|
Tempo estimado de leitura: 16 minutos
12 |
Bem pessoal, essa é a minha submissão para a Angst Week no Tumblr. Espero que vocês gostem.
A história possui alguns spoilers do arco da Tartarus e do arco da Avatar, mas eu tomei cuidado para não deixar os spoilers muito explícitos.
Agora, preparem-se: a Angst Week começa agora.
"As piores cicatrizes são aquelas que permanecem invisíveis, escondidas nas profundezas de cada um."
É verdade que todos na Fairy Tail carregavam bagagem consigo. E das mais diversas formas possíveis. Lembranças, laços e cicatrizes.
Cicatrizes essas que podiam ser vistas nos corpos dos mais diversos magos. Marcas de batalha, de triunfo, de glória.
Mas aquelas que realmente importavam, não se faziam visíveis. As verdadeiras e mais dolorosas cicatrizes estavam escondidas nas profundezas de cada um, e a guilda tentava ao menos amenizar o arder constante dessas cicatrizes.
Para aqueles que haviam perdido precocemente suas famílias, a Fairy Tail era uma família unida por laços tão fortes quanto o sangue.
Para aqueles que foram rejeitados, abandonados e deixados a própria sorte, era uma mão estendida e o abraço apertado da afeição. Era o carinho a muito perdido.
O Mestre sabia de tudo isso, afinal fora ele quem pregara essas palavras de esperança. Então, porquê? Justo naquele momento, após a luta contra a Tartarus, disbandar o porto seguro para onde todos deveriam voltar. Por quê o Mestre havia decidido tal coisa?!
A batalha contra a Tartarus deixou novas cicatrizes nos corações dos magos. Memórias traumáticas voltaram à superfície. Aqueles que deveriam estar em seu descanso, de volta à vida e enfrentando seus queridos como inimigos. Reencontros depois de anos, interrompidos e se tornando despedidas, sendo que houve aquelas que sequer tiveram a oportunidade de ocorrerem de forma digna.
Sacrifício. Um amigo pelos outros. Uma decisão, inimagináveis consequências. E a culpa que permanece depois, por ter escolhido entre um e outro.
A luta contra a Tartarus fora uma verdadeira facada no coração dos magos. Muitas vezes caídos, muitas vezes levantando, novas cicatrizes surgindo, velhas cicatrizes retornando. E como doíam.
Doíam como se elas se tornassem ferimentos recém-abertos. Aqueles pobres corações ficaram em frangalhos. Quebrados em uma quantidade absurda de fragmentos, que nunca voltariam a ser como eram antes.
Era impressionante o quão doloroso o passado que retorna poderia ser. As mágoas, o sentimento de solidão e abandono. Poderiam os três até não demonstrar, mas a mais antiga das cicatrizes que portavam se tornara mais profunda e mesmo sendo puramente emocional, era quase visível agora, como qualquer outra cicatriz comum.
O fato ocorre, a dor vem e depois passa. E no final, resta a marca. Uma cicatriz, demonstrando como a felicidade se parece com a neblina. Ela chega cobrindo tudo, mas passa rápido. E no fim, já não está mais lá. No fim, apenas as cicatrizes permanecem.