Aragon

Tempo estimado de leitura: 10 horas

    12
    Capítulos:

    Capítulo 12

    Crônicas de uma Maga

    Álcool, Linguagem Imprópria, Spoiler, Violência

    Leiam as notas finais.

    Boa leitura.

    Sabe eu sempre pensei que meu treinamento ia ser triste e solitário, que eu ia ficar tão cega de ódio e assim, apenas assim eu seria forte o suficiente para derrotar “eles”. Mas agora eu vejo que eu nunca teria chegado tão longe, e se eu sou forte agora é graças aos meus amigos. E mesmo que essa força não seja o suficiente eu conquistei muito mais com essa fraternidade, do que eles jamais conquistaram com ódio. Eu ganhei um poder espetacular, família, amigos, algo para proteger, algo realmente que vale a pena por se lutar, eu gostei até de ter ganhado uma inimiga, alguém realmente digno de se superar.

    E tudo isso que eu ganhei eu consegui de um modo limpo, e mesmo que eu tenha perdido algo precioso no caminho, eu sei que no fundo lutar por isso vale a pena. Perder algo as pessoas tem medo da perda, mas saiba que não se pode dar um passo para frente sem deixar algo para trás, eu não queria deixar de ser uma maga estelar, perder a magia que me foi herdada de minha mãe foi algo doloroso, eu amo os meus espíritos, e se eu tivesse uma escolha, escolheria ficar com as minhas chaves, mesmo se isso diminuísse os meus poderes como DS, mas infelizmente não posso, minha essência mágica foi totalmente modificada, minha capacidade de convocar espíritos foi anulada.

    Mas eu não irei abandonar meus amigos, nunca nesses quatro anos eu os deixei de lado, arranjei um modo de tê-los ao meu lado, e agora que eu estou prestes a sair de Tenebra e começar a minha verdadeira jornada, irei achar uma pessoa com o coração puro para portar as minhas chaves.

    Eu sou uma nova pessoa agora, que vê o mundo de uma outra forma, vingança?

    Eu não estou pensando mais nisso, embora eu ainda queira, isso não é mais meu principal objetivo afinal para que me serve espancar alguém se essa pessoa vai estar com tanta dor que nem vai lembrar o que aconteceu? Eu vou achar um outro modo de me vingar, afinal o que vale sacrificar o meu presente e futuro pelo meu passado? Lembre-se disso.

    Você deve estar pensando quando foi que eu mudei tanto? Isso eu deixo a seu critério, aqui estão as minhas história, coisas importantes que aconteceram nesses quatro anos. Espero que nessas crônicas você veja o meu passado, para que entenda o meu presente e ilumine o meu futuro. E espero que seja uma ótima jornada, afinal eu vou me esforçar, isso é uma promessa e mesmo agora eu nunca quebro uma promessa.

    Lucy Alethea Aurora Heartfilia

    Sonhos, acordando e furacão de sentimentos.

    Acordar cedo quem gosta de fazem isso? É chato e cansativo, principalmente quando te levantam antes do Sol raiar para levantar pedras, e pode ser frustrante quando te acordam quando você está prestes a abrir a porta que perseguiu o sonho inteiro.

    Nestes quatro anos que se passaram pude perceber quais são os piores modos de ser acordada, que são:

    –Com um rugido de Dragão na sua orelha. (Como o do Natsu na luta contra o Cobra.)

    –Com o nariz congelado (especialidade do Shinji quando ele foi obrigado a fazê-lo.).

    –Coberta de neve.

    –Eletrocutada ou molhada e eletrocutada.

    –Todas as categorias acima.

    E depois de um ocorrido que destruiu o meu quarto eu comecei a acordar e escapar para assistir ao nascer do Sol. E esse dia eu nunca poderia me esquecer.

    ~°~

    Estava escuro e eu estava sozinha, não consigo ver nada, eu não consigo nem me ver, parecia que eu estava me fundindo com a escuridão, me tornando parte dela. Algo estava se aproximando, eu sabia que tinha que fugir, mas não consigo me mover e a coisa está cada vez mais perto.

    Um pequeno ponto de luz irrompe pela escuridão, era pequeno, mas foi o suficiente para localizar a mim mesma, levo minha mão até o feixe, e então ele explode, enviando seus raios de luz para todos os lados, protejo meu rosto, antes eu estava me fundindo nas sombras, mas agora estava me fundindo com a luz, e não era uma sensação ruim, era reconfortante, quente e protetora como um abraço, e agora estava sumindo.

    Abro meus olhos e observo que ela não estava sumindo, estava se afastando.

    Como um choque aquela sensação atravessa meu corpo, algo estava se aproximando, estava vindo antes da luz,,, outro choque passa pelo meu corpo, a luz estava o afastando.

    Giro meus calcanhares e vou em direção a luz. Estávamos em um tipo de túnel. A escuridão estava avançando mais rápido, ou talvez também estivesse fugindo.

    Olho para a luz, ela estava formando alguma figura, uma sinueta, a sinueta de um homem, o homem era a luz, ele estava emitindo a luz, estava afastando aquilo.

    –Espere. – eu digo.

    Ele hesita por um instante, mas logo recomeça a andar, sigo em frente em seus calcanhares,

    –Qual é o seu nome? – eu pergunto, mas não houve nenhuma resposta, apenas o silêncio. – Por favor.

    Nada. Por que ele não me responde? E por que ele me parece tão familiar.

    –Hey. – eu tento de novo.

    Com a minha mão em sus ombros ele para, e ignorando o arrepio que percorreu meu corpo, eu balbuciei:

    – Q-quem é você?

    Lentamente ele começa a se virar, mesmo com a luz consigo perceber que ele tem fios loiros, e ele se parecia...

    ~°~

    Nada, abro meus olhos mas não enxergo nada, vazia é assim que eu me sinto.

    Estava frio, e eu não sinto nada apenas o ar gélido em todo o lugar.

    –Oi Lucezinha levante. – diz uma voz distante. – Acho que congelamos ela. Pelo grande Shinobu vai nos matar quando chegar.

    –Hum, será que a superestimamos? – pergunta outra voz.

    –LEVANTE – SE PIRRALHA! Você está com os olhos abertos. – diz uma voz arrogante. – Eu não queria usar isso, na verdade eu queria sim, e agora vou usar.

    Uma onda de eletricidade passa pelo meu corpo, causando espasmos e dor, minha mente desperta, foram eles, eles que me acordaram na hora que eu ia descobrir quem era. Cerro meus punhos. E então eu estou com raiva, tanta raiva que quero que eles desapareçam, saiam voando e me deixem voltar a sonhar.

    –Acho que a pirralhinha quer mais. – Takeshi fala.

    Não me chame de pirralha. Voem.

    –O que é isso?

    Um sorriso surge em meus lábios. Sim, voem.

    –Pare!

    Nem pensar. Saiam. Voem.

    –Lucyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyyy.

    Pisco e pulo no chão, no momento certo antes de uma pedra gigante de gelo atingir a minha cama, a quebrando. O vento estava forte, meus móveis estavam quebrados e minhas roupas estavam voando.

    Eu não estava sonhando. No meu quarto tinha...

    Uma enorme massa de ar, raios, neve e gelo. Tinha um furacão no meu quarto. E o pior: fui eu quem fez isso.

    Lentamente fui engatinhando até a porta, a janela estava mais perto, lutando contra a fora do vento frio. Droga, como se desliga isso?

    Jogo-me no chão a tempo de evitar que meu abajur explodisse na minha cabeça, me arrastei o resto da distância e em um pulo agarro a maçaneta da porta e me joguei fora.

    Empurro o ombro contra a porta para fecha-la, e lá vi um burrão dourado girando.

    Minhas chaves.

    Droga isso com certeza vai doer.

    O MINISTÉRIO DA HAZEL ADVERTE: NÃO FAÇAM ISSO EM CASA!

    Fui até a outra parede, e corri em direção á porta, a empurrando com os ombros, e então fui sugada pelo Furacão.

    O MINISTÉRIO DA HAZEL ADVERTE: A SEGUIR ESTÃO ESCRITOS OS PERIGOS DE ENTRAR EM UM FURACÃO DESCONTROLADO. PRINCIPALMENTE SE FOI VOCÊ QUEM O CRIOU. VAMOS SER BONS MENINOS E MENINAS E FICAR COM OS PÉS NO CHÃO OK? SE NÃO O TIO NOEL NÃO VAI DAR PRESENTES.

    Entrar em um furacão é como ser partida em vários pedaços, não se consegue respirar, e nem enxergar.

    As coisas colidiam contra o meu corpo, roupas, pedaços de móveis, um corpo. Um corpo? É mesmo Takeshi, Shinji e Shao também estão aqui.

    Como eu devo parar isso?

    Já sei, o olho do furacão eu estou bem no meio dele, talvez eu consiga parar daqui, mas antes...

    Minhas chaves, onde estão?

    Um rápido borrão dourado aparece na direita, tento me mexer, mas não dá certo, basicamente eu já estou em movimento, baka. E se estamos girando uma hora vamos nos chocar, mas quanto tempo isso vai demorar? A dor em meus pulmões já está insuportável. Talvez se eu conseguisse....

    Plaft...

    Um pedaço de lacrima bate na minha cabeça.

    Quer saber? Já chega!

    Eu fui acordada na melhor parte do sonho, congelada, eletrocutada, e agora estou no meio de um furacão (que eu mesma criei, mas isso não é desculpa para deixar isso de ser chato), sendo triturada, macetada e asfixiada.

    Isso vai acabar. A-G-O-R-A.

    Magia começa a escapar do meu corpo, e o vento começa a ficar mais rápido. Não, não, NÃO, é para ir mais devagar. É para parar seu imbecil.

    PARE.

    Kabum. (era para ser uma explosão.)

    E nós saímos voando para fora. Algo dourado passa á minha frente. Lanço meu corpo e agarro. Minhas chaves. O furacão que nos arrastava, agora se desfes nos deixando a mercê da gravidade.

    Eu estava caindo, e estava cada vez mais perto do chão.

    Libero a magia, usando – a como um escudo. E em um baque atingi o chão.

    Puxei o ar desesperadamente, e abro os olhos, eu estava... estava... em uma cratera. Eu fiz uma cratera no gramado. Espero que Shinobu tenha muito o que fazer, e que Grandine fale bastante, assim eu vou ter tempo para arrumar isso.

    Fui escalando a cratera, mais para arrastando, não preciso nem ver para saber que estou toda cortada com aqueles machucadinhos irritantes, mas pelo menos minhas chaves estão comigo.

    Finalmente alcanço a borda, e o buraco era maior do que eu pensei, ele tinha uns dez metros de largura e uns cinco de profundidade.

    –Acho que exagerei. – eu sussurro, saindo daquele troço, e dei de cara com botas de couro na minha frente, eu congelo.

    –Exagerou? – diz uma voz, levanto a cabeça dando de cara com uma Shinobu com o rosto coberto pelas sombras.

    –Shinobu.... – eu sussurro.

    Oh shit!

    The end.

    Almoço em família

    Depois do ocorrido com o furacão todos estavam com o humor revigorado, exceto Shinobu que não gostou nem um pouco da parede que eu explodi.

    É claro que uma parede quebrada não foi o único efeito colateral, meu quarto foi destruído, e tudo que eu tinha lá, eu, Shinji, Takeshi e Shao ficaram com cortes, escoriações e ficamos ofegando durante uns três dias, eles se machucaram mais, é claro.

    Mas nenhum furacão pode ofuscar o maior acontecimento da semana, o almoço de domingo.

    O almoço é um tipo de ritual sagrado para eles, principalmente porque quem cozinha é a Miki, a comida é ótima é claro, mas eu ainda não tinha “entendido” segundo eles a magia por trás disso, talvez eu descubra hoje.

    ~ & ~

    Depois de tomar um banho limpando todo o suor do treino da manhã, eu ainda estava trancada no banheiro, nervosa. E por que o nervosismo? Simples já estava quase na hora do almoço, e eu estou quase tendo um troço.

    Se acalme, você já passou por isso antes, não é o primeiro domingo que eu passo aqui. Mas é o primeiro que eu passo desse jeito. E agora eu estou no banheiro trancada com roupas emprestadas, quase tendo um ataque por causa de um almoço.

    Depois de finalmente conseguir tapar aquele buraco no gramado, e ter plantado grama. Plantar grama, quem pelo grande planta grama? E ter recolhido o entulho que na verdade era o resto do meu quarto, eu comecei a me sentir assim.

    Com uma estranha euforia, junto com nervosismo. Argh.

    Toc. Toc. Toc.

    Saio do meu devaneio, indo abrir a porta, com certeza era alguém vindo ver se eu não tinha morrido aqui, como se eles não conseguissem ouvir meus batimentos, principalmente agora que estão acelerados.

    Giro a maçaneta e lá estava Yuui, com seus cabelos negros presos em um coque, e os olhos cristais olhando para eu, sem surpresa.

    –Já está na hora de descermos. – ela diz.

    Concordo com um rápido aceno, fechando a porta atrás de mim, sigo atrás dela com o nervosismo crescendo, acho que vou ter um ataque antes de descer as escadas, esbarro e alguma coisa. Dando de cara com Yuui me observando.

    –Desculpe.

    E nada, ela continua me encarando, me forçando a encara-la. Ela é bonita. Têm olhos grandes, o rosto sem nenhuma imperfeição, lábios carnudos.

    Ela estava usando uma camisa branca, com calças caqui, e sapatilhas brancas. A roupa apagava todas as curvas do corpo dela.

    Sinto meu rosto ficar quente, agora ficando realmente ciente da roupa que eu estava usando, uma blusa de seda azul bebê, e calças azul escuro, que eram dela. Será que me deram as melhores roupas dela e só restou isso no seu guarda-roupa? Eu estava usando até seu sutiã, porque era o único no meu tamanho da casa.

    –Ficou bom em você. – ela diz, sorrindo em seguida – Fique tranquila a primeira vez é sempre a pior.

    E então recomeça a andar. Eu estava errada, ela se veste assim porque acredita em algo mais do que o exterior. O que causava discórdia com Aiya que queria que ela aproveitasse o que foi dado, para que conquistasse o seu príncipe.

    Ou melhor seu Dragão, ela gostava do Igneel, e eu pessoalmente acho os dois fofos.

    –TAIKUN FIQUE LONGE DA MINHA COMIDA. – Grita Miki.

    Pelo jeito já começou.

    –Taikun se você tocar na comida eu juro que vou te eletrocutar até a morte. – diz Takeshi.

    Dou uma gargalhada, sendo acompanhada por um risinho de Yuui. Eles não mudam mesmo.

    –Hahahaha, eu consigo te ouvir pirralha. – Takeshi replica.

    Chegamos à cozinha, e eu que esperava ver um verdadeiro caos, eles estavam sentados ordenadinhos na mesa, que estava coberta de todos os tipos de comidas intocadas.

    –Finalmente apareceu. – diz Koushirou – Já achamos que tinha desaparecido, mas seria uma pena comer tudo isso sem a sua maravilhosa presença.

    Entro no cômodo e vou até a cadeira vazia ao lado de Shinobu, me sentando lá.

    Em um movimento rápido algo atinge a cabeça de Koushirou, Miki surge ao meu lado, fazendo carinho nos meus cabelos e diz:

    –Não seja mal, tem comida bastante para todos.

    –É não seja mal, se você irrita-la ela pode fazer um furacão varrer você até o mundo dos humanos. – diz Noriko.

    –Não brinque com isso, não quero meu gramado destruído outra vez. – diz Shinobu.

    –Por você eu enfrentaria mil furacões minha rainha. – diz Shinji para Shinobu.

    –Oi,oi ele está mudando de assunto novamente. – diz Jiro.

    –Nem diga isso quero furacões bem longe do meu ursinho. – fala Aiya, deixando todos com gotas na cabeça.

    Seguro o riso, mas é meio difícil vendo alguém chamar alguém daquele tamanho de ursinho.

    –Não me chame de ursinho. – resmunga Takeshi corando.

    –Não prevejo nenhuma tempestade, seu gramado está a salvo Shinobu-san. – Arashi diz, como se tivesse saído de uma seção espiritual.

    –Nosso ursinho também está a salvo também. – brinca Taikun.

    –Nosso? É apenas meu ursinho! Meu. A não ser que você também o ame. – continua Aiya. – Takeshi ele não te ama como eu te amo!!!

    Ok. Isso é muito estranho, estava na cara que Taikun estava brincando, mas isso não impediu Aiya de chorar como se Takeshi estivesse tendo um caso gay (não tenho nada contra vocês, ok? Vocês são legais.).

    –Eu não sou boa o suficiente para você? – pergunta Aiya – Eu sou tão ruim, que você recorre a um brutamonte? Por quê? O que tem de errado comigo? POR QUÊ?

    Takeshi a abraça, Aiya começa a se debater, e só para quando ele sussurra algo em seu ouvido, algo como: “Eu também te amo minha cupido.”.

    Todos suspiram como se pensassem Finalmente ela parou. Graças ao grande ela entendeu. E me pego suspirando e pensando nessas mesmas palavras.

    –Isso foi mais perigoso que um furacão. – diz Rei.

    –Rei não diga isso. – reclama Aiya.

    –Desculpe, não posso mentir, temos um detector lembra-se? Ele não gosta que eu minta – diz Rei apontando para Jiro um uma cara fofa.

    –Isso foi cruel Jiro - san por que não me disse que ele estava brincando? – questiona Aiya.

    Jiro abre e fecha a boca sem nenhuma resposta, qualquer passo em falso o furacão cupido voltava. Aiya se parecia tanto com a Mira, as duas tem até o mesmo temperamento.

    –Não atormente meu biscoitinho Aiya-chan. – interrompe Miki, vendo o embaraço do namorado.

    –Sim biscoitinho não fique embaraçado. – brinca Koushirou.

    –Ah não desculpe. – diz Jiro – Mas só tem biscoitinho para uma só pessoa. – completa dando um beijo na bochecha de Miki – Não é minha tortinha?

    Isso é tão fofo. *-*

    – Yuui – sama só tem Shinji para uma só pessoa também...

    Shinji não termina a frase, sendo acertado por um prato jogado por Rei, causando uma gota coletiva.

    –Ai, ai, que falta de consideração, eu entraria em dez furacões para salvar as mulheres dessa casa. – diz Shinji com um falso ressentimento.

    –Fala a pessoa que não aguentou nem um. – zomba Shao.

    Shinji 0 X 1 Shao

    –Mas foi à única pessoa dos três que não precisou ser salvo por uma dama. – rebate Shinji.

    Shinji 1 X 1 Shao

    –Isso é porque é o único dos três que não tem uma namorada. – Home run do Shao.

    Shinji 1 X Infinito (...) Shao

    Ai tocou na ferida.

    –Vamos parar com isso garotos. – interrompe Miki colocando uma travessa na frente de Shinji – Aqui Shinji- san macarrão com queijo, só para você.

    –Gratinado? – pergunta ele com um biquinho.

    –Bem do jeito que você gosta. – ela diz com um sorriso.

    Ele diz um obrigado, deixando ela radiante, e então com todos sentados, fechamos os olhos, eu já tinha os visto fazerem isso, sempre me pareceu uma reza silenciosa. Fecho os olhos também, e sou atingida por uma onda de sensações. Como se cada minuto eu estivesse sintonizando em uma estação diferente, mas com o mesmo conteúdo.

    Sempre que eu fechava os olhos antes, eu não sentia nada, mas agora vejo o que eles vêm, sento o que eles sentem. Isso é como a reunião de tudo o que aconteceu na semana, tudo as lágrimas, sorrisos, brigas. E então eu entendi o significado disso, não é apenas sobre comida, embora ela seja deliciosa, é sobre se reunir com a sua família, é sobre ficar viver os dias mais tristes, mas poder sorrir apenas por estar com quem se gosta.

    Abro meus olhos, e vejo todos me encarando com um sorriso.

    –Acabou pirralha, ou vai nos deixar com fome até o século que vem? – diz Takeshi.

    –Takeshi não a interrompa. – reclama Miki. – Pegue isso querida.

    Ela me dá um prato com pequenas bolinhas cobertas com alguma coisa negra. Cheiro à coisa tinha cheiro de fogo, fubá e ferro.

    –Desculpe não posso comer esses. – eu digo recusando.

    Todos arregalam os olhos, e Miki faz cara de choro.

    –Não posso por que Taikun mexeu nesses. – completo rapidamente.

    –Hey não ponha meu nome em algo que você não gostou. – Taikun diz.

    –Ele tem razão, se você não gostou...- começa Miki com uma voz chorona

    –Não, os bolinhos você fez. – eu completo. – Eles têm seu cheiro, aquele cheiro de casa, de comida caseira, como quando você acaba de chegar casa e ela está cheirando á bolo de fubá com calda de chocolate, é como um abraço, mas também tem cheiro de ferro, sabe quando você entra em um lugar, e aquela coisa quente atingi seu rosto...

    Todos estavam boquiabertos, eu disse algo errado?

    –Você disse que eu cheiro a bolo? – pergunta Miki chorando.

    –Ah eu... – droga ela deve estar chorando porque acha que eu a chamei de vovó.

    –Esse foi a melhor coisa que alguém já disse para mim. – ela choraminga – Eu amo bolos de fubá com calda de chocolate, são meus prediletos.

    E assim, em meio a choro e lágrimas, eu vi que às vezes as pequenas coisas, os pequenos atos, as pequenas palavras são capazes de emocionar alguém. Miki ficou emocionada, pois eu consegui sentir algo que ela amava a melhor sensação para ela.

    Eu nunca vou me esquecer desse dia, e é claro não se pode esquecer-se de comer uma lasanha inteira, e das duas melhores tortas de limão que já se provou na vida.

    The end

    Como treinar a sua maga

    E aqui estamos nós, na terceira crônica desse capitulo, se você acha que pegar entulho foi tudo o que eu precisei para ficar forte e se você achou que meu treinamento foi fácil então pare de ler poser, brincadeira continue a ler e venha para o lado da luz.

    Tudo foi dividido por partes, algumas muito dolorosas então vamos parar de enrolar, porque vocês já esperaram bastante pelo capitulo. Mas não achem que vou contar tudo, afinal a surpresa é a alma do negocio.

    Until girls need brute force

    (Até garotas precisam de força bruta)

    –Ótimo agora que seus poderes já despertaram o verdadeiro treinamento começa agora. – Shinobu diz.

    Estávamos em uma clareira na floresta, o lugar utilizado para treinamentos, foi aqui que eu fui treinada antes. Ela tem o incrível dom de se regenerar rapidamente, é como se fosse mágica. Todos estavam aqui, e aparentemente todos vão me treinar, um arrepio passa pela a minha espinha vendo o sorrisinho de Takeshi, acho que alguém quer vingança.

    – Mas antes concordamos que devemos aplicar os antigos métodos, para avaliar até onde você é capaz de ir. – continua ela – Pegue aquela pedra.

    Vou até a pedra que tive que carregar nos meus primeiro dia, e a pego, ela pesava uns cinco quilos, era leve, e muito fácil.

    –Ótimo, agora pegue a .....

    – Peça para ela pegar a maior, se ela foi capaz de pegar antes essa, vai continuar agora que está mais resistente. – diz Noriko.

    Olho para Shinobu, ela gesticula um tanto faz, vou até a pedra, ela tem vinte e cinco quilos, levanto ela do chão sem problemas.

    –Ótimo agora pegue isso e dê três voltas em torno da clareira.

    Takeshi vem em minha direção segurando uma pedra negra, com cerca de 50 centímetros de comprimento e de altura, coloco os braços em baixo dos dele e aceno positivamente, ele coloca a pedra nos meus braços, ela era fria, e eu caio no chão.

    –O que é isso?

    –Isso é uma pedra dessa floresta, enriquecida com Irídio. – esclarece Ayako – É a coisa mais pesada que temos nessa floresta, provavelmente no mundo inteiro, você consegue diferenciar os elementos através da...

    –Apenas faça o que ela disse. – resmunga Noriko.

    Com muito esforço consigo me levantar, mas a pedra era tão pesada que não consegui ergue-la acima da coxa. Tive que dar as voltas do mesmo jeito, entre tropeços e desequilíbrio, a pedra era tão pesada que se eu tentasse andar mais rápido iria cair. Depois de cerca de uma hora consegui dar as três voltas. Larguei a pedra no chão, minhas costas doíam.

    –Terminei.

    Ouço palmas, me viro e vejo todos eles estavam dormindo, menos Rei que estava tomando um suquinho, e tinha um livrinho no colo. Ela odiava ler, só fazia isso quando estava entediada.

    –O que...?

    Rei dá um tapa na cabeça de Taikun, que cai em cima Ayako, que chuta Takeshi, que dá um pulo assustado acertando Shinji com um raio, ele berra e acorda todos os outros.

    –O que você pensa que está fazendo Shinji? – grita Arashi.

    –Eu acho que ele desmaiou. – diz Rei

    Eles estavam dormindo, eu estava carregando isso, minhas costas estão me matando, e ao invés deles assistirem o meu treino estavam dormindo.

    –Lucy. – chama Shinobu, ela estava com uma expressão culpada, na verdade todos estavam com expressões estranhas, algumas até assustadas, e eu imaginei que isso se dava graças a aura negra que eu estava emitindo. – Já terminou pelo que eu vejo.

    –O que eu faço agora?

    –Agora você...

    –Agora você carrega essa pedra, até que fique forte o suficiente para ergue-la de um modo que não pareça uma vovozinha com osteoporose. – interrompe Takeshi.

    Ou seja, de um modo que não interrompa o seu sono.

    –Ou talvez você queira descansar um tempinho. Quer um suquinho? – oferece Shinobu.

    Quer um suquinho? Achei que você fosse melhor que isso. Voltei ao trabalho.

    ~*~

    Finalmente depois de quatro dias carregando essa droga de pedra eu consigo segura-la sem nenhum problema, é claro que isso eu consegui dois dias atrás, mas sempre que eu conseguia algum resultado alguém dizia.

    Agora corra segurando isso; você tropeçou faça novamente, levante acima da cabeça, equilibre na cabeça e corra; você quase deixou cair faça novamente; agora com uma mão.

    É claro sem contar no terceiro dia que eu acordei e a pedra parecia mais pesada, eu reclamei e o que eles disseram?

    “Talvez seu talento tenha descido pelo ralo, Shinobu na próxima vez não traga alguém tão molenga!”

    É claro isso rendeu mais uma aura negra, mas finalmente eu consegui, e melhor ainda, não estou com nenhuma dor. Jogo a pedra para cima, e a pego antes que caio no chão. Ok, talvez não seja a melhor coisa brincar com a gravidade.

    –Isso é uma boa ideia. – diz Jiro pegando a pedra da minha mão – Hey Rei – chan mande essa para o espaço.

    E a pedra voo, literalmente levantou voo, e depois quando era só um pontinho preto no céu começou a despencar.

    Pegue-a. - diz Jiro.

    Ela mudava de posição a cada segundo, como pode uma coisa com esse peso demorar tanto para cair? Só podia ser magia, é claro, Taikun projeta coisas desse tipo.

    Observo-a no ar estava próxima, mas seus movimentos são previsíveis, repetitivos, estava quase chegando corro para a direita e a pedra cai nos meus braços, me levando junto ao chão.

    Solto um gemido, isso doeu, e agora eles vão dizer: Não está bom faça novamente. Levanto sentindo dor nos meus braços, pego a peça do chão, me preparando para lança-la ao ar.

    –Você o que está fazendo? – pergunta o recém chegado Noriko.

    –Treinando.

    –Não, eu quero dizer por que está jogando a pedra.

    –Porque eu falhei da primeira vez não é para refazer?

    –Isso não faz parte do treinamento. – ele diz – Isso só vai fazer você quebrar o braço.

    Algo atinge Jiro na cabeça.

    –Que feio. Não esperava isso de você. – diz Miki. – Meu biscoitinho está queimado, não acredito que submeteu a Lucy-san a esse perigo.

    –Eu não...

    –Ela tem razão. – diz Shinobu – Não precisa fazer mais isso.

    Sério de onde eles surgem?

    –Vamos para a outra etapa. – continua ela.

    Sorri com alivio, finalmente já estou cansada dessa pedra.

    –Destrua a pedra!

    Destruir, ela só pode estar brincando, ela já viu o quanto isso pesa? Vai destruir a minha mão.

    –Destrui-la? Ela era tipo sagrada? – eu pergunto

    –Tudo aqui é sagrado. – diz Takeshi – Agora destrua.

    –Mas como quebrar a minha mão vai me ajudar?

    –Você....- começa Takeshi

    –Pegue-o no colo. – diz Shinobu

    –O que...?

    –Pegue Takeshi no colo.

    Eu não vou pega-lo no colo, isso é constrangedor.

    –Não confia em mim?

    –Confio, é que ele não vai deixar.

    –Se ele deixar vai ganhar porção extra de picanha na janta. – diz Miki.

    –Com molho extra? – ele pergunta com as sobrancelhas arqueadas.

    –Óbvio.

    –Vai logo. – diz Rei o jogando na minha direção, às vezes eu me esqueço no quando ela é assustadora.

    O corpo dele cai em cima do meu, era pesado, mas não foi difícil empurra-lo.

    –Acho que não adiantou muita coisa. – eu comento

    –Você não conseguiria pegar no ar, ele é pesado demais. – continua Shinobu- Mas isso te deixou forte o suficiente para empurrar um valentão de mais de 100 quilos de músculos.

    –E pegar uma pedra com mais de 150 quilos, que estava sob ação da gravidade em queda livre. – completa Ayako.

    Cerro meus punhos e soco a pedra, no momento em que meu punho atingiu a pedra fria, uma onda de dor e choque passa por todo o meu braço.

    –E isso é o resultado, é claro que em uma situação normal você poderia usar o poder mágico, que por acaso é muito destrutivo. – diz Shinobu – Mas e se não for uma situação normal? Você é uma garota inteligente, mas precisa aprender a usar a força bruta.

    –Força bruta? Eu não sou um valentão para precisar de força bruta.

    Todos ficam em silêncio, e por um momento me pergunto como é que eu vou quebrar isso com um soco.

    –Aiya quer fazes as honras? – pergunta Shinobu.

    –Seria um prazer.

    Aiya vem em minha direção arregaçando as mangas, e por um instante parecia que iria me socar, eu fiz algo tão ruim assim? Mas ela passa direito ficando de frente para a pedra, ela ergueu a mão e fechou os olhos por um instante, deu um sorrisinho e em um movimento rápido do seu punho, ela acertou a pedra a quebrando.

    Arregalo os olhos, ela era tão forte assim? Seus olhos se abrem e me focalizam, seu rosto estava sério e eu podia sentir o peso dos seus olhos rosas sobre mim, mas ela sorri e simplesmente diz:

    –Até as garotas precisam de força bruta.

    ~§~

    –Você está indo bem. – diz Ayako – Agora se concentre.

    Volto a me concentrar, atenta aos sons da floresta, sinto algo se aproximando rapidamente atrás de mim, me preparo, dando um giro para trás, só para girar novamente e voltar para a minha posição anterior, acertando meu punho na pedra, a estilhaçando, e ainda consegui ver o passarinho azul que vinha voando por trás de mim.

    –Essa é uma técnica simples, consiste em lançar uma pista falsa no ponto cego da pessoa, o mais previsível, fazendo ela se mover, e assim atacando-a no lugar que menos espera, ou seja, no lugar que ela saiu. – eu digo – É um truque esperto o modo sombra, mas não vai funcionar comigo Takeshi.

    –Humpf. Por que ensinou isso para ela Ayako? –Takeshi reclama.

    Ayako ri e diz: - Isso é básico, espero que se conforme, pois vou ensinar a ela muito mais. Inclusive Lucy tem uma runa de auxilio para a magia criação.

    –Agora não Ayako, está na hora dela tentar a pedra. – diz Shinobu dando ênfase na pedra.

    É claro que socar aquela pedra estranha, eu quase quebrei o meu pulso, então concordamos que até que eu me acostumasse com a tarefa iria quebrar pedras simples.

    Foram quatro dias socando essas pedras, o que me rendeu muitos machucados nas mãos, mas estes se curavam depois de uma noite de sono, essa em minha opinião é uma ótima habilidade.

    Caminho até a pedra, ou melhor, o altarzinho da pedra, já que está ganhou até um altar de mármore branco com dragõezinhos de todas as cores, essa pedra me intimida, ela tem algo de estranho, como se quisesse me prender.

    Fico a um passo de distância do altar e fecho meus olhos, e me lembro das palavras de Shinobu:

    Feche os olhos e sinta. Sinta a intensidade da pedra, deixe a mente aberta, usar toda a sua força apenas o necessário deixe a energia ao seu redor guiá-la.

    Faço isso, vendo a imagem da pedra a minha frente em minha mente, sentido a energia que vinha dela, vendo os pontos multicoloridos que saíam dela. Abro os olhos, não quebrando o encanto e a acerto.

    A pedra continuava intacta, exceto por uma pequena rachadura.

    –É vamos ter que treinar mais. – diz Noriko

    –Espere. – eu digo, fazendo todos pararem. – De onde vocês pegaram essa pedra?

    –Não interessa se você não pode nem quebrá-la. Vamos voltar ao treinamento. – replica Noriko.

    –Tem certeza? Pois ela me incomoda, eu já senti isso antes, mas não me lembro de onde. – eu respondo – Eu a odeio, eu odeio uma pedra está entendendo? E nem sei o porquê. Nem sei da onde vem essa voz que diz que estou agindo do jeito errado.

    –Então ouça essa voz, faça o que você acha certo. – diz Shinobu.

    Fecho os olhos novamente, se eu pelo menos soubesse o que está errado, então tenho que descobrir. Faço exatamente o que fiz da última vez, conseguindo dessa vez apenas um arranhão. Dessa vez Takeshi ia falar, mas foi interrompido por Aiya que colocou o braço em sua frente acenando negativamente, mas eu sabia o que estava fazendo de errado, saber não é a palavra certa, e sim sentir.

    Eu sentia o que devia fazer.

    Fechei meus olhos e foquei apenas na pedra, lembrei da sensação de ter a minha espada em punho, procurei dentro de mim mesma o que devia fazer, e então eu soube.

    Fechei o punho e dei o soco.

    Escutei todos prenderem a respiração, e abri os olhos. Eu havia conseguido, eu quebrei a pedra.

    –Ótimo. – disse Taikun recolhendo os pedaços da pedra.

    Havia um aos meus pés, e percebi o porquê dela ser tão estranha seu interior era feito do que parecia ser cristais de todas as cores, mas havia uma quantidade enorme de poder mágico emanando deles.

    –O que está fazendo? – eu pergunto.

    –Recolhendo os pedaços ora. Quanto mais rápido começar, mais rápido vou terminar esse projeto. – diz Taikun mais para si mesmo do que para mim.

    Olhei para o meu punho, ele não estava machucado, na verdade eu me sentia livre, de um jeito muito estranho na verdade estava aliviada.

    –Você está confusa. – diz Shinobu – Na verdade consigo entender o porquê de você se sentir desse jeito.

    –Por que eu me sinto assim? – eu pergunto diretamente, uma das coisas que eu aprendi aqui foi fazer perguntas se você tem dúvidas, não tenha medo de dizer eu não sei.

    –Essa pedra que você quebrou é um pedaço da pedra em que Aragon ficou presa.

    Agora eu entendi, mas por que usá-la? Tem coisas mais duras para quebrar, não tem?

    – Essa pedra é o seu inimigo natural, os inimigos da sua espada são os seus agora, fique com isso em mente, superar a prisão de Aragon é como superar todos os seus limites, e se você conseguiu quebra-la então conseguira quebrar qualquer coisa. – diz Shinobu dando palmadinhas na minha cabeça.

    Por isso o altar, isso é uma coisa pelo que vejo sagrada. Suspiro.

    – Ótimo. – diz Noriko colocando outra pedra no altar. – Agora com a outra mão.

    The end

    Conversa ao Crepúsculo

    “Estava escuro, e eu estava consciente, consciente das trevas me cobrindo, me comprimindo, eu estava cega, mas podia ver tudo, toda a minha vida, meus passos, minhas decisões, meus pecados, de repente eu sentia tudo, os meus erros na minha pele, as feridas, o sangue em minhas mãos... No final ele estava certo, eu nunca poderia mudar quem eu sou o que eu fiz, mesmo fugindo eu sempre seria o sétimo elemento, a tempestade cobrindo o Sol, eu nunca poderia mudar quem eu sou. E então eu entendi, não tinha como escapar das trevas, por que eu sou as trevas.”

    Coloco o lápis de lado, havia terminado de escrever mais um capitulo do meu livro, mesmo depois de tudo que aconteceu eu ainda gosto de escrever, e estou no quinto capitulo do meu novo romance, o antigo está na mala que eu deixei na casa da May, e também eu não me sentiria confortável o escrevendo. Essa ideia que eu tive agora, eu a adoro quase posso sentir na pele o desespero da personagem, tenho certeza que a Levy-chan vai adorar.

    Suspiro pela décima vez naquele minuto, Levy, Wendy, Mira, Charlie, Mestre, eu sinto falta de todos até do Gajeel, afinal naquele dia ele me ajudou.

    Naquele dia, sim eu me lembro, Natsu, Gray, Erza, Fairy Tail.

    Fraca. Patética. Inútil.

    Balanço a cabeça, eu não devo pensar nessas coisas.

    Observo o teto do meu quarto, o Dragão continuava lá, o furacão não o afetou muito, ele apenas destruiu parte da calda, mas esta eu reconstruí com cuidado redobrado, mas eu também havia modificado o corpo todo, agora ele estava mais parecido com o que eu havia imaginado.

    Imaginado, apenas na imaginação.

    Olho para a janela que na verdade era um painel mágico, Taikun me ajudou a construir a estrutura e Ayako com o feitiço, ela ocupava toda a parede de e eu tinha a visão de toda Tenebra, além da brisa que entra aqui com o cheiro da floresta. Claro se você olhasse de fora iria ver um painel negro, afinal uma garota precisa de privacidade.

    Mesmo com toda aquela brisa, eu me sentia sufocada, eu preciso me sentir livre, encontrar um lugar aonde pudesse ficar perto dele.

    Saio do quarto e desço as escadas, todos estão na sala, mas ninguém me pergunta para onde eu vou enquanto estou indo para a porta da frente, eles já sabem meu destino.

    ~₢~

    Nenhum. Essa é a resposta. Eu não tenho nenhum destino, apenas ando sem saber para onde, olhando o céu sem rumo definido.

    Sento no cão apoiando minhas costas em uma árvore, fecho meus olhos, esvaziando minha mente, e em poucos minutos estava meditando, sentindo a energia da floresta ao meu redor, quando eu comecei a treinar usando magia, demorei algum tempo para ficar em sintonia com a natureza, e mais um pouco até perceber que a floresta tinha sua própria magia.

    Ouço um leve farfalhar das folhas, e sinto um cheiro de brasas e rochas se aproximando abro os olhos, alguém se aproxima, e eu acho que sei quem é. Levanto, e começo a andar na direção contrária do barulho. Lentamente sem fazer barulho, nesses dias eu venho aprendendo a camuflar a minha presença, o vento está soprando em direção a oeste, é bom assim eu posso fugir sem que ele sinta o meu cheiro.

    Começo a me mover furtivamente, usando as sombras do crepúsculo que estava se iniciando. Tarde demais percebo que meu perseguidor estava mais perto do que pensei, me escondo atrás de uma árvore, controlando meus batimentos, prendendo a respiração, não só por medo que ele ouça, mas por causa do forte cheiro de putrefação que envolvia o ar, tinha um porco morte á alguns metros, e os Urubus faziam a festa. Mas da onde surgiu esse porco?

    Meu perseguidor para a dez metros de distância, fico imóvel, ele não deve sentir o meu cheiro, afinal esse cheiro está me camuflando, e mesmo que tenha ótimos sentidos não deve sentir meus batimentos com esse barulho, e eu consigo prender minha respiração por uns sete minutos, então ainda me resta seis.

    –Sabe eu posso ser um Dragão meio velho, mas ainda sei perseguir uma garota quando quero. – ele diz com uma voz rouca – Pode sair de trás da árvore Lucy.

    Lentamente saio de trás da árvore, dando de cara com o meu perseguidor, ele me analisa de cima á baixo, como se eu fosse um novo quadro na sua parede.

    –Igneel. – eu suspiro, soltando minha respiração.

    –Luce. – ele diz continuando a me analisar.

    Fecho a cara pelo apelido, mesmo sabendo que não era o Natsu ainda se pareciam muito. Ele estava usando uma camisa vermelha em que apareciam bem os seus músculos do abdômen e os bíceps eram visíveis, eu acho que ele precisa ir ás compras, pois a blusa está um pouco curta. E a calça jeans parecia apertada.

    –Por que não se senta para conversarmos? – ele fala se sentando, e batendo a mão no espaço ao seu lado.

    Eu não quero conversar, na verdade venho evitando isso desde o que aconteceu na clareira, e já fazia três meses, desde então eu venho fugindo do Igneel.

    –Na verdade eu tenho...

    –Não você não tem. – ele me interrompe – Já passou da hora de ter essa conversinha. Agora se sente.

    Assustada com a autoridade em sua voz, me sento um pouco distante dele, fico olhando a cena a minha frente os Urubus despedaçando o porco, começo a ficar enjoada, mas continuo olhando, ouço Igneel bufar.

    –Como vai o treinamento? – ele pergunta.

    –Vai bem.

    –Está se adaptando bem?

    –Estou.

    –E como vai a....

    –Seja direto, por favor. – eu digo, já estava cansada de enrolação e a cena a minha frente me deixava enjoada, mas eu não conseguia desviar os olhos.

    –Se você prefere assim, então tudo bem. Eu tenho a impressão que você tem me evitado desde, bem, desde...

    Desde do dia em que eu fiquei maluca, quase abri sua cabeça com uma espada para pivetes, e então levei uma surra de Maya, mas os meus poderes despertaram e eu dei o troco.

    –Bem, desde que aquilo aconteceu, e eu quero saber o porquê.

    –O que te faz pensar que eu o estava evitando?

    –Primeiro eu pensei que você ainda não estava se adaptando, que não tinha tempo por causa do treinamento, mas depois você sempre dava um jeito de não trombar comigo, mudava de direção, escolhendo os piores caminhos, eu pensei que não fosse nada. Mas então hoje eu senti o seu cheiro aqui na floresta, e vim ver se queria uma companhia para a caminhada, mas você quando percebeu minha aproximação saiu, eu poderia achar que você não sabia que eu estava vindo para falar com você e que estava voltando para casa.

    –E o que te faz pensar que não foi isso?

    –Sua casa fica na outra direção, e as pessoas em uma caminhada não se escondem atrás de árvores, não tomam cuidado para não fazer barulho, não regulam os batimentos nem a respiração, e principalmente não ficam perto de abutres comendo porcos em estado de putrefação. Pelo grande isso não te incomoda.

    Quando não recebe uma resposta ela bufa.

    –Afinal eu não sei o que você tem. Isso tem haver com o que a Maya disse sobre o Natsu, se for por isso eu tenho certeza que ela não acha isso, quer dizer se você for amiga dele, ele nunca acharia isso, ele é.

    Eu dou uma gargalhada sem humor, coitado, se ele soubesse o que o filho fez iria se decepcionar.

    –O que foi? – ele pergunta com a cara fechada.

    –Nada não. Você tem razão ele nunca faria isso. – eu digo me levantando. – Mas agora eu realmente tenho que ir.

    –Espera. – ele diz se levantando em um pulo e agarrando o meu pulso. – Me diga o que há de errado.

    –Me solte.

    –Por favor, me diga.

    Minha boca estava sangrando, eu havia me mordido, puxo meu pulso com violência, havia ficado a marca de suas mãos.

    –Não há nada para dizer. – eu digo melancólica.

    Eu estava pronta para sair correndo, mas estava enjoada, droga eu nunca mais vou comer presunto. Me apoio em uma árvore.

    –Ei você está bem? Precisa de ajuda?

    – Não fique preocupado, por favor. – eu sussurro, com lágrimas nos olhos.

    –Por que está chorando está com dor? Precisa de ajuda?

    Não faça isso, por favor, eu não vou aguentar.

    –Afaste-se.

    Ele para a alguns passos de distância, e começa a recuar.

    –Por quê? O que foi que eu fiz? – ele pergunta – Eu fiz algo de errado? Agi mal de alguma forma? Por que você me odeia.

    –Eu não te odeio. – eu sussurro.

    –Eu não acredito em você. – ele diz – Para mim parece que você me odeia você nem olhou para o meu rosto. Por favor, me diga o que eu posso fazer para....

    Eu giro meus calcanhares e grito:

    –Por favor, não diga isso, eu não, eu não posso dizer nada.

    –Por quê? Você me acha tão grotesco assim? Por que não diz algo?

    –Dizer o que? Que na verdade eu te odeio pelo simples motivo de você ser o pai do Natsu. – eu grito – Pelo simples motivo que olhar no seu rosto me da enjoo por que me lembra o que ele fez para mim? Pelo fato que no momento eu odeio todos os Dragon Slayers e tenho raiva até dos meus amigos? É isso que você queria que eu dissesse?

    –Odeia os seus amigos? Todos os Dragon Slayers para mim, parece que você não odeia o Natsu e sim tem inveja dele. – Igneel sussurra.

    –E eu tenho! Eu tenho inveja de Natsu, Wendy, Gajeel, Sting, Rogue e até de Maya. Eu já sei disso não precisa dizer.

    –Por quê? Você tem tudo o que eles tem, você tem até mais. – ele diz com amargura - O que mais você quer? Do que mais você precisa?

    –O que eu quero é tão obvio. – eu sussurro – Nem vale a pena comentar.

    –O que você quer um trono? Quer ser a única Dragon Slayer existente? O que?

    –Eu quero um Dragão, merda! – eu grito

    Por um instante ele parece confuso, como se estivesse digerindo o que eu acabei de falar. E então diz:

    –Um dragão? Mas você já tem um, mais que um na verdade ele diz. Shinobu não te agrada? Ela não é uma boa mãe para você? – ele pergunta e eu o olho com raiva.

    –Shinobu é maravilhosa, todos são. Eu me sinto um lixo só de pensar nisso. Eu adoro todos eles.

    –Mas então o que? Que Dragão você quer? Um do palácio?

    – O meu Dragão, o Dragão crepuscular é ele que eu quero. Não eu nunca falei sobre isso com ninguém, tenho medo do que eles vão pensar, vão pensar que não são bons o suficiente para mim, mas é mentira eu não sou boa para eles. – eu digo – Eu não poderia dizer o quanto me sinto triste por não ter conhecido e não poder nunca conhecer ele. Nem seu nome eu sei. Eu nunca poderei colocar sua verdadeira essência no meu teto. – eu continuo – Eu achava que sabia como os DS se sentiam, vocês sumiram e eles ficaram sozinhos, eu achava que sabia por que meus pais morreram, mas eu estava errada, eu sabia o que aconteceu com a minha família, e eles não, e por isso eu me sinto mal, me sinto mal por Wendy, por Gajeel, pelo grande eu me sinto mal até pelo Natsu.

    “Mas no fundo eu os invejo, pelo menos eles tem por quem chorar, alguém por esperar, alguma esperança, mas e eu? Eu nunca conheci ou vou conhecer esse Dragão, eu só imagino como ele se parece sem ter certeza, isso me deixa triste, e eu sofro por alguém que não existe mais. Pensar nisso me deixa mais aflita. Sabe as vezes eu sonho com ele, eu sinto, mas sem nunca ver, é uma sensação tão boa, é como se ele estivesse do meu lado, e então eu acordo e me lembro de tudo, e me sinto tão vazia. E então eu penso se é assim que um filho se sente ao lado do pai Dragão por que Sting e Rogue fizeram o que fizeram? E eu me sinto tão fazia.”

    Sinto ele enrijecer ao meu lado, absorvendo tudo o que eu lhe disse.

    –Mas se é isso, qual é o problema com Natsu? – ele pergunta.

    –Simples, ele foi a pessoa que mais me fez sofrer nesses tempos, ele trouxe coisas horríveis para a minha vida nesses últimos tempos. – eu respondo.

    Ele parece processar tudo, e quando parece que vai falar algo, ele se vira e começa a andar.

    –Siga-me.

    –Te seguir? Você não ouviu o que eu disse, o Natsu trouxe muitas coisas...

    –Ruins para a sua vida. – ele completa – Mas se ele trouxe algo de bom para a sua vida junto com tudo, então me siga.

    Ele recomeça a andar, Natsu trouxe algo de bom? Ele me levou para a Fairy Tail, lá eu consegui a maioria das minhas chaves, meus amigos, muitas aventuras. E então eu me peguei o seguindo.

    Depois de andar com uns quinze minutos ele parou, e eu me vi em uma linda clareira coberta de flores, com um pequeno lago no centro, lá o crepúsculo parecia magico. É como se ele estivesse aqui.

    –Lindo não é? – Igneel pergunta – Eu achei essa clareira por acaso, pelo que parece ninguém nunca veio aqui, e eu nunca trouxe ninguém aqui. Esse lugar é magico, achei que você gostaria daqui. Eu o chamo de Kí̱pos to̱n Theó̱n.

    – Jardim dos Deuses. – eu sussurro fascinada – Mas por que me trouxe aqui?

    –Você não gostou?

    –Gostei, mas o que eu disse antes...

    –Eu quero que você confie em mim Lucy. – ele disse – Mas antes eu tenho que confiar em você por isso eu a trouxe aqui, para te contar a minha história. Agora vamos nos sentar.

    Nós nos sentamos em uma grande pedra, um de frente para o outro, e ele começou:

    –Não espero que não ache que eu sou um cara bonzinho. Eu sou o rei dos Dragões de Fogo sou orgulhoso, eu não sou o cara mais legal, na verdade adoro ver meus inimigos caírem, na verdade eu aprendi a seguir daquele jeito porque eu já segui mulheres antes, em busca de diversão e da minha parceira.

    “Quando eu tive que ir para o sue mundo para encontrar um discípulo, eu achei uma besteira, para que eu Igneel o grande Dragão de fogo precisa de um Dragon Slayer alguém que tem o poder de me matar, eu não queria de jeito nenhum, e ainda por cima as crianças que eu pegava não eram apropriadas, a maioria delas me irritava e seus pais tentavam me matar, então eu comia eles ou os transformava em cinza. Mas em um dia eu estava cansado de tudo aquilo, eu estava na floresta, com raiva, amaldiçoando o mundo por aquela tarefa ridícula, e então eu ouvi o choro de um bebê, e então eu o vi lá, jogado na floresta, ele tinha cabelos róseos em um tom mais claro que os meus, eu fiquei encantado, e quando esse garotinho me viu ele parou de chorar, não se assustou por me ver em minha forma original, e então eu soube que era ele quem eu estava procurando, o garotinho com quem eu havia sonhado.”

    Ele contou tudo, desde o primeiro dia com Natsu, seu treinamento, sua alfabetização, seu crescimento, tudo, todos os detalhes com uma paixão no olhar. Em seus dedos saiam chamas ilustrando toda a história, e eu observava fascinada a tudo.

    “No dia em que recebi a noticia que teria que voltar me senti devastado, eu não queria treinar mais ninguém, apenas ele, e deixa-lo era como uma punição, mas eu precisava, eu só tive forças para fazer isso por que sabia que ele era capaz, capaz de me superar, capaz de se tornar alguém forte, capaz até de me encontrar.”

    –E ele nunca desistiu, nunca mesmo. – eu digo.

    –Eu acredito, na verdade se eu o ver eu nem sei o que vou fazer. – ele diz tristemente.

    –Mas eu sei o que ele vai fazer. Ele vai vir correndo para você com os punhos em chamas, e vai berrar Igneel lute comigo.

    Nós gargalhamos, depois de tudo eu me sentia melhor, e esse lugar me ajudava. Ele se levanta e começa a andar.

    –Bem espero que isso tenha ajudado. – ele diz – Mas agora eu vou te deixar sozinha para pensar. Então...

    Eu o interrompo agarrando o seu pulso e o puxando para a pedra novamente.

    –Espere. Agora é a minha vez.

    –Sua vez? – ele pergunta confuso

    –Minha vez de contar minha história. – eu digo com uma cara que diz isso é obvio.

    – Não precisa quer dizer... não até...

    –Eu confio em você. – eu digo - Não sei o porquê, mas confio. Agora vamos começar.

    Com a minha magia ilustrando tudo, eu contei a minha história desde a minha infância desde os últimos acontecimentos, e observava um Igneel absorto nos detalhes e imagens das lutas e superações de seu filho.

    –Hahahahaha é bem a cara dele mesmo destruir algo tão grande. – ele diz sobre o portão eclipse – Mas eu sinto muito pelo que ele te fez.

    –Tudo bem, eu não te culpo. – eu digo.

    Ok, mas eu teria adorado que você fosse a minha nora. – ele diz com um sorrisinho.

    Com a ponta do indicador direito fiz uma imagem de Lissana com minha magia. E disse:

    –Ela é bem mais bonita.

    –É bonita. – ele disse – Mas você brilha você já era bonita, mas agora está muito mais. Está deslumbrante.

    Franzo as sobrancelhas.

    –Eu não acho que eu seja assim. – Eu digo corando – Pelo menos não tão bonita quanto Yuui.

    E então eu vejo a coisa mais fofa do mundo, Igneel corando, ele gosta dela Aiya estava certa.

    –Sabe eu procurei por muito tempo a minha parceira, mas ainda não encontrei. – ele desabafa.

    Talvez você já tenha encontrado, mas ainda não sabe disso.

    –Você...?

    Olho para ele e vejo a vermelhidão se alastrando, droga eu falei alto de mais, e ele entendeu, ah meu deus. Sinto meu rosto muito quente.

    –Ah não, eu não, eu não sou ela, quer dizer você é atraente, mas não meu tipo, sabe... – eu tento explicar, atrapalhada.

    Por incrível que pareça ele começa a gargalhar, olho para ele abismada.

    –Fique tranquila eu entendi. – ele diz – Sabe você se parece com sua mãe.

    Agora ele conseguiu a minha atenção.

    –Conheceu minha mãe? Como?

    –Ela tinha dezesseis anos. – ele explica – Eu estava a seguindo em uma floresta.

    –A seguindo por quê?

    –Ah sabe, às vezes nós vamos para a Terra e procuramos garotas atraentes para procriar, e ahhhh....

    Estava abismada ele seguiu minha mãe em uma floresta para procriar? Que merda é essa? Sinto uma aura negra sair do meu corpo.

    –Quer dizer eu não...

    –O que você fez com a minha mãe? – eu pergunto baixinho.

    –Eu não fiz nada. – ele responde – Sabe eu posso...

    –Apenas responda, o que você fez com ela? – pergunto novamente com a voz ficando mais baixa.

    Ele suspira e começa:

    –Eu vi a sua mãe em um dos meus sonhos. Na verdade foi um vislumbre de lindos cabelos loiros, ela aparecia toda a noite então eu fui para o seu mundo e a procurei sem nunca achar, eu pensava que aquela era a minha parceira. Eu já tinha desistido, eu estava em uma floresta ia voltar para cá, então eu ouvi uma voz angelical, e a vi andando na floresta, eu a segui assim como fiz á você, mas ela não percebeu. Só percebeu quando um louco tentou agarra-la e eu o queimei, ela ficou assustada e bem depois de uma longa explicação que você não vai querer saber eu descobri que não era minha parceira, e sim uma linda e fascinante garota que eu tinha que conhecer, e então quando eu expliquei tudo sobre isso ela corou igual a você e disse que eu era atraente, mas que estava apaixonada por outro, e me desejou boa sorte para mim, mesmo que eu a tenha beijado, ah eu não devia ter falado isso!

    –Você beijou a minha mãe? – eu pergunto abismada. – E o que ela fez?

    –Ela chamou um espirito, aquele de Capricórnio, ele tentou me bater, mas não conseguiu, ai eu expliquei que eu era um Dragão e etc... –ele disse rapidamente.

    Ele esperava que eu o atacasse, que eu o batesse pela honra de minha mãe, mas ao invés de bater nele eu comecei a rir. Ele ficou confuso, mas depois me acompanhou.

    –Hey Igneel, você seria um bom padastro. – eu enfim digo – Nada é por acaso mesmo.

    –Sim tem razão. E você seria uma voa filha.

    Minha mãe, Igneel, eu e Natsu amores impossíveis.

    –Hey Igneel. – eu o chamo olhando para o céu, e viro para ele com a cara mais maliciosa que eu tenho – Você corou quando falei de Yuui.

    Ele cora até os cabelos, e tenta explicar:

    –Ela é bonita, mas não, ela não...

    –Você devia tentar. – simplesmente digo.

    Os dois se gostam, mas acham é impossível. Eles definitivamente tem que ficar juntos.

    –Hey Igneel. – o chamo novamente – Você disse que nós sonhamos com nossos parceiros. É assim para todos?

    –Ele olha para mim com os olhos ônix brilhando.

    –Isso depende, para alguns é assim, mas para outros... – ele pausa – Espera você está sonhando com alguém.

    Eu coro.

    –Eu, eu....

    –Tudo bem. – ele diz em um suspiro - Eu não posso garantir que a pessoa que aparece em seus sonhos é o seu parceiro, pode ser como aconteceu com Layla e comigo, mas você pode ter certeza que essa pessoa vai ser muito importante em sua vida.

    Lanço a cabeça para trás, observando o crepúsculo que deixava tudo mais especial.

    –É um bom cenário para o final de uma história não? – eu digo.

    –Tem razão. Mas é ainda mais bonito para o começo de outra. – ele diz olhando para o céu. – O começo da nossa história.

    The end or not?

    Quebra tudo

    O céu estava nublado, a tempestade já estava chegando, o vento batia forte espalhando o frio, e uma garota com olhos castanhos estava para fora, ela olhava para a floresta como se esperasse que algo fosse sair de lá, ou melhor voltar.

    Seus cabelos negros voavam com a força do vento, mas ela não parecia se importar. A garota é distraída por uma mão em seu ombro.

    –Está na hora de entrar. – a mulher grita – A tempestade está chegando.

    –Mãe. – a garota sussurra.

    –May. Já se passaram três anos. – a mulher de olhos castanhos diz – Ela não vai mais voltar.

    –Está errada. – May diz rapidamente

    May observa a mãe que a olhava preocupadamente com os olhos decididos, e então sorri.

    –Eu sinto isso mãe. – ela levanta e olha para a floresta uma última vez naquele dia. – Ela ainda está lá. E vai voltar, eu sei.


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