Diario de Um Adolescente

Tempo estimado de leitura: 8 horas

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    Capítulos:

    Capítulo 18

    Revelações... O que sente por mim?...Uma vida falsa...

    Tenten finalmente alcançou o local onde Hinata se encontrava e ao perceber que as coisas entre sua amiga e Naruto estavam se resolvendo, preferiu deixa-los sozinhos.

    - Como você é idiota Tenten! – ela resmungou para si. - Mas a culpa é sua! Quem mandou demorar tanto tempo. Ninguém esperaria esse tempo todo! – ela continuou a se sentir culpada por ter estragado tudo em relação à Neji. – Droga! Tenten sua BURRA!

    Impulsionada pela sua própria revolta ela chutou a parede.

    - Aiieh! - gritou ao sentir a dor do machucado que ganhara.

    A garota saiu caminhando devagar de volta para a biblioteca. 

    ..............................................................................

    Shino caminhava a procura de Tayuya, para que eles fossem fazer o trabalho. A menina, que saia da sala, veio correndo até ele.

    - Shino-kun! – ela acenou e caminhou em sua direção. - Eu preparei algumas coisas que vão nos ajudar no trabalho.

    O jovem a encarou, mas nada disse, seu pensamento estava ocupado demais tentando encontrar a maneira certa a qual ele iria expor seus sentimentos.

    - Hey, Anime-se! – a menina deu um leve empurrão nele. - Não é tão ruim – ela afirmou, acreditando que o motivo para todo aquele silêncio decorria do trabalho a qual iriam fazer juntos. - É só um relatório, e pra você deve ser fácil, você é um dos melhores da sala.

    Tayuya tentou animá-lo. 

    - Tayuya, eu queria falar com você.

    - Eu também tenho uma coisa pra lhe contar.

    - Podemos conversar enquanto a gente faz o trabalho. – ele sugeriu.

     A menina concordou e os dois saíram para um local adequado.

     ***

    Na biblioteca. Neji já estava lendo a carta que seu tio Hiashi, mandara.

    “Caro Neji,

    Como estão as coisas? A escola?... Não estou tendo muito tempo para me comunicar com você, por e-mail ou telefone, tenho trabalhado muito e este foi o único meio pelo qual eu consegui entrar em contato... Não esqueça que se estiver precisando de alguma coisa me avise que providenciarei a você.

    Porém, o motivo pelo qual escrevi essa carta está relacionado ao fato de que fiquei sabendo que Hyuuga Hinata, a qual não me orgulha chamar de filha, está estudando na mesma escola que você. Eu quero que saiba que mesmo com a presença dela, nada no seu cotidiano mudará e peço-lhe que não se deixe influenciar por ela...

    Achei necessário que você ficasse sabendo sobre vocês serem primos e prefiro que você mantenha distância dela.

    Abraços,

    ASS: Hyuuga Hiashi”

    Ao terminar de lê-la, o garoto ficou espantado com a informação e indignado com a verdade, amassou o papel. Seu coração agora estava preenchido com um grande sentimento de revolta e culpa.

    - Então era isso... Ela não estava mentindo, Hinata-san é mesmo minha prima.

     ***

    Após as aulas, Shikamaru e Temari seguiram para a casa da garota. Eles já haviam começado o relatório e durante uma pequena pausa o rapaz se debruçou sob a mesa da sala e resolveu descansar. Minutos depois, seu momento de tranquilidade foi interrompido quando o barulho de vários livros, sendo colocados sob a mobília, ecoou repentinamente, fazendo-lhe ter um breve susto.

    - Está na hora de acordar, preguiçoso! – ela reclamou.

    - Ahh, que problemático! – ele resmungou olhando para a pilha de livros que a garota trouxera sozinha. - Por que não pediu a minha ajuda?

    - Eu não preciso da sua ajuda pra carregar esses poucos livros, humf! – ela retrucou.

    - Poucos?! – ele analisou. - Você não precisava mesmo da minha ajuda ou era só orgulho?! – o garoto comentou.

    - Não enche! – a loira ignorou a pergunta e sentou-se frente ao rapaz. - É melhor a gente começar logo esse trabalho.

    Durante os momentos seguintes, o ambiente foi dominado por um grande silêncio. Os dois jovens quase não trocaram palavras, ambos estavam receosos com o que tinham a dizer, talvez por medo das consequências que causariam com as palavras ditas, ou mesmo ás não ditas.

    - Tenho uma pergunta! - exclamou o rapaz.

    - Diga! - A garota respondeu sem lhe direcionar o olhar, enquanto concentrava-se com a atividade que escrevia em seu caderno. 

    - Mas você tem que olhar nos meus olhos. - ele arriscou chamando-lhe a atenção novamente.

    - Pra um preguiçoso como você, até que está bem falante hoje! - ela o ignorou.

     - Apenas olhe! - insistiu.

    Convencida pelo garoto, a loira cedeu ao apelo feito por ele e o encarou bastante séria.

    - Você ainda está chateada comigo?

    - Por que estaria?! - Ela respondeu de imediato, em um tom ríspido.

    - Por causa da Ino.

     Temari silenciou.

     - Agora ela está com o Kiba! - afirmou.

     -“Agora?”. E você acha que agora que ela está com o Kiba você pode ficar comigo?! - A loira perguntou chateada.

     - Eu não disse isso! - Ele tentou explicar.

     - Você é ridículo!

     Temari levantou-se chateada e foi para a cozinha. Shikamaru seguiu atrás dela. 

    - Droga! Essa pia foi dá problema logo agora! Eu disse para o Gaara ajeitar.

     A menina resmungou enquanto o Nara a observava.

    - Problemas com o encanamento?! - perguntou ele.

     - É! - Temari respondeu de maneira insensível enquanto tentava encontrar uma solução para o problema.

     - Deixe-me dá uma olhada.

     Ele caminhou até a loira.

    - Nossa! O garoto preguiçoso realmente está ativo hoje! - ela ironizou.

    - Num enche!

     Temari jogou-lhe um olhar desconfiado.

    Não demorou muito para Shikamaru identificar o problema. 

    - Eu preciso de ferramentas. - Disse ele enquanto analisava o cano da pia. - Seria uma gentileza sua trazê-las para mim.

     Temari não gostou da maneira como ele dirigiu-lhe a palavra, no entanto, foi atrás da caixa de ferramentas que ele pedira e a entregou. Assim que removeu o cano da pia, o rapaz recebeu um jato de água em sua face. A menina soltou uma gargalhada se divertindo com o que acontecera com o jovem. Ela abaixou-se e olhou para ele.

    - Algum problema senhor encanador?! - brincou.

    - Shikamaru apenas a ignorou e em uma pequena atitude de “vingança” mirou o cano, de onde ainda escorria água, em direção à garota, deixando espirrar água em cima dela.

     - Aiehhhhhh! Idiota! - ela gritou enquanto enxugava o rosto agora molhado.

     -Prontinho! Está consertada! - Ele sorriu vitorioso.

    - Olha o que você fez comigo?! - reclamou. - Sem falar no seu estado!

    Os dois se levantaram.

    - Que droga! Preciso de um banho urgente! - Temari observou o estado em que se encontrava e em seguida direcionou o olhar para Shikamaru que continha os seus olhos fixados nela. - O qu-quê é?! - perguntou nervosa. - Por que você está me olhando desse jeito?

    - Nada. - respondeu hesitante. 

    Temari olhou-se novamente e só então percebeu que a transparência da blusa branca que vestia mostrava claramente seu sutiã preto.

    - Isso é a perdição de qualquer garoto. - Ele não tirava os olhos dela.

    - Seu tarado! - ela exclamou irritada e se virou para se retirar do local.

    Shikamaru a agarrou pelo braço.

    - Eu seria um idiota se eu te deixasse sair assim. - disse, admirando a beleza da loira. - É a segunda vez que te tenho tão perto e não posso deixar você escapar.

     O rapaz a puxou para si com força colando seu corpo ao dela.

     - Me solta! - ela tentou resistir. - Você...

    Antes que terminasse de falar, Shikamaru interrompeu-lhe com um beijo fervoroso e ao mesmo tempo doce. Ela de imediato se entregou aos braços do rapaz, bloqueando qualquer sentimento de dúvida ou pensamento que pudessem estragar aquele momento, afinal, em seu interior, sabia que ambos desejavam desfrutar daquilo há muito tempo. Cuidadosamente, ele a conduziu até a mesa enquanto seus lábios não descolavam do pescoço dela, e as mãos da jovem ocupavam-se em se livrar da camisa do rapaz. Ela logo obteve sucesso, tirou a peça de roupa e a arremessou para longe. O Nara, por sua vez, não perdeu tempo e fez o mesmo, velozmente desabotoou a blusa molhada de Temari e a despiu deixando-a com a o sutiã visível. 

    - Pare Shikamaru! - ela sussurrou baixinho ao mesmo tempo em que seus dedos se perdiam sob os longos cabelos dele. - Antes eu preciso saber o que sente por mim?

    Por um breve momento ele se manteve inerte, mas antes que pudesse causar qualquer sentimento de estranheza na loira, o jovem levou sua mão a tocar-lhe carinhosamente no rosto e o seu dedo percorreu-lhe da bochecha até os lábios rosados e carnudos.

    - Eu Te amo! - respondeu olhando-a diretamente nos olhos. 

    Ele tentou voltar a beija-la, mas apesar de sua sinceridade ao proferir aquelas palavras à menina ainda não parecia convencida.

    - Mas por quê?! Naquele dia...

    - Naquele dia minha declaração foi pra você. - ele respondeu sem hesitar. - Tudo não passou de um mal entendido.

    Temari podia ver nos olhos de Shikamaru, a verdade em suas palavras. Seu coração, antes cheio de medo e dúvidas, abriu espaço para a imensa alegria que sentira e que logo se manifestou através de lágrimas. Ela, então, voltou a se entregar as carícias.

    - Desculpe! – a menina lhe deu um breve beijo. - Eu também te amo e fiquei com medo de te perder! - disse voltando a beijar-lhe novamente.

    - Esqueça isso meu amor! - ele a mordeu de leve na orelha fazendo-a soltar um gritinho abafado.

    - Espera! - ela o olhou de maneira fogosa. - Vamos para um lugar mais apropriado. 

    Shikamaru entendeu a proposta da loira e os dois seguiram para o quarto de Temari.

     ***

    Na casa das garotas, Sakura estava bastante concentrada em seu o trabalho e Gaara não parava de observa-la.

    - Gaara?! Você podia me ajudar, né?! - ela exaltou um pouco a voz fingindo reclamar.

    - Você disse bem, “eu podia”. - ele sorriu. - Mas não consigo.

    - Por quê?! - ela jogou-lhe um olhar desconfiado.

    - Fácil! Não tenho concentração. - brincou.

    - Pensando em alguém?! - a menina insinuou a pergunta.

    - Em uma garota incrível! - ele não conseguia parar de encará-la.

     Sakura fez-se de desentendida.

    - Não consegue pensar em quem seria?!

    - Eu! - respondeu convicta. - Sakura mostrou-lhe a língua.

    - Convencida! - ele sorriu e se debruçou sobre a mesa alcançando os lábios da garota e tomando-lhe um beijo fugaz.

    - Ok! Para! - ela o afastou, envergonhada. - Vamos voltar ao trabalho! Você é muito apressado sabia? - a menina sorriu docemente.

    - Humf. - ele sorriu positivamente e depois desviou o olhar em direção à cozinha. - Você não está com fome?

    - Huum... É verdade! Ainda não comemos nada e aqui em casa a geladeira está vazia. - Ela tentou se desculpar. - Ainda não fizemos as compras desse mês.

    - Então vamos pra algum lugar. Tem uma lanchonete aqui perto.

    - É verdade! Como não pensei nisso! - Ela se animou. 

    - O que estamos esperando? - Gaara levantou e se dirigiu até a porta. - Anda logo Sakura!

    A rosada se levantou, correu em direção ao rapaz e pulou em suas costas o abraçando forte. Ele a segurou e saiu a carregando em direção ao local.

    *** 

    Kiba e Ino acabavam de entrar no grande shopping. 

    - Somos loucos! Devíamos estar fazendo o nosso trabalho! - ele reclamou.

    - Loucos seríamos se estivéssemos perdendo tempo com esse trabalho depois de finalmente termos nos acertado! Temos mais é que aproveitar!

    Ino se virou para Kiba, colocou suas mãos em volta do pescoço dele e o beijou.

    - Você tem razão! - Disse animado. - Que tal um filme?

    - Boa idéia, my cat!

    - “My cat”?! - estranhou.

    - Isso!Só meu! - ela piscou o olho para ele. - Vamos, então?!

    - Claro! - o garoto ficou levemente ruborizado.

    ***

    Na quadra de Tennis da escola, Hinata e Naruto jogavam juntos.

    - Estava com saudades de jogar com você. – Naruto sacou para Hinata.

     - Só de jogar?! – ela devolveu a bola para o campo do garoto.

     - Estar com você! – ele sorriu e rebateu a bola em direção a ela.

     - Eu também estava! – ela sorriu e tímida quase se distraiu, mas conseguiu alcançar a bola a tempo. 

    - Você melhorou muito! – Naruto a elogiou, enquanto o jogo seguia seu curso - Você já era muito boa no Tennis, mais você realmente evoluiu bastante. Vai participar do campeonato regional?! 

    - Pretendo! Eu estava conversando sobre isso com as meninas, também vamos torcer oficialmente por vocês! – Ela lançou a bola fora do alcance de Naruto, marcando mais um ponto para si. – Trinta a Trinta. – disse.

    - Como você sabia que vamos participar? Vão torcer por nós “oficialmente”?! 

    - É, vamos ser Lideres de Torcida!

    Hinata sacou novamente para Naruto, ele que estava distraído com o que a namorada dissera acabou sendo acertado em cheio no rosto.

    - Naruto-kun! – a menina correu até ele. – Está tudo bem? – Ela tocou-lhe suavemente no rosto.

    - Melhor agora que você está comigo! – Naruto a puxou para si e beijou-lhe os lábios carinhosamente.

    Os dois ouviram passos aproximando-se deles.

    - Hinata-sama, eu posso falar com você?  - Neji estava parado diante dos dois.

    - Naruto o encarou desconfiado. 

    - Tudo bem! – Ela sorriu, deu um beijo na bochecha do namorado e se levantou para acompanhar Neji. – Depois a gente se encontra!

    A menina acenou para o Uzumaki se despedindo. Os dois jovens deixaram o local. Naruto permaneceu sentando, resmungando, até a hora em que Karin apareceu e o chamou para darem continuidade ao trabalho.

    ***

    Eles tinham ido para sala do clube de Literatura que no momento estava desocupada. Já estavam com o trabalho bem adiantado, já que ambos eram muito esforçados. Os dois permaneciam distantes, não se comunicavam direito, mesmo com o trabalho quase finalizado.

    - Então vai ficar assim, né?! – Perguntou Tayuya que terminava de escrever algumas observações finais.

    - É. – Shino respondeu um pouco incomodado. Seus pensamentos desde o momento em que os dois se reuniram para fazer a atividade continuava no que ele tinha a dizer a ela.

    - Hummm... – Tayuya estava pensativa. Ela batia levemente a lapiseira sob sua testa.

    - Eu... – Os dois disseram juntos, quando seus olhos por um momento se cruzaram.

    - Pode falar. – Shino deu um leve sorriso.

    Tayuya desviou o olhar para as próprias mãos que se entrelaçavam mostrando certo nervosismo com o que tinha a dizer.

    - É que você é o melhor amigo do Kiba. – ela corou. - Talvez você me ache uma idiota por falar isso pra você, mas sei lá... – Tayuya continuava com dificuldade em expressar o que sentia.

    Shino ficou mais atencioso.

    - Eu sou apaixonada pelo Kiba-kun, mas parece que eu não tenho mais chances. – insegura, ela mordeu os próprios lábios. - O que eu faço?

    Shino, por um momento permaneceu silencioso, ele estava profundamente decepcionado, entretanto sabia que aquela declaração de Tayuya era algo que ele poderia esperar já que a garota sempre esteve ao lado de Kiba e a amizade entre os dois era algo que realmente deveria ser levado em consideração, principalmente em relação a um sentimento mais forte. Ele apenas a observou chorar ali, desesperada e mesmo que quisesse consola-la, preferiu se retirar, pois ele mesmo, por está se sentindo na mesma situação da garota, nada podia dizer.

    - Desculpe Tayuya... – ele suspirou -... Mas eu não posso responder a sua pergunta. 

    O rapaz pegou suas coisas e deixou o local. 

    ***.

    Sasuke estava sentado, encostado em uma árvore quando ao longe viu Hinata e Neji saírem de uma sala, ambos em silêncio. Hinata estava visivelmente desapontada e triste, como se tivesse chorado muito, e Neji estava igualmente decepcionado, entretanto não triste e sim com uma expressão de raiva em seu rosto. Os dois se separam, a Hyuuga foi ao encontro de Naruto, o que faz o Uchiha perceber que ao menos os dois haviam se resolvido. O amigo passou por ele, e este se levantou e o seguiu.

    - Yo...Hyuuga!

    Sasuke o chamou e o rapaz não lhe deu atenção.

    - Yo Neji! Estou falando com você! – ele insistiu.

    - É, mas eu não tenho tempo e nem estou a fim de falar com você! – respondeu aborrecido.

    - O que aconteceu? Eu vi você e a Hinata saírem de uma sala... A conversa não pareceu ter sido nada boa.

    - Não se mete nos meus problemas pessoais! – exigiu o Hyuuga sem lhe dar confiança.

    - Acho que somos amigos! Amigos se ajudam!

    - “Amigos se ajudam...” - ironizou. - Amigos não traem uns aos outros! – ele exaltou sua voz e se virou com um olhar enfurecido.

    Sasuke ficou perplexo. 

    - Não se faça de desentendido Sasuke! Você é só mais um que está acabando com a minha vida!

    Aquilo que Neji acabara de dizer foi suficiente para o rapaz perceber que o amigo realmente não estava bem, algo de muito sério havia acontecido.

    - Você está com a cabeça quente! – Sasuke tentou acalmá-lo. - Por acaso foi a Tenten?

    - NÃO PRONUNCIE O NOME DELA NA MINHA FRENTE!

    Movido pela ira e com os pensamentos conturbados, Neji acabou golpeando Sasuke no rosto, o levando ao chão. O rapaz limpou o ferimento no canto da boca que acabara de adquirir, levantou-se rapidamente e sem remorso revidou o golpe acertando o Hyuuga que cambaleou e quase foi ao chão.

    - SEU GRANDE IDIOTA! VOCÊ CONSEGUE SER PIOR DO QUE O NARUTO! PENSE ANTES DE AGIR!

    Sasuke gritou alterado, em seguida respirou profundamente e tomou controle de suas emoções.

    - É a primeira vez que golpeio dois dos meus melhores amigos em um só dia... – ele disse bastante sério e continuou. - E pra tentar mostrar que eles agem como completos idiotas! – indagou. Mas Neji, eu não vou tentar mostrar pra você qual foi o seu erro. Você vai descobri-lo sozinho.

    Sasuke saiu deixando Neji pensativo com as palavras que o amigo acabara de dizer. O Hyuuga, então, se dirigiu na direção oposta. Próximo do local, o moreno encontrou Tenten, que observou tudo que acontecera ao longe. Ele parou próximo a ela.

    - Tenten, aquilo que...

    - Não quero saber Sasuke! – ela o interrompeu - Não me interessa! Vamos fazer esse trabalho logo.

     Sasuke apenas observou aquela reação, no entanto respeitou o espaço da garota.

    *** 

    Naruto e Hinata estavam caminhando de mãos dadas, indo em direção à entrada do colégio. O silêncio da garota o incomodava, pois há poucas horas atrás tudo parecia bem.

     - Que foi minha princesa?

     Hinata permaneceu calada. Naruto parou a sua frente e a encarou calorosamente.

    - Minha linda, você pode confiar em mim. – ele tocou-lhe de leve no rosto.

    - Eu sei Naruto-kun! – Afirmou baixinho enquanto lágrimas já se formavam em seus olhos. - Eu não aguento mais guardar isso! – Os batimentos do seu coração aceleraram fazendo uma expressão nervosa e angustiada surgir em sua face. - Eu preciso desabafar!

    Naruto a puxou para seus braços e lhe deu um longo abraço. Em seguida, levou Hinata até um banco, onde os dois se sentaram e a jovem começou a contar a amarga história de sua vida.

     ..............................FLASH BACK HINATA ON........................

     Em um quarto de um hospital, uma mulher de cabelos longos pretos e olhos perolados, dava luz a uma criança, uma menina, cujos traços da mãe eram visíveis. Não demorou muito até os enfermeiros entregarem a criança ao colo de sua mãe.

     - É uma linda menina! – Disse o Médico. - Parece com a mãe.

    - Minha menininha! – A mulher sorriu orgulhosa e emocionada. - Minha Hi...

    Antes que pudesse concluir o que tinha a dizer a mulher começou a perder a consciência. Uma das enfermeiras tirou a criança dos braços da mãe para que a intervenção médica pudesse ser realizada. Se esforçando para olha-la uma ultima vez a mãe de Hinata pronunciou suas palavras finais.

    - Minha querida... – Falou com bastante dificuldade para a enfermeira. - Por favor, diga a ele que o nome dela deve ser Hinata.

    - Rápido! Peguem os equipamentos! – O médico ordenou a sua equipe. - Ela está tendo complicações! NÃO VAMOS CONSEGUIR SALVÁ-LA!

    Emocionada a enfermeira observou atentamente a vida da mãe daquela pequena criança indefesa, se esvair, e aquilo lhe comoveu a ponto dela sentir um imenso aperto no coração.

    - SENHOR...ELA ESTÁ PERDENDO OS SINAIS VITAIS! – Gritou um dos enfermeiros para o médico que tentava incessantemente revitaliza-la.

    O bip da máquina soou sem parar, denunciando que aquela vida agora não estava mais entre eles. Todos na sala permaneceram silenciosos. E algum tempo depois o médico saiu do local para avisar ao marido sobre a perda da esposa.

    Hiashi ficou arrasado ao receber a notícia e seu irmão gêmeo permaneceu ao seu lado tentando consola-lo enquanto sua mulher chorava baixinho para não acordar o pequeno filho que dormia em seus braços. 

    - E meu filho? – Hiashi perguntou aos prantos para o Doutor.

    - Ela está bem! - Respondeu. - É uma linda menina.

    - Ela?! Menina?! – O homem indagou como se parecesse surpreso e ao mesmo tempo decepcionado.

    O seu irmão, observando aquela expressão insatisfeita, tentou anima-lo.

    - Irmão, por que você está assim? Por que não vamos ver a sua filha?!

    - Ela nunca me disse que seria uma menina. – ele sussurrou chateado.

    Hiashi sempre desejou que seu filho primogênito fosse um menino e o fato de sua mulher ter lhe escondido à verdade até o nascimento da criança é porque ela sabia certamente à maneira desgostosa a qual ele reagiria quando ela nascesse.

    Alguns anos se passaram, Hinata morava com seu pai, no entanto, quase não tinha contato com ele, pois o mesmo a evitava de todas as maneiras. Ela sempre ficava aos cuidados de outras pessoas, enquanto observava ao longe como seu pai ocupava-se em prestar mais atenção ao seu primo Neji, quando ele fazia algumas visitas, juntamente aos seus pais, a Mansão dos Hyuuga.

    Quando Hinata e Neji tinham mais ou menos quatro anos de idade, um acidente de carro tirou a vida de Hizashi e sua mulher, a partir daí, a vida de Hinata mudou completamente. Hiashi se comprometeu a cuidar de Neji e seu desgosto com a presença de sua filha na casa o fez a mandar a um internato, onde ela passou os piores e os melhores anos de sua vida, até Shizune tomar a responsabilidade pelos cuidados e criação dela e de suas amigas.

    ..............................FLASH BACK HINATA OFF......................

    Naruto ficou atônito com aquela revelação e sem ter palavras para confortá-la apenas a abraçou forte enquanto ela continuou a chorar baixinho em seus braços.

     ......................................................................

    Neji chegou em frente a um prédio de uma enorme empresa, que tinha o nome bem grande dos Hyuuga na parte frontal e mais alta do edifício. Ele entrou discretamente, para que as pessoas não o percebessem já que ele era bem conhecido, subiu no elevador e foi em direção a uma sala no ultimo andar, ao escritório do dono da empresa. Chegando a uma antessala, educadamente ele pediu licença e a mulher que estava sentada do outro lado da mesa, digitando algo que parecia uma tabela de compromissos, ficou surpresa com a presença do jovem.

    - Boa Tarde, Neji-sama! Como vai? – Perguntou a secretária. - Como você cresceu! Está grande e bonito.

    Ela o elogiou, mas ele pareceu não ter prestado atenção no que a mulher dissera. 

    - Meu tio, ele está?!

    - Está sim! Ele tem uma reunião daqui a meia hora...

    - Ótimo! – Ele a interrompeu, mostrando que estava com pressa. - Não levará mais do que 10 minutos!

    A mulher estranhou de imediato o comportamento do garoto que estava claramente mais frio do que o normal.

    - Pode entrar. – Ela comunicou receosa.

    Neji entrou na sala, calado e observou que seu tio falava no telefone. O menino ficou no aguardo do termino da ligação. Contrário a Neji, Hiashi pareceu feliz com a visita do sobrinho e logo se despediu com quem falava ao telefone, encerrando a ligação.

    - Neji! – Exclamou animado. - Você recebeu a carta?

    - Recebi. – Ele assentiu com a cabeça mantendo uma expressão séria no rosto.

    - Então você já deve estar saben...

    - Estou! – Neji o interrompeu. - Preciso de uma explicação! – Ele começou a se alterar. - Como você pôde? Como pôde ter coragem de me dar a vida que era para ser de outra pessoa?! DA PESSOA QUE MERECIA? A VIDA DA QUE ERA PARA SER DA SUA FILHA?! – Perguntou enraivecido.  

    - Acalme-se Neji!

    Hiashi se levantou da cadeira.

    - NÃO ME PEÇA PRA TER CALMA! PODE ME EXPLICAR O QUE EU VIVI TODOS ESSES ANOS?

    Uma expressão preocupada desenhou-se sob a face de Hiashi. 

    - EU ACREDITEI QUE ESTAVA VIVENDO UMA VIDA NORMAL, MAS NÃO! VOCÊ NUNCA ME FALOU SOBRE A SUA FILHA... NUNCA ME FALOU QUE ELA ESTAVA SOFRENDO ENQUANTO EU USUFRUIA DA VIDA BOA QUE VOCÊ ME PROPORCIONAVA!

    - “Proporcionava”? – Ele perguntou sem entender a insatisfação mostrada pelo sobrinho em relação ao assunto.

    - Sim! – O rapaz o encarou. - Mas eu prometi... Eu prometi a mim mesmo que devolveria tudo o que você me deu todos esses anos.  – Neji estava indignado.  -Infelizmente, não existe maneira de devolver a felicidade que eu tirei da minha prima, sem o meu conhecimento. – Ele cerrou o punho e baixou a cabeça. - Esta é uma divida que eu nunca poderei pagar.

    - “Prima”? – Hiashi sorriu de maneira irônica. - Você já está a chamando de prima?

    - Sim! – Ele voltou a encara-lo novamente. - Ela tem meu sangue e eu já a considero da minha família. E fique sabendo que ao contrário de você, ela é uma pessoa completamente diferente. Ela sofreu em silêncio todos esses anos em que você a ignorou e mesmo assim suas únicas palavras, quando a comuniquei sobre a carta, foram: “Meu pai está bem?”... “Ele está feliz?”.

    Hiashi permaneceu em silêncio.

    - Se você pensa que me deu a felicidade, está enganado. Você apenas destruiu a minha vida! Agora que eu sei da verdade, sobre essa vida falsa, eu não quero mais nada de você e vou com certeza devolver tudo o que me deu! Pois tudo pertence à Hinata. – O Hyuuga respirou fundo. - Vou começar desocupando aquele apartamento, o mais rápido possível.

    Neji deu as costas ao seu tio e saiu sem ouvir qualquer tentativa do homem em tentar explicar, afinal nada poderia ser dito.

    O Hyuuga deixou o prédio desnorteado. Ele andou alguns poucos metros e algo o fez parar de continuar o seu caminho.

    - Sasuke?!

    Sasuke já havia deixado Tenten em casa. Ele estava encostado na lateral do carro.

    Os dois se encararam por um tempo e deixaram o silêncio pairar entre eles por alguns segundos.

    - Começou a consertar? – Perguntou o Uchiha.

     Neji ficou sem entender.

     - A sua vida... – Completou.

    Neji olhou para o céu.

    - É, mas agora não tenho mais para onde ir. - Ele deu um meio sorriso tentando parecer despreocupado.

    Sasuke apenas o observou.

    - Ótima maneira de recomeçar, não acha?! – Neji brincou.

    Sasuke mostrou um sorriso de canto.

    - Você sabe que têm amigos e que eles jamais vão deixá-lo na mão. Se você quiser, minha casa está disponível. Tem muito espaço lá e quase sempre não tem ninguém.

    - Eu só tenho que pensar um pouco. - Neji caminhou até Sasuke, parou ao seu lado e colocou sua mão sob o ombro do Uchiha. – Valeu amigo!

    Logo em seguida o rapaz se despediu recusando a carona de Sasuke. No momento ele só queria ficar sozinho e refletir sobre as tantas coisas que haviam acontecido, então, o melhor que podia fazer era caminhar observando a imensidão daquele luminoso céu estrelado que ao lado da Lua, dia após dia, faziam a beleza da noite, independente de qualquer coisa e esse ciclo infinito o guiava a pensar sobre novas oportunidades de um recomeço.

    “Recomeçar?...

    Às vezes pode ser difícil... Com grandes perdas... Grandes sacrifícios que temos que fazer ou mesmo dificuldades que temos que enfrentar, mas afinal, a vida é uma batalha na qual devemos estar prontos... Prontos para levantar, prontos para reconhecer nossas falhas e evitar que cometamos o mesmo erro...

    Isso nos faz seguir em frente...".

    [Diário de Neji]

     --- To be continued ---


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