One

Tempo estimado de leitura: 44 minutos

    18
    Capítulos:

    Capítulo 7

    Desespero

    Álcool, Hentai, Heterossexualidade, Sexo

    boa leitura :3

    E outra semana se passou, trazendo um certo desespero à Sasuke, ao notar que o casamento de Sakura com Sasori seria daqui à três dias, no sábado. Ele ia para o trabalho e voltava para casa, evitando conversar com qualquer pessoa, incluindo Karin e seu irmão. E, nesta noite em especial, ele planejava fazer o mesmo. Mas nem sempre podemos fazer o que queremos, certo? Especialmente quando se tem amigos.

    Assim, por volta das dez da noite daquela quinta-feira, Sasuke bebia uma taça de vinho, deitado no sofá. Ele trajava apenas uma calça de moletom escura, deixando seu peito à mostra. E então, ele ouviu o barulho irritante da campainha tocando insistentemente e uma voz raivosa gritar do outro lado da porta:

    -Sasuke, seu idiota! Abra logo a merda desta porta!

    Se levantando com certa dificuldade, ele caminhou até a porta lentamente, um tanto zonzo, pois aquela já era a sua terceira taça de vinho. E ele abriu a porta, observando Karin adentrar no apartamento, o barulho do seu salto vermelho parecendo muito mais alto do que o normal. Ele fechou a porta e olhou na direção da ruiva, que ajeitava os óculos, encarando-o com um ar irritadiço.

    -O que você quer aqui, Karin? –ele indagou, passando a mão livre pelos cabelos negros, bagunçando-os ainda mais.

    -Calado, Uchiha! Quem faz as perguntas aqui sou eu!

    -Bem, eu estou na minha casa, então acho que eu tenho o direito de perguntar o por que de uma louca ter invadido aqui, do nada! –ele praticamente gritou, porque estava muito irritado.

    Ela se aproximou rapidamente, colocando o dedo indicador no peito dele, os olhos rubis faiscando.

    -Estou aqui porque sou sua amiga, seu idiota! Mas você parece se esquecer disso, porque tem me ignorado totalmente! Qual é o seu problema, Uchiha?

    -Ah, problema? Nenhum! É só que o amor da minha vida vai se casar esse sábado e eu não posso fazer nada para impedir! O que é que tem de errado com isso? –ele gritou, sarcástico.

    Karin pegou a taça de vinho da mão dele e bebericou um pouco, se afastando em seguida. Ele bufou, incomodado com a atitude dela. Mas, aparentemente, ele não conseguiria se livrar de Karin tão cedo.

    -Bom... já que você ia ficar aqui, se embebedando sozinho, vou te fazer companhia –ela falou, se servindo de mais vinho e sentando no sofá, já tirando os sapatos de salto vermelhos como sangue.

    Sasuke andou até a cozinha e pegou outra taça, voltando para a sala em seguida. Se serviu de um pouco de vinho e deitou-se com a cabeça apoiada no colo de Karin. Ela balançou a cabeça negativamente, como se estivesse decepcionada com algo.

    -Você não viria até aqui só porque te ignorei. Tem algo a mais. O que aconteceu, Karin?

    -Você é bem perceptivo, Sasuke –ela bebeu um pouco do líquido de sua taça –Sim, algo aconteceu. Sabe aquele cara de quem eu falei?

    -O Suigetsu?

    -O que? Como você sabe que o cara de quem eu gosto é o Dr. Hozuki?

    -Ah, Karin! O hospital todo deve saber! Você praticamente engole ele, só com o olhar!

    -Tudo bem, é dele que eu gosto! Mas voltando ao assunto: Eu disse à ele como me sentia, porque, ultimamente, temos conversado mais e tal... Daí eu pensei que talvez, o sentimento fosse recíproco.

    -E o que ele disse?

    -Absolutamente nada. Ele deu um aceno com a cabeça e foi embora, sem dizer nada! E agora eu fico aqui, desesperada para saber o que ele pensa de mim agora! Caramba, eu estou parecendo uma garotinha do colegial apaixonada pelo capitão do time de basquete, que por acaso, é o garoto mais popular do colégio. Odeio me sentir assim.

    -Tem razão em não gostar. Não combina nada com você –ele disse, bebendo um pouco mais.

    -Pois é... Mas então... Está depressivo, ou algo assim? Porque sua aparência está péssima!

    -Naruto diz que tenho bebido demais. Besteira, na minha opinião! Afinal, se eu não posso ter a Sakura, pelo menos eu posso ficar bêbado, não é? Para tentar esquecer um pouco tudo isso.

    -Se esquecer é o que você quer, eu posso te ajudar –ela falou, se aproximando dele.

    -Karin... o quanto você bebeu? –ele perguntou, percebendo a intenção dela.

    -Bastante –ela respondeu, beijando-o ardentemente.

    Numa rapidez quase surreal, Karin já havia empurrado Sasuke contra o sofá, se deitando junto à ele, sem cessar aquele beijo estranhamente quente. Enquanto ele a ajudava a retirar o vestido social negro que Karin trajava, ela passou as unhas longas pelo peitoral dele. Já apenas de roupas íntimas, Karin fez menção de retirar a calça de moletom de Sasuke, mas ele pousou sua mão sobre a dela, impedindo-a.

    Eles se encararam pelo que pareceu uma eternidade, ligeiramente confusos. E de repente, um entendeu o que o outro queria dizer com aquele olhar. Me desculpe, mas eu não posso fazer isso. Não com você.

    Ambos começaram a rir, percebendo como estavam sendo idiotas. Por causa de uma droga de coisa chamada paixão, eles não podiam nem desfrutar de uma noite de sexo, porque não amavam uma o outro. Era completamente ridículo!

    Ela se deixou cair sobre o peito dele, a pele quente e macia convidando-a para uma noite que ela sabia que ficaria em sua memória. Mas ela não podia, e ele também não. Era estúpido que eles deixassem de desfrutar de uma noite que seria incrível, porque estavam apaixonados por pessoas que, aparentemente, não ligavam.

    -Me desculpe, Sasuke, mas eu...

    -Eu sei. Também não me sentiria bem fazendo isso, sendo que não gosto de você dessa forma.

    Karin suspirou e pegou novamente sua taça de vinho, bebericando um pouco, pensando sobre como estava sendo uma idiotas e Sasuke também. E, por um segundo, sentiu raiva de Suigetsu e de Sakura. Era totalmente injusto que eles dois pudessem viver a vida plenamente enquanto Sasuke e Karin ficavam presos àquele sentimento que parecia não ser correspondido. Ela interrompeu seus pensamentos ao ouvir um barulho peculiar, que ela pensou que nunca, em toda a sua vida, fosse ouvir. Ela olhou na direção de Sasuke e o encontrou chorando como uma criança.

    Ela puxou a cabeça dele para seu colo, sentindo as lágrimas quentes caindo sobre suas coxas e, quase que involuntariamente, acariciou o cabelo de Sasuke. Era quase inacreditável que o desespero dele chegasse a esse ponto. Ele chorava alto e chegava a soluçar, as mãos se agarrando à Karin de um jeito estranho, quase como se ele estivesse se afogando no mar e ela fosse algo a qual ele podia se agarrar.

    -Fique calmo, Sasuke –ela murmurou, sentindo vontade de compartilhar das lágrimas dele.

    Ele resmungou algo incompreensível, a voz embargada pelo choro e pela bebida. Karin olhou para o teto, tentando segurar suas lágrimas que também estavam prestes a cair. Como as coisas haviam chegado àquele ponto? Desde quando ela era compreensiva com seus amigos? Isso a levou a pensar que seus laços com Sasuke eram maiores do que de uma simples amizade. Era quase como se ele fosse o melhor amigo que ela já tivera em anos, e ela o conhecera há menos de um mês.

    E ela queria muito que pudesse se apaixonar por Sasuke e ele, por ela. Seria muito mais fácil. Mas, aparentemente, ambos estavam destinados a se apaixonarem pelas pessoas erradas e sofrer por isso.

    -Droga, pare de chorar, Sasuke! –ela exclamou, mas isso só fez com que ele chorasse ainda mais.

    Ela se esticou um pouco para alcançar o rádio e apertou o botão para ligar. E então, começou a tocar a última música que ele queria ouvir. Holes In The Sky. Droga, a última coisa que ela queria era uma música depressiva.

    -Deixe tocar –Sasuke pediu, a voz ainda meio confusa.

    E eles ficaram ali pelo resto da noite, ouvindo músicas tristes e se lamentando por darem tanto azar no amor.

    *

    No dia seguinte, Sasuke ligou para Itachi avisando que não iria trabalhar, porque não se sentia bem, mas Karin resolveu ir para o hospital. Ela foi embora bem cedo, dizendo que precisava passas em sua casa, para trocar de roupas e foi embora.

    Sasuke passou o dia inteiro perdido em pensamentos sobre como ele odiava estar tão apaixonado por Sakura e desejou, por um segundo, que nunca a tivesse conhecido. E as horas se passavam, parecendo anos e mais anos, como se as décadas fossem se passando e se transformando em séculos. Até que, à noite, alguém bateu à porta e ele foi atender, pensando que poderia ser Karin.

    E então, à sua frente, estava Sakura.

    A mulher de cabelos cor-de-rosa não disse nada. Apenas envolveu os braços no pescoço de Sasuke e o beijou.


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