Bom dia, boa tarde e boa noite.
Cap. 13. Desculpe pela demora XP
Boa leitura!
“Você terá o direito de realizar um desejo em troca dos poderes de Mahou Shoujo. O meu pedido a você, Yuma-chan, é que use seu direito para realizar o meu desejo. Essa é a minha proposta para te levar até o extraterrestre capaz de torna-la uma Mahou Shoujo. Aceita?”
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Mesmo achando estranho o fato do desejo ser uma troca para obter os poderes de Mahou Shoujo, – afinal, nesse contexto não há uma troca equivalente, somente um lado sairá ganhando – Yuma estava fascinada pela possibilidade de obter um poder tão fantasioso e, com isso, poder ser útil para as pessoas. Assim a proposta feita no parque sem nome, há mais de uma hora atrás, fora aceito com um sorriso ingênuo pela ruivinha de dez anos de idade, sem conhecer as verdadeiras consequências que a realização de um desejo poderia causar.
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Sobre a barra de ferro Kyubey observa Yuma. Com um balanço da cauda vira-se para Homura e pergunta.
“- Na verdade estava imaginando um desejo diferente desse que acabara de ser mencionado por Yuma.”
Sorrindo de maneira pretensiosa, Homura calmamente fala para o extraterrestre.
“- E o que estava imaginando?”
“- Que o seu desejo estaria relacionado com Kaname Madoka.”
“- Supondo que Yuma-chan tivesse pedido para trazer Madoka de volta a esse mundo, você seria capaz de realiza-lo?”
Fecha os olhos pensando na possibilidade. Depois de alguns segundo, onde só se podia ouvir a espalhafatosa avenida a alguns metros, Kyubey abre os olhos respondendo à pergunta.
“-Não seria possível. Se soubéssemos do que se trata talvez, mas nesse momento que não conhecemos absolutamente nada em relação a essa suposta divindade, não temos como interferir nas leis criada por ela. Talvez daqui a alguns anos, quando desvendarmos os segredos do ‘Enkan no Kotowari’, quem sabe surgirá a possibilidade de fazer contato com Kaname Madoka e realizar esse desejo.”
“- Nesse caso, não pretendo esperar por tanto tempo.”
“- Então lhe pergunto: o que faria voltando para o passado?” Pergunta um extraterrestre que não entendia o que sua antiga parceira estava pretendendo. “No presente ou no passado, não faria diferença para realizar o seu verdadeiro desejo, Akemi Homura.”
Erguendo as pontas da boca esboça em seu semblante um sorriso maligno.
“- Pelo que meu raciocínio permite, nesse mundo não há como trazer Kaname Madoka para o mesmo tempo e espaço em que vivemos. Então o único jeito possível de encontra-la...” Homura para de falar e leva a mão direita até o centro de peito. Fecha os olhos imaginando por um instante o suposto futuro com sua amada amiga, e abre os olhos para continuar. “- é atendendo ao chamado do ‘Enkan no Kotowari’. Meu objetivo voltando para o mundo há dezessete anos é fazer com que meu Soul Gem acumule impureza para ser capaz de atender ao chamado.”
Um vento gelado atinge os três. A cauda de Kyubey balança sem o seu consentimento. Yuma encolhe os ombros protegendo-se do frio. E Homura desloca o braço do peito até a altura do rosto tentando broquear o vento, mas mantendo o sorriso maligno no rosto.
“- Isso significa que você derrubará a si mesmo no penhasco do desespero.”
Assente rapidamente com a cabeça, prosseguindo com a conversa.
“- Desde a minha perda dos poderes de Mahou Shoujo, passei por diversos momentos que seriam dignos de desespero, capaz de fazer transbordar meu Soul Gem de impureza. No entanto, ainda estou aqui. Conclusão: ‘Enkan no Kotowari’ só salva as possuidoras do poder de Mahou Shoujo, ou melhor, as ‘verdadeiras Mahou Shoujous. Voltando para o passado terei novamente o direito de ser salva pelo ‘Enkan no Kotowari’.”
Kyubey caminha de um lado para o outro em cima da barra de proteção. Para na frente de Homura, olhando-a com aqueles olhos vermelhos.
“- Não tem garantia nenhuma que você encontrará com Kaname Madoka quando sumir desse mundo. Para começo de conversa, sua compreensão em relação ao ‘Enkan no Kotowari’ está distorcida.”
“- Deveras, a palavra ‘desespero’ está errada, já que o desejo de Madoka era justamente romper com o destino que pudesse nos levar até a interpretação dessa palavra. No entanto, se analisarmos esse fenômeno, nós Mahou Shoujos somos resgatadas pelo ‘Enkan no Kotowari’ quando não suportamos mais lutar contra aquelas criaturas horrendas, sendo assim, no final das contas, o que sentimos é uma desesperança, um desespero, que não chega a causar mal para o próximo, justamente pela salvação divina.”
Ouvindo Homura em silêncio, Kyubey ingere as palavras dela e devolve uma resposta.
“- Mesmo assim, não temos conhecimento nenhum em relação a isso. O que você está pretendendo pode dar totalmente errado.”
“- Eu tenho certeza que quem nos salva é a Madoka. De qualquer forma, terei de correr o risco.” Homura coloca a mão esquerde sobre a cabeça de Yuma. “- Então incubator, realize o desejo de Yuma-chan.”
Após um breve suspiro, diz o extraterrestre.
“- Sinto muito, Akemi Homura, não, Yuma, mas não vou realizar esse desejo.”
Homura sentiu como se o tempo tivesse parado. Tudo ao redor parecia estar imóvel: a cauda de Kyubey que não parava de balançar, agora lembrava uma estátua de um cachorro ou gato esquisito. O vento que soprava parecia não afeta-la, na verdade, por um breve momento, pensou em despir o sobretudo por começar a sentir calor. O local parecia um silencio total, nem mesmo a algazarra da avenida era captado pelo sistema auditivo de Homura.
“- O quê?” Foram as únicas palavras que saíram de sua boca.
Sem mudar em nada a expressão, Kyubey responde com calma.
“- Estou me recusando a realizar esse desejo, pelo fato de não ser vantajoso para nós.”
“- Do que está falando! Na sua frente está uma menina disposta a se tornar uma Mahou Shoujo, e acho que não preciso mencionar o fato dela ser filha de Kyouko, uma ‘ex’ Mahou Shoujo! Só há vantagem para vocês!”
“- Perderemos muito se realizo esse desejo.”
Homura cerra os dentes impaciente.
“- Explique!”
“- Lembre-se, Akemi Homura, o nosso objetivo é reunir energia suficiente para manter a existência desse universo. Até o momento reunimos uma boa quantidade e devemos muito a equipe composta por você, Sakura Kyouko e Tomoe Mami. Contribuíram muito para esse feito durante o tempo em que vocês estiveram na ativa exterminando Majuus.” Dando uma pausa, Kyubey olha fixamente o cenho furioso de Homura. “- Se você voltar para o passado e conseguir levar a si própria ao desespero à ponte de ser salva pelo ‘Enkan no Kotowari’, significa que surgirá a possibilidade de não conseguirmos obter a atual quantidade de energia por mudar o passado.”
Homura demonstra sua incredulidade no rosto e retruca.
“- Kyouko e Mami-san ainda estariam vivas. Elas com certeza seriam capazes de exterminar uma quantidade similar de Majuus para obter Grief Seed.”
Para um lado ao outro, balança a cabeça demonstrando o equivoco da mulher de cabelos negros.
“- Acompanhei vocês durante muito tempo e vi que não estariam vivas hoje se não fossem as três lutando juntas.” Ele olha para Yuma. “Não há como realizar um desejo onde a nossa perda será maior que o ganho. Não me entenda mal, se fosse qualquer outro pedido Yuma já seria uma Mahou Shoujo. Mas esse em questão é incoerente demais para realizar.”
Homura aperta as palmas das mãos com força fazendo seus braços tremerem. Prestes a explodir, fita o extraterrestre com olhos penetrantes.
“- Você só pode estar brincando, o meu desejo para me tornar uma Mahou Shoujo envolvia viagem no tempo! Como agora não pode realiza-lo!?”
“- Esse fato ocorreu em um universo paralelo, tanto que não tenho conhecimento sobre esse fato.”
Cerra os dentes furiosamente e arregala os olhos, onde notavam finas veias de sangue ao redor da pupila. Um movimento rápido ergue o braço direito e com o punho fechado, solta o soco na direção do extraterrestre.
Saindo da posição assentada, Kyubey arqueia o corpo para frente e bota força nas curtas pernas dando um salto que o fez passar por cima da cabeça de Homura. Como uma pena, pousa suavemente no chão do outro lado.
“- Akemi Homura, você costumava ser uma pessoa mais serena e controlada quando jovem. A idade lhe tomou essa maravilhosa característica?”
Vira-se contra a bola de pelo para responder à pergunta cheia de sarcasmo.
“- Extraterrestre maldito! Isso não teria acontecido se tivesse realizado o meu desejo!”
“- Você quis dizer, o desejo de Yuma.”
Surpresa, a ‘onee-chan’ olha para o lado, onde podia ver uma ruivinha aterrorizada observando-a.
“- Pelo rumo da conversa acabou se esquecendo, mas estamos falando do desejo de Yuma e não seu.” Vira as costas para Homura, andando alguns passos e pula, novamente, em cima da barra de proteção, oposta as duas. Depois de uma balançada rápida da cauda espia a ruivinha. “- Yuma, vamos conversar outra hora. Até lá, pense em outro desejo que gostaria de realizar.”
Yuma desvia o olhar de Homura e fita o extraterrestre, acenando positivamente com a cabeça.
Olhando para baixo, Kyubey verifica a altura e pula sem a menor hesitação do prédio. Verificando isso, Homura sai disparada para o lado oposto do terraço e se apoia na barra de ferro, encarando a rua escura à procura de um ser vivo branco.
Caí de joelhos sobre o chão sujo e manchado. Estuporada, não acredita no fim que tudo aquilo resultou, ficando totalmente insensível ao vento frio que batia forte em seu corpo.
Enquanto isso, Yuma a observava sem dizer uma palavra, tentando compreender o que tinha ouvido, visto e sentido naqueles breves minutos com o ser chamado Kyubey.
O barulho e as luzes cintilantes da avenida, a alguns metros dali, era o único indício da realidade para as duas naquele momento.