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Ichigo demonstrava uma preocupação muito intensa; e até se dispôs a dormir na casa de Ruka como forma de precaução. Mas a menina recusou tal oferta (mesmo achando o máximo), e mandou Ichigo de volta para casa.
- Se acontecer alguma coisa, tente me ligar ou dê um grito; ok?
- Eu ficarei bem! ?ela empurrava Ichigo porta afora. ? Agora pode ir sem problemas!
Após ter fechado a porta, Ruka deu um suspiro. Sejam lá qual rixa esses dois tiveram, deve ter sido coisa muito feia. Ou ele não ficaria alterado daquela forma?
Ruka tentou ir comer algo, pois a barriga roncou. Não tinha beliscado nada naquela manhã devido ao pânico da situação. Foi até a geladeira e procurou por arroz e ovos; faria uma omelete de arroz com molho.
Enquanto cozinhava, ela não percebeu se Grimmjow havia acordado.
Ele sentou na cama, olhou ao redor. Espreguiçou-se como um autêntico gato preguiçoso, e levantou. Estava nu; suas roupas de espada haviam sido destruídas na fuga para o mundo dos vivos. E ele mesmo também estava vivo? graças à jovem que morava naquela casa.
Grimmjow tocou na cicatriz da ferida que a garota cuidou; ela ainda estava dolorida, mas já estava melhorando. Ele caminhou até a porta e viu que ela estava aberta. Esgueirou sua cabeça para observar o lugar e viu um corredor, que dava para uma escada. Desceu as escadas, desconfiado, se valendo de seu faro para não ser pego de surpresa.
Sentiu um cheiro estranho; um cheiro salino. Ele seguiu o aroma diferente e deparou-se com a cozinha, onde viu Ruka cantarolando enquanto fazia algo. Provavelmente cozinhava algo?
Reconhecendo sua salvadora, Grimmjow deu um sorriso doentio. Silenciosamente, caminhou até ficar a poucos centímetros dela, e sussurrou em seu ouvido.
-? Você parece bem animada, mulher?
Ruka tomou um susto tão grande que se atrapalhou toda; queimando a mão. Ela deu um grito tão doído e ardido que fez o pantera dar um passo pra trás. Vendo que ela se feriu novamente ? e desta vez, ela foi às lágrimas-, Grimmjow se aproximou e pegou a mão queimada. Tava um vermelhidão feio, já criando bolhas.
- Você não se cuida mesmo, hein?
- Você vive me assustando? *hic!* - ela soluçava, com a cara lavada em lágrimas.
- Ora, vá! Se sou tão medonho, por que cuida de mim?
- Por que eu não sabia que um gato tão bonitinho virava um homem perigoso! *hic!*
Grimmjow olhou nos olhos marejados de Ruka, tentando encontrar algum resquício de medo. Apesar dos sustos, ela não aparentava tanto medo dele; até já estava se acostumando com sua presença exótica.
E com a mesma ignorância de antes, ele lambeu a queimadura da mão de Ruka, que sentiu um grande ardor. Ela encolheu, expressou sofrimento, mas o sexto espada continuou seu intento; que era de cuidar e curar sua salvadora. A dor foi sumindo, dando lugar a um prazer indiscreto; e isso incomodou Ruka- já vermelha de vergonha:
- P-pare com isso!
- Você mente. ? ele continuava lambendo, desta vez mais devagar.
-?!!! ? Ruka arrepiava a cada lambida.
- Você parece estar gostando, mulher? Vai querer mesmo que eu pare?
- E-eu? - antes que conseguisse dizer qualquer coisa, Ruka olhou para Grimmjow.
Ele estava completamente pelado!!! E com aquele buraco macabro no meio do corpo!!! Que cena era aquela?!?
Ruka arregalou os olhos e ficou ainda mais vermelha? Ela tentou puxar o pulso com força, mas não obteve sucesso; Grimmjow era forte demais. Sua única opção era debater-se, e foi o que fez.
Vasilhas sujas, copos e colheres foram ao chão. Grimmjow não aturou aquela luta inútil e irritou-se, prendendo os punhos de Ruka com uma só mão, e com a outra a agarrou pela cintura. Ela desesperou-se, ainda mais por estar sentindo aquele corpo todo tão grudado nela?
- Pare de lutar, mulher! ? Grimmjow segurava Ruka com uma facilidade incrível. ? Você só vai se ferir mais!
- Então me largue!!! Você está sem roupa e tá me agarrando!!!
- Você se constrange com isso?!? ? Grimmjow parecia indignado.
- Como você quer que eu me sinta então?!? Agraciada por ver você e? - Ruka olha pra baixo, ferve de vergonha e vira a cara. -? E esse ?troço? olhando pra mim?!?
Grimmjow se irritou. Como ela pode ser tão bondosa, mas tão irritante? Não houve dúvidas; mesmo com raiva, ele estava excitado com todo aquele debate. E como se estivesse possuído por uma loucura insaciável, ele a agarrou mais uma vez e deu-lhe um beijo.