Sua katana sua honra, o ressurgimento do dragão

Capítulo 33: Sua katana sua honra, o ressurgimento do dragão

Na caverna onde Hellt estava um fenômeno estranho acaba de acontecer, a mochila onde o Olho das Eras está guardado começa a emitir um brilho dourado e intenso, na verdade o brilho começou quando o jovem ainda estava inconsciente, entretanto Célio saiu de lá tão rapidamente que nem percebeu o que estava ocorrendo.

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- Eu imaginava que você voltaria Célio Ômega, porém você sabe que não pode me vencer certo? – Charles fala.

- Escute bem o que vou te falar, eu não sou seu inimigo, Alaster é, ele matou o pai e pôs a culpa em mim... O que ele realmente queria com isso era o poder do Olho das Eras que está atualmente comigo. – dizeres de Hellt.

- Conto de fadas? Acha que sou uma criança para acreditar em Olho das Eras? – foi a resposta irônica do executor diante das palavras de Hellt.

- Eu realmente queria que não fosse assim, mas conheço sua fama assassina e não posso deixar que machuque as pessoas que prezo. – depois dessas palavras Célio some e aparece no mesmo lugar, segurava a espada de Elias.

- Como? Eu nem senti! – Tay fala assustado ao ver Célio segurando a espada que estava consigo.

- Prepare-se executor, eu não hesitarei! – Hellt fala e aura de fogo começa a emanar. – Tay, Antony não se preocupem, não vou me machucar, e nem destruir a espada do Elias. – fala com um leve sorriso. – SINCRONIA MÁXIMA FARFINIR! – Hellt é tomado por uma grande explosão, chamas se espalham em todos os sentidos, de repente essas chamas começam a diminuir gradativamente e a silhueta de Célio foi aparecendo. Uma armadura vermelha cobria seu corpo, havia garras em seus pés e mãos o que não o impediam de segurar firme sua espada que estava maior, mais larga, com dois gumes e com detalhes em vermelho e laranja, são essas as cores predominantes na armadura, seu elmo parecia à cabeça do dragão com os mesmos chifres, a armadura possuía também duas asas como as de Farfinir.

- Ele conseguiu, os poderes dele voltaram...! – Tay fala.

- Você ta bem Hellt? Eu sinto seu poder diferente? – Antony pergunta preocupado, o mestre se abaixa e coloca sua mão esquerda na cabeça dele.

- To bem garoto, não se preocupe comigo, você e o Tay já lutaram o suficiente e eu estou grato por isso, só descanse agora. – falou com um leve sorriso. Antony percebia algo diferente em seu mestre, ele conseguia ver dentro daqueles olhos verdes com retina reta que algo havia mudado, não tinha certeza se era bom ou ruim.

- Incrível! Você... Quanto poder! – Charles fala.

- Impossível que ele tenha recuperado suas forças totais em tão pouco tempo! – Hamian mulher fala.

- Não sejam idiotas! Se ele está usando o poder dele é porque o recuperou e pronto! Agora vamos usar o nosso antes que ele nos ataque. – dizeres de Hamian dragão.

- Tem razão... SINCRONIA MÁXIMA HAMIAN! - Charles crava sua espada, que estava em sua mão esquerda, no solo ajoelhado, o espírito da mulher se sobrepõe a ele e o dragão sai de seus braços. O corpo dele começa a emanar uma energia num tom de roxo bem claro, sua pele fica nessa mesma tonalidade, seus cabelos ficam brancos, sua roupa também fica roxa numa tonalidade um pouco mais forte, o dragão começa a se enrolar na lâmina que vai desaparecendo. A criatura sobe pelo braço esquerdo de Charles e em seguida passa para o direito, a cabeça dela, abaixo da mão do executor, ela abre a boca e uma espada de média altura, de dois gumes, negra sai de dentro dela, a cabeça do animal se torna o cabo da arma, o dragão que era roxo se torna negro, seu corpo se torna uma corrente que permanece enrolada apenas no braço direito de seu protegido, uma luva de metal negro se forma na mão que segura a antes cabeça do dragão agora cabo da espada, a manga do braço direito se rasga devido à pressão espiritual da corrente, Charles se levanta de olhos fechados, subitamente os abre encarando Célio, seus olhos estão vazios como os de Hamian.

Hellt sai de perto de Antony e observa o Executor a sua frente, ficam alguns segundos somente se encarando, até que ambos somem como flashs, aparecem ao alto desferindo espadadas um contra o outro. As lâminas se encontram liberando uma intensa onda de choque, onda tão poderosa que chega a jogar pedras e árvores caídas, Tay também é jogado assim como Antony.

As faíscas correm das duas lâminas que deslizavam lentamente uma pela outra, Charles segurava sua espada apenas com a mão direita, Hellt segurava com as duas, o executor mantinha sua feição séria, o jovem mestre rangia os dentes. O golpe é desfeito e ambos se afastam, eles caem, tocam o chão e instantaneamente somem, os olhos não permitem ver tamanha velocidade, apenas pode-se ver os feixes de luz de quando se encontram e o som das espadas se chocando.

- A maldição negra do dragão! – Charles fala aparecendo, sua espada se quebra se seguimentando, ele golpeia com um corte descendo diagonalmente da direita para esquerda. O golpe parecia que acertaria Hellt em cheio, porém ele some no último instante, Grojan golpeia novamente o jovem e mais uma vez ele se esquiva no último instante, continuam nesse ritmo frenético por algum tempo.

“Ele é muito rápido! É difícil desviar dos golpes... Tenho que arranjar uma forma de contra atacar...” Pensa o jovem mestre se desviando dos golpes de seu adversário, repentinamente ele pega impulso no solo e parte violentamente pra cima de Charles, “Já sei como contra-atacar!” Pensou enquanto se projetava.

- ESPADA DO DRAGÃO VERMELHO! – grita enquanto as chamas tomam conta da lâmina de sua arma. Simon recolhe sua espada rapidamente e a coloca apontada para o jovem, ela se quebra ao som de um disparo, Hellt então desvia o golpe com a força de sua arma num golpe da esquerda para direita e continua seu trajeto pra cima de Grojan, tudo em frações de segundos.

Hellt grita ao desferir seu corte no executor, um grande pilar de fogo sobe aos ceus, entretanto, incrivelmente, Charles sai de dentro dele sem ferimentos aparentes. “Consegui me desviar no último instante” pensava, porém naquele instante sua visão fica vermelha, era sangue saindo de sua cabeça, “Ele me acertou?! Como...? Ômegas... Não posso me distrair nem por um segundo!”

- A MALDIÇÃO DA LÂMINA VIVA! – ele grita desferindo seus vários cortes a uma super velocidade, seu alvo era o pilar de fogo. A técnica parecia despedaçar o fogo, Hellt sai de dentro das chamas com vários cortes em sua armadura e um em sua bochecha esquerda.

- Esse cara é muito perigoso... – falava enquanto se afastava do golpe do executor, porém seu raciocínio é cortado pela presença de uma sombra, Charles aparece sobre ele, bem no alto, desferindo um corte com sua espada seguimentada. Hellt se vira rápido rebatendo o golpe com sua katana e se afastando, “Ele ataca como um assassino!” pensava, subitamente Simon aparece a sua lateral o surpreendendo.

- A maldição da lâmina viva! – fala enquanto desfere seu golpe em forma defensiva, Hellt tenta se proteger fechando seus braços à frente de seu corpo, vários cortes aparecem em sua armadura e sangue começa a jorrar, repentinamente o golpe pára e o jovem mestre tenta observar seu adversário.

- A maldição negra do dragão! – Charles fala recolhendo sua espada e atacando na forma de disparo. O golpe acerta Célio em cheio no abdômen, o golpe o arrasta o erguendo e depois o batendo forte no solo. O executor recolhe sua espada novamente, dessa vez permaneceu parado, apenas observava a cortina de poeira que se formou do choque de Hellt com o solo.

- Não Hellt... – Antony fala se ajoelhando.

- Hellt... Mas que merda! – Dizeres de Tay tentando se levantar.

- Por que choram se o parceiro de vocês ainda não morreu? – o executor fala observando a silhueta de Célio sair em meio a poeira, Tay e Antony não escondem a surpresa.

- Você não pode me vencer aqui Charles, eu não posso deixar que Alaster ganhe essa guerra, pelas pessoas... Não que me importe com todo mundo, só quero que minha família tenha algum futuro. – Se referia a seus discípulos e a Tay quando proferiu esses dizeres.

A característica mais notável de Charles Grojan é sua frieza, mesmo que estivesse surpreso com a capacidade de seu adversário não mudava sua feição de seriedade, ele somente ergue sua espada sentido seu adversário.

- A maldição negra do dragão! – o executor fala disparando, mais uma vez, sua espada contra o jovem mestre, Hellt se desvia caminhando sentido a seu adversário, Charles se surpreende com a forma tranquila que seu adversário se esquivou, ele recolhe sua espada e ataca novamente, Hellt se devia da mesma forma. Antes que Grojan recolhesse sua espada novamente o jovem mestre aparece de súbito a sua frente desferindo uma estocada a altura da cabeça. O policial vê a lâmina da espada quase acertando seus olhos, no último instante ele some, reaparece mais distante ao lado direito de Célio, sangrava no supercílio.

- Espada do dragão vermelho! – Hellt fala e também desaparece, o jovem reaparece a frente do executor o golpeando num corte subindo, Charles segura com suas duas mãos sua espada e devolve o golpe, agora o executor cerra seus dentes e Célio permanece sério. Hellt desfaz seu golpe abrindo a defesa de seu adversário, chamas começam a se acender de forma circular ao redor deles, “Vou me defender do golpe dele usando a maldição da lâmina viva” foi o que pensou, no entanto samurai de fogo posicionou sua espada e desferiu seu golpe antes. – Estocada flamejante! – falou de maneira calma enquanto golpeava com aquelas várias estocadas, Charles tenta se defender, mas não há tempo para tal. Em meio às estocadas as chamas terminam de circulá-los, um pilar de fogo se ergue delas.

- Não tem como escapar desse golpe! O Hellt venceu! – Tay fala empolgado.

- Eu não teria tanta certeza... – fala Antony cortando a felicidade de seu colega.

Charles sai do pilar de fogo se jogando para trás, pode-se ver várias queimaduras e cortes em seu corpo, em seguida Hellt sai em meio às chamas com a mão em seu abdômen, um grande corte transversal sangrava muito ali.

- O executor é muito hábil! Como ele conseguiu causar aquele ferimento sendo golpeado pelo Hellt? – palavras do agora mais que surpreso Jonas.

- Seja como for não acho que eles lutarão por mais tanto tempo. – o garotinho fala.

- Eu admito sua força assassino, sua capacidade está além da de qualquer outro que já enfrentei, não é sua força exatamente é algo que não consigo explicar... Mas de maneira alguma eu serei derrotado por um assassino! Eu não me tornei o que mais detesto pra simplesmente morrer pelo algoz! – dizeres desconexos do executor, para Hellt aquilo fazia todo sentido.

Charles põe seu corpo em uma posição firme, coloca sua espada ao lado de seu corpo, subitamente libera suas forças, é como se toda realidade tremesse freneticamente, os garotos tremiam num misto de sensações indescritíveis, algo como sufocamento, calafrios, medo, calor, visão turva, compressão, tudo numa mistura única e voraz. Célio somente o observa, ele ergue sua espada a frente de seu corpo e a segura com as duas mãos, fecha seus olhos por alguns segundos.

- Você tem suas motivações Charles Grojan, mas não é o único a ter uma forte determinação. – fala abrindo os olhos. – Farfinir me mostrou que minha determinação deve ser maior que qualquer coisa. – na sua frente não via seu adversário, via Daniel, Evellin, Jun, Antony e Tay, cada um com um sorriso mais chamativo que o outro. – Ninguém vai destruir minha determinação! – subitamente ele também libera seu poder, era assustadoramente forte como seu adversário, talvez uma pequena parcela desequilibrava aquela balança, entretanto não dava pra saber pra qual lado ela tenderia.

Eles se projetam mais uma vez um contra o outro, o poder era tão grande que pedaços do solo se levantaram. O executor usa sua técnica: a maldição da lâmina viva, enquanto Célio apenas estoca com sua espada o ponto único a frente de seu rosto. Era como um ataque desesperado do jovem mestre, porém o que ele buscava era apenas concentrar todas as suas forças num último ataque. Com sua determinação de fogo foi adentrando o golpe de seu adversário, a cada milímetro Charles via seu adversário mais perto de si, ele aumentava a frequência de seu golpe freneticamente, mas parecia não adiantar, a lâmina segmentada dele ia se desprendendo parte por parte e Hellt se aproximando cada vez mais até que a katana vermelha e laranja do dragão estava ao peito do poderoso executor.

De repente o silêncio, Tay e Antony observam Hellt de pé e de costas atrás de Grojan, na mão do executor apenas o cabo de sua arma, suas sincronias se desfazem ao mesmo tempo, se esvaem como fumaça, o sangue escorre da lâmina do jovem mestre enquanto perto do executor apenas existem os cacos do que um dia foi sua espada.

- Como isso foi possível? – o executor se pergunta ao mesmo tempo em que cospe muito sangue, Grojan se ajoelha e depois cai de bruços.

- Hellt venceu! Tay fala feliz agora de pé, segurava seu ombro esquerdo com sua mão direita.

- É... Mas eu tenho medo do preço dessa vitória... – palavras do garotinho.

- O que está esperando Célio Ômega? Me mate, acabe com essa vida assassina, destrua esse zumbi de uma vez por todas! – palavras do executor.

- Eu não posso fazer isso, você ergueu sua espada contra as pessoas que prezo, mas não posso te odiar. – o jovem fala ainda de costas para seu adversário. – Eu sei quem é você, eu li sobre os caminhos que te levaram a ser o que é, talvez na sua posição eu também teria abdicado de minha humanidade e me tornado o que me causou mais dor. – Charles arregala seus olhos e escuta uma voz em sua cabeça, uma voz infantil dizendo: “papai”. – Eu só te peço executor que não venha mais atrás de mim, deixa eu e meus irmãos em paz, por favor.

- Você tem honra demais Célio Ômega, porém esse excesso de honra causará sua morte. – dizeres do policial.

- Provavelmente já causou. – fala Hellt com um sorriso que, de alguma forma bizarra e antagônica, trazia uma leve tristeza. – Tay, Antony, vamos embora daqui. – fala enquanto caminha pra longe do policial.

Célio, naquele último instante, desviou o golpe que seria fatal para seu adversário, não sabia se havia feito a coisa correta, apenas agiu conforme achou que deveria ser feito, agora ele e as pessoas a quem chama de família caminham sentido a caverna, naquele local, aquela intensa luz dourada emanada da mochila pára, parece que tudo voltou à normalidade.