|
Tempo estimado de leitura: 16 minutos
12 |
Hora do pesadelo final. O fim finalmente chegou, o último dia da angst week. Quem desabou nos dias anteriores vai sofrer bastante com esse, quem ainda não... é provável que desabe no fim.
Podem considerar essa uma segunda parte de uma two-shot se quiserem (sendo Incinerate a primeira parte) e já vou avisando, esse é o mais forte de todos o que eu escrevi.
Espero que gostem! (e não procurem cortar a cabeça da autora no fim...)
"E o fim finalmente chega. O mundo se desfez em cacos e ninguém sabe mais qual lado tem razão. Quando a convicção do preto no branco já se tornou história, o que fazer quando o herói nunca deixou de ser, todo esse tempo, o mais cruel dos antagonistas?"
Um som de alarme podia ser ouvido ali. O pequeno relógio nas mãos do demônio havia parado. E ele agora olhava para o Slayer não mais com um sorriso zombateiro. É sim com um sorriso ligeiramente sádico.
"Time's up, Slayer." Disse o demônio estalando os dedos.
Correntes surgiram e agarraram os braços de Natsu, imobilizando-o próximo ao chão. O demônio caminhou até ele e chegou bem perto do rosto do Slayer.
"E pensar que você não sabe quem eu sou ainda. Deixe-me dizer, eu sou E.N.D., mestre da Tartarus e o demônio mais poderoso de Zeref."
Natsu não conseguia processar o que tinha acabado de ouvir. E.N.D. era um livro, certo? Então como ele poderia estar ali na sua frente?
"E sabe qual é a melhor parte? Eu nunca deixei de ser você. Como se sente ao descobrir que nunca foi o herói, Slayer?"
O demônio se retirou e a escuridão tomou conta do cenário. A partir daquele momento, era o demônio no comando.
E.N.D. se levantou e analisou seu corpo. A sensação de estar no comando novamente era ótima. Um sorriso sádico tomou conta de sua expressão. Era hora de trazer o verdadeiro desespero ao mundo.
Ah, sim. E.N.D. estava pronto para trazer o caos, e já sabia até por onde começar. Ele começaria destruindo tudo o que o Slayer tinha construído. Até porque mesmo quando Natsu agia como herói, ele nunca havia sido um. No fundo, ele sempre havia sido o pior dos antagonistas, e apenas não sabia disso.
---//---
E depois de todo o caos e destruição causados por ele, de toda a tortura mental a qual submeteu o Slayer, E.N.D. ainda não compreendia aquele vazio que insistia em permanecer.
Não compreendia aquela estranha sensação de ter algo se partindo em milhões de cacos quando apunhalou a garota loira. Aquele foi o último momento que havia conseguido arrancar alguma reação do Slayer acorrentado. Até aquela noite.
"Te ver preso nessa situação é uma punição até adequada para seus crimes, E.N.D."
Sim, Natsu resolvera provocar o demônio em meio a uma crise psicológica. Mas E.N.D. não estava nada disposto a discutir com o Slayer.
"Sabe porque esse vazio está te corroendo por dentro? Não, você não sabe. Um demônio que só se importa consigo nunca saberia."
"O que você quer, Slayer?! Pensei que nunca mais teria que lidar com você depois daquele dia!"
Natsu apenas ignorou a explosão do demônio. Ele já não tinha nada, apenas a sua consciência, que ficava sempre a ser suprimida pelo demônio.
"Esse vazio... É todo sua culpa. Você a matou, mergulhou essas garras no sangue dela e agiu como se fosse nada."
"Está falando da humana? Realmente não passava de um inseto no caminho." Debochou E.N.D.
"E aí está a diferença entre nós dois. E exatamente por isso você vai terminar sozinho, sufocado pela angústia sem saber como se livrar da dor."
"Está me ameaçando por acaso?! Eu sou E.N.D.! E você não é nada! NADA!"
"Posso não ser nada agora, mas pelo menos já fui algo que você nunca vai ser. Você é um monstro e a única coisa que temos em comum é o corpo. E por mais que você negue, nunca vai ser nada além do antagonista."
Depois disso, E.N.D. não mais ouviu a voz de Natsu. Ele olhava ao redor e via o rastro de batalha e destruição deixado por ele. O vazio aumentava e aumentava. A angústia aos poucos se aproximava e envolvia o demônio.
As palavras do Slayer iam aos poucos se tornando realidade. E.N.D. estava totalmente sozinho e imerso em sua angústia existencial. Ele não tinha mais um motivo para existir. E enquanto mergulhado no desespero, ele finalmente compreendeu aquelas palavras.
No fundo Natsu tinha razão. Ele era um monstro, um demônio cruel e sem escrúpulos. Mas nunca, nunca deixaria... De ser apenas um antagonista.