Soul of an Angel

Tempo estimado de leitura: 9 minutos

    l
    Capítulos:

    Capítulo 1

    Oneshot - Capítulo Único

    Oneshot... Não leiam se não se sentirem a vontade. u.u

                                          Eu estava vagando pelo mundo, dando meus passeios corriqueiros e procurando uma nova alma para arrancar de seu corpo e deixar a carne enegrecida apodrecer novamente debaixo da terra sobre os pés humanos.

                                           Minhas circunstancias são as mesmas sempre há milênios, e isso nunca irá mudar. Vadio a terra procurando almas cansadas e amedrontadas, e as levo comigo em meu colo para dormir eternamente, arrancando-as a vida os fios que um dia os mantiveram respirando.

                                        A tarde seca de outono pintava o céu, esperando o sol se pôr, as árvores negras com os galhos envelhecidos preparavam-se para o inverno, despindo as folhas secas e laranjas que caíam e dançavam conforme o vento levava.

                                        Bem do alto de um carvalho, em uma janela de vidro fechada, eu conseguia sentir a respiração fraca sobre a ajuda de aparelhos, vários rodeavam seu corpo, e seu rosto entubado.

                                     Eu desço ao seu encontro, abro a janela, sem mais nem menos, e a brisa se espalha pelo cômodo fazendo as cortinas de seda branca, dançarem conforme  o ritmo da brisa. A garota deitada sobre a cama do hospital sente o vento gélido tocar sua pele pálida, contudo, não desperta. Assim é melhor, estava tranqüila em seus sonhos, e os barulhos dos batimentos normalizados pelo aparelho era uníssono.

                                 Eu reconhecia essa garota de cabelos curtos e azulados. Alguns anos atrás eram cascatas que caía, pôr sobre os ombros, espalhando-se sobre a costa. Já a visitei inúmeras vezes, essa não foi a primeira.

                               Ela ainda era uma criança quando seus pais descobriram o câncer, e eu passei a visitá-la de relance desde então, cultivar suas lembranças, visitar seus sonhos e sua história... Escrever sua própria crônica.

                               Hinata Hyuuga era uma garotinha inocente e otimista quanto à vida. Seus olhos perolados e grandes se dilatavam quando ela presenciava algo novo rodear.

                        Porém, aquele brilho vinha se quebrando conforme os anos morriam. Eu estava lá quando sua mãe foi embora depois de anos e anos discutindo com seu pai, quando finalmente saiu o divorcio, ela partiu chorando. Deixando-a para trás. Hinata nunca a culpou. Sua mãe era fraca demais para viver no mesmo tento com a filha morrendo conforme as estações envelheciam.

                         Seu pai casou-se novamente com uma mulher chamada Mitsui, que tentava ser uma pessoa amável com a pequena, portanto Hinata a odiava, odiava a idéia de ter outra mãe. Ela queria apenas a sua... No entanto, a sua madrasta estava lá quando as injeções fortes e agudas perfuravam sua pele, estava lá quando os remédios a enjoavam e embrulhavam seu estômago enquanto seus músculos contraiam em dores infernais, ou quando a garotinha não conseguia dormir assustada, com medo de mim, com medo da morte...

                          Depois de uns tempos, Hanabi, sua pequena irmã nasceu. A qual ela e Neji – seu fiel confidente e primo – protegiam a mesma com todas as suas forças, mesmo sabendo que estava por um fio.

                               Depois de anos, seu pai dedicava sua atenção apenas ao trabalho e à Hanabi. Era complicado para uma garota com câncer de 12 anos, ficasse aos cuidados de uma pequena de 7... O Cúmulo. Essa era a desvantagem de estar morrendo. E por esse motivo, para chamar atenção, roubava os brinquedos da garotinha que corria incontrolável aos braços da mãe.

                                 Eu a visitei novamente aos 14 anos, quando levei Neji na hora por um acidente de carro, e ela o viu sendo carregado pelos meus braços. O enterro de Neji foi a despedida mas dolorida que já sentiu, até aquele momento.

                                Eu também estava lá, quando as injeções e as dores aumentaram, as cirurgias eram mais complexas, resultando na perda total de seus fios.

                           Ela chorou. Chorou bastante.

                           Em seu pensamento, o cabelo grande a deixavam atraente, e ela podia paquerar os garotos bonitinhos do colégio, contudo, isso também perder.

                             Os anos se passaram, o cabelo já era curto e rebelde, contudo havia se conformado com a ideia de se entregar a mim, de dormir em braços, ela não temia mais a morte.

                              No entanto, sua amiga rosada a trouxe novamente para a vida. Sakura estava lá com ela mediante todo sofrimento e humilhação que passou ao hospital, Hinata ainda a tinha, e se sentia aliviada com isso.

                    Sua amiga a empurrou para um garoto de olhos perolados chamado Kiba. Hinata o achava bonitinho, ela tinha 19anos e achou uma boa idéia voltar a viver como uma jovem normal.

                                 Kiba tinha gostos opostos à ela. No entanto, para agradá-lo, compra cinco camisetas de uma banda local que o mesmo curtia, e foi a um dos shows que ela achava tedioso demais. Hinata briga com o Inuzuka e some do local, esbarrando com um loiro na entrada, o qual ela não conhecia.

                 O garoto era simpático, de cabelos quentes e olhos azuis e tinha uma aura estranhamente sexy e otimista. Ela lembra de suas palavras ao fita-la de relance... – “Cabelo radical” – Sorria enquanto acariciava os fios azuis entre os dedos e ela chora.

                      Não entendeu o fato de se sentir assim, e demonstrar os sentimentos presos à um estranho que nunca vira antes.

                              É claro que ele se sentiu mal ao fazê-la chorar e se apresenta. Me recordo bem seu nome, o qual nunca esquecerei. – Naruto Uzumaki. –.

                               Os dois passearam a noite toda entre as calçadas de Tóquio, e ela o contou sobre Kiba, e o gasto que teve para comprar 5 camisetas de uma banda que não curtia, apenas para o mesmo lhe dar atenção.

                           Me recordo que nesse instante o loiro a prensa na parede da rua mal iluminada, e contraí seus lábios em um beijo calmo, enquanto a segurava pela cintura, e sentia a língua explorar sua boca de forma intensa. Hinata já havia beijado, contudo, aquele foi diferente, com sabor de menta e chocolate. O sabor que ela gostava.

              A Hyuuga estava beijando um estranho, em uma calçada em noite de sexta – feira, ela devia odiá-lo, esbofeteá-lo e sair com raiva, mas estava gostando. Isso era errado e completamente insano aos olhos de pessoais normais.

              Mas quando se está morrendo, quando sua vida está por um fio, as circunstâncias proibidas passam a ser mais excitantes e intensas.

                             O loiro rasga a camisa da Hyuuga partindo ao meio, contudo nada fez. Ele a cobre com sua jaqueta moletom laranja, e caminha contra Hinata.

                                O que estava acontecendo? Pela primeira vez, ao invés de dores fortes e infernais com contrações desgastantes, seu corpo sentia uma calma...

    - Naruto. – Ela o chama, fazendo o mesmo olhá-la por entre os ombros. Ele caminha em sua direção, e ela continua. – Me ligue, ainda tenho 4 camisas dessas para você rasgar. – Ele sorri e beija sua testa.

    - Com certeza!

            Os meses se passaram da melhor forma possível. Eles dois estavam juntos, e nada disso importava, o mundo ao redor era um detalhe quando tinham um ao outro.

          É claro que foi duro revelar seu câncer terminal, e que talvez eu a levaria durante a faculdade; É claro que foi duro para os dois continuarem com a noção de que não envelheceriam sentados em uma varanda com os netos correndo e bagunçando a casa.

                Não haveria nada disso, e todas as noites Hinata chorava. Não por estar morrendo, e sim, por estar matando Naruto aos poucos. Afinal, ele conviveria com sua perda.

                 No entanto, em uma noite em especial, o Uzumaki tirou isso dela. Ele enxugou suas lágrimas de forma calma e simplória guiando-a até seu quarto, enquanto sorriam entre os beijos. Ele fecha a porta. E nada ali dentro importava mais. Eles haviam esquecido completamente de tudo, até de mim.

                    Entregaram-se a um amor carinhoso e intenso, cheio de desejos e palavras sussurradas lhe tirando todos os vestígios de sanidades que ainda restavam. Seus nomes, e até as preocupações se dissipavam entre os emaranhados dos lencóis.

                         Seu primeiro e último amor... Ela nunca o esqueceria e nem mesmo eu o tiraria isso dela.

                   No entanto tinham que acordar e viver a realidade, sendo atormentados pelas circunstancias fúnebres.

                             E então, uma semana depois, mas precisamente ontem a noite, eu apareci de novo, quando Hinata soltou um grito ensurdecedor de sua cama acordando Mitsui que a trouxe rápido para o hospital... As dores mais fortes e intensas de sua vida, ela sentia por dento seus fios se arrebentaram, ela sentia minha presença mais perto.

                             Agora ela estava ali, dormindo em sua maca com os aparelhos e batimentos agitados, enquanto assistia sua vida uma última vez passar como um filme. Sua família aguardava á fora, juntamente com seus amigos, e um loiro esperançoso com o rosto encostado na parede de vidro observando-a dormir.

                              Ele não me via, ninguém sabia que eu estava ali fisicamente, apenas Hinata sentia minha presença... Eu não sinto amor, nem ódio, ou compaixão e tristeza, no entanto, eu conseguia ler expressões e olhares. Eu sabia a importância dos sentimentos dos humanos.

                        Por isso esperei ela dizer tudo em seus sonhos. Apenas nos pensamentos. Ela queria poder falar que não sentia raiva pelo sumiço de sua mãe, ela queria gritar que Mitsui foi a pessoa que realmente importava, e que se arrependia de dizer todos esses anos que a odiava; ela queria dizer à Hanabi, mesmo que com 14 anos, que seus brinquedos estavam guardados em um baú na casa de velejo da família. Ela queria gritar ao mundo que não se arrependeu de ter gastado em 5 camisas, só pelo prazer de sentir seu loiro rasgando-as fora... Ela queria dizer que tudo o que ela tentou fazer foi amá-lo, e que nunca saberia o que poderia ter sido se estivesse ali do lado dele.

         -Eu suspiro-

                     Inclino-me à ela e passo meus braços invisíveis por trás de seu corpo, carregando-a e arrancando sua alma serena de seu corpo agitado. De repente, ela deu um último suspiro, não havia mais batimentos.

                               A emergência soou da sala, e seu corpo agora não era nada, além de um receptáculo de carne cinzenta que irá para o pó da terra.

                             Eu estou com ela em meus braços, dormindo serenamente enquanto eu saía pela mesma janela que entrei. O crepúsculo alaranjado se formou límpido no horizonte, enquanto a carregava comigo.

                       Eu sei que ela não queria ver ou ouvir Naruto e todos os outros chorando e derramando as lágrimas em seu corpo inútil. Por hoje, bem, ela apenas partiu.


    Somente usuários cadastrados podem comentar! Clique aqui para cadastrar-se agora mesmo!