Amar é uma ordem

  • Tema
  • Capitulos 8
  • Gêneros Romance e Novela

Tempo estimado de leitura: 47 minutos

    18
    Capítulos:

    Capítulo 4

    Valentin, ao seu dispor

    Estupro, Hentai, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência

    Ele era nojento em todos os aspectos. A sua boca cheirava mal, os olhos eram perspicazes e vorazes como os de uma águia.

    - Por favor... - eu pedi, em voz baixa, tremendo - Por favor, me deixe ir. Eu prometo que não direi nada a ninguém. Juro por tudo o que é sagrado, a sério. Mas por favor, me deixe ir.

    - Sua pequena puta! - ele me insultou e me deu um tapa no rosto - Você não tem nada que ir embora. Eu serei responsável por você até ao final de seus dias. Tudo o que eu lhe disser é ordem e tudo o que você deve fazer é cumprir as minhas ordens.

    Foi então que eu percebi o quão pequena e desprotegida eu era naquele momento. Eu estava diante de um soldado das tropas Nazi, o império que ansiava dominar o Mundo. Ele media um metro e setenta (no mínimo) enquanto que eu media um metro e cinquenta e sete. Ele tinha músculos em todo o corpo e eu era quase pele e osso. O que eu poderia fazer contra uma besta como ele?

    Ele rasgou meu vestido, me puxou os cabelos e disse "Você não serve para nada a não ser para ser o brinquedo de alguém. Você é apenas um bonequinha de porcelada à espera de ser partida nas mãos de um garotinho maroto. E eu sou esse garotinho maroto que te vai despedaçar, pedaço a pedaço.".

    Então a porta se abriu e eu pude ver dois jovens soldados entrarem. Com esperança que algum deles me ajudasse, olhei-os nos olhos.

    Eram ambos loiros e deviam ter entre dezoito a vinte anos.

    - O que vocês dois querem? - perguntou o comandante, rudemente, parando de me puxar os cabelos - Não veêm que estou ocupado com esta pequena puta?

    Cada vez que ele me chamava um daqueles nomes horríveis, eu sentia uma aperto no coração.

    "O que eu fiz de mal para merecer este tipo de coisa?" eu me perguntava a mim mesma "Só de pensar que nesta altura eu já podia estar em casa dando o remédio para a minha irmãzinha mas que na realidade estou sendo violada por um alemão... Que vergonha!"

    - Herr General Switz deseja falar com o senhor, comandante. - disse o mais velho, fazendo-lhe continência, sem olhar para mim.

    - O que esse velho quer de mim a uma hora destas? Já é de noite, für die Liebe Gottes! - reclamou o comandante, se levantando e ajeitando as suas roupas, abrindo a porta - Bem, eu vou falar com o velho. Fiquem de olho nessa garotinha. Ela será a minha bonequinha de agora em diante.

    Eu me limitei a corar e a encolher-me de vergonha enquanto os outros dois me olhavam e o comandante fechava a porta atrás de si com um enorme estrondo!

    - In Ordnung, meine Dame? - perguntou-me o mais novo, num alemão muito suave o qual eu apreciei em silêncio, e estendendo-me a mão direita - Ah, provavelmente não me percebeu... Hum... Está bem, senhora?

    Eu limitei-me a acernar com a cabeça.

    - Páre, du affe! - parou o outro, baixando-lhe a mão com um rápido golpe - Se esqueceu que ela pode bem ser uma espia francesa?

    O outro sorriu-me e voltou a estender-me a mão, a qual eu agarrei, e puxou-me, ajudando-me a levantar do chão.

    - Danke. - agradeci-lhe, tentando ser o mais bem-educada possível para não o irritar ou algo do gênero.

    - Não foi nada demais. - ele continuava a me sorrir.

    Ele era bonito e simpático, mas não se comparava ao outro soldado, o mais velho, de cabelos loiros e olhos azuis escuros. Estava sentado numa caixa, com uma pistola na mão, atirando-a ao ar e pegando-a vezes e vezes sem conta.

    - Meu nome é Klaus Scheffer e esse aí o Valentin Klein. - ele se apresentou para depois apontar para o companheiro, que começava a carregar a arma.

    - Por favor, não me façam mal. - eu lhes supliquei, ao ver Valentin levantar a pistola na minha direcção.

    - Han? - Klaus se voltou para trás e sorriu - Oh, Valentin, que coisa feia para se levantar a uma garota.

    - Sim, pois. Vai-me dizer que a "coisa" que você levanta para a maioria das garotas não é feia também. - comentou o outro, sério.

    Eu corei e fiquei vermelha como um morango pronto a colher.

    - Viu, seu bruto? - perguntou Klaus, me abraçando - Agora assustou a pequena mademoiselle. Pronto, está tudo bem, chérrie. O Klaus não vai deixar ninguém fazer mal a você.

    - Esteja calado a não ser que queira levar um tiro na cabeça, Klaus. - ameaçou o outro, levantando-se da caixa e dirigindo-se a mim, estendendo-me a mão direita - Venha, a gente leva-a a casa, mademoiselle.

    - O quê?! "a gente"?! Nem pensar, Valentin! - negou-se o outro soldado - E se o Herr General Switz sabe que a gente a raptou?

    - A gente não raptou ela. Herr General Switz é que a raptou. Agora venham, não percamos mais tempo. - com isto, Valentin abriu a porta e fez-nos um sinal.

    Antes que eu pudesse dar um passo, Klaus me parou, sorridente.

    - Aguente os cavalos, mademoiselle. - ele apontou para mim - Tem a certeza que quer ir assim para a rua?

    Eu me olhei e reparei que ainda estava semi-nua. Sem evitar, dei um tapa enorme no rosto de Klaus, que deu uma volta sobre si mesmo e caiu no chão, rindo como um tolo. Mas um tolo no bom sentido, claro.

    - Já vi que você não é uma dama fácil. - ele disse, se levantando - Bom, eu e Valentin estaremos lá fora à sua espera.

    - Danke.

    - E não se preocupe em falar alemão com a gente. Acha que a gente veio invadir a França sem saber falar francês? - ele se riu e saiu dali.

    Eu não consegui sorrir de volta para ele. Para mim não tinha graça os alemães terem invadido o meu país, mas eles achavam que isso tinha muita piada.

    Rapidamente, me vesti e saí. Antes de sequer pensar, Klaus me pegou ao colo e me colocou nas suas costas. "É para não se cansar... mademoiselle." ele se riu e começou a caminhar atrás de Valentin.

    - Para onde me estão levando mesmo? - eu perguntei a Klaus, que me segurava as pernas, sem qualquer intenção perversa.

    - Para sua casa, mademoiselle. - ele me respondeu, sem parar de sorrir - Mas tem de nos indicar o caminho. A gente pode ser soldado, mas não é vidente nem bruxo. Aliás, nem eu nem o Valentin queremos machucar ninguém. Apenas viemos para Paris porque é o nosso dever. Mas não conte a ninguém que a gente é amigável, tá? A partir de agora, este é o nosso pequeno segredinho.

    - Sim, senhor. - eu lhe respondi, grata por eles me estarem ajudando.

    - Por favor, me trate de Klaus.

    - Mas a mim vai-me chamar de "senhor". Não gosto que as mulheres me tratem pelo nome. - interrompeu Valentin subitamente, voltando-se para trás, olhando-me com aqueles seus olhos azuis claríssimos. Os mesmos olhos que me deram vontade de corar quando os alemães entraram no pub.

    - Sim, senhor. - lhe respondi - Ah, hum... Obrigada por me levarem a casa.

    - A gente não vai levá-la a casa, senhorita. A gente vai levá-la ao pub onde você trabalha e ponto final. - respondeu Valentin rudemente.


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