Minna, eu peço imensa desculpa por ter demorado IMENSO TEMPO!
Mas eu finalmente tenho meu pc e prometo escrever com mais regularidade.
Espero que gostem deste 5º capítulo!
Já devia ser meia noite. Estava escuro, muito escuro, e as luzes que iluminavam as ruas eram as das casas das pessoas.
- Hum... - murmurei enquanto caminhavamos - Posso lhes perguntar uma coisa, senhores?
Pude ver Valentin me olhar de soslaio mas logo me virei para Klaus que me sorriu e respondeu "Com certeza que pode." Sorri.
- Vocês não estão fazendo algo de errado?
- O que quer dizer com isso? - me perguntou ele, confuso.
- Quero dizer, vocês não deviam ajudar parisienses... Ou devem?
- Ah, isso. - ele se riu baixinho, passando as mãos pelos curtos cabelos loiros enquanto olhava o outro soldado por um momento - Bem, é verdade, a gente não devia ajudar a gente de Paris, mas... nesse caso abrimos uma exceção. Você é completamente indefesa. Não vejo que mal tem em a gente te ajudar.
- Pois, eu vejo. - disse Valentin por sua vez, tirando um cigarro do bolso e acendendo-o com um pequeno fósforo.
- Ah, Velentin, você é sempre do contra, não é? - refilou o outro num suspiro - Perdoe a rudeza dele, mademoiselle. Ele não faz por mal.
Logo a seguir, o loiro de olhos azuis tirou o cigarro da boca e expirou o fumo, mostrando-se um tanto aborrecido.
- Mas, pronto, ele sempre foi assim... - suspirou o companheiro com um sorriso - Menos quando estava com a Evellyn. Ah, Evellyn, essa bela e boa pu-...
No preciso momento em que Klaus estava prestes a terminar de caracterizar a tal Evellyn, Valentin se voltou para ele e lhe deu um forte murro na face esquerda, fazendo-o cair no chão. Mas o soco não pareceu incomodar muito o outro soldado, que passou a mão pela boca, limpando um pouco de sanguem e sorria para ele.
- O que foi? Até parece que é mentira... - ele se riu, fitando-o enquanto eu olhava, também, Valentin, assustada com a rapidez dele.
- Então talvez também queira saber que sua mãe andava sendo comida pelo Herr General Switz antes de ele te recrutar. - falou Valentin, furioso, e acabando por calar o outro soldado.
Eu os olhava em silêncio, admirada pelos dois estarem discutindo, ainda por cima em francês... Acho que já estavam super habituados a falar o meu idioma.
Eles acabaram por se calar e finalmente chegámos ao pub.
- Muito obrigada por me trazerem de volta. - eu lhes agrdeci com um sorriso, parando antes de abrir a porta.
- Não precisa a agradecer. Aliás, como a gente podia negar ajuda a uma dama tão linda como você? - Klaus me sorrio pelo canto dos lábios e deu meia volta, se afastando de mim - Gutten Abend, chérrie!
Eu sorri e depois olhei para Valentin, que me fixava sério, parado à minha frente.
- Ah, e obrigada também a você, seigneur Valentin. - eu lhe agrdeci, fazendo uma pequena vénia.
- Não foi nada, Madam. - ele falou com um perfeito sotaque francês - E para a próxima, tente não sair tão tarde.
- Sim, seigneur.
- E... Hum... Eu encontrei um frasco a poucos metros do esconderijo para onde o outro sacana te levou. O que era? - ele me perguntou num tom de voz frio e rouco.
- Era o remédio para a minha irmãzinha, seigneur. - eu lhe respondi - Ela está com febre e minha mãe me mandou ir à farmácia comprar o remédio.
Ele me olhou de cima abaixo e olhou para o lado a fim de não me encarar.
- Onde fica a farmácia? - ele me perguntou em voz baixa.
- Fica a duas ruas paralelas a esta, mas a esta hora o seigneur Leclerc já a deve ter fechado. - eu lhe respondi, tentando conter um sorriso que eu nem sei porque queria ser esboçado pelos meus lábios.
Ele ficou em silêncio durante alguns instantes até me encarar e dizer "Tá. Eu vou lá. Não vá dormir que eu já apareço com o remédio para a sua irmã" ele falou, colocando as mãos nos bolsos das calças castanhas e se afastando da porta do pub.
Eu fiquei estupfacta com o que acabara de ouvir. "O quê?!" pensei para comigo mesma "Ele está brincando? Ele vai mesmo comprar o xarope? Deus...".
Respirei fundo e me voltei para a porta do pub, abrindo-a lentamente e olhando para o interior.
- Soeur! - exclamou Bélle ao me ver, correndo para mim e me abraçando com força - Ma souer, porque você demorou tanto a ir à farmácia? Eu já nem conseguia adormecer...
- Oh, Bélle, está tudo bem. - eu lhe disse, passando as mãos pelos seus cabelos - Eu fui só comprar xarope para a Marrie, não se preocupe.
- Tudo bem.. - ela suspirou, me largando - E onde está o xarope?
- Hum, é uma longa história, ma souer... Eu lhe explico mais tarde. - eu lhe beijei a testa, sorrindo - Vá, vá dormir.
- Pode me fazer um chá, Valentina? - Bélle me sorriu, colocando uma madeixa para trás da orelha esquerda.
- Claro que posso. Agora vá para a cama que eu já lhe levo o chá, tá?
Minha imã me sorriu e subiu as escadas para o andar de cima, onde era nossa casa. Eu fui até ao balcão, já todo arrumado pelo meu pai, e peguei na chaleira, colocando água dentro dela e pondo-a a aquecer. Quando ela começou a apitar, eu a retirei do lume, desligando-o e ouvi alguém batendo à porta do pub.
- Je vais! - falei, poisando a chaleira no balcão e correndo para abrir a porta - Ah, seigneur Valentin!
E ali estava ele. O loiro trazia um pequeno saco de papel nas mãos e logo mo passou para as minhas, sem dizer uma única palavra.
- Ah, merci! Quero dizer... Danke. - eu lhe agradeci, apertando o saco contra mim - Hum, está um pouco pesado... Quantos frascos de xarope você comprou?
Eu o olhei e me deparei com seus olhos azuis e frios que me fixavam. Me calei por uns momentos. Provavelmente o fiz zangado com a minha pergunta...
"Que pergunta mais parva, sua idiota!" pensei para comigo mesma "Agora ele te vai tirar os remédios e vai berrar com você e...!"
Nesse momento ele suspirou e acariciou meu rosto, me fazendo deixar de pensar em todas aquelas coisas. O toque da mão dele era áspero, mas eu não liguei. Simplesmente o fiquei olhando em silêncio, mal sentindo minha pele arrepiar.
- Tente não causar mais problemas, tá? - Valentin me perguntou, parecendo querer esboçar um sorriso.
- Ja...
- E pare de falar alemão comigo, entendeu? Eu sei falar francês, eu entendo seu idioma. - ficou sério de novo.
- Oui... Désolé...
Ele suspirou e parou de passar a mão pelo meu rosto, começando a se afastar.
- Bonsoir, chérrie.
- Bonsoir... seigneur. - não hesitei em sorrir enquanto fechava a porta atrás de mim.