O Filho do Ilusionista

–Iluminado você acredita em destino? - eu pergunto do nada.

Era uma pergunta estranha, mas eu não estava esperando uma resposta.

–Eu não sei como eu me sentiria caso fosse amaldiçoada desse jeito. Eu teria medo de amar alguém, sabendo que iria perde-lo. - eu tinha certeza de que ele não iria responder, mas eu só queria desabafar um pouco - Mas daí eu percebi que eu não me importaria de sofrer caso eu amasse alguém, pois esse sofrimento não seria nada comparado ao tamanho da felicidade que essa pessoa iria me proporcionar, eu não me importaria de sair machucada, não se essa pessoa fosse você Iluminado...

^.^

Meus olhos se abrem cedo demais, mas mesmo acordada a única coisa que eu podia ver era a luz do Iluminado, eu ainda podia senti-lo, eu realmente havia me declarado em um sonho?

–Você acordou.

Volto a realidade, e me encontro deitada em um amontoado de lençóis e travesseiros no chão da sala, quando eu vim parar aqui?

–Eu tomei a liberdade de improvisar essa cama para você, já que você me emprestou a sua cama. Eu também tratei das suas feridas.

Meu corpo estaja cheio de bandagens, e as feridas não doiam mais, olho para o garoto em minha frente, seus cabelos estavam desarrumados, e os óculos quebrados ainda pendiam em seu nariz, suas feridas estavam quase cicatrizadas.

–Você é a garota da foto! Está diferente, mas ainda é você. - Hayato diz - A Wendy vive falando sobre você.

–A Wendy fala sobre mim....

–Sim, ela disse que a Lucy-san é legal, forte, bonita, uma boa amiga, mas ela disse algo sobre você ser uma Vaca Atrasada...

Vaca atrasada?

–Lucy-san, você poderia me dizer onde viu essa criatura? - ele gesticula para o desenho que eu fiz da coisa no esgoto - Conte-me, por favor.

Conto toda a história a ele, falo sobre Luna, detalhando todo o ataque do esgoto.

–No esgoto... - ele repete - Você lutou com ele e sobreviveu, isso quer dizer que você pode me ajudar a para-los, pode ajudar a salvar a guilda e a Wendy-san.

–Como?

–Eu vi o seu mural Lucy-san, e você está certa todos são espiões. Eles vão destruir a cidade, estão me usando para obrigar o meu pai a soltar a fera, ele não sabe que eu escapei. Droga, eu sou tão inútil....

–Pera ai, o que eles vão fazer e o que Wendy tem a ver?

–Bem, ela a única maga que Hirako quer na Fairy Tail, bem talvez também queira o Gajeel, mas ele e o Salamander não se batem, enfim, eles vão soltar essa fera para destruir a cidade, e enquanto todos estiverem ocupados lutando, eles vão levar a Wendy.

–Mas provavelmente vão dar falta dela, durante e depois da batalha não? Se a guilda sofrer um ataque em um dia e no outro Wendy aparecer na Fairy Tail isso vai se tornaria obvio, exceto é claro se ninguém sobrevivesse...

–Sim... Entenda Lucy isso que você enfrentou não é um simples monstro, é um exterminador, ele foi criado pela Rainha Ceres, se não fosse por ele o mundo Celestial teria perdido a guerra, ele é invulnerável a qualquer coisa que não seja celestial. - Hayato explica - Nossa cidade só tem gangsters e magos de dark guilds, e eles são controlados pelos sete, a maioria da guilda também tem medo deles, exceto Maki, Shouta, e Motoki, mas estes vão sair da guilda, eles não gostam de Fadas e a Mestra não vai expulsar a Wendy-san e os outros... - Ele pausa - Mas enfim Lucy isso nos deixa com menos da metade de soldados, nós podemos cuidar dos gangsters, mas precisamos de você para vencer, a lenda diz que um dia surgiria alguém que poderia controlar a Besta, tem alguém melhor do que a pessoa que possui as 10 chaves...?

–Mas eu perdi os meus poderes. - eu o interrompo - Não posso mais chamar espíritos.

–Estamos arruinados então! A Saber fica perto, mas eu não posso pedir isso a Yukino - ele se desespera - Eu sou o único mago celestial que resta, mas eu só tenho chaves de prata. AHHHH se eu pelo menos fosse mais forte poderia salvar a Wendy-san e o meu pai, eu sou tão...

–Acalme-se Hayato-san. - eu digo batendo em sua cabeça. - Você me curou usando os seus espíritos, não foi?

Ele afirma e eu sorrio. É verdade que chaves de prata são consideradas fracas, mas eu me recuso a acreditar nisso. Se eles vão se aproveitar da confusão para agir, então nós só precisamos fazer o mesmo.

–Eu tenho um plano. - eu digo - Você me ajuda?

–Humm, sim, qual é o plano?

–Simples, nós vamos espancar todos. - eu digo sorrindo.

^=^

"Juvia realmente atrai má sorte." Pensa a maga, derrubando o trigésimo bandido.

Têm sido isso faz um tempo, quando a noite caiu todos os bandidos da cidade saíram para ataca-los, eles pareciam convictos da vitória, já que sabiam que haviam poucos membros na guilda.

Isso mesmo, todos haviam ido embora, foram embora, pois não queriam ficar na mesma guilda que as " Ex-Fadinhas traidoras", apenas seus antigos companheiros, e mais umas sete pessoas haviam ficado.

Não queremos ficar no mesmo lugar que estas fadinhas sujas, você se lembra do que elas fizeram nesses últimos anos? Eles são o pior câncer que existem no mundo. De jeito nenhum queremos ficar na mesma guilda que alguém que frequentou aquele lugar. Escolha Mestra, nós ou eles.

A Mestra disse que não escolheria ninguém, que todos eram bem vindos, e quando ela se recusou a escolher eles foram embora, os que ficaram perguntaram se estava tudo bem mesmo, afinal a guilda não poderia se dar ao luxo de perder tantos membros, mas ela disse:

"Aqueles que não podem aceitar o passado dos seus nakamas, não tem o direito de estar nessa guilda."

E agora nós estamos nessa situação. Um pequeno grupo de magos protegendo a cidade, com metade dos moradores da cidade caídos ao chão.

–Não sinto a aproximação de mais nenhum. - diz Gajeel.

–Eu também não. - confirma Wendy.

–Nesse caso vamos repensar a nossa estratégia. - Responde a Mestra - Só porque pararam de nos atacar não quer dizer que isso acabou, podem estar planejando algo maior, vou fazer um feitiço para conseguir a localização de cada ser vivo dessa cidade, não podemos nos dar ao luxo de ter a cidade destruída por bandidos. Até eu terminar fiquem alertas.

–Hai. - todos dizem.

A Mestra começou a desenhar um circulo na Terra batida, várias runas o enfeitavam, a concentração era tanta que um ataque surpresa poderia atingi-la, mas Yoko confiava a sua retaguarda a seus companheiros, ela sabia que aqueles magos não deixariam que nada a tocasse. Se ela tivesse alguma dúvida quanto a expulsa-los, essa seria esclarecida agora. Ela estava certa. E tudo o que ela podia fazer era retribuir essa confiança.

–Algo se aproxima. - diz Gajeel - Á nossa frente.

Á frente, uma silhueta se aproximava, todos ficaram alertas, prontos para tombar quem fosse logo no primeiro ataque, mas então uma azulada o reconhece.

–Yamato-san?? -Juvia o chama. - Você está bem? Ficamos tão preocupados, pois não conseguimos te achar.... Yamato-san...?

Quando uma pequena luz bateu no rosto do homem a garota se interrompeu, ao invés do grande sorriso presunçoso habitual o que se fazia presente era um olhar de remorso, um rosto assustado e arrependido.

–Me desculpe, o Hayato.... ele depende disso... me perdoe Juvia. - ele lamenta, erguendo sua varinha.

O pequeno objeto negro se expande, formando um tipo de cajado, quando ele toca o chão uma grande quantidade de magia passa por ele, fazendo aparecer pequenos espirais se desprendendo deste. Quase imediatamente, o chão começa a tremer.

–Yamato... O que você fez? - pergunta Yoko com os olhos arregalados.

– Por favor fujam.

O ar parecia pesar uma tonelada, os membros de todos viraram gelatina, o tremor parou, e uma grande explosão de luz dourada eclode em toda a cidade, a luz era tão forte que cegou todos, e então tudo ficou quieto.

Mas o silêncio só veio para ser interrompido pelo rugido que cortou o ar.

Como se acordasse de um sonho, Wendy abre os olhos e se depara com um Dragão dourado pairando no céu. Ele era menor que os Dragões que Wendy conhecia, mas tampouco era pequeno.

–Dragão? - sussurrou Levy.

Não, não era, podia parecer um Dragão, mas esse tinha algo diferente, a azulada não sabia dizer o que era, mas sentia uma sensação diferente do que quando viu Acnologia.

A criatura abriu os olhos, e as grandes orbes se focaram em algo, ou melhor, em alguém que estava bem á sua frente. O Dragão se retraiu, para logo em seguida lançar o seu ataque em Yamato.

Uma grande bola de magia dourada estava prestes a atingir o ilusionista, quando uma certa azulada jogou seu corpo contra o do mago, tirando-o da trajetória do ataque, sendo atingida nas costas.

–JUVIAAAAAAAAAAA.

E então o inferno começou, todos os magos atacaram o Monstro, mas nada o atingia, tudo o atravessava, todos estavam feridos, a cidade estava em chamas.

–É tarde demais, nada pode vencer esta coisa. Eles querem exatamente isso, querem que vocês lutem e sejam destruídos.- sussurra Yamato - Fujam, saiam da cidade, eu fico e tento lhes dar tempo, cuidem do Hayato, meu filho não tem culpa disso, eles estão com ele, por favor, salvem-se.

Wendy ouvia tudo com atenção, ela não queria acreditar que Hayato estava em perigo, ele sempre foi gentil com ela, mesmo sendo constantemente atormentado pelos outros, ele nunca se queixou, aguentou tudo. Ela queria correr, correr e salva-lo do que fosse, mas antes tinha que parar esse Dragão.

–Wendy. - chama Chia. - Eu sei como parar isso. Descobri como salvar todos. Mas preciso da sua ajuda.

–Como? - Wendy pergunta - O que eu tenho que fazer?

–Siga-me.

~¢~

A Dragon Slayer seguia a esverdeada pela floresta, estava tudo quieto, muito diferente da cidade, ela se sentia mal por ter saído do campo de batalha, mas se Chia estivesse certa, ela poderia derrotar aquela criatura.

–Chia, aonde estamos indo mesmo?

–Já estamos chegando.- ela responde.

A garota para abruptamente, fazendo a azulada esbarrar em si. Wendy tinha um péssimo pressentimento sobre isso, um rosnado estava entalado em sua garganta, seus sentidos estavam totalmente alertas, mas ela não percebeu o perigo até que algo se enrolou em seus pé, e uma dor excruciante cortou seu corpo.

–AHHH. - ela gemeu - Uma espinhosa venenosa (nome inventado, que eu saiba não existe nenhuma planta com esse nome)? Chia,você ... o que está fazendo?

–Estou apenas capturando você. - ela responde.

Seu corpo começou a ficar fraco, seu poder mágico estava sendo drenado, ela conhecia aquela técnica, Enmi. Seu corpo foi jogado ao chão com tudo, sua cabeça foi atingida com força, o sangue desceu pela testa nublando a sua visão.

Mas ela ainda conseguia ver, as cinco silhuetas que se ergueram sobre sí. Isabelle, Kamikaze, Shingo, Enmi, e Shirokawa.

–Foi mais fácil do que eu pensei. - diz Shirokawa - Você enganou a Patinha completamente Chia.

–Sim, foi muito fácil trazê-la, ela acreditou que eu ajudaria a salvar aquela escória. - zomba a esverdeada.

–Chia... o que você...?

–Shiuu, Patinha, você ainda não entendeu? Deixe-me explicar, desde que entrou na guilda, nós estivemos a seguindo, entrei nessa guilda de merda, nessa cidade patética, só para impedir o seu crescimento nessa guilda, eu me aproximei de você, segui os seus passos e dos seus amigos, coletei informações e repassei para o meu senhor Hirako, aguentei os seus amiguinhos patéticos, tudo isso para conseguir sua confiança e conseguir te levar para a Fairy Tail. - Chia disse, com um sorriso de escárnio.

–Cuidado Chia, não vá revelar informações demais. - diz Enmi.

–Tudo bem, amanhã ela não vai se lembrar de nada. - a esverdeada dia, pegando a cabeça de Wendy a fazendo olhar em seus olhos. - Me responda Wendyzinha, como é saber que amanhã você vai acordar, com seus amigos todos mortos, a cidade destruída, no lugar que você mais odeia nesse mundo, com a memória distorcida. Como é a sensação Wendy? Como é saber disso e não poder fazer nada? Como é a sensação de saber que amanhã você não vai mais lembrar da sua amiguinha loira burra? Como é o nome dela? Lucy?

Ao ouvir o nome da loira ser proclamado por aquela garota, Wendy se enfurece e cospe no rosto da esverdeada.

– Que seja. - Chia diz - Amanhã seremos melhores amigas. - ela ergue uma pedra - Até amanhã Wendy-chan.

A azulada fechou os olhos, mas o golpe não veio, o que foi ouvido foi o baque do corpo da esverdeada que foi lançado contra uma árvore.

–Ora, ora pensei que vocês fossem amigas. - disse uma voz. - Acho que você precisa escolher melhor com quem anda.

–O que? - Chia chia. - Quem é você?

Uma silhueta encapuzada surge ao lado da azulada.

–Aurora? - sussurra Wendy.

–Sim, sim. Desculpe a demora Wendy-san. - ela sussurra limpando o sangue no rosto da garota.

–Impossível. - diz Kamikaze - Era para você ter morrido no esgoto.

–Eu não poderia fazer isso, Kamikaze-chan. - ela zomba - Eu sei que não existe vida sem mim.

–Tsck, você é muito idiota, escapa da fera e ao invés de fugir vem atrás de nós. - diz Enmi.

–O que faz aqui? - pergunta Shirokawa.

–Vim salvar a Wendy.

Risos cortaram a floresta, Shingo começou a gargalhar estrondosamente, ele diz:

–Salvá-la? Se você não percebeu, para isso você precisa nos vencer, se você acha que vai nos vencer quando não conseguiu ganhar nem da Isabelle, devia pensar melhor, panaca.

–Detalhes. - Aurora diz.

Ele tem razão, pensa Wendy, São seis contra um, e tampouco eram fracos, eu não posso ajuda-la, por mais forte que ela seja, as chances são pequenas.

–Talvez tenha razão, devíamos tentar, talvez alguém se surpreenda. - ele replica.

Uma expressão de escárnio cobre o rosto de todos, Wendy tenta avisa-la, mas não consegue, Chia havia se levantado e agora se erguia prestes a atingir a maga pelas costas.

–Sim, alguém pode se surpreender. - Aurora diz.

Quando a esverdeada desfere o golpe, Aurora se esquiva, atingindo o joelho no abdômen da garota, só para logo em seguida acertar um soco no meio da face de Chia, fazendo-a voar até atingir uma árvore, e cair estatelada no chão.

–Quem é o próximo?

–Maldita! - Kamikaze grita, correndo em sua direção.

Uma corrente prende seu pulso direito, uma distração criada por Enmi, em uma tentativa de dar uma chance a amiga. A maga desvia da lâmina de Kamikaze, com a mão livre gira a mesma fazendo com que a lâmina atingisse a sua dona na coxa. Ela grita de dor.

–Isso não vai te matar. - Aurora diz, antes de dar uma cabeçada que tira a consciência da garota.

–KAMIIII. - Grita Enmi apertando mais a corrente.

Ela é puxada na direção do seu alvo, que a acerta com um soco no nariz, seguido por um chute nas costas que a impulsiona para cima apenas para levar a cotovelada na nuca que a derruba.

O próximo ataque foi mais planejado, Shingo atacava impetuosamente a fazendo recuar, uma abertura aparece e a garota ataca, mas isso foi planejado, o homem larga a espada e prende a garota pelo pulso, tirando sua mobilidade, e então Shirokawa ergueu seu machado eletrificado acertando Aurora.

–Pelas costas? - ela pergunta - Muito honrado.

Ela desloca o pulso o que permite seu corpo de girar, atinge o quadril de Shirokawa o desequilibrando, com a mão boa soca o rosto de Shingo e o joga contra o seu parceiro.

Os dois levantam, mas antes que possam reagir, são atingidos na traqueia e no joelho, dersoneentados eles tentam reagir, mas a garota os atinge várias vezes no rosto e no tronco.

–Maldita... eu vou... inferno... - Balbucia Shingo.

–Sim, me espere lá no inferno querido. - ela diz antes de nocauteá-los.

Isabelle tenta fugir, mas Aurora a puxa pelos cabelos, a fazendo olhar em seus olhos e diz:

–Lembre-se bem disso. pois é o que acontece com quem machuca meus amigos.

Apenas uma cabeçada deixa a espiã loira desacordada. Aurora então retira a planta paralisante do pé de Wendy, e a ajuda a se levantar.

–Achei que seria mais divertido. - ela bufa - Isso vai ajuda-la na regeneração, em quinze minutos você deve estar boa, Me desculpe por ter que deixa-la de novo, mas eu preciso ajudar os outros, você também, tenho certeza que eles estão preocupados com você.

A azulada não sabia o que era, mas tinha algo nessa garota, algo que aquecia o seu coração, algo familiar.

–Quem é você? - ela pergunta.

A encapuzada não responde de imediato, nem se vira, ela apenas respira fundo e fala antes de desaparecer pela floreta:

–Ninguém importante na verdade, sou apenas uma Vaca atrasada.

A respiração de Wendy falha, seu coração bate mais rápido, mas seu corpo relaxa.

–Tudo ficará bem no final. - ela sussurra. - Não é Lucy-san?

~§~

–Essa coisa não tem fraquezas? - reclama Luna - Isso é frustrante.

–Parece que não. - ofega Gajeel - Isso me lembra um pouco os espíritos da Bunny Girl.

–Estou preocupada com a Wendy. - diz Charlie - Ela sumiu do nada, junto com aquela garota verde.

–Aquilo...Não posso acreditar....Maldito... - sussurra Kin, antes de cegamente atacar a fera, ela conseguiu chegar até a calda dele, mas foi jogada longe.

–KINN. - Todos gritam preocupados ao ver a companheira voar até o prédio da guilda.

Foi assim desde que aquela coisa começou a atacar, todos se feriam inutilmente, pois nenhum dos seus ataques o acertavam, a cidade estava em ruínas, e o Monstro avançava cada vez mais para a guilda, eles já estavam cercados.

–Se quer tanto matar alguém, me mate. - grita Yamato - Sua bola dourada de natal.

A coisa o ouviu, pois ergueu as garras, e avançou na direção do Ilusionista.

Fui eu quem causou isto. Nada mais justo do que morrer. Ele fecha os olhos. Hayato me perdoe.

–BEAST PAREEEEEEEEEE. - uma voz corta o vento, fazendo tudo parar, nesse instante tudo ficou em silêncio, até que a voz voltou - Pode abrir os olhos pai.

O Ilusionista ainda esperava pelo golpe que não veio, ele abriu os olhos devagar, surpreso ao ver as garras a apenas um metro de distância de sí, mas ficou mais surpreso ao ver seu filho no campo de batalha. Surpreso e assustado.

–HAYATO, O QUE FAZ AQUI?

–Tudo bem pai, eu vou vim acabar com tudo isso.

–ACABAR COM ESSA COISA? FICOU LOUCO? SAIA JÁ D.....

O mago se interrompe quando vê a expressão no rosto do garoto, ele estava diferente, ele parecia mais forte, estava mais forte. Hayato abriu os olhos, sua mão se moveu rapidamente, jogou algo para o céu, dez coisas para ser exato, dez chaves douradas. E então proclama:

Ó, Espíritos Celestiais Dos Dez Portões dos Caminhos Dourados!

Deem-me a força para selar o mal!

Se abra, porta dos Dez Portões!

Dez luzes douradas apareceram e juntos prenderam a criatura com uma corrente dourada.

A coisa grunhiu, mas Yamato não se importou, estava estagnado de espanto e orgulho, seu filho acabará de abrir dez das doze chaves douradas, como as conseguiu? Deviam estar com a Heartfillia. Mas não importava, no momento....

–PAIII CUIDADO!!

O homem saí do transe ao ouvir a voz do filho, se deparando com aquelas garras sendo agitadas para mais perto de si, a coisa o queria morto, os espíritos não estavam aguentando. Sua visão é substituída, pela de um homem dourado que entrou em sua frente, agindo como escudo.

–LOKIII. - Hayato grita.

–Tudo bem, eu vou sal... - começa o espírito, mas é interrompido pelo som de garra atravessando algo sólido, e observa com os olhos arregalados o sangue cair ao chão.

Ninguém viu como ele chegou, mas antes que o ataque atingisse o espírito, Hayato se colocou na frente, tendo a barriga atravessada pelas garras douradas. Mesmo ferido, sem poder mágico, e sem entender como podia fazer isso, ele segurava a criatura, que não se mexia, apenas olhava para os olhos do garoto.

–Desculpe Beast, mas não vou deixar que machuque meus amigos. - ele sorri - Loki onegai...

O espírito entende o recado, e logo se junta aos outros, e juntos seguram a fera, quando ela está totalmente presa um selo dourado surge e todos somem em uma explosão dourada.

–Bom trabalho. - Hayato diz antes de tombar.

–HAYATOO. - Yamato grita desesperado ao ver as mãos manchadas com o sangue do filho. - Por favor, alg...

Logo o garoto sente as mãos da antes desaparecida Wendy sobre sí, a dor começou a diminuir, mas foi um longo tempo até que ele estivesse fora de perigo.

–É lindo, não? - ele sussurra - O céu...

Acima de todos, a aurora pintava o céu de vários tons, a aurora que a tempos havia desaparecido, havia voltado.

–Isso. - Levy diz, com a voz trêmula - São as chaves da Lu-lu-cy...

Foi então que eles viram, em meio ao brilho dourado do passado, e à luz da aurora de um novo dia, eles viram duas pessoas andarem pelas cinzas.

Kin que caminhava sobre um perna só, estando toda machucada e coberta de fuligem, exibia um sorriso orgulhoso enquanto era carregada por uma mulher, ela coloca Kin no chão, e finalmente olha em direção aos outros membros.

Sua capa preta voava com o vento, mas estava sem o capuz, o que nos permitia ver os longos cabelos loiros, com mechas azuis que conforme voavam com o vento pareciam ser laranjas, sua pele era leitosa e estava coberta de fuligem, seus olhos eram de diferentes tons de amarelo, azul e laranja, estava tão diferente, mas ao mesmo tempo tão familiar.

Tinha o mesmo formato de rosto, a mesma aura acolhedora e o mesmo sorriso gentil de sempre, não era possível não reconhecer aquela mulher.

–Lucy... - sussurra Wendy.

–Wendy.... é bom estar de vol...

~£~

(Algum tempo antes)

~Lucy PVO~

Tudo estava um caos, aquele espírito estava quase chegando à guilda, mas tudo iria ficar bem, tenho certeza que Hayato conseguiria, os espiões estavam fora da caminho, só faltava uma coisa, algo essencial para levar a cidade à sua antiga glória, algo que estava no teto da guilda.

Chego até ao teto e e deparo com Kin chorando sobre o que parecia pedra quebrada.

–Kin. - eu a chamo.

Ela me olha, e imediatamente começa a se lamentar:

–Acabou! O tesouro da guilda se quebrou, sem ela a aurora nunca vai voltar. Vamos ser a cidade cinza para sempre. - ela chora. - O sonho de minha mãe de ver a Doragon no Yoake (Aurora do Dragão) nunca vai se realizar. Ela deve me odiar, eu devia te-lo protegido com o meu corpo quando fui jogada para cá.

Eu me aproximo dela observando o que antes era o tesouro da guilda, o item mágico que permitia a aurora boreal de aparecer, agora era um monte de pó e pedaços de pedra. Me ajoelho na frente da garota, tiro o capuz observando a sua perna esquerda que pendia quebrada, a cabeça que sangrava, e os vários machucados que cobriam seu corpo. Limpo suas lágrimas e ergo sua cabeça a fazendo olhar para mim.

–Estava com o Dragão? - eu pergunto.

–Sim, na calda dele. Eu me joguei contra ele, não sei como, mas eu o atravessei e consegui pegar, fui lançada para cá, porém não consegui protegê-lo direito então quebrou.

Então era por isso que ele era tão forte.

– Eu tentei de tudo, mas não consegui repara-lo, minha ancestral criou isso, então pensei que eu poderia consertar, mas é como se...

–Faltasse algo. - eu completo - Me diga Kin, com o tesouro que se parecia?

–Um ovo... - ela responde, e eu sorrio a incentivando a continuar. - ...de Dragão.

–A Dragoa da Lua, Yue. - eu digo. - Quando sua ancestral havia perdido tudo, Yue viu o seu coração, a achou digna e firmou uma aliança com ela, o Dragão despertou o potencial latente da garota, ela não podia tirar a maldição de Zeref, mas podia dar poder para que alguém pudesse superá-la, e em troca a garota deu um lugar para onde Yue pudesse retornar em qualquer uma de suas formas. - eu sorrio - A junção dos seus poderes criou isso, esse é o símbolo da aliança entre Esmer e Yue. As claúsulas dos dois lados foram cumpridas então acho que só precisamos fazer isso brilhar para mostrar ao mundo.

–Dois lados? Você... Dragão da Lua... Aurora... Sua marca. -ela repete com cuidado.- Eu precisava de um Dragão, precisava de uma Aurora para conseguir chegar a outra. Eu preciso de você...

–Sim, fico feliz que tenha entendido o significado de um dos meus nomes. - eu sorrio pegando suas mãos. - Não acha Yue?

Ao meu lado estava Yue, o Kenshin olhava para o espaço vazio à frente e sorria, pelo jeito Kin também recebeu uma visita astral.

Nós duas fechamos os olhos e nos concentramos, tudo desapareceu, a única coisa que ficou foi esse laço que nos unia por gerações.

Pelo que une dia e noite,

Pelo laço que une o medo à escuridão,

Com esse laço que nos une por gerações,

Nós, nos unimos e reafirmamos o laço a muito feito,

Eu a escuridão que rege este mundo, (Kin)

Eu a luz branca que a tudo ilumina, (Lucy)

Juntas, nesse lugar sagrado, junto da raíz,

Pedimos aos céus que testemunhem nossa união,

E que se abra comunicando ao mundo que Sora e Tochi estão novamente juntas.

Nossos corpos estavam ao chão, mas nossas almas flutuavam, abro os olhos e vejo o espetáculo acima de nós, os espíritos de Esmer e a forma Dracônica de Yue dançavam sincronizadas, seus espíritos emitiam um brilho lunar e negro, juntas abriam caminho até o céu.

Assistíamos admiradas enquanto as duas entravam no céu, e as primeiras bóreas da aurora apareciam. Aos nossos pés o ovo de pedra que antes fora destruído, agora brilhava intacto, no seu lugar de origem.

Ele era cheio de escamas, e estas emitiam pequenos brilhos espirais que atingiam o céu.

–Incrível. - Kin diz segurando o cordão de sua mãe. - Está vendo isso mãe?

Me recordo do espirito da garota que subiu ao céu, ela usava um vestido branco esvoaçante e exibia um belo sorriso, tenho certeza que ela estava feliz, assim como sei que Issa estava.

O Dragão havia ido embora, Hayato conseguiu, agora ele só precisava encontrá-los.

–Kin vamos, eles estão nos esperando.

–Sim, eles estão. - Kin disse.

A ajudo a se levantar, e a andar, juntas e orgulhosas vamos até nossos amigos, nossa família.

Sinto cheiro de sangue, mas todos estavam bem, apesar da destruição estávamos felizes, coloco Kin no chão e finalmente olho para eles.

Todos estavam com lágrimas nos olhos, Levy estava com as chaves na mão, Gajeel, Lily e Juvia estavam imóveis, Charlie estava com Wendy que acabará de curar Hayato.

A primeira a se manifestar foi Wendy que sussurrou:

–Lucy...

Sorrio para ela e vou em sua direção, finalmente eu posso abraça-las, finalmente eu posso estar com todos.

–Olá Wendy... é bom estar de vol...