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16 ? Volta
Fazia calor na Corporação Cápsula naquela manhã. Depois de passar um bom tempo no quarto olhando para o teto e achando um tédio não ter nada para fazer, Bra decidiu se refrescar na piscina. Colocou um belo biquíni verde com bolinhas brancas, cuja parte de cima era tomara-que-caia, incrementou o visual com um óculos de sol e um camisão como saída de praia, prendeu os cabelos num rabo-de-cavalo e desceu para seu banho de sol. Ao passar pela sala, não pôde deixar de reparar num dos porta-retratos que mostrava ela criança junto de Bulma num passeio delas à praia. A roupa de banho que sua mãe usava era muito parecida com a que ela usava no momento, diferenciando apenas no modelo do sutiã e na cor do biquíni e das bolinhas que estavam invertidas. Então constatou o quanto a cientista fazia falta naquela casa, tanto para ela quanto para Trunks. Afinal, Bulma era o eixo da família, aquela quem sempre cuidara e amara ela e seu irmão. Aquela que contava histórias para ambos antes de dormirem e que organizava as festas dadas naquela casa. A pessoa que os dois mais amavam no universo.
Deu um grande suspiro. ?Mamãe, onde você está agora? Será que está bem? A senhora e o Sr. Goku estão sendo felizes juntos?? ? perguntou-se.
Deixou o porta-retrato no lugar e retomou a caminhada para a piscina.
Enquanto isso, Trunks acabava de sair da empresa da família e seguia para casa tendo em mente o mesmo que sua irmã Bra. Foi quando ouviu atrás de si o chamado de Goten e Pan.
- Trunks!!! ? chamaram os dois.
- Goten! Pan! Que surpresa.
- Estávamos indo para a Corporação Cápsula a fim de aproveitar um pouco da piscina, já que hoje está fazendo muito calor. Você e Bra não acham isso nenhum incômodo, não é? ? Goten.
- Claro que não. Eu ia fazer o mesmo, por sinal. E provavelmente minha irmã também.
- Bem, já que todos nós chegamos a um consenso, vamos todos de uma vez! ? bradou Pan.
E assim todos seguiram vôo em direção à Corporação.
No espaço sideral, Bulma e Goku estavam apenas a algumas horas da Terra, depois de duas semanas de viagem.
Tinham feito todo o possível para esquecer tudo que acontecera entre eles e Vegeta em BS93, mas as palavras do príncipe ameaçando matar os próprios filhos ecoavam nas mentes deles, principalmente na mente de Bulma.
Ela não podia permitir que os dois híbridos a quem tanto amara e se dedicara desde o nascimento deles sofressem nas mãos daquele a quem ela preferiu abandonar na esperança de ser feliz com o homem que realmente amava. O que não daria para que o pai deles fosse Goku, e não Vegeta...
Seu companheiro a alertou para que definisse aonde eles pousariam.
- Na minha casa ? ela disse sem hesitar.
No encalço dos dois amantes estavam Carlos Magno e toda a sua frota de vampiros.
Nos últimos dias ele ficara mais obcecado por Bulma, a ponto de criar um quadro com o retrato dela. Os cabelos e olhos azuis e a pele clara ficaram muito bem retratados. Ele sorriu quando viu sua obra terminada. Era mesmo um ótimo artista.
Usando a visão de raio-x para descobrir como era a Terra, ele pôde ver as belas paisagens e a vasta diversidade de vida oferecida pelo planeta azul. Ficou fascinado por nunca ter visto um lugar tão bonito. Começou então a considerar a possibilidade de abandonar Forks e começar a viver na Terra.
Paralelo às intenções de Carlos Magno e de Bulma e Goku, Vegeta continuava cruzando o espaço atrás dos dois amantes. Abandonara a Galáxia do Leste e retornava para a Galáxia do Norte, mas não pensava em voltar para a Terra. Achava que sua esposa e seu rival jamais retornariam para lá, para não terem que encarar os filhos, Chichi e os amigos.
Aterrissando em um planeta qualquer, foi buscar informações sobre os dois, se eles haviam passado por ali, ou se algum habitante local havia encontrado com eles pelo espaço. Recebeu uma sonora negativa para ambas as questões.
Quando já estava indo embora, foi chamado por um dos observadores espaciais, que lhe informou que havia avistado, na semana anterior, uma nave parecida com a que ele descrevera como sendo onde Goku e Bulma viajavam. Ele informou que ela ia rumo ao Sistema Solar, e que outra nave maior estava na perseguição dela.
Vegeta correu para sua nave e decolou o mais rápido que pôde, indo em direção à Terra. ?Nunca imaginei que iriam voltar para lá, sabendo o que os aguarda. Mas isso não interessa, irei encontrá-los lá. E quando isso acontecer, irei me vingar por ter sido traído daquela maneira. Nunca perdoarei aqueles dois pelo que fizeram.? E começou a pensar em como seria sua vingança.
? Talvez mate aquele verme e ela também. Não, isso seria um alívio para Bulma. Tenho que prendê-la a mim, de uma forma que ela não tenha como escapar. Não! Já que ela não quer saber de mim, eu também não a quero mais. Mas ela precisa aprender que uma vez minha, sempre minha. Mesmo eu não tendo nenhum tipo de interesse nela. Se bem que seria um desperdício imenso recusar desfrutar de tamanha beleza. Assim, talvez eu a torne meu objeto sexual até o fim dos meus dias.?
De repente se pegou pensando nos perseguidores de seus dois alvos. ?Quem estaria atrás daqueles dois? Será que fizeram algo errado em um dos planetas por onde passaram?? ? Logo se interrompeu. ?Não importa, devem ser indivíduos com poder de luta insignificante e forma semelhante à insetos gigantes. Posso destruí-los num piscar de olhos. Mesmo Kakarotto pode fazer isso sem menores problemas.?
Decidiu tirar uma soneca para aliviar o cansaço que sentia por ter percorrido totalmente vários planetas atrás de Goku e Bulma.
- Ah, que delícia! ? aproveitavam os jovens na Corporação Cápsula.
- Nada melhor que um banho de piscina para aliviar o calor. E se estiver acompanhado de uma laranjada ou limonada, é simplesmente perfeito! ? concluía Goten dando um gole no refresco enquanto boiava na água. Trunks ouvia música acomodado em uma espreguiçadeira e as meninas fofocavam na beira da piscina.
O filho mais novo de Goku decidiu sair dali para ir até a cozinha fazer um lanche e Bra o seguiu com os olhos. A filha de Vegeta arranjou uma desculpa de que precisava passar protetor solar para escapar da companhia de Pan e seguir o tio da garota. Não colou, pois Pan sabia o que ela realmente iria fazer, mas fingiu acreditar na amiga.
Bra foi até a cozinha, aproveitou que Goten estava de costas, completamente distraído montando o sanduíche, e o surpreendeu tocando seus ombros.
- Aah, Bra! Não me assusta desse jeito! ? reclamou o garoto.
- Ora essa, desde quando que eu te assusto, hein? ? ela disse envolvendo sensualmente os braços no pescoço dele.
- Não me diga que está a fim de fazer aquilo, com esse calorão. ? Disse ele lançando um olhar de incredulidade e malícia para ela.
- Ora, por que não? Vamos aproveitar que meu irmão e sua sobrinha estão distraídos e nos divertir um pouquinho. E já que está calor, podemos usar o chuveiro. O meu banheiro deve estar com saudades de você... ? disse o beijando.
Goten a pegou no colo e saiu voando com ela em direção ao quarto de Bra.
Trunks continuava ouvindo música despreocupadamente na piscina, até olhar para Pan e ver que ela estava pensativa. Aproximou-se dela e tocou seu braço, tirando-a de seus pensamentos.
- Posso saber por que está assim, Pan? Parece tão pensativa...
- Bem, Trunks, é que...
- Fala logo!
- Estou pensando no meu avô e na sua mãe.
- Ah...
- Sabe, eu gosto muito da minha família e me doeu ver como minha avó ficou depois que o marido partiu. E apesar de tudo eu não consigo recriminá-lo, porque ele se justificou dizendo que estava indo atrás da felicidade dele. E você, Trunks? Consegue recriminá-lo por ter ido embora com a Bulma?
- Olha, Pan, depois de tudo que a minha mãe passou com o meu pai esses anos todos fico até aliviado dela ter feito isso. Mesmo que tenha custado a separação dela de mim e da minha irmã.
- Quando seu pai fugiu com aquela outra naquela vez, te doeu muito, não é mesmo?
- Se doeu. Eu queria morrer, e mamãe também. Se não fossem as esferas do dragão...
- E o Sr. Vegeta está procurando os dois pelo espaço nesse momento.
- Espero sinceramente que ele nunca os encontre e que passe um bom tempo longe de todos nós.
- Nossa, Trunks! Que maneira de falar!
- Me perdoe se estou sendo rude, Pan, mas estou apenas sendo sincero.
- A única coisa que quero é ver meu avô feliz.
- Eu desejo o mesmo para minha mãe. Ah, é verdade! Cadê o Goten e a Bra?
- Devem estar juntos em algum canto da casa... ? disse Pan um tanto vermelha.
- Aqueles dois... Nunca querem assumir algum tipo de relação. Será que eles não se cansam de apenas sexo, meu deus do céu?
- Você os conhece muito bem, então deveria esquecer isso, Trunks.
- Pior que você tem razão, Pan.
Naquele exato momento ambos sentem dois ki muito familiares chegando à Terra. Levantam-se incrédulos.
- Será que... são eles?
- Não podemos estar enganados, Pan. Os ki que acabamos de sentir são deles com certeza.
- E o tio Goten, será que não sentiu nada?
- Ele deve estar muito distraído com Bra, seja onde eles estiverem agora.
Alheios à toda aquela movimentação, Bra e Goten transavam loucamente no chuveiro.
Na casa do Kame, na plataforma celeste e na casa de Goku, todos tiveram a mesma reação. Dirigiram-se para a Corporação Cápsula a fim de confirmarem o que haviam acabado de sentir.
- Meu Deus, são eles mesmo! ? exclamou Pan abismada.
- ?Mamãe, Sr. Goku, finalmente...? - pensou Trunks.
A nave espacial com o logotipo da CC logo se tornou visível e aterrissou suavemente no jardim da mansão.
Os dois jovens acompanharam, paralisados, uma mulher de cabelos longos e azuis, cujos olhos eram da mesma cor e aparentava ter uns vinte e três anos, descer acompanhada por um rapaz da mesma idade, cujos cabelos eram espetados e pretos, e os olhos eram da mesma cor.
- Mamãe!
- Vovô!
- Pan? Trunks? ? os dois olharam ao mesmo tempo para seus descendentes.
O olhar de choque era compartilhado entre os quatro. Trunks não sabia o que mais o perturbava: se era ver sua mãe novamente ou se era vê-la tendo a sua idade. Como era bela! Parecia uma deusa. Ela não mudara muito com o passar dos anos e continuava sendo muito bonita, os olhos mantiveram-se ardentes e profundos, pensou o garoto. ?Ah papai, como você foi estúpido de pensar em trocar a minha mãe por mulheres de inteligência e beleza inferior à dela. Sr. Goku foi muito mais esperto?.
Já Pan admirava a beleza resplandecente de seu avô. Era verdade que os sayajins envelheciam mais lentamente que os humanos e ele não mudara muito assim como Bulma, mas aos vinte e três anos ele era de tirar o fôlego! Repreendeu-se por pensar esse tipo de coisa de seu querido avozinho.
Os recém-chegados, por sua vez, dividiam a sensação de alívio em ver seus entes queridos e poder constatar que eles estavam bem. Quer dizer, só aqueles dois por enquanto.
Bulma foi a primeira a abandonar o estado de choque e correu ao encontro de seu primogênito.
- Trunks! Oh, Trunks! Meu filhinho! ? não continha as lágrimas.
- Mamãe você voltou! Que bom te ver bem! ? o garoto também chorava.
- Avozinho! ? dessa vez era Pan quem corria ao encontro de um dos recém-chegados.
- Minha querida, que bom te ver de novo! ? disse Goku abraçando-a.
Segundos depois o jardim era lotado por Kuririn, Gohan, Picollo e Cia. que também ficaram chocados, mas felizes ao mesmo tempo, de ter o sayajin e a cientista entre eles novamente.