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Onde deixei aquela minha camisa... Era a minha preferida... Ai caramba... Procurei feito louco pelo quarto e nada da camisa.
-Lúpus, me ajuda a encontrar a camisa preta com gola branca... –Falei revirando a mala.
-Ué, use outra, precisa ser especificamente essa? Mas tudo bem ajudo sim. –Disse Lúpus abrindo o guarda roupa.
Quando de repente achei um retrato. Peguei-o e quando vi a foto, quase chorei... A foto que a minha falsa tia tinha me entregado quando cheguei ao orfanato. Eu tinha cinco anos e estava no meio dos meus pais... Saudade deles... Nunca mais vou poder sentir o abraço que a minha mãe dava... Broncas dela e claro do meu pai também... A comida da minha mãe então... Vou sentir muita falta... Estava viajando nos pensamentos quando de repente Lúpus me cutucou.
-Ei Ryu... Você está chorando? –Perguntou Lúpus e realmente eu estava chorando.
-Na-Não! Cla-claro que não... Só entrou um cisco nos olhos... Não estou chor... Ando! Caham! -Falei enxugando as lágrimas e Lúpus riu.
-Bah, admita, estava chorando sim! Está escrito na sua cara que estava chorando! Está com os olhos vermelhos. Ou você é drogado? –Disse Lúpus e olhei no espelho, meus olhos estavam inchados e começamos a rir.
-Jovem Ryu? Tem uma visita para você. –Disse Sebastian entrando no quarto e ele olhou nos meus olhos. –Aconteceu alguma coisa jovem? Está passando mal, ou alguém te ameaçou? –Perguntou ele preocupado.
-Estou bem Sebastian, obrigado, e a visita... Estou indo. –Falei sorrindo e Sebastian saiu do quarto.
-E aqui está a camisa preta com a gola branca senhor chorão. –Disse Luna jogando a camisa na minha cara.
-O-Obrigado... Luna-chan! –Falei abrindo um sorriso.
-De nada! Agora vai tomar banho logo! –Disse Luna me empurrando pro banheiro.
Quem seria a visita dessa vez? Seria novamente a velha chata? Ou alguém que veio doar alguma coisa... Hum... Tudo era mistério... Sai do banho e me troquei. E logo sai a procura da tal visita. Cheguei à sala principal e estava uma mulher com roupas meio luxuosas. Imaginei ser a velha chata tia do Shiro querendo falar comigo.
-Olá? –Perguntei para a mulher que estava sentada no banco.
-Oh... Olá... Você deve ser uma das crianças do orfanato... Eu estou aguardando a presença do Ryu... Gostaria muito de falar com ele. –Disse a moça ansiosa para falar comigo...
-Ryu... Sou eu... –Falei e ela me olhou com surpresa.
-Ryu? Então... É você... Eu pensei que estivesse morto... Que bom... Estou muito mais tranquila. –Disse ela me dando um forte abraço.
-Ugh... Tá... Mas... Quem é a senhora? –Falei com dúvida.
-Ah desculpe, eu sou a Yoshino, sua tia, irmã da sua mãe. –Disse ela e fiquei boquiaberta.
-Você... Mas... Quem me cuidava... Não era a senhora... Co - Ela me interrompeu.
-Eu sei... Sempre quem cuidava de você era a amante do seu pai que tinha inveja de você... Ela tem um filho com seu pai, o Shiro, que ela o chama de sobrinho... Mas é filho dela, como ela tem ódio de você dizia ser sua tia e fazia de tudo para matar você Ryu... E eu acabava sempre presa na casa dela... O nome dela na verdade é Misane e a qualquer momento ela ou o Shiro pode te matar... Fiquei sabendo que você estava num orfanato por causa de uma vizinha antiga... Oh Ryu... Eu... Sinto muito pelo o que está passando... –Disse chorando e me dando outro abraço.
-Tia Yoshino... Então a verdadeira tia Yoshino... Era você... –Falei sorrindo e senti a lágrima no meu rosto...
-Sim... Mas agora eu tenho que ir... Eu vou vir te buscar definitivamente mês que vem, quando tudo se arrumar lá em casa... Até lá... Não morra, por favor. –Disse me dando um beijo na testa.
Ela se despediu de mim e foi embora... Isso... Será que realmente era isso mesmo... Minha cabeça... Estou muito confuso... Minha visão começou a ficar embaçada, fiquei fraco de repente e quase sempre caia.
-Ryu! –Alguém gritou, mas não consegui identificar a voz claramente e cai no chão.
-Ryu! –Uma voz feminina dessa vez gritou meu nome. Era a voz da Luna de longe. O rapaz me carregou nos ombros dele. Não sabia o que estava acontecendo... Meus pensamentos estavam totalmente bagunçados.