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Último capítulo dessa temporada....
Capítulo 34: Os versos de um samurai, eternamente
Naquela noite estranha Hellt, Antony e Tay observavam a lua, haviam acabado de pegar a mochila com o Olho das Eras. O mestre pensava em todas as lutas que tivera até então, pensou em seu último adversário, o executor, que não estava longe dali.
- Antony, você se lembra do primeiro poema do livro de versos samurais? – pergunta a seu aluno.
- Sim é mais ou menos assim...
Mesmo que o dia não nasça
Mesmo que a noite não caia
Mesmo que a tempestade dure pra sempre
Eu continuarei lutando
...
- Dormiram bem? – Daniel fala ironicamente ao observar Evellin e Jun acordando.
- O que houve? – a moça pergunta confusa.
- Sobrevivemos... Por que Eliéser não nos matou? – Jun pergunta.
- É uma longa história, acreditem na sorte porque ela nos brindou há alguns dias... – o gordinho fala. – Não temos tempo pra ficar divagando sobre essas coisas agora, temos que chegar em Telves, temos que continuar lutando pra encontrar o Hellt e deixar o Olho das Eras longe do Alaster!
- Afinal a gente é samurai não é? – palavras da moça em meio a um leve sorriso.
- Nossa batalha está longe de acabar... Prefiro assim, quebra a rotina sabe? – o baixinho fala em tom de piada.
Mesmo que a luz de meus olhos suma
Mesmo que a capacidade de andar me falte
Mesmo que o ar desapareça de meus pulmões
Eu continuarei lutando
...
- Algum sinal do Fléreo? – Rosana pergunta há um de seus alunos, ela estava em sua sala no dojo preocupada com seu discípulo que desapareceu numa batalha contra Célio.
- Eu sinto muito mestre não conseguimos achá-lo em lugar algum, o mestre Célio o matou! – foi a conclusão daquele aluno.
- Você está me assassinando garoto? – uma voz se pronuncia em meio às sombras, se tratava de Fléreo que se arrastava nas paredes adentrando o local, estava ferido e em péssimo estado. – Hellt... Aquele desgraçado...! Me vingarei dele também, a humilhação que ele me fez passar não será perdoada! – palavras impetuosas daquele samurai.
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- O que houve aqui? – Du fala adentrando o quarto que Tay usava no dojo, nele Latifa chorava e Lian tentava a consolar, o ruivo escutou o choro de sua colega quando passava despreocupadamente no andar de baixo.
- Olha isso, é do Tay... – Lian fala entregando um bilhete para Du, se tratava de um recado falando que o loiro deixara o dojo para seguir Hellt, a surpresa tomou conta da feição do samurai de Eliéser.
- Tay por quê? Agora os mestres vão todos atrás de você... Lian o Tay vai morrer! – a garota falava em meio há muitas lágrimas.
- O Tay é forte, confia nele Latifa. – o jovem de tranças falou, em sua mente começara a formular várias hipóteses, uma delas: “Por que o Tay fez isso, o que será que ele sabe que não sabemos? Existem muitas coisas escondida no assassinato do mestre Adamastor e eu vou descobri-las!”
Mesmo que as trevas dominem o mundo
Mesmo que a cobiça governe o coração de todos
Mesmo que a inveja possua até meus aliados
Eu continuarei lutando
...
- Então quer dizer que o “papai” ta vivo e ele que armou toda essa situação?! – Eliéser fala em tom de piada, estava em seu quarto, acabara de tomar banho e secava seus cabelos com uma toalha.
- Isso mesmo, ficamos sabendo não faz muito tempo. – Idília fala a seu irmão.
- A grande pergunta é: por quê? Por que o pai ta fazendo tudo isso? O pai era uma das pessoas mais idiotas que conheci, sem ambições e com esses princípios de justiça que não fazem sentido algum... Por que de repente ele resolve jogar tudo pro alto e usar o Olho das Eras pra dominar o mundo? Eu não vejo sentido entende mana, tipo por que fingir a própria morte? - questionamentos do psicótico.
- Não cabe a nós questionar, nos cabe apenas obedecer. – palavras da irmã que causaram grandes gargalhadas em Eliéser.
- Ótima piada irmã, por um instante achei que você era devota do pai como o Alaster! Quem não te conhece... – tais dizeres de Eliéser causaram iguais gargalhadas em Idília.
- É preciso ter senso de humor irmãozinho... – palavras da irmã, pensava: “Não sei o que o pai ta armando, não sei se é bom ou ruim, o que sei é que vou pegar o Olho das Eras e dominar a todos antes que aconteça comigo o mesmo que aconteceu com Gilbert.” Coincidentemente foi o que Eliéser pensara.
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- Algum sinal de Célio? – Adamastor perguntava a Alaster, estavam dentro de uma sala secreta.
- Não meu pai eu sinto muito, perdemos o rastro dele e dos discípulos novamente. – o filho mais velho responde.
- Isso está tomando proporções que não imaginava, Alaster quero que convoque os ex-alunos para caçarem Célio, precisamos encontrar o Olho das Eras antes que o primeiro ministro permita que os samurais estrangeiros entrem em nosso país.
- Se os estrangeiros souberem da existência do Olho das Eras tentarão pegá-lo, não podemos deixar que isso aconteça... Hoje mesmo convocarei os ex- alunos, o serviço deles será mais que útil. – o filho mais velho fala se dirigindo a saída da sala, apesar de sua feição inerte ele se preocupava com a possibilidade dos estrangeiros obterem o poder lendário do artefato em posse de Hellt.
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- Pai?! – uma voz infantil chega aos ouvidos de Charles, o executor continuava caído no mesmo lugar que Célio deixara.
- Erick?! Me pergunto se vejo seu espírito ou se você é apenas obra da minha mente perturbada, você pode ser uma peça, uma brincadeira que Hamian está fazendo comigo. – o confuso executor fala.
- Você sabe que tem algo errado pai, se Célio Ômega é um assassino por que não te matou? Você já considerou a possibilidade dele ter falado a verdade? – a voz infantil se pronuncia de novo.
- Tenho pensado nisso desde minha derrota... O pior é que se Célio Ômega não é o criminoso temo que estejamos enfrentando algo bem próximo do diabo! Temo também no que pode acontecer se eu fizer uma escolha errada como fiz, aparentemente, a principio.
Porque sou um samurai eternamente
Sou o emissário da bondade e da esperança
A fé sempre estará comigo
Porque sou um samurai eternamente
- “Versos de um samurai, eternamente” é assim que se chama esse poema, me lembro bem porque teve uma prova sobre ele uma vez. – Tay fala.
- Esses versos sintetizam nossa batalha, lutamos por quem não pode lutar, lutamos pela honra e pela esperança... Justamente por isso não podemos desistir nunca, nem mesmo quando tudo e todos estejam contra nós, porque somos e seremos eternamente samurais! –Palavras do mestre.
Depois de tal reflexão seguiram caminho, afinal precisam encontrar a outra metade do Olho das Eras em Telvez, ainda havia muito caminho a ser percorrido, porém por mais longa que seja a jornada eles nunca desistirão, pois sua honra é maior que qualquer adversidade.
Fim
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