Novas bagunças...

-Ryu, vamos logo! Você é molenga demais! Vamos te abandonar aqui se continuar assim! –Disse Lúpus carregando a sua mala.

-Ah... Desculpe “Senpai” –Falei me espreguiçando e ele começou a rir.

Levantei da cama e troquei de roupa. Resolvi fazer a minha mala antes de tudo. Peguei as roupas da guarda roupa e claro o retrato que não posso esquecer de jeito nenhum. Guardei tudo em seus devidos lugares, arrumei a cama e certifiquei se não esqueci a toalha em cima do cabeçalho da cama. Abri a gaveta da mesa de estudos e tinha um monte de bolinhas de papel, me lembrei do Shiro com seus planos. Ao redor das bolinhas havia uma carta cor-de-rosa e com perfume feminino. Era a carta da Yuno... Ao ler aquela carta novamente, senti dores na parte da facada na barriga, que por sinal ainda não havia recuperado totalmente e comecei a chorar.

-Ryu? Você não vai tomar seu café da manhã? O que houve? –Disse Luna vindo me abraçar.

-Desculpe... Estava fazendo a minha mala... E achei essa carta que a Yuno me entregou na última vez que falei com ela... –Falei chorando mais ainda e Luna segurou meu rosto e limpou as lágrimas com um lenço.

-Ryu... Pare de ser chorão... Tudo bem? Nós perdemos aqueles que mais gostamos... Isso nunca vai mudar... Um dia você vai me perder... Ou eu te perder... Algum dos dois vai acontecer... –Disse Luna segurando minhas mãos e uma lágrima caiu na minha mão.

-Ei vocês vão ficar namorando justo numa hora dessas? –Disse Lúpus na porta rindo e Luna se levantou do chão e foi correndo na direção dele. Após alguns minutos ouvi um enorme grito do corredor... Acho que alguém recebeu uma unhada sabe...

Guardei tudo que podia dentro da mala e sai do quarto. Nosso quarto ficava um quarteirão de distância com o quarto do Shiro.

-Shiro esteve aqui por um longo tempo... Me sinto culpado por ele ter saído...  –Falei em voz alta e logo revirei os olhos.

-Ryu? Está bem? –Perguntou Sebastian pegando as malas das minhas mãos.

-Ah... Estou bem... Apenas lembrando o Shiro e os amigos dele neste quarto... Me sinto mal só de pensar que ele saiu do orfanato por minha culpa... –Falei abaixando a cabeça.

-Não fique assim sobrinho, você não fez nada de errado. Ele não merecia estar aqui. –Disse ele sorrindo e saiu do quarto com as malas. –Eu levo até o carro, vá tomar o café da manhã.

Sai do quarto logo em seguida e fui até a sala principal, tinha fotos de famílias do orfanato. Tinha nossos fotos em um quadro separado. Nessa hora uma garota veio correndo entrando no Orfanato e acabou me “atropelando”.

-O-Oh... Desculpe-me... Estava em perigo lá fora e vim correndo pra dentro do orfanato... Desculpe mesmo... –Disse a garota abaixando a cabeça me pedindo desculpas.

-Ah... Ok... Não foi nada, você está bem?

-Acho que sim... Bom, acho que já vou indo... Qual seu nome?

-Ryu... Prazer... –Falei estendendo a mão.

-Mary... Prazer é todo meu! Bom... Deixo ir, desculpe novamente. –Disse ela saindo do orfanato.

-Olha só, já está traindo a Luna? Vou contar pra ela em! –Disse Lúpus dando gargalhadas.

-Cala a boca Lúpus, quem estava namorando a Mary pelos olhos mesmo? –Falei e Lúpus pulou em pânico.

-Você percebeu? Ah mas fala sério... Ela era linda... Por que ela não veio se esbarrar em mim? Seu maldito Ryu! –Disse ele me dando um leve soco na minha cabeça.

-Crianças, vamos indo? Já está tudo certo. –Disse Sebastian abrindo um sorriso.

-Opa! Vamos lá! Vamos chamar a Luna, Ryu! –Disse Lúpus correndo na minha frente.

Chamamos a Luna no quarto e despedimos de todas as pessoas do Orfanato e em seguida entramos no carro.

-Finalmente vamos! Sentirei saudades do Orfanato... –Disse Lúpus abaixando a cabeça.

-Mas os seus melhores amigos estão aqui Lúpus! –Disse Luna tentando animar ele.

Começamos a conversar e do nada acabamos caindo no sono. Quando acordei, estava dormindo nas coxas da Luna.

-Ahhhh! De-Desculpe! –Falei levantando rápido e Luna começou a rir.

-Tudo bem Ryu! Não queria te acordar, estava tão fofinho dormindo. –Disse Luna sorrindo.

-Ai... Que tédio... –Disse Lúpus bocejando.

-Calma criança já estamos chegando. Falta pouco. –Disse Sebastian sorrindo.

Minutos depois, entramos numa rua onde parecia mais um centro da cidade. Luna e Lúpus haviam caído no sono novamente.

-Chegamos. –Disse Sebastian parando em frente a uma casa quase igual ao palácio. Sebastian era tão rico assim?

-Ufa... Finalmente... Em casa... Posso dizer assim? –Disse Luna sorrindo e se espreguiçando.

Começamos a tirar as malas do carro, quando de repente, chegou um carro onde era nosso vizinho. O motorista saiu do carro e abriu a porta e a garota saiu em meio a choros, gritava e tentava sair dos braços do motorista.

-Socorro! Não quero entrar! Não! Quero sair pra fora! Aaahhhhhhh! –Disse a garota gritando.

-Pare de fazer barulho pela vizinhança! Vamos entrando! –Disse o motorista segurando os dois braços da garota.

-O que foi isso? –Perguntou Luna assustada.

-É sempre assim, a garota, Mary, só quer ficar passeando e não aguenta ficar parada em casa. Então os guardas dela acabam sempre tendo problemas. Os pais dela sempre estão viajando por causa do trabalho, então era passa o seu dia inteiro com os guardas e junto seus tios. –Disse Sebastian pegando a minha mala e levando pra dentro da casa.

-Uau! Essa casa é enorme Sebastian! Vou ter um quarto só pra mim? –Disse Lúpus boquiaberto.

-Jovens, eu vou ter que resolver uns problemas do Orfanato, vocês podem conhecer a casa e depois se quiser ir conhecer a Mary também, fiquem a vontade. –Disse Sebastian entrando num dos quartos do corredor.

-O nosso quarto é esse aqui? Espero ficarmos nós três num quarto só. Assim posso vigiar o Lúpus. –Disse Luna sorrindo.

-Finalmente... Toda aquela confusão acabou... Certo? –Disse com ar de preocupação e Lúpus deu leve soco na minha cabeça.

-Sim... Eu acho, mas se tiver confusão, nós podemos resolver como sempre. –Disse Lúpus e Luna sorriu.

-Então... O que faremos? –Perguntou Luna e Lúpus pulou de alegria de repente.

-Vamos conhecer a Mary? Ela parece ser uma boa gente! –Disse Lúpus e a expressão da Luna mudou completamente.

-Não! Não quero fazer amizade com ela. Não gostei dela, muito barulhenta!

-Então Ryu? Vamos lá? –Perguntou Lúpus com cara de gatinho pedindo leite. 

-NÃO! RYU NÃO VAI, ELE VAI FICAR AQUI COMIGO! ENTENDEU? CO-MI-GO! –Disse ela furiosa.

-Tudo bem... Eu vou lá sozinho mesmo... Tsch! –Disse Lúpus ficando bravo.