Aragon

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    12
    Capítulos:

    Capítulo 14

    Voltando para Casa

    Álcool, Linguagem Imprópria, Spoiler, Violência

    Tam tam tam tam ~

    Anteriormente em Aragon:

    As lágrimas começaram a escorrer dos olhos de Wendy, tomando isso como uma resposta Erza abraça a garota, chorando em seu ombro, e quando não é repudiada, diz:

    -Desculpe Wendy, mas é a verdade!

    Como não obteve resposta, ou melhor, tomando as lágrimas da garota como a resposta que faltava, Erza sorriu.

    Afinal era a Titânia, convencer uma garotinha era fácil, mesmo que com mentiras.

    Todos da guilda sorriram, aquela batalha estava ganha.

    Agora:

    Eles só não estavam prontos para o que aconteceu em seguida.

    Em um momento Erza estava abraçando Wendy, e no outro estava voando de encontro a uma parede, todos ficaram boquiabertos, Charlie deixou cair sua xícara de chá no chão, os olhos se focaram na maga escarlate que acabara de se levantar e olhava boquiaberta para a filha de Grandine.

    -O que?

    Os olhos de todos caíram sobre Wendy.

    -Não brinque comigo. – rugiu a pequena o ar se acumulava em seu redor, seus pés já não tocavam o chão, e seu rosto brilhava em fúria. –Não faça isso Titânia.

    -Wendy eu... – começa Erza dando um passo á frente, mas é impedida por uma lufada de ar que a joga contra a parede novamente.

    -Está mentindo. Eu sei que estava.

    -Eu não estava....

    -CHEGA DE MENTIRAS!

    O ar que estava ao redor dela se espalhou colidindo contra as paredes da guilda, quebrando garrafas e copos.

    Desculpe Mira. Wendy pensou enquanto pousava delicadamente no chão.

    -Não mintam mais para mim, nem tentem. – a pequena sussurrou – Se tentar me enganar novamente, ou falar mal, ou melhor, se ousar tocar no nome da Lucy novamente. – ela encara a maga do chão com um olhar assassino – Eu juro que não terei piedade, irei esmagar e Titânia nenhuma vai ter vez. – ela se vira para a guilda – E isso vale para todos, façam isso e nenhum mago classe S, nem mago santo irá me deter.

    E lentamente ela se encaminhou para a porta sendo seguida por Charlie, antes de fechar a porta ela para lançando um último olhar para a guilda.

    O ar ficou tenso, todos estavam com os olhos arregalados, aquilo foi chocante, uma legitima declaração de guerra da sacerdotisa do ar.

    A Dragoa havia despertado e Titânia nenhuma iria impedir seu voo.

    ~₢~

    ~Quatro anos depois~

    (Na verdade três anos e seis meses se você é perfeccionista)

    ~Em Tenebra~

    ~Lucy P.V.O~

    O tempo havia passado isso era certo, tão certo quanto à brisa que batia em meu rosto, tão certo quanto à luz do Sol que reluzia no pequeno objeto em minha mão.

    E ainda dizem que pequenas coisas não mudam nada, não poderiam estar mais errados, a prova estava na delicada pulseira prateada com pequenos pingentes do Sol e da Lua pendurados. Aquilo tinha sido um sinal, eu sempre soube, só não queria admitir, até a vendedora era um sinal. Eu não sei como, mas algo queria que eu tirasse Aragon.

    Olho para a lâmina ao meu lado, ela tinha 70 centímetros de comprimento, era uma lâmina fina com 9 centímetros de largura, no punho havia dois Dragões de encarando, as caudas se enroscando.

    É irônico como algumas pessoas passam a vida inteira procurando alguém que as faça sentir bem, que as façam se sentir inteiras novamente, e no meu caso foi algo e não alguém.

    -Não é a hora para sentimentalismo. – reclama Yue.

    -Deixe a bela dama em paz querida irmã. – diz Taiyo, também conhecido como loiro maravilha.

    E no meu caso é uma espada falante bipolar, levanto da pedra observando o crepúsculo caindo sobre Tenebra, ao longe o rio de Ryuu reluzia a luz laranja, o vulcão de Igneel tremia, o jardim de gelo brilhava produzindo pequenos arco-íris, e ao longe além dos lares dos elementares estava uma casa de madeira, entre as árvores da floresta estava minha casa.

    Olho para a rampa íngreme, o mesmo lugar que eu havia subido, quando tirei Aragon, seguro a pulseira mais forte, pego a espada com a outra, me viro para a borda do lugar, tomo impulso e salto.

    A sensação de saltar de trinta metros de altura é confusa e pode ser fatal se você é normal, mas como eu não sou é como ter abelhas em seu estômago, é doloroso, mas inebriante, viciante, eu podia ver tudo mesmo caindo. Quando estava perto do chão, usei a ponta de Aragon na parede de modo que meu corpo girasse e eu aterrissei de um modo legal (estilo Iron Man).

    -Bela aterrissagem. – diz Taiyo.

    Outro pervertido.

    -Talvez você possa parar de se exibir. – resmunga Yue. – Você quebrou o chão.

    Olho debaixo dos meus pés, era verdade, havia uma pequena cratera debaixo deles.

    -Você vai se atrasar para a sua festa. – completa Yue em tom de deboche.

    Era verdade, o Sol já estava quase sumindo, eram quase 19h00 horas, uma das vantagens de ser a Dragon Slayer crepuscular é sempre saber que horas são, é como se o mundo fosse um grande relógio.

    -Ah meu doce, você vai ter que correr. – canta Taiyo – Porque eu quero festa. A noite inteira. Até o Sol raiar.

    Yue fez um som abafado, e eu estava de acordo Taiyo canta muito mal, e era pior ainda quando resolvia compor, era péssimo. Principalmente quando você era a única a ter que aturar ele e a irmã mal-humorada. Eles ainda não se mostraram hoje, só posso ouvir suas vozes, é algum tipo de surpresa, ou algo assim.

    -Atrasar? – eu pergunto sorrindo – Vai sobrar tempo.

    E começo a correr, foi como se o tempo tivesse parado, o vento parou de soprar, os pássaros congelaram no ar. O tempo não havia parado de verdade, apenas parecia, pois meu corpo se movia mais rápido que essas coisas, essa foi uma das coisas que aprendi com Megumi, mas nem chego aos pés dela.

    Conforme meus músculos se soltavam a velocidade ia aumentando, meus pés tocavam o chão levantando a terra, o vento batia no meu rosto bagunçando meu cabelo.

    E então eu estava lá, a grande casa de madeira se erguia gloriosa à minha frente. De perto das árvores que era onde eu estava era possível ver a fachada preta da minha parede enfeitiçada. Eu solto o ar e solto um risinho.

    -Eu disse que sobraria tempo.

    –Taikun isso não vai acabar bem. – eu ouço de dentro da casa.

    -Vai sim. – ele responde – Ela vai cair. Já consigo sentir o cheiro dela. Não deve demorar.

    -Parece que o construtor armou uma brincadeira. – diz Yue.

    -Eu sei.

    Taikun tinha a mania de armar brincadeiras, nas primeiras semanas de treino, ele colocou armadilhas, era simples, um fio imperceptível a olhos normais era colocado na maçaneta e quando alguém abria a porta uma gosma verde malcheirosa caía sobre sua cabeça. Eu não ia ficar com o cabelo fedendo durante uma semana, de jeito nenhum.

    -O que vai fazer minha tortinha de limão? – pergunta Taiyo.

    -Eu acho que não vai precisar fazer nada. – fala Yue.

    E ela de fato tinha razão, na porta estava Takeshi, involuntariamente comecei a correr, não queria que ninguém morresse, mas era tarde demais ele abriu a porta e um violento jorro de gosma verde caiu em sua cabeça, eu congelei boquiaberta a poucos passos dele.

    Silêncio.

    -HÁ. EU CONSEGUI. – Taikun grita. – QUEM É O PRESUNTO AGORA? COMO SE SENTE PORQUINHA?

    E então ele me vê, recuo um passo, e quando ele percebe quem foi que caiu em sua armadilha eu já estava subindo na árvore mais próxima.

    -Volte aqui. – Taikun chama.

    Não dou ouvidos estou pulando de árvore em árvore, e ele tem vantagem por não ter nada nas mãos. Ele agarra meu tornozelo.

    -Não vai me deixar sozinho nessa pandinha. – ele ruge.

    Isso é ruim, Takeshi já estava se levantando e era questão de tempo até... ops ele já nos viu. Em uma distração de Taikun eu livro meu tornozelo, dou um salto de costas até a outra árvore, e de lá salto até a parede do meu quarto enfeitiçada.

    -Você não tem para onde fugir. – rugi Taikun pulando atrás de mim.

    Isso é o que você acha.

    -Aniktí̱ Pli̱. (Abrir portal).

    ‘ Uma linha prateada surgiu em formato de uma cruz, e um portal negro se abriu, ficando aberto apenas tempo suficiente para que eu entrasse.

    E então eu estava sobre o meu teto repleto de estrelas, o primeiro som que ouvi foi o deTaikun colidindo contra o meu painel e sendo pego por um Takeshi furioso que a cada novo golpe repetia:

    –Quem é a porquinha agora? Heim, presuntinho?

    Pelo menos ele não estava jogando raios. Sobre a cama estava uma grande caixa preta, se aproximo, sobre ela estava um pequeno cartão:

    Use está noite.

    By: Aiya.

    P.S: Fique tranquila eu e Rei vamos garantir que ninguém te incomode. XOXO

    Quando ela diz eu e Rei, ela quer dizer apenas Rei, Aiya deve estar se arrumando nesse momento, mas eu não duvidava da capacidade de Rei, ela me dá arrepios.

    Não iria abrir a caixa naquele momento, deixaria para mais tarde. Caminho até o banheiro, a luz do crepúsculo que se acabava estava presente no cômodo, eu poderia acender a lacrima de luz, mas odeio luzes artificiais, elas são tão irritantes.

    Coloco a banheira para encher geralmente eu não a usaria, mas parecia era uma ocasião especial Aiya havia abastecido meu armário com sais de banho, deixo a banheira enchendo e começo a me despir colocando a roupa suja em um cesto, quando já está totalmente cheio despejo os sais.

    Eram os meus favoritos, tinham o cheiro de rosas brancas e rainha da noite, Aiya diz que é apropriado.

    Lentamente vou entrando na banheira, a água está escaldante, mas isso não me impede de submergir nela. Mesmo debaixo da água eu podia ver tudo, até os sais que se dissolviam na água, fico observando o mundo debaixo da água, até que meus olhos começam a arder e eu volto à superfície, puxando uma lufada de ar.

    Termino o banho (não vou descrever como ela toma banho), e me enrolo em uma toalha, o grande espelho estava embaçado por causa da fumaça, passo a mão sobre ele admirando meu reflexo.

    A garota do espelho tem fios loiros mesclados em azul escuro (o que em determinadas horas do dia produzia um efeito laranja) e que caiam úmidos até a cintura, ela tinha a pele branca que reluzia na luz do luar (ela havia ficado tempo demais no banho), os lábios eram carnudos, e os olhos, os olhos laranja que mudavam de cor conforme o humor, e a hora, eles agora estavam azuis como o céu lá fora, com pontos amarelos. Mas agora essa garota tinha que se arrumar.

    Seco o meu cabelo com outra toalha e vou para o quarto, ninguém estava lá como prometido. Vou até a caixa em cima de minha cama, tomo fôlego e abro a caixa.

    Eu realmente me surpreendo com o conteúdo, lá tinha um vestido. Mas não apenas um vestido, era o vestido. Era simples, mas perfeito.

    Peguei uma roupa intima na gaveta, o sutiã era um tomara que caia preto, mas a calcinha de Panda era a minha nova aquisição, eu adorava roupas intimas com estampas de animais fofos, elas são perfeitas.

    Depois de vestir a roupa de baixo coloco o vestido. Uma voltinha no espelho foi precisa para compreender o inevitável: Estava perfeito. Tinha que estar, Aiya quem o escolheu. Passo o pente desembaraçando meus longos fios, pego uma tiara fina toda prateada e pronto.

    Eu não costumava usar maquiagem, mas essa era uma ocasião especial, não fiz nada demais apenas dei um destaque nos olhos, e passei um batom coral. Calcei os sapatos de salto alto (eu geralmente não os usava), e então estava pronta, quando já estava fora do quarto, minhas mãos tremiam.

    E o motivo para tanto nervosismo e arrumação?

    Simples, hoje era a minha festa de despedida. Amanhã eu iria embora de Tenebra. Vou voltar para casa.

    ~*~

    Conforme eu descia as escadas o som de uma música suave foi aumentando, ao invés de estar com cheiro de comida, o ar estava com leve frescor de rosas.

    Quando chego ao topo vejo, os móveis da sala sumiram, o único móvel presente era um sofá de couro negro em um canto, a luz estava regulada á uma intensidade razoável, o fogo crepitava na lareira, e o espaço ao redor dela estava vazio.

    No pé da escada estavam todos os meus amigos, vestidos elegantemente para a ocasião. Quando me viram todos sorriram, e quando cheguei ao último degrau Shinji pegou minha mão me ajudando.

    -Está deslumbrante bela dama. – ele diz.

    Sorrio perante o comentário, eu ouvia um desses todos os dias, mas hoje era diferente eu estava mesmo deslumbrante.

    -É muito gentil, meu honorável cavaleiro. – eu respondo – Você também está deslumbrante.

    E estava mesmo Shinji assim como todos os homens estava com um smoking, preto a única diferença era a gravata que é cor de gelo.

    Ele me conduziu até o sofá, me fazendo sentar bem no meio dele, os outros se sentaram ao meu lado me rodeando. Olhei para cada um dos rostos sorridentes, sorridentes exceto por Noriko, Takeshi que estava com o cabelo cheirando a gosma fedida e Taikun que estava todo inchado pela surra que levou de Takeshi.

    -Aceita algo princesa? – pergunta alguém á minha frente.

    Olho para frente e vejo Virgo com uma bandeja com canapés, ela mudou um pouco nesse tempo seus cabelos estão batendo na cintura, ela estava com um belo vestido negro batendo nos joelhos, por cima estava com seu usual avental, e decorando os cabelos rosa estava uma tiara com um dragão brilhante.

    -Virgo o que você está...? – pergunto deixando a pergunta no ar.

    -Eu estou ajudando na festa da princesa. – responde Virgo. – Hora da punição Hime?

    -Não Virgo. – digo pegando um canapé.

    A festa seguia tranquila, com Virgo servindo comidas finas e champanhe, nós conversávamos civilizadamente contando histórias agradáveis. E então eu sinto uma magia conhecida atrás de mim. Me viro e vejo Loki e Áries lá.

    -Loki? – eu pergunto de olhos arregalados.

    Os dois sorriem, eu não os via faz algum tempo, Loki estava lindo em seu smoking grafite e Áries estava deslumbrante em seu vestido bege simples, mas que caia perfeitamente com seu corpo, e sua situação atual.

    –Olá Lucy. – Loki diz os dois se aproximando – Como vai?

    Eu pulo do sofá lhe dou um soco no ombro.

    –Como vai? – eu digo – Baka eu não te vejo faz um ano e você me pergunta: como vai?

    Eu estava com raiva, um ano sem nos falar e ele me diz: Como vai? Loki esfrega o local dolorido e então me abraça.

    –Você não muda mesmo não é pequena? – ele diz.

    Eu retribuo o abraço, ficamos um nos braços dos outros por alguns minutos, até que eu me afasto, sorrio e digo:

    –Da próxima vez, vamos lutar lado a lado. E você terá uma ótima mestra. Todos vocês.

    Ele retribui o sorriso e ergue o polegar murmurando um: Estou ansioso por esse dia. E então eu vou em direção á Áries, dando um abraço nela.

    –É bom te rever Áries. – a solto – Como vai a Yumezinha?

    –Ela vai bem. É muito bom te rever também Lucy – sama.

    –Ah não me chame assim, somos amigas pode me chamar de Lucy, Áries-chan.

    –Gomenasai. – ela responde corada.

    Todos dão risadinhas, Áries nunca muda mesmo.

    –Não ligue para a minha carneirinha Lucy, ela é assim mesmo. – intervêm Loki, colocando os braços ao redor de Áries.

    Eles formam um belo casal e agora que a Yume chegou a família deles está mais linda que nunca. A sim, esqueci de contar eles se casaram, faz três anos, e tem uma filhinha.

    –Eu estava pensando, por que não dançamos um pouco? – pergunta Hokuto.

    Agora sim parece uma festa dada por eles, quando eles dizem dançar, quer dizer quebrar tudo. Me preparo para isso, mas algo incrível ocorre, Hokuto pega na mão de Taikun, o outro braço enlaça a cintura dela, e eles começam a valsear.

    Eu nunca imaginei que viveria para ver essa cena, cada um pegou seu par, Aiya com Takeshi, Jiro e Miki, Shao e Megumi, Shinji e Yuu, Arashi e Koushirou, Loki e Áries, Shinobu e Noriko (ele estava corado *.*), Rei deslizava sobre o espaço com Zack no colo (isso mesmo o cachorrinho de May), eu estava hipnotizada com a beleza dos casais á minha frente, que nem percebi a pessoa que fazia um reverencia.

    –Me dá a honra desse dança? – pergunta Ayako me estendendo a mão.

    Peguei sua mão e juntos fomos para o meio da pista, Ayako dançava bem, ele não ficava atrás dos outros conduzia bem.

    Dançamos algumas musicas e nos sentamos novamente, eu sentia meu rosto quente deve ser por causa do champanhe.

    –Ele não pisou no seu pé pisou Lucy? – pergunta Shinji.

    –Eu não pisei no pé dela. – rebate Ayako – Eu danço muito bem.

    –Tem razão, você dança. –eu digo – Aonde aprendeu?

    –Eu tenho um livro que ensina, posso te emprestar qualquer dia. – responde Ayako bebericando em sua taça.

    –Não preciso. – resmunga Shinji – Você precisa de aulas.

    Uma discussão iria começar, Ayako era invencível nessa área e odeia ser contrariado, e Shinji odeia que falem mal de sua dança.

    –É admirável que os dois queiram se ajudar. – intervêm Takeshi – Mas as mocinhas podem parar de discutir.

    Eles param, o que acho estranho, Ayako nunca para uma discussão sem antes a ter vencido. E eu achei que quem iria intervir era Noriko, geralmente era ele quem menos tinha paciência, ele ainda deve estar encantado por ter dançado com Shinobu.

    –Hora dos presentes. – cantarola Aiya.

    Em uma velocidade incrível uma rodinha se forma ao redor da onde estava sentada no sofá.

    –Presentes? – eu pergunto.

    –Sim bobinha. Acha mesmo que iriamos te deixar ir sem lhe dar nada? – zomba Rei.

    Solto um muxoxo, e fico desanimada.

    –O que foi? – pergunta Noriko se recuperando do transe – Não gostou?

    –Não é isso! É que eu não tenho nada para vocês. – eu respondo.

    –O fato ter ficado conosco durante esse tempo, já é um presente. – diz Miki.

    –É isso ai. – dizem todos.

    –Obrigada por ter ficado, e servido de saco de pancadas, tema para piadas, brincadeiras.....

    (Continua por cinco minutos).

    Gota. Ok, eu já entendi que o tempo que eu fiquei fui a opção número um para todo tipo de brincadeira, não precisa ficar falando por cinco minutos.

    –O meu primeiro. – cantarola Aiya.

    Ela se aproxima o vestido rosa Shocking tinha um grande decote, marcava muito bem o corpo dela, mas não chegava a ser vulgar, a maquiagem e o cabelo estavam lindos como sempre. Ela se senta do meu lado e me entrega um pequeno pacote rosa.

    Abro o pacote, dentro dele estava um colar com o símbolo do infinito, nele estava gravado as seguintes palavras:

    Αγάπη χωρίς όρια

    Eu tinha uma vaga ideia do que significava, mas não disse nada.

    –Quando você encontrar um parceiro dê a metade a ele, quando um estiver em perigo o outro vai saber. – diz Aiya, ela se aproxima e sussurra no meu ouvido – Talvez você devesse seguir o seu sonho.

    Arregalo os olhos, como ela sabia dos sonhos? É claro não é atoa que a chamam de Deusa do Amor. E então completa:

    –E no seu quarto tem um baú com tudo o que precisa.

    Os outros foram se aproximando e continuaram o ritual.

    Ayako me deu um livro antigo, ele não me disse sobre o que era, mas eu sabia que era importante, e também me deu um livro para presentear Levy-chan, eu contei sobre ela para ele, e o Dragão ficou ansioso para conhecê-la.

    Arashi me deu um frasco, dentro dele estava uma fumaça cinza.

    –Quando você precisar de uma tempestade. – ela explicou – Abra o frasco, e ela virá até você.

    Taikun me deu um bracelete, ele tinha um Dragão brilhante de várias cores nele, e então eu reconheci.

    –Isso é...

    –Eu usei a pedra em que Aragon estava presa. – ele explica entediado.

    –Como?

    –Não interessa. – ele replica – Eu fiz, e você vai surpreender.

    Gota. Eu imaginei que ele me daria algum tipo de arma, ele não tem cara de quem faz joia, mas eu adorei do mesmo jeito.

    Koushirou me deu um frasco transparente, nele tinha uma pequena coisa branca, um pedaço de suas escamas.

    Abro a boca para dizer que não podia aceitar, mas paro assim que vejo seu olhar. Para um Dragão dar uma escama a pessoa tem que ser muito especial para ele.

    Rei me dá uma pelúcia de Panda de dois metros, os olhinhos brilhavam, quando finalmente sai do transe agarrei o Panda e o abracei gritando “KAWAIIIIIII”.

    Em seguida veio Takeshi que me deu luvas pretas sem dedos, com um raio desenhado em cada uma.

    Jiro me deu uma bolsinha azul, era pequena, mas linda, e eu já sabia o que iria fazer com ela.

    -Uma linda joia para uma linda mulher. – diz Shinji quando me entrega uma pequena caixinha.

    Dentro dela á um anel feito de gelo, quando coloquei no indicador esquerdo ele se adequou ao tamanho do meu dedo sozinho.

    Yuui me deu um catador de sonhos, sendo que na ponta havia um sino.

    -Assim você entenderá melhor a voz. Espero que pegue bons sonhos. – ela diz.

    Miki me deu um livro de culinária, eu adorei estava precisando melhorar minhas habilidades culinárias, eu já tinha aulas com Miki, mas precisaria de ajuda sem ela.

    Shao me deu um sino de gelo, como aqueles dos contos de natal, só que branco e com um Lobo estampado, havia algumas letras quase imperceptíveis nele:

    πνεύμα Χιόνι

    Megumi me estendeu uma grande caixa preta, dentro havia um par de botas de combate negras, extremamente flexíveis.

    -Para você correr melhor franguinha. – ela diz rindo.

    Hokuto me deu um par de óculos com a armação prateada. Ergo uma sobrancelha, eu enxergo muito bem.

    -Assim você vai poder entender melhor o que as estrelas querem dizer.

    Noriko me deu um cristal amarelado em forma de gota, ele tinha pequenos brilhos.

    Abaixo os olhos para os presentes, eu os adorei, quando eu penso que é a vez de Shinobu eles conseguem me surpreender novamente quem vem à frente são Loki e Áries.

    -Não achou que ficaríamos de fora, achou? – Loki pergunta me entregando uma caixa amarela.

    Dentro havia um cinto azul escuro, com pontos amarelos, ele tinha dois pequenos bolsos, um de cada lado, fiquei surpresa quando consegui enfiar minha meu braço até o cotovelo em um deles.

    -O cinto celestial. - Diz Loki – Um objeto único, presente de todos nós seus amigos, e do rei dos espíritos.

    Olho abismada para o objeto em minhas mãos, ele era único, foi usado pela próprio rei.

    -Obrigada. – eu digo enfim. –Eu adorei.

    Fito por mais alguns instantes o cinto, até que percebo que tem alguém me esperando.

    Áries.

    -Áries – chan o que foi? – pergunto curiosa.

    -É que eu tenho uma coisa para te dar. – ela responde receosa, me entregando uma caixinha dourada.

    Abro a caixa e meu queixo caí, lá estava uma chave, era feita de diamante, era repleta de entalhos, fora isso o único detalhe que tinha eram inscrições, inscrições que nem eu entendia. Eu não entendia por que me davam aquilo, eu sabia de quem era a chave, afinal eu ajudei a cria-la, era a chave de Yume a filha de Loki e Áries.

    -Eu não posso aceitar. – digo

    -Pode sim. – diz Loki – Nós queremos que aceite. Precisamos que aceite.

    -Mas eu não sou uma maga celestial, não mais.

    -Por isso que queremos que fique com ela. – começa Áries – Um mago celestial teria ficado com ela para si, mesmo que não fosse seu destino possui-la, mas você, você pode encontrar alguém digno para ela.

    -Todos nós podemos escolher um dono, mas nossa filha precisa de auxilio. – diz Loki – E quem melhor que você? A mulher em que mais confio. A que ama e é amada pelos espíritos. A madrinha dela. – e completa – Você sabe que o Rei ainda tem receio sobre ela.

    E realmente tinha, quando eles se casaram, ninguém pensava que espíritos pudessem ter filhos, mas algo ocorreu, era como uma presença diferente, e então os dois entenderam era um filho, um filho que nasceria dos sonhos deles, uma nova estrela, o Rei foi totalmente contra um novo espirito, disse que era loucura, e então eu entrei na história. Eles pediram a minha ajuda.

    Eu não sie como, mas consegui visualiza-la, demorei algum tempo para aprender o feitiço que a traria a vida, e então no dia do cometa vermelho ela nasceu. O rei ficou furioso, mas depois gostou de Yume, ela até conseguiu sua benção.

    -Ok. – eu finalmente digo – Eu aceito.

    Eles agradeceram e então veio Shinobu com uma grande caixa em suas mãos.

    -Como tradição eu devo dar o último presente da noite. – ela diz – Afinal é minha discípula.

    Abro a caixa, ela estava repleta de panos, estavam embrulhando algo, desenrolo um a um, e ali estava. Coberto por uma ultima cama de pano, uma bainha para a minha espada.

    Ela era negra e tinha um dragão prateado desenhado, e muitos, muitos símbolos. Era perfeito.

    -Era do pai de Maya. – diz Shinobu – Ele achou no porão, enquanto ainda estava vivo. Ele me deu, e pediu que quando morresse desse para o portador de Aragon.

    Presto mais atenção nos símbolos, eu não conseguia compreender todos. Parecia errado aceitar, era do pai de Maya.

    -Não precisa se preocupar, Sirene não a quis de jeito nenhum. Maya também não vai querer. – Shinobu diz.

    -Se você diz. – e completo. – Só uma coisa, quando a verdadeira festa vai começar?

    Todos me olham curiosos, e Takeshi fala:

    -Essa é a festa! Não gostou?

    -Não é isso. – eu digo evasivamente – Francamente festa de gala não é a cara de vocês, achei que iriam fazer algo em que ficassem bêbados, brigassem, e destruíssem a casa.

    Todos me olham incrédulos, sinto o sangue subindo para o meu rosto, e então Noriko solta uma gargalhada, e outra depois da primeira, o riso dele me desconcerta, e então todos começam a rir, até que Shao fala:

    -Até que ela não é tão lerda.

    -Minha dama está certa não é a nossa cara. – diz Shinji.

    -TRAGAM A BÊBIDA.

    -Finalmente a festa começou. – diz Taiyo aparecendo com um smoking, Yue estava ao seu lado resmungando algo.

    -É FESTA.

    ~¢~

    Trinta minutos depois todos já estavam bêbados, Áries estava desmaiada no sofá, Loki preticava uma queda de braço com Taikun. Shinobu e Noriko discutiam.

    -Você é tão convencido!

    -Você é tão irritante!

    -Eles não formam um belo casal? – diz Aiya, Miki e Hokuto concordam.

    Shao e Megumi estavam dançando, o batom dela estava borrado e a camisa de Shao amassada, eles andaram se pegando.

    Rei estava jogando boliche, a bola era Jiro e os pinos todos que estavam de pé.

    -Eu danço melhor que você Koushirou! – grita Shinji.

    -Eu danço melhor que você Shinji. – se intromete Takeshi.

    -Quem é que derrubou a parceira no chão? – zomba Shinji.

    Takeshi não tinha resposta para aquilo então soltou:

    -Pelo menos eu tenho uma namorada.

    -NÃO ESTAMOS FALANDO SOBRE ISSO, MALDITO! – grita Shinji ficando roxo.

    -Seu recalque bate e volta nos meus dedos cheios de óleo. – diz Takeshi.

    O clima estava ótimo, mas eu precisava de um lugar para pensar. E eu já sabia qual seria esse lugar.

    ~£~

    A clareira de Igneel continuava a mesma, mas era mais bonita ainda na luz do luar, me sento na pedra de sempre e olho para a lua.

    -Um beijo pelos seus pensamentos. – diz alguém atrás de mim.

    Me viro e lá estava Igneel, vestido com uma calça de couro e blusa vermelha.

    -Está magnifica bela dama. – ele diz tomando minha mão e a beijando.

    -Você também não está nada mal. – eu digo.

    - Amanhã você volta. – ele diz se sentando ao meu lado – Você pode ver Maya por lá.

    -Talvez. – eu respondo melancólica.

    Há um ano e meio Maya havia saído de Tenebra, para completar seu treinamento, talvez eu possa encontra-la, mas não era com isso que eu estava preocupada.

    -O que houve? – Igneel pergunta – Antes que pergunte eu sei que está acontecendo algo, pois não está animada para encontrar Maya e lutar com ela.

    Fico em silêncio, ele era bom nisso.

    –Eu recebi uma carta de Wendy. – eu finalmente digo.

    Ele fica em silêncio esperando que eu continue, eu finalmente tomo fôlego e continuo.

    -Eles saíram da guilda, foram para outra, eu não sei o nome, mas eles não aguentaram.

    -É por isso que está preocupada? – ele pergunta – Ou tem algo a mais?

    Que velhote esperto.

    -Ela me contou umas coisas que a Fairy Tail falou. Eu não me importei realmente, mas tem duas coisas que me incomodaram.

    Ele se vira para mim, arqueia a sobrancelha e faz um biquinho, e diz:

    –Agora conseguiu a minha atenção, continue.

    -Eles disseram que eu machuquei Lissana, e que eu fugi por issp.

    -E você a machucou?

    -Não. Ela é minha amiga, nunca teria coragem de machuca-la.

    -Então não se preocupe, e quanto a você ter fugido....

    -Eu não fugi!

    -Por que você foi embora Luce? Por que saiu de sua guilda?

    Penso por um tempo, por que eu fugi?

    -Eu estava com raiva. Não suportaria ficar no mesmo lugar que eles, encarar todos sabendo que eram daquele jeito, que achavam aquilo de mim. Seria como admitir que estavam certos, que eu era tudo aquilo, incapaz de tomar uma decisão difícil.

    -Então você fugiu de você mesma? Do que você era?

    -Sim, eu acho que sim.

    -Você mudou Luce, não tem por que ficar receosa, é obvio que eles iriam dizer isso, que você fugiu porque é culpada, qualquer idiota diria isso! Não de esse gostinho a eles, não dê a oportunidade que eles querem para te fazer mal! – ele pega minhas mãos- E principalmente não deixe que as coisas do passado interfiram no seu futuro.

    Ficamos em silêncio observando o luar, sentindo a brisa da meia noite em nossos rostos. Até que ele fala.

    -Luce preciso que você me faça um favor.

    -Diga.

    Ele pega três caixinhas do chão e me estende uma, pego e lá dentro tinha uma escama vermelha.

    -Igneel...

    -Quero que entregue ao Natsu. – diz rapidamente – Para que ele saiba que estou vivo.

    -Igneel... Eu não posso dar esperanças para alguém que me destruiu.

    - Você não precisa dar á ele agora, só quando achar que ele merece.

    -Eu não posso fazer isso. Julgar alguém, dizer se ele merece ou não saber que o pai está vivo. – digo estendendo a caixa para ele.

    -Você pode, eu confio em você, confio no seu julgamento Alethea. – Igneel fala pegando em meu rosto.

    Relutando eu pego a caixinha, e suspiro:

    -Tudo bem eu vou fazer.

    -Obrigada. – e então pega as outras duas caixinhas – As outras são de Metalicana e Grandine. – ele me estende um livro – Isso é para o Laxus, um presente do Dragão elétrico.

    Pego e caderno também, avaliando a capa, era toda preta tinha apenas um raio no centro.

    -Eu tenho que ir. – eu digo levantando. – Obrigada por tudo Igneel.

    -Espere, eu tenho algo para você.

    Eu paro e me viro, ele estava com um embrulho escarlate, ele me entrega e eu o abro, dentro havia uma capa escarlate, o material parecia de couro, mas tinha algo diferente, o coloco o capuz cobria totalmente meu rosto.

    -Ficou bom. – ele diz. –Espero que seja útil, você pode mudar a cor se quiser.

    Concentro a minha magia na capa, e então ela estava preta.

    -UAU, eu adorei Igneel, obrigada.

    -Não foi nada, eu quero que se lembre de mim.

    -Eu não preciso de nada para me lembrar de você. – eu digo.

    E o abraço, Igneel fica em choque, mas depois retribui o abraço, o vento sopra mais forte fazendo com que pétalas de flores voem sobre nós, eu queria ter conhecido Igneel antes.

    -Vou sentir sua falta Ig-san.

    -Eu também vou sentir Lulu-san.

    Relutantemente nos soltamos, ele sorri e diz:

    -Vamos nos ver de novo pequena.

    E então ele se vai, eu pego o livro e as caixinhas tomando cuidado com elas, e então volto para casa.

    ~₢~

    A casa estava silenciosa, eu não detectava nada do lado de fora, entro e dou de cara com quinze corpos jogados pela sala, fecho a porta e vou até a escada, quando estou prestes a subir ouço algo atrás de mim, me viro e vejo Shinobu parada perto da porta, eu não a tinha visto lá.

    -Alethea chegou cedo. – diz ela – Sente-se comigo.

    No sofá estava Koushirou desmaiado, Shinobu o joga no chão e se senta, eu passo por cima do corpo e sigo seu exemplo.

    -Igneel está bem? – ela pergunta.

    -Está.

    Eu nunca contei a ninguém sobre Igneel, mas Shinobu sempre soube, e como nunca disse nada sobre isso supus que não se incomodava.

    -Bonita capa. Foi um presente?

    -Foi.

    -Eu tenho algo para você. – Shinobu se levanta e some de vista, quando volta está com uma caixa de madeira entalhada nas mãos. – Pegue.

    -Mas você já me deu um presente.

    - É uma tradição a sensei dar o último presente da noite lembra?

    -Ah sim, claro.

    Pego a caixa assim como alguns presentes esse tinha símbolos, mas havia algo diferente, a madeira era mais velha que tudo que eu já tinha visto, e não tinha fechadura, e a energia que vinha de dentro da caixa era especial.

    -Como eu abro? –pergunto.

    -Você não abre. – ela responde. – Pelo menos não agora.

    Olho para ela com uma cara de interrogação ela suspira e continua:

    -Vai ter uma hora em que você vai precisar do que está aqui dentro, você só saberá na hora certa.

    Desde que a vi eu aprendi que sempre se deve confiar em Shinobu, eu sussurro um obrigada e o silêncio caí sobre nós duas. Não precisamos de palavras para nos comunicar, ambas sabíamos o que a outra sentia.

    -Foram bons anos.- Shinobu diz.

    -Eu sei. – concordo nostálgica, todos os momentos passaram pelos meus olhos.

    E então eu a abraço. Foi um abraço sincero, Shinobu é como uma mãe para mim, ela cuidou de mim, me salvou, me ajudou. Lágrimas quentes saíram dos meus olhos, eu sentiria falta dela.

    –Amanhã vai ser um longo dia. – ela diz quando nos afastamos. – Hora de dormir.

    –Tem razão. – eu digo, me levantando digo um boa noite e subo as escadas.

    Eu não preciso estar aqui para ter ela comigo, ela tem um espaço no meu coração, e eu sei que ela pensa o mesmo.

    ~¢~

    O túnel estava novamente escuro, eu sentia uma coisa ruim se aproximando, eu poderia ficar assustada, mas eu já sabia o que viria a seguir.

    Uma luz forte surge, mas eu já havia me acostumado eu sonhava com isso todo o dia, quando o loiro aparece eu o sigo sem pestanear, agora eu conseguia andar ao seu lado, ele emitia uma luz branca e do meu corpo saia uma luz laranja, juntos fomos seguindo pelos túneis , afastando a escuridão lado a lado.

    E então nós chegamos, no último túnel, nunca conseguimos passar por ele, eu sempre acordava antes disso, mas o tempo estava do meu lado pois dessa vez seguimos em frente, nas paredes do túnel estavam desenhadas histórias, eu não entendia as inscrições mas eu sabia o que significava, era a história dos Dragões

    Ele para e eu paro ao seu lado, aquele era o fim da linha, não havia saída para os lados e á frente tinha uma parede, estampada nela tinha um grande Dragão. A coisa estava se aproximando, ela havia crescido ao longo dos anos. Olho confusa para o loiro, e uma coisa me chama a atenção, ele havia posto a mão na parede, um pequeno brilho apareceu na imagem do Dragão, o garoto ao meu lado parecia estar esperando algo.

    E então eu entendi, ele esperava que eu fizesse o mesmo que ele, coloco minha mão na parede e a luz explode ao meu redor. Ela me cega, parece que estou a ponto de entrar em ebulição, quando finalmente consigo abrir os olhos fico boquiaberta.

    Uma cidade brilhava em baixo de mim, e ele estava se afastando, tento alcança-lo, mas ele estava longe.

    “Logo” eu ouço um sussurro em minha cabeça, e pela segunda vez eu caio na real.

    Sorrio, eu iria vê-lo novamente, ele havia me guiado me mostrado aonde eu o encontraria, “Sim, em breve” eu sussurro, eu com certeza irei acha-lo e abaixo de mim Fiore brilhava em uma imensidão sem fim.

    ~£~

    Acordo com um sorriso no rosto, eu iria encontra-lo depois de quatro anos sonhando com ele, eu finalmente saberia quem ele é. Observo a luz do Sol que se projeta no meu teto, fazendo o Dragão brilhar, eu sentiria falta daquele lugar, de tudo e de todos, sinto o cheiro de comida no ar, salto da cama, e vou me arrumar.

    Em algum momento ontem eu havia tirado o pijama e removido a maquiagem, mas eu não me lembro desse momento. Tomo banho e coloco uma roupa comum, eu ainda tenho tempo para me arrumar eram 9h00 e eu só saia ás 12h00.

    Desço as escadas e me encaminho para á cozinha, todos já estavam lá, sento na minha cadeira, e Miki me serve um copo de suco de maracujá e um prato de ovos mexidos.

    -Dormiu bem querida? – ela pergunta.

    -Sim.

    Enquanto como a conversa corre na mesa, discussões, suspiros.

    -Parece que usaram meu corpo para jogar boliche. – reclama Jiro.

    Olho para Rei, ela tomava seu suco com um rostinho inocente, quem vê não imagina do que essa garota é capaz.

    -Parece que eu fui lançado de um sofá. – chora Koushirou.

    Eles eram bons de chute. Quando eu termino meu café, volto para o meu quarto, separo a minha roupa e organizo o resto em malas, coloco os presentes em uma maleta á parte. Em cima da cama estavam duas malas, uma maleta e um baú, o outro presente de Aiya, eu não precisei abrir para saber o que tinha lá, roupas perfumes e etc.

    Vou ao banheiro e visto minha roupa, uma blusa de manga longa branca, com calças pretas para combinar com as botas que ganhei de Megumi, o cinto que ganhei dos meus espíritos.

    Volto para o quarto e vejo que minhas malas sumiram, na ponta da cama estava Virgo, quando me viu ela disse:

    -Princesa levei sua bagagem para o mundo espiritual, assim não precisara carregar nada durante a viagem, devolverei quando chegar ao seu destino.

    -Obrigada Virgo.

    Tudo resolvido agora, quase pelo menos, faltava o toque final.

    -Deixei três itens de fora princesa. Achei que iria querer usa-los. – diz Virgo gesticulando para a cama. Ótimo Virgo. –Hora da punição Hime?

    -Não Virgo, obrigada.

    E então ela some. Sobre a cama estava minha espada, a coloco na bainha, e a prendo nas costas (like Kirito), e então coloco a capa de Igneel nas costas e estou pronta. Olho mais uma vez para todo o quarto, absorvendo todos os detalhes, eu iria sentir falta daqui. Apago a luz e fecho a porta.

    Mais uma vez desço as escadas, todos já estavam na sala, quando entro todos levantam. Rei corre para mim me abraçando.

    -Vou sentir sua falta Onii-chan. – ela diz.

    -Eu também Rei.

    Miki explode em lágrimas e no minuto seguinte todos já estavam me abraçando, muitos estavam chorando até Shinji. Noriko estava com uma expressão indiferente, mas ele iria sentir minha falta, não podia me enganar.

    As despedidas continuaram, até que a realidade caiu sobre nós, era a hora de ir. Saí da casa, eu na frente e eles atrás, Rei veio correndo até mim e pediu:

    -Onii-chan posso ir nas suas costas?

    A coloco nas minhas costas e sigo adiante, a caminhada foi nostálgica, fazia tempo que eu não ia em direção ao castelo. Eu não estava indo exatamente para o castelo, era na verdade um pouco atrás dele. O lugar era uma grande circulo redondo, o portal de ligação, ligada meu mundo com Tenebra.

    Todos os Dragões estavam ao redor do círculo, e ficaram alerta quando nossa pequena comitiva chegou, os olhos de Igneel brilharam quando me viu com a capa, nos braços de Grandine estava Zack, o cachorro estava nervoso, ele não gostava do portal, Sirene estava séria, os braços estavam cruzados em seu peito.

    Desço Rei no chão, bagunçando seus cabelos, vou até Grandine, Zack se encolhe quando me vê chegar, ele era esperto, e não gostava do portal.

    -Hey Zack. – eu digo.

    Tento passar a mão nele, e ele me morde, recolho minha mão rapidamente, ouço um risinho e me viro Igneel estava rindo de mim, ergo as sobrancelhas e ele para imediatamente, a voz dele sussurra em minha cabeça: “É a vida.”.

    Me viro de novo para Zack, olho nos olhos dele, projeto as imagens de May na minha cabeça, ela rindo, com o olhar sonhador, e envio para o cãozinho. No mesmo instante ele se acalma, olha para mim de novo e pula no meu colo. Ele havia entendido que eu o levaria de volta para May

    -Assim você ficara bem. – digo enquanto o coloco no meu ombro, e o cubro com a capa.

    Vou para o círculo, eu iria fazer May sorrir de novo, mas quando estou no último degrau do grande circulo de pedra Sirene grita:

    -Espere. – e então corre na minha direção, eu desço um degrau e fico de frente para ela.

    -Sim senhora?

    Eu esperava que ela me desse um tapa e gritasse algo como: NÃO ESTRAGUE TUDO!

    Mas o que ela faz me surpreende, ela me dá um meio abraço, e sussurra no meu ouvido.

    (Você: E o que ela sussurrou autora-sama? Autora-sama: Surpresa. Haha, só nos próximos cap)

    Arregalo os olhos, eu engulo o seco conforme ela se afasta. Por que ela me disse isso? O nervosismo toma conta de mim enquanto subo no grande círculo, ele tinha várias linhas e dois símbolos que significavam as dimensões.

    Eu estava nervosa, mas não adianta pensar nisso agora. Os Dragões juntaram suas mãos, fecharam os olhos e cantaram:

    –“Pelo poder a nós concedidos, pelo céu, água, terra, fogo, ferro, gelo, relâmpago, como guardiões dos sete elementos pedimos ao grande guardião do portal Xin através de nossa prece que conceda a passagem para o outro lado.”

    Agora era a parte difícil o portal tinha meio que vida própria podia conceder ou não a passagem.

    –“Como humildes servos oferecemos essa oferenda.”.

    Soltando as mãos cada um depositou um pouco do seu elemento na pedra, Sirene depositou a combinação de todos os elementos, a pedra começou a brilhar. Eu sabia que não era só isso, precisava de algo mais, então começo a cantar:

    –Pelo poder a mim concedido, pelo amanhecer que queima o céu, pelo entardecer que antecede a noite, pelo Grande Dragão que dança pelos céus, como guardiã do crepúsculo peço ao grande guardião Xin através de minha prece, que me conceda a passagem para o outro lado.”

    Acho que não esperavam que eu fizesse isso, apenas os Dragões do conselho podem abrir o portal, mas eu tinha que conseguir. Olho para meus amigos aflitos, Shinobu estava sorrindo , lanço uma piscadeira, e continuo.

    –“Como sua humilde serva ofereço a ti essa oferenda.”.

    Me ajoelho concentro a minha magia nas mãos e a coloco sobre a pedra, quando deposito a magia de três cores sobre o portal, ele brilha mais forte, Zack se remexe em meu ombro, eu não o culpo por estar assustado, e então sou engolida pela luz.

    Viagens tridimensionais são perturbadoras, é como se seu estômago virasse de cabeça para baixo, como se a sua pele fosse puxada e se soltasse do seu corpo, seu cérebro vira gelatina, e você não consegue respirar.

    A única coisa que eu consegui ver era a luz, ela estava em todos os lugares, paralisando meus músculos, tudo acontece no mesmo instante, no meu ombro Zack se remexia inquieto.

    E então estava acabado, abro os olhos e eu estava na floresta, em frente aonde quatro anos atrás eu fui atacada por um Lobo e salva por Maya. O céu está nublado uma tempestade se aproximava, Zack parou de se mexer ele estava sentindo o perigo.

    –Você realmente estava esperando. - Sorrio foco para a mata e continuo – Não é mesmo Senhor Lobo.

    Um grande Lobo cinzento estava lá, mas ele não estava sozinho a matilha estava logo atrás. O Lobo que me atacou quatro anos atrás, o que mordeu meu tornozelo, ele se lembrava, pois estava furioso, o resto da matilha começou a me cercar completamente eram dez ao total.

    -Que tal uma competição? – eu proponho – Vamos ver quem corre mais rápido.

    Eu estou falando com um Lobo, mas não funcionou de nada, sua sede de sangue era mais forte, ele rosnou e me atacou, quando ele estava prestes a engolir meu rosto eu o estapeei o lançando de encontro contra uma árvore. E então comecei a correr.

    Eu já sabia o caminho certo dessa vez, não iria me perder, uivos cortaram o céu e então Lobos furiosos correram atrás de mim.

    Correr com os Lobos é uma coisa assustadora, mas excitante, principalmente quando se está ganhando deles, mas o pensamento veio cedo de mais, o líder deles corria loucamente ao meu encalço, ele estava perto.

    Começa a chover, uma chuva torrencial cai sobre nós, o vendo ricocheteia em meu rosto deixando meu cabelo grudado em face, Zack estava parado, mas estava nervoso. O Lobo estava cada vez mais perto, tão perto que eu podia sentir sua respiração em minhas costas.

    Ok chega de brincar.

    Quando ele está prestes a me abocanhar eu acelero, puxando o fôlego pouco a pouco, só fazendo os movimentos necessários, a única coisa em minha mente é o caminho pelo qual percorro.

    E então eu avisto o carvalho, o carvalho que marca o começo da floresta, salto pegando um de seus grossos galhos, um a um eu fui pulando até chegar ao topo.

    O céu estava escuro, mas eu podia ver o ponto em que eu saí ao longe.

    -Trinta quilômetros em cinco minutos, incrível. – diz Taiyo

    -Se fosse Megumi seria em um. – eu digo, olhando para a floresta.

    –Não é a toa que os Lobos estão bravos, os humanos destruirão a floresta. – Diz Yue. – O carvalho está morte, deve ter sido envenenado, a proteção da floresta caiu.

    Malditos. Coloco minha mão sobre o tronco da árvore morta, ela iria viver de novo, pego Aragon e entalho dois pequenos Dragões com as caudas entrelaçadas, guardo a espada na bainha, e com a mão sobre o entalho canto.

    –Assim como na noite você pereceu, no dia renascerá. Assim como ao grande você serve, a ele continuará, e quando sua luz queimar você irá brilhar, e quando suas sombras o tocar, irá resguardar. (sem criatividade.)

    Um pequeno feixe laranja saiu de minhas mãos, assim está melhor, olho para a outra direção, por trás das nuvens brilhava uma cidade, e lá estava meu objetivo.

    Lucy P.V.O Off

    ~₢~

    -Me dê logo uma resposta logo sua imbecil. – grita o homem á minha frente.

    Ele estava impaciente, eu já havia o enrolado muito, mas eu não iria dar o que ele quer.

    -Eu disse que não! – eu grito de volta. – Nunca vou pertencer a um nojento como você.

    PLAFT

    Coloco minha mão sobre o rosto, ele havia me dado um tapa.

    -Eu poderia toma-la a força, eu não hesitaria em fazê-lo! – ele ruge – Você tem até amanhã.

    Ele vai até a porta, a abrindo, lá fora seus capangas estavam a sua espera com uma carruagem movida a poder mágico, antes de sair ele lança um último olhar e diz:

    -Não se esqueça de que se não aceitar sua mãe morre. Apenas eu tenho um antidoto!

    E vai embora, eu fico lá parada no meio da sala atônima, respiro fundo contendo as lágrimas de ódio que ameaçam sair de meus olhos, no quarto ao lado ouço um gemido.

    Minha mãe estava doente há duas semanas, eu tentei de tudo, mas não havia cura, esse homem se chama Filius Iniquitatis, ele vinha me atazanando desde que tomou o controle da cidade, eu o havia rejeitado, minha mãe o afastava, mas quando ela ficou doente, ele me mostrou uma cura, eu vi que funcionava, mas o preço que ele pediu eu não podia pagar.

    -Quem... – murmura minha mãe, - Quem é você?

    Ela desmaia, e eu caí no chão e começo a chorar, eu não sabia como salva-la, eu não podia nem me salvar. Ouço os Lobos uivando na floresta, era bem apropriado, a chuva cai mais forte, o vento arrastava tudo. Minhas lágrimas caem cada vez mais, acompanhando o ritmo lá fora. Não me restava alternativa senão ceder, pela minha mãe.

    Ouço batidas na porta, devia ser ele querendo uma resposta agora, eu não iria atender, iria adiar aquilo o máximo possível.

    As batidas param agora eu só ouvia o som da chuva, e as goteiras por toda a casa.

    As batidas voltaram mais insistentes, eu já estava cansada disso, levanto e pego uma barra de ferro, vou até a porta e a abro com tudo.

    -EU JÁ DISSE PARA ME DEIXAR EM PAZ! – eu grito erguendo a barra de ferro contra a figura á minha frente.

    Ele a para com uma mão a poucos centímetros da cabeça, a figura na porta estava encharcada usava um capuz negro que lhe cobria todo o rosto. Não era o Iniquitatis, essa pessoa era mais alta e mais forte, tinha um corpo feminino, devia ser um capanga dele.

    Ele solta a barra, eu aposta para tentar uma vez, e então eu ouço um latido, um latido conhecido que me fez hesitar, eu penso que foi apenas imaginação quando algo acontece, o capuz dela se mexe e algo pula no meu colo, um pequeno borrão negro me paralisa, a barra de ferro caí no chão, eu olho atônima para o cachorrinho negro sorridente no meu colo.

    Não pode ser.

    A figura negra tira o capuz, revelando encharcados cabelos loiros mesclado com azul que vão até sua cintura, na parte em que as duas cores se encontravam um tom de laranja era exibido, ela estava com os olhos fechados, mas o rosto era conhecido, nariz perfeito, longos cílios, pele impecável, lábios carnudos.

    Ela abre os olhos revelando um chocante tom laranja com pontos azuis e amarelos, neles eu conseguia ver o céu, ela me analisa por um instante e então sorri revelando dentes brancos e alinhados, quando fala sua voz se revela tão bela quanto eu me lembrava.

    -Olá May.


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