Voltei com mais uma one! Uhuuuu! Dessa vez não é Nalu... Eu ia fazer Nalu! Juro! Mas acabou combinando muito mais com Gruvia (apesar de não gostar). Não sei se voltarei a fazer alguma one deles (provavelmente não) Anyway espero que gostem!
Não passava das seis da manhã, no entanto Gray já estava sentado em sua cadeira atrás do balcão. Um envelope vermelho se destacava entre os documentos que arrumava. Decerto não era nenhum convite ou algum orçamento. Não era algo racional e sim emocional. Aliás, sua paixão era platônica, irracional e impossível. Suspirou tristemente. Aquele não era o primeiro que entregava. Seus pensamentos foram interrompidos com a entrada de alguém. O barulho do salto ecoou de maneira ritmada no piso de mármore quebrando o silêncio que pairava na ampla recepção. Parou de arrumar os papéis apenas para observá-la. Juvia Lockser, herdeira do vasto império da família Lockser. Perfeita em todos os aspectos. Afinal ela fora criada para ser perfeita e o Sr. Lockser não aceitaria menos que isso.
– Bom dia.
– Bom dia.
Alguns minutos se passaram antes de qualquer um pronunciasse algo fazendo o silêncio tornar-se constrangedor. Juvia mantinha as mãos para trás, como se escondesse algo. E Gray apertava nervosamente a barra de sua camisa. Estavam absortos em seu próprio mundo particular. Observavam ora a feição alheia ora o chão.
– Chegou mais uma – Gray retomou sua postura lembrando-se que estava em um ambiente de trabalho. Estendeu a mão – antes trêmula – entregando o envelope vermelho.
Um sorriso se abriu nas faces pálidas de Juvia. Se ela soubesse que o autor de cartas, tão românticas e apaixonadas, era ele, o frio e rigoroso funcionário de sua empresa. Qual seria sua reação?
– Obrigada! – ela se atrapalhou na hora de pegar e por descuido – e euforia - deixou suas mãos caírem ao lado do corpo revelando um envelope rosa.
Observou-a se afastar. O sorriso alegre e apaixonado deu lugar a um triste. Ela tem outro. Será que gosta mais de rosa? Seus lábios se comprimiram em desafio. Tinha um rival, entretanto isso não o faria desistir.
Contendo o nervosismo se dirigiu ao elevador. Quando as portas se abriram no décimo quarto andar, Juvia não tardou a entrar em sua sala e fechar a porta. Jogou a bolsa em uma poltrona, o seu corpo em outra, ligou o computador e começou a ler a carta enquanto esperava. Ao seu lado, o envelope rosa repousava intocado, aquele não era destinado a ela e sim ao moreno que aparecia na tela de seu computador. Nunca agradeceu tanto pela tecnologia e segurança implantada na empresa.
Ela não era uma stalker ou maníaca. Longe disso! Apenas era privada de muitas coisas e aquela era a única forma de observá-lo. Suspirou quando terminou de ler a carta. Elas eram anônimas, no entanto sabia a quem pertenciam. Descobriu por acaso, e mesmo depois da identidade ter sido revelada, a magia e o encanto não se desfizeram, e sim, aumentaram.
Deu uma ultima olhada na tela do computador e minimizou a janela. Seus dedos brincavam com o envelope rosa. Como entregaria? Qual seria a reação dele? Eram tantas dúvidas rodando sua mente que se assustou. Sempre fora decidida e segura. E não seria agora que deixaria de ser, principalmente tratando de sua felicidade. Sorriu satisfeita e tratou de trabalhar. Suas dúvidas e incertezas tinham ido.
Quando a empresa se encontrava praticamente vazia, as portas do elevador abriram dando a Juvia a visão do saguão vazio exceto por uma pessoa. Caminhou confiante e parou no mesmo lugar de manhã.
– Boa noite.
– Boa noite.
Olhos que encaravam a feição alheia e o chão repetidamente. Absortos em seu próprio mundo. E um silêncio constrangedor, mas dessa vez ele fora quebrado – pela primeira vez – por Juvia.
– Chegou uma para você – estendeu a mão entregando um envelope rosa e virou as costas em direção à saída.
Gray estava atônito e demorou alguns segundos até compreender o que se passara ali. Abriu o envelope e não pôde deixar de sorrir. No final o rival era ele.