele esta?

- Diz que esta com a cabeça girando. Não reconheceu o loiro em imediato. Mas se concentrou e conseguiu lembrar de Shaka. O indiano pediu para que ele fizesse um esforço para se lembrar do ocorrido naquele galpão. Porém ele parece muito assustado para lembrar de alguma coisa.

- Essa droga vai deixa-lo assim “aéreo”. E confuso!

- Já estou sabendo! Bom preciso informar a família dele e...

- Não se atreva a comunicar com a família ainda!

- Como não? O irmão dele precisa saber que ele esta bem! E que esta aqui.

- Eu sei disso. Deixa que eu informo meu primo. Converso com ele se deve ou não informar ao Shion! Mas eu agradeço pela informação.

- Certo. Preciso delisgar. O garoto não parece esta bem. Até mais Genbu!

- Até!... - Desligou o aparelho telefônico.

- Desculpe. Ao menos uma preocupação a menos. Mu acaba de acordar. Ainda esta meio “aéreo”, mas pelo que tudo indica, esta bem.

- Menos mal.

Genbu começou a analisar as cartas e reparou bem na caligrafia. Já havia visto essa mesma letra quando cursava a faculdade de direito. Ele ficou branco. A pessoa que escrevia nunca assinava as cartas. Porém ela estava escondida por entre as linhas.

- Já sei quem as fez. Procure nos registros alguém chamado de “Hades Demian”.

- Como assim? Você esta louco? Não há nenhum “Hades Demian” nos arquivos!

- Apenas procure! E tente achar sua assinatura! A caligrafia é a identica!

- Você só pode estar ficando louco! Hades Demian é o presidente da Grécia! Não tem como ele estar envolvido nesse esquema.

- Saga... Vamos olhar. Não custa nada! - Disse Kanon já ocupando o lugar de Saga em sua cadeira na frente do computador. - Vamos procurar por esse homem! Mas uma pergunta que não quer calar... Ao menos para mim. Como você sabe que a caligrafia é dele?

Genbu não disse nada. Apenas começou a dobrar a folha de várias formas e sempre mostrava aos dois. Nunca dava um nome próprio ou de algum lugar. Mas assim que dobrou para formar esse nome, sempre dava certo.

- Vê? Acho que temos um suspeito agora! Shion ainda tem muito o que explicar para vocês e para mim! Há mais mistérios envolvendo esse assassinato. E me parece que fora “queima de arquivo” e muito mal sucedida! Pois temos sobreviventes! Temos três sobreviventes!

- Mas como assim? Hades Demian não conhece a família deles.

- Será? Não sei se vocês reparam, mas naquele dia em que os três foram na casa, eu fiquei com o Kiki... Mas assim que tive uma opotunidade, fui até a casa. E encontrei uma coisa interessante. Um foto dos pais daqueles três e uma terceira pessoa. - Retirou a foto de uma pasta que trazia consigo e mostrou aos demais. - Veem? O moreno ao lado é nada mais nada menos que Hades Demian! E como já sabemos, o pai deles, fazia parte dessa quadrilha! E já disse que isso parece ser encomendado! Mas a parte da tortura e do estupro da mãe e dos filhos não encaixa nesse quebra cabeça. Onde está Milo?

- Ele deve esta por ai... Com o Camus. Resolvendo alguma coisa.

- Preciso deles agora! É importante.

- ACHEI! Achei tudo sobre esse Hades Demian! E a caligrafia é a mesma!

- BINGO!

- Escuta maninho, porque você não vai atrás dos dois? Eu vou ficar em seu lugar procurando mais algumas coisas sobre o nosso novo suspeito!

- Hump!! Tudo bem!

Saga saiu pela porta, procurando pelo grego mais novo e seu parceiro. Ele os achou na sala um pouco mais afastada apenas conversando.

- Milo preciso que venha comigo agora! É sobre Tétis que quero falar com você!

- S-sobre a minha noiva? O que quer falar desse episódio trágico em minha vida? - Disse um Milo triste em ter que relembrar do assassinato da noiva.

- Milo tem algumas coisas muito estranhas que estão acontecendo! Esse assassinato deve ter sido queima de arquivo. Assim como no assassinato dos pais dos nossos irmãos!

- V-você disse... Q-queima de arquivo? Tudo bem1 não gostaria de reabrir esse caso mas se for para unir as peças do nosso quebra cabeça eu faço de bom grado!

- Muito bem , Milo! Eu sei que ruim para você relembrar disso e não se esqueça: eu estarei ao seu lado.

- Certo! Obrigado Camus! Agora vamos. Quero acabar logo com isso.

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Shaka voltava para seu consultório trazendo u pouco de comida para o menor. Assim que entrou em sua sala, deparou-se com a cena mais linda que poderia ver: Mu estava sentado em sua cadeira e brincava com o cachorro, que não saia de perto de si. Ikki apenas ficava de olho nas reações do adolescente que nem percebeu que o loiro entrava em sua sala.

- Quando foi que ele se levantou sem a minha permissão?

- Ahh.. Shaka!!! você quer me matar do coração é? - Colocou a direita em cima do peito sentindo seu coração quase saindo garganta a fora. - Ainda bem que não sou cardíaco!

- Por isso te assustei. Mas me diga, quando foi que ele saiu da maca sem miha permissã?

- Não me diga que necessidades biológicas precisam de permissão? Ora essa loiro... Dá um tempo! Ele apenas queria ir ao banheiro! Acabou de voltar e viu o Átila!

-Humm... É só isso mesmo? Mu você esta bem?

O menor apenas sacudiu a cabeça num sinal mudo de afirmação. Agora ele queria ver aquele peludo de olhos amendoados que o encaravam numa pureza enorme.

- Mu eu lhe trouxe um pouco de comida! Venha. Vamos lavar essas mãos sujas de cachorro. - Riu.

- Ei...! Átila não é sujo!

- Ikki menos! Bem menos! Ele pode usar a pia que fica em meu consultório mesmo! Porém ele vai precisar de ajuda. Os pontos podem se abrir se ele fizer esforço.

- Certo. Tudo eu como sempre. Vamos lá anjinho lilás. Vem lavas essas mãos como o doutor certinho ali falou. - Disse apontando para o loiro que estava rindo.

Mu não disse nenhum palavra. Parecia que voltara ao estado zero. E todo o trabalho de dohko tinha ido por ralo abaixo. O legista colocou a bandeja em sua mesa e retirou algumas coisas de cima para deixar espaço para que o menor pudesse se alimentar. Não demorou muito e ele estava de volta com o veterinário que o fez sentar-se na cadeira do loiro. Assim que sentiu o cheiro da refeição, seu estômago roncou alto e fez corar com as gargalhadas que arrancou dos dois médicos.

- Calma! Não precisa se envergonhar. Isso é normal quando se tem fome. E coma tudo senhor Mu! Não quero ver um grão sequer nesse prato.

- Sim... - O ariano passou a comer tudo. Mesmo que fosse um refeição de hospital, estava com fome. Ao menos não reclamou se ela estava ruim ou sem sal.

Mesmo que ele se alimentasse, os mais velhos não tiravam os olhos dele. Qualquer coisa anormal, e o legista já entrava com a medicação.

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O dia estava tão bom que Kárdia decidiu dar uma volta na praia. Andar pelo calçadão iria lhe fazer bem. O irmão mais velho de Milo, andava tão distraído que nem precebera que deu um encontrão em alguém e o fez cair no chão. Ambos estavam distraídos e por isso não se viram.

- Me desculpa eu... Eu estava distraído e não o vi... - Seus olhos se arregalaram ao ver a pessoa que dera o encontrão. - KÁRDIA?

- Hmm oi Dégel! Jurava que não o encontraria mais por aqui mais acho que me enganei.

- Olha Kárdia, eu não entendo o porque de você ficar tão hostil quando me encontra na rua. Eu não lhe fiz nada.

- Realmente não me fez nada... Só me traiu não é mesmo!

- Já disse que fui atacado. Mas você nunca me ouviu. Nunca quis saber da minha versão da história.

- Porque não tem uma outra versão! Agora se me der licença, eu preciso voltar para casa. Mande meus cumprimentos à Camus!

- Não! Espera Kárdia... Eu... Será que podemos conversar? Eu pago um suco, um cerveja... O que você quiser!

- O que eu quiser? Será que poderia parar então uma passagem só de ida para você voltar para a França?

- K-Kár-dia... V-Você nuunca foi assim...

- Esse foi o meu erro! De nunca conseguir te mandar de volta para o país de onde veio. Agora se me der licença, preciso ir!

- Ah não Kárdia! Você não mais fugir de mim para sempre. Irá me ouvir custe o que custar!

- Já vi que não tenho escolha...

- Não! Não tem! E irá me ouvir. Agora. - Dégel saiu puxando uma grego mal-humorado para um restaurante mais reservado para poderem conversar.

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Milo contou tudo sobra a ex-noiva e também da gravidez da mesma. Ele e Tétis estavam felizes com o novo serzinho em seu ventre, mas parece que o destino não deixou que isso acontecesse. O policial grego bem tentou se manter firme, mas as lágrimas corriam soltas em seu rosto por relembrar daquele epísodio.

- E foi isso... É tudo o que me lembro disso.

- Certo Milo. Obrigado.

- Pelo que eu entendi... Você nos contou que estavam olhando um caso com a ajuda de Shura e da sua noiva? Alguém deve ter contado ou soube por alguém. Ou simplesmente já estava de olho em vocês desde o começo. Eu não duvido nada que isso eraa para ser queima de arquivo e que mais uma vez, foi mal sucedida.

- O quer dizer Genbu?

- Desculpem a sinceridade mas, será que vocês são burros? Está na cara que todos aqui sem exceção estão correndo perigo de vida!

- O QUÊ? - Todos acabaram gritando.

- Todos nós... Principalmente eu. Mesmo eu pegando outros casos, sei que pode acontecer alguma coisa. Nós estamos mexendo com uma quadrilha de mafiosos vindo do Hades Demian!