Já é de manhã e estou indo ver o Mizuki... A mamãe disse que se eu o ajudar, ele ficará bom logo logo... Deus queira!
- Mizuki? Posso entrar? - Perguntei, batendo na porta do quarto de hóspedes da minha casa.
- Pode netinha. - Era a minha avó.
Eu entrei e vi a minha avó trocando um pano molhado na testa de Mizuki.
- Como ele está vovó?
- Está melhorando Harumi-chan. Mas acho melhor ele ficar deitado um tempo, ainda não acordou. Ainda bem que você o trouxe, se não ele poderia ter morrido...
- Posso ficar um pouco com ele vó?
- Claro, Harumi-chan. Então troque a cada 20 minutos o pano.
- Tudo bem. - Quando falei isso, a vovó saiu do quarto e foi com meus pais.
Eu o ficava olhando e analisando sua ferida, estava mesmo sarando... Opa! Passaram 20 minutos, tenho que trocar o pano.
Enquanto eu trocava o pano da testa do Mizuki, ele respirava com dificuldade e notei que seu abdômen tava sangrando... Tive que fazer alguma coisa!
- Meu Deus! Mizuki... - Eu não sabia o que fazer... Quase chamo meus pais quando ele começou a tossir sangue, ele tinha acordado.
- Harumi... O que houve? - Me perguntou, ainda tossindo.
- Mizuki, você... Deixa, depois te conto. Agora eu preciso te fazer parar de tossir. - Disse, pegando outro pano e limpando sua boca.
- Você não precisa fazer isso Harumi.
- Mas eu quero. E você precisa de meus cuidados. - Eu disse, colocando o pano que usei na mesa. - Seu abdômen ainda dói?
- Um pouco... Mas eu tô bem.
- Nada disso senhor! Eu vou cuidar de você até que você melhore. - Tive que me aproximar da sua ferida e analisá-la. Que foi? Sou filha de uma médica! Então, abri sua camisa e limpei a ferida da sua barriga.
- Ai! Isso dói Harumi! - Mizuki falou, fazendo careta pela dor que sentiu quando encostei o pano molhado nele.
- Dói, mas vai te fazer ficar sem essa ferida!
- Caraca, eu estou bem! - O Mizuki já me encheu a paciência. O romance de ontem tinha ido pro brejo! Tive que agir... E fazer a coisa certa.
- Ai!!! Tá bem... Você faz o que quiser só não me mata!! - Querem a razão de ele ter dito isso? Fácil: eu dei um tapa na cara dele.
Limpei a ferida, coloquei água oxigenada pra desinfetar as bactérias, coloquei aquilo e blá blá blá... No fim ele estava com um esparadrapo na barriga. E tinha ganhado de presente 2 bochechas vermelhas. Motivo: eu dei outro tapa na cara dele porque ele não parava de choramingar
- Você é um fracote! Chora por uma feridinha de nada! - Brinquei.
- Se eu fosse um fracote, não teria te protegido daquele lobo! - Nossa... Ele deu uma boa razão...
- Fala sério Mizuki! Nem a minha avó teria feito esse escândalo!
- Eu ouvi isso! - Disse a minha avó.
- Foi mal vó! - Me desculpei com cara de gota.
- Só que doía tá legal?!
- Tá bom, tá bom... - Desisti e o abracei - Fico feliz que você já está melhor.
- Só espero que você da próxima vez saiba se defender. Fez-me sacrificar por você!
- Ora, você só se sacrificou por mim porque me ama... Vai, confessa! - Eu disse, com a ponta do meu dedo indicador na sua testa.
- Humf! Mentira, não te amo!
- Mentirosooooooo!! - Disse rindo e joguei o pano molhado na cara dele.
- Eu sei que você me ama Harumi! Você sempre amou.
- Hum... Esperto... Mas você nunca resistiu a mim. Nem ao meu cabelo! - Ri.
- Pode até ser... Hum... Verdade... Ah droga! - Ele admitiu sua derrota e colocou as mãos na cabeça.
- Como você é bobo! - Beijei sua bochecha, rindo e corada.
- Ehem... Bom... He He... É que... Bem... - Ele não sabia onde olhar, e ainda ficou vermelho.
- Dá pra parar de inventar desculpas e calar a boca? - Falei, e determinada, o beijei. Ele ficou surpreso e tão vermelho quanto eu.
Nos separamos e eu disse:
- Então... Você já está recuperado o bastante pra voltar para a Academia Yoshida amanhã?
- Acho que sim. Mas ainda não consigo andar muito b... - Ele se calou ao ver que eu estava com 2 muletas nas mãos, e as dei a ele.
- É só usar isso, seu ingênuo! - E soltei uma risada enorme.
- Humf! - Ele disse (ou fez) com cara de gota. Ele as colocou nos braços e se levantou da cama.
No dia seguinte, o Mizuki ainda tava aqui em casa. Quando estávamos saindo da minha casa pra ir à escola, a mamãe gritou:
- ESTÃO COM TODOS OS LIVROS???
- CLARO MÃE!
- JUÍZO HEIN?!
Nem respondemos, já estávamos um pouco longe dela. Então o Mizuki disse:
- Todas as mães são iguais?
- Acho que sim, só muda o endereço. - E nós dois rimos muito.
Eu ainda tava ajudando o Mizuki a andar bem, porque as muletas são um pouco complicadas pra ele...
- Chegamos. - E enquanto andávamos em direção pra a sala de aula, a Kimi chegou correndo e me abraçou.
- Harumi-chan!!! Que saudade!!
- Kimi-chan! Hoje é Segunda... - Fiz cara de gota.
- Ih... É mesmo... He he... Mas então... Você não vai acreditar, mas eu... - Nisso ela percebe a presença do Mizuki e pergunta: - Vem cá, por acaso vocês já são namorados?
- Q-Quê??!! - Eu e Mizuki falamos ao mesmo tempo, vermelhos como um tomate.
- E aí? São ou não?
- C-Claro que não, Kimi-chan! - Respondi de imediato. Quer dizer, nós nos beijamos sim, e daí? Não significa nada... (será Harumi? Ops, foi mal atrapalhar a leitura O.O Continuem lendo'')
- Verdade, não somos nada mais que dois bons amigos, Kimi.
- Humf. Escuta aqui Mizuki: Se você fizer alguma graçinha com minha amiga, eu te arrebento ouviu?!
- M-Mas não somos namorad...
- Tá tá, finjam que eu acredito. - E foi-se embora. Ainda bem!
- Nossa, de onde ela tirou essa idéia? - Ele perguntou.
- Sei lá... Nem somos namorados. Podemos ter nos beijado, mas não significa nada...
- Por enquanto...
- Quê?
- Nada.
- Ah tá...
E continuamos andando...
De mãos dadas.