Rosae vermillus - O clã das rosas vermelhas

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    14
    Capítulos:

    Capítulo 6

    Adversus omenes: Contra todos

    Violência

    Não havia tempo, então me encaminhei até a porta principal. Girei a maçaneta e abri a porta, mas não sai. Havia algo que me impedia de sair, uma sensação difícil de descrever. Um alerta, insegurança. Coloquei um pé para fora da casa, de modo silencioso e comecei a avançar devagar. Realmente algo não estava certo.

    - Sangue-suga maldito! - disse uma voz rouca, e em seguida compreendi o perigo que pressentia. O homem empurrou a porta e me levou para dentro da casa outra vez, antes que pudesse ver seu rosto no escuro enxerguei o que seria seu vulto negro em minha direção. Ele agarrou algo na parede, uma arma que reluziu e chamou minha atenção, uma lança. Então tentou cravar aquela coisa em minha cabeça. Desviei de modo impressionante para alguém que luta no escuro, percebi que minha visão melhorava a cada instante mesmo na escuridão. Mas vi que faltara pouco para a lâmina daquela lança me transpassar. No entanto foi cravada na parede, de modo que quando foi puxada de volta; arrancou uma lasca do acabamento.

    Quando ele me golpeou novamente, cravou a ponta da lança em meu braço, e num acesso de fúria, rosnei para ele como uma fera e mostrei-lhe os dentes. Ele abandonou a lança e agarrou outra arma, desta vez uma espada. Desferiu um corte visando meu pescoço, fui mais rápido, senti o sangue se mover de modo estranho dentro de meu corpo, e isso me fez aumentar consideravelmente minha velocidade. Agarrei-lhe a garganta e pressionei com as unhas, um filete de sangue escorreu pelo pescoço do homem enquanto tentava se soltar e me atingir novamente com aquela lâmina.

    - Ora, parem com isso! Os dois! - disse uma voz que reconheci.

    Minha visão já estava tão aprimorada até então, que pude destinguir suas formas antes que este acendesse as luzes da casa. Era ele. Então me lembrei de tudo. O homem de cabelos longos presos num rabo de cavalo, era ele que havia falado comigo na noite da morte de Rose, havia me carregado e me... Mordido.

    O homem que tentava me matar, com aquela espada medieval, sangrava pelo pescoço mas não desistia de tentar me alcançar com sua lâmina. Forçando meu outro braço que segurava seu pulso, tentava cravar a ponta da lâmina na altura de meus olhos. Tremia de tanta força que usava, embora eu não estivesse me esforçando tanto quanto ele.

    - Mas quanta arrogância! - disse o homem de cabelos longos. - Já disse-lhes que basta! Ou terei eu mesmo o prazer de arrancar seus braços e pernas até que possam se acalmar!

    Não me pareceu um comentário leviano. Os olhos daquele homem se tornaram vermelhos como naquela noite, e sua voz era tão agressiva, que me fez mostrar os dentes para ele também, porém isso apenas demonstrou quanta ameaça ele me representava naquele momento. O outro homem que segurava pelo pescoço até então, pareceu sentir algo parecido. Largou a espada e se soltou rapidamente de mim, ficando quase do outro lado da sala em um instante. Sua garganta cortada ainda sangrava levemente, mas ele não me pareceu preocupado com isso. Apenas olhava diretamente para aquele ser a nossa frente.

    - Muito bem. Podemos conversar como bons amigos e homens civilizados? - disse ele, e seus olhos voltaram a ser castanhos.

    - Humph! - resmungou um homem baixo e velho ao seu lado, me encarando como se eu fosse um cão que acabara de fazer merda dentro da casa de seu dono.


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