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8 - Chegada
A primeira impressão que tiveram quando desembarcaram era a de que estavam no planeta Vegeta, devido à aparência rude das construções. Nenhuma tecnologia se mostrava presente, assim como os habitantes dali. Estariam em um planeta abandonado? Contudo, o que mais chamava a atenção de ambos era uma enorme lua que iluminava o céu. Podiam dizer que era noite lá, mas a claridade que se manifestava entregava a presença do sol. O que aquilo significava aquilo? Não era o sol que deveria estar ali?
- Goku que lugar bizarro é esse? ? perguntou Bulma.
- Estamos em Empolo, ao norte de Mercúrio e fora do Sistema Solar.
- Parece que você conhece muito bem este planeta. Então me diga: como é possível ter a luz do sol se quem está no céu é a lua?
- Bem, ele surgiu através de uma violenta explosão solar, na qual uma parte da energia do Sol se acumulou em pleno espaço e foi resfriando até dar origem a este planeta. Quando as primeiras formas de vida dele surgiram, tiveram que se adaptar a uma temperatura de 60 C°. Era praticamente impossível sobreviver aqui, mas os habitantes constataram que durante a noite, quando a lua substituía o sol, a temperatura caía e as condições de vida aumentavam. Então eles se dispuseram a criar uma lua artificial para que substituísse o sol durante o dia e à noite podiam contar com a versão natural dela. Foi a única maneira que eles encontraram para sobreviver aqui.
- Entendi, mas por que não estamos vendo uma alma viva por aqui?
- Porque para criar a lua artificial eles tinham que esperar anoitecer para trabalharem, pois não tinham condições de fazer isso de dia devido à alta temperatura. Quando finalmente conseguiram criá-la, estavam tão acostumados a trabalhar de noite que mantiveram o hábito. Então de dia eles descansam e à noite trabalham.
- Ah...
- Ouça, os habitantes deste planeta possuem poderosos dons sobrenaturais. Eles são capazes de ler a mente uns dos outros, ficar invisíveis e até mesmo de alterar sua forma física. Também são capazes de executar o teletransporte. Fora isso, são extremamente inteligentes e sua tecnologia é bastante avançada. Não se iluda pela aparência das casas. Elas são feitas assim para iludir os alienígenas que chegam ao planeta. Quando eles se deparam com as construções tão rudes, logo pensam que é um planeta atrasado e sem muita importância e vão logo embora. Em toda a história do planeta, nunca ocorreu uma invasão de outros povos que buscavam poder.
- E como você sabe tudo isso?
- Durante aquele tempo que fiquei no espaço tive que conhecer muitos planetas para desenvolver o teletransporte. Empolo foi um deles.
- E você decidiu vir pra cá aprender as habilidades deles, certo?
- Na verdade, eu acho que fiquei mais fraco quando voltei a ser jovem, pois adquiri muitas habilidades a medida que ia ficando mais velho. Não tenho certeza se o teletransporte está entre as habilidades que eu devo ter perdido, mas em todo caso é sempre bom aprender coisas novas e ficar mais forte. Também vai ser bom para você ficar aqui, pois existe uma vasta tecnologia que você pode estudar. Fora que você também pode aprender as habilidades paranormais deles.
- O quê? Eu sou apenas uma simples humana, não posso aprender essas coisas.
- Como não? Se você se esforçar um pouco pode aprender também, nem que seja a técnica mais simples que eles possuam. E a sua super inteligência vai te ajudar bastante.
- Goku eu não sei...
- Deixa de ser boba, mulher!
Neste exato momento surgem diante deles uma dupla de homens, um aparentava ter 60 anos e o outro a metade dessa idade. A princípio Goku estranhou os dois, mas quando reparou nas feições do mais novo exclamou:
- Jingo! Citro! Há quanto tempo!
- Goku!!- exclamaram os dois homens se aproximando dele e de Bulma.
- Puxa Citro, você tá a cara do seu pai! E Jingo, você está cada dia mais velho!
- E você em compensação não mudou nada, não é?!- Citro reparou em Bulma- E quem é essa deusa maravilhosa que está com você?
- O nome dela é Bulma e eu a conheço desde os meus doze anos. Bulma, estes são Jingo e seu filho Citro. Eles me acolheram na primeira vez que estive em Empolo.
- Muito prazer- disse ela.
- Igualmente- disseram os dois ao mesmo tempo. Citro olhou a cientista dos pés a cabeça, deixando-a envergonhada. Então ele perguntou: É sua companheira?
A pergunta constrangeu e muito os dois visitantes. Até o dia anterior não eram nada além de grandes amigos e agora estavam ali naquele planeta fora do Sistema Solar depois de terem abandonado todas as pessoas que tinham ao seu lado. Agora só tinham um ao outro, sendo que ela dependia mais dele do que ele dependia dela. Nem noção do tipo de relação que estavam vivendo tinham. Por mais que Goku estivesse feliz de ter Bulma ao seu lado, não sabia se agira certo ao provocar o afastamento dela de sua vida normal. Ele podia tranquilamente viver uma rotina de aventuras pelo espaço, mas e ela, que largara tudo que tinha por causa dele? Não era justo deixá-la em perigo.
Bulma por sua vez estava em transe, sem ter idéia do que fazer ou responder. O silêncio reinava ali entre os quatro, e só foi quebrado por iniciativa de Goku:
- Escutem meus caros Jingo e Citro, poderiam ensinar algumas de suas preciosas técnicas paranormais a nós dois? Estamos em uma jornada pelo espaço, e elas seriam de muito bom uso para nossa segurança. E será que poderiam apresentar sua tecnologia à minha acompanhante. Ela é um gênio para essas coisas e ficaria muito feliz ao ver o quanto o povo daqui é muito avançado.
Naquele momento Bulma saiu de seu transe para protestar sobre aprender os dons sobrenaturais dos habitantes dali, mas Jingo foi mais rápido e respondeu:
- Claro, sem problema. Agora nos sigam, eu e meu pai iremos abrigar vocês.
Ele e Jingo conduziram Goku e Bulma até a casa onde moravam. Era uma construção bem bonita, apesar do estilo rústico. Na entrada os aguardavam Peseta, a esposa de Jingo, que se surpreendeu ao reencontrar Goku, e Nitre, a esposa de Citro, que se desmanchava em ciúmes de Bulma e sua estonteante beleza. Os filhos de Citro simpatizaram de cara com a dupla vinda da Terra. Mais tarde, ao anoitecer, todos saíram de casa para realizar suas atividades para trabalhar, pois naquele planeta os habitantes trocavam o dia pela noite, deixando a sós o casal de visitantes terráqueos.
Bulma estava sentada no jardim observando as inúmeras pessoas que passavam apressadas pelas ruas outrora vazias e que agora eram um mar de gente, na tentativa de estabelecer alguma semelhança entre aquela gente e os cidadãos de seu planeta, pois queria afastar a sensação de estar longe de casa. Queria se sentir bem, acolhida por aquelas pessoas. Estava tão envolta em seus pensamentos que nem percebeu Goku se aproximar. Ele se sentou ao seu lado e pôs uma das mãos em seu ombro. Com a outra afagou uma parte daqueles lindos cabelos azuis:
- Como se sente?
- Bem, estou vendo as pessoas daqui trabalhando. Engraçado, o ritmo de trabalho delas é igual ao das pessoas na Terra, com a diferença de que ao dia eles descansam enquanto nós trabalhamos.
- É verdade.
- Sabe Goku, é que... ? ela tentou falar, mas se interrompeu por um momento para respirar fundo e depois continuar ? Olha talvez você se decepcione com o que eu vou dizer, mas... não estou muito segura em estar aqui com você. Entenda, foi tudo do dia pra noite, tão rápido... eu sequer tenho certeza do que realmente sinto por você.
- Eu sei- ele respondeu.
- Sabe? Mas então você não se importa em estar com alguém que nem tem certeza de que te ama? É provável que eu te machuque, e isso é a última coisa que quero. Eu me odiaria se soubesse que você está sofrendo por minha causa.
- Tudo bem. Não se preocupe com isso. Eu tenho tempo suficiente para esperar.
Bulma perguntou:
- Esperar o quê?
- Você me amar.