Já era noite quando voltaram a Konoha. Naruto perguntou se Kakashi podia liberá-lo do relatório da missão:
- Tem algo que preciso fazer, Kakashi-sensei. ? diz ele, sério.
- Decidiu-se então?
- Sim. Obrigado, sensei. ? Naruto sorri para o Copy Ninja.
- Certo, certo... ? responde Kakashi como sempre ? Boa sorte.
- Até amanhã.
- Do que se trata, Kakashi? ? pergunta Yamato quando Naruto sai.
- Amanhã ficaremos sabendo, certo? ? e Kakashi sorri por baixo da máscara.
Logo depois:
- Hinata, há alguém na porta.
- Estou indo, otou-san.
- Quem poderia ser a essa hora?
- Já saberemos, Neji.
- N-Naruto-kun!?
- Olá Hinata. Posso entrar? ? pergunta Naruto sorrindo.
- C-Claro. Entre.
- Boa noite, Hiashi-san, Neji, Hanabi. Espero não estar incomodando.
- De maneira alguma, jovem Uzumaki. Sente-se, por favor.
- Obrigado.
- Missão fácil pelo jeito hein?
- Até que foi, Neji. Apenas uns nukenins querendo inundar uma vila para forçar os moradores a vender as terras.
- Que horrível.
- Há muitas pessoas que fazem qualquer coisa por dinheiro ou poder, Hanabi. Uma de nossas missões como ninjas é impedir que tenham sucesso. Mas diga-me, Naruto, o que o traz à nossa casa a essa hora? Acredito que não veio para estudar.
- Durante essa missão Kakashi-sensei me deu um conselho valioso. Então percebi o caminho que deveria tomar. Vim lhe dar minha resposta, Hiashi-san. ? responde Naruto sorrindo.
- E qual é ela, Uzumaki?
- Sim.
- Entendo. ? e agora é a vez do patriarca Hyuuga sorrir.
- Do que estão falando, oji-sama?
- Lembram-se quando o jovem Uzumaki veio pedir a ajuda de Hinata?
- Claro.
- O-O que isso tem a ver, otou-san?
- Naquele dia, Hinata...
- Sente-se, Uzumaki.
- Obrigado, Hiashi-san.
- O que gostaria de tratar comigo?
- É-É sobre a Hinata. A - Acredito que o senhor saiba que ela gosta de mim.
- De fato, ela quase morreu por você.
- Há muito tenho pensado, e talvez tenha pensado demais, sobre isso. Eu gosto dela, mas como amigo. Nunca a havia visto como mais que isso.
- Mas, ultimamente, ? continua Naruto, enquanto Hiashi apenas o escuta enquanto toma o chá ? percebi que ninguém esteve tão próximo de mim, nem me entendeu tão bem, quanto sua filha. E que, na verdade, quase não a conheço. Mas eu quero conhecê-la.
- O que está me propondo, Uzumaki?
- Duas coisas, Hiashi-san. Uma, com o casamento do Kazekage e o convite para ser padrinho dele, preciso de alguém que me ensine o que fazer, já que todos sabem que nunca fui muito de seguir as regras.
- De fato.
- Como vocês são uma das mais tradicionais famílias de Konoha, peço sua autorização para que Hinata seja minha tutora e me ensine o que for preciso para que Gaara e Konoha se orgulhem de mim.
- Não vejo por que não. Aliás, não creio que necessitasse minha autorização para isso.
- Aí entra meu segundo pedido. Quero conhecer melhor a Hinata durante esse tempo, e entender o que sinto por ela. E, se acabar sendo mútuo, quero desde já pedir sua filha em namoro, Hiashi-san.
- Um pedido um pouco estranho, jovem Uzumaki. ? fala Hiashi um pouco surpreso ? Mas vejo que, além de ser um grande ninja, está se tornando um verdadeiro homem. Só espero que não magoe minha filha.
- É a última coisa que desejo, Hiashi-san.
- Então aceito, e irei aguardar sua decisão de seguir em frente com este pedido de namoro.
- Obrigado, Hiashi-san.
- Vamos voltar para a sala então, Uzumaki.
-... E foi o que aconteceu. Por isso lhe disse aquele dia que o seu amigo era uma pessoa um pouco estranha.
- Q-Quer di-dizer... ? gagueja Hinata envergonhada...
- Sim, Hinata-chan. Assim sendo, Hiashi-san, qual é sua resposta?
- Como lhe disse aquele dia, você tornou-se um grande ninja, e tem se mostrado um grande homem também. E, desde que não magoe minha filha, não tenho porque negar seu pedido, jovem Uzumaki.
- O-Otou-san...
- E v-você, Hinata-chan? Aceita namorar comigo? ? pergunta Naruto segurando as mãos da kunoichi.
- N-Naruto-kun... E-eu... É claro q-que eu aceito... ? responde a jovem com lágrimas nos olhos e o coração acelerado.
- Obrigado, Hinata-chan. ? agradece Naruto enquanto abraça Hinata ? Espero poder te fazer feliz.
- Você já me faz, Naruto-kun.
- Bem vindo à família, amigo.
- Obrigado, Neji.
- Só cuide bem da minha irmã, Naruto.
- Pode deixar, Hanabi.
- Agora acredito que gostariam de conversar a sós, não?
- Se permitir, gostaríamos de dar uma caminhada.
- Sintam-se à vontade, meus filhos.
Saem e caminham pelas ruas desertas, de mãos dadas. Chegam então a um parque, e sentam em um banco, abraçados.
- A - Ainda não consigo acreditar, N-Naruto-kun... P-Parece um sonho...
- Se for um sonho, não me acorde, Hinata. Estou muito feliz que tudo tenha terminado assim.
- M-Muitas vezes e-eu ficava te observando ? começa a Hyuuga, aconchegada no peito do loiro, com um sorriso nos lábios ? e imaginando como seria estar, assim, abraçada com você...
- Desculpe, Hinata-chan, não ter percebido antes...
- Tudo bem, Naruto, tudo bem...
- Então... É como você imaginava? ? pergunta Naruto sorrindo enquanto faz carinho nos negros cabelos da jovem.
- Não. É muito, m-muito melhor. M-Meu coração parece querer explodir de felicidade...
- Assim como o meu...
- Q-Queria ficar assim para sempre, - diz Hinata se levantando - m-mas acho melhor voltarmos. J-Já está ficando tarde...
- Tem razão. E eu cheguei da missão e fui direto falar com vocês. Estou precisando descansar. Embora estar com você seja tudo que quero agora.
- Mas não esqueça que o casamento está chegando, e você ainda tem muito que aprender.
- Com você me ensinando, tenho certeza que ficarei bem.
Seguem, hora de mãos dadas, hora abraçados, de volta à casa de Hinata.
- A-Até de manhã então, N-Naruto-kun...
- Até de manhã, Hinata-chan...
Ficam somente olhando um nos olhos do outro, sentindo sua felicidade refletida, sentindo como se suas vidas seriam diferentes, e melhores, a partir desse dia.
Aproximam-se, sentindo a respiração um do outro, sentindo o calor do corpo um do outro na noite fria, até que seus lábios se tocam, se tocam num beijo envergonhado, mas um beijo sincero, de felicidade e cumplicidade. Um beijo há muito aguardado.