Gente Grande

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    Capítulo 2

    Famílias - Parte II

    Álcool, Linguagem Imprópria, Nudez

    Na Bolonha:

    Os raios de sol batiam na face pálida de um homem que parecia em um sono profundo, se mexendo um pouco e passando a mão pela face, acabou desistindo de lutar contra a luz que agora invadira todo o seu quarto. Sentiu um peso sobre o peito e olhando para o lado viu uma loira deitada sobre o mesmo, estava ela sem roupa coberta apenas pelo cobertor, seus cabelos loiros estavam espalhados pelo travesseiro de pena e alguns fios estavam sobre sua face. Sorrindo ele retirou os fios dourados da face alva da moça, beijou-a até ela acordar, o que não demorou muito.

    -Sai, para, por favor, deixe-me dormir. – Pediu a moça dos olhos azuis safiras.

    Sai deu uma risada fraca, enquanto via ela vira para o outro lado. Ele se ajeitou na cama se sentando e ficou olhando em volta do quarto, com paredes antigas e conservadas, um lustre de cristais, duas janelas imensas com cortinas semi-fechadas de cor cinza, uma poltrona revestido de pele de animal, no meio entre as duas janelas e a cama onde dormia de um tamanho absurdo.

    Sai se levantou, não trajava nenhuma roupa, caminhou em direção ao banheiro e ligou o chuveiro que fez cair sobre a pele pálida dele uma água quente que tirava todo o frio que sentia naquele ambiente.

    Após o banho, se enxugou e caminhou até o guarda roupa, vestiu seu paletó preto com a gravata da mesma cor, por cima vestiu um casaco de pele de animal e antes de sair, beijou a testa de sua namorada, que resmungou algo o fazendo sorrir.

    Caminhou até o grande salão onde se tinha uma enorme mesa, e sentada na mesa, havia três moças. Uma ruiva dos olhos verdes, outra morena dos cabelos curtos e dos olhos também negros, era a mais parecida com o Sai e por último uma loira dos olhos azuis cristais, única diferença da que dormia com ele era que essa tinha os cabelos levemente ondulados.

    -bom dia meninas. –Sai sorriu e se sentou na cadeira de sempre, que também era revestida de pele de animal.

    -bom dia papai. –Respondeu a loira dos olhos cristais. –Dormiu bem?

    -sim querida Vivian... –Sai foi servido por uma criada e após a criada se retirar, pergunta. –farão algo de bom hoje?

    A ruiva olhou para ele meio entediada e voltando a cortar as panquecas servidas, fala.

    -após o café irei para a Igreja de Santa Maria dos Escravos.

    Sai a ouviu atentamente, terminou de engoli a panqueca, para se pronunciar.

    -como sempre. Mais fico feliz por ir a um lugar onde te guiara a um bom caminho, querida Rosely.

    Rosely sorriu contente com as palavras do pai. Essa era a rotina de Rosely de apenas dezesseis anos, os únicos lugares freqüentados por ela era a escola, os cursos e a Igreja de Santa Maria dos Escravos.

    -e você Stéphanie, fará algo novo hoje ou irá novamente para o Palácio Magnani? –Perguntou, logo depois dando um gole em seu suco.

    -irei novamente ao Palácio Magnani. –Respondeu sorridente, enquanto ajeitava o óculos que recém começou a usar, devido a sérios problemas de vista.

    -fico feliz também por você ter algo bom a fazer. Não são como muitas, vocês minhas filhas, me enchem de orgulho. –Disse contente, por ver como sendo um pai solteiro, conseguiu criar tão bem suas três preciosas filhas.

    -papai não quer saber o que farei hoje? –Perguntou a mais nova, felicíssima.

    -claro meu amor, o que fará hoje? –Apesar da pergunta, Sai muito bem sabia que sua pequena Vivian faria a mesma coisa de sempre, entre as três era a mais energética, e muito mais que isso era super observadora, algo que afirma ser sua filha, pois o que ela observa nenhuma de suas irmãs chega a observar, e devido a isso Vivian era a que mais era atualizada entre as outras duas, e já vendo sua capacidade de raciocínio e que era bem dotada na escola, Sai decidiu que ela seria a próxima a assumir a empresa, pois era a que tinha mais capacidade entre as três.

    -irei a Praça de Netuno.

    -como sempre. –Disse Rosely, a ruiva. Com cara de tédio ao ouvi para aonde a irmã caçula iria.

    -assim como vocês, ela também tem o lugar favorito dela. Então acredito que deveria achar empolgante por sua irmã mais nova ter um lugar aonde se sinta bem, Rosely.

    Rosely ficou sem graça e vermelha como os cabelos, enquanto, Sai sorria contente pelo silêncio da filha. Nunca nenhuma delas, levantaram a voz para si ou chegaram a pensar em lhe desobedecer, pois suas punições eram duras e cruéis.

    -já que todas tem compromisso para hoje, fico feliz, irei viajar hoje a tarde para Holanda e a Ino ficara aqui, espero que todas se tratem bem, e não quero saber de reclamações quando chegar. Cada uma respeite o espaço de cada, e as opiniões de cada uma, para que não gere discussões ou algo mais sério. Nada de implicarem com a Ino, entendeu não é Vivian?

    Vivian virou a cara emburrada, e respondeu em baixa voz um “sim”. O que foi mais do que suficiente para seu pai.

    -ótimo, voltarei daqui a três dias. E não quero saber de reclamações quando chegar, estamos entendidos?

    Suas filhas olharam para ele, e afirmaram, Sai sorriu satisfeito pela resposta e se levantou, voltou para o quarto e Ino permanecia dormindo, tentou fazer o mínimo de ruído possível, caminhou até o banheiro escovou os dentes, e pegando sua maleta, foi direto para o carro, para deixar algumas papeladas da empresa em ordem. E assim segui rumo ao aeroporto.

    Em Sheffield:

    -Tenten, ande logo, chegarei atrasado ao aeroporto.

    Apressou um homem de cabelos longos castanhos e olhos grandes perolados, que estava sentado sobre a beira da cama.

    -calma amor, esqueceu que irei levar primeiramente nosso filho ao teatro Crucible?

    Do banheiro saiu uma mulher elegante, cabelo cor de chocolate preso em um único coque, olhos também cor de chocolate, mais que emitia um brilho confiante e agradável, lábios rosados naturais. Trajava uma calça jeans escura, uma blusa preta de alcinha colada, uma jaqueta de couro preta e uma bota de cano alto também preta.

    -não acha que Peter, vai demais a esse teatro Crucible não?

    Perguntou o homem, pegando o paletó em cima da cama, e saindo do quarto na companhia da esposa.

    -Neji, foi você mesmo que quis apresentar esse teatro ao Peter, não deve ficar reclamando logo agora.

    Neji levantou a mão em modo de rendimento, e sorriu de canto convencido.

    -tudo bem amor, não vou dizer mais nada.

    -que bom, meu gênio.

    Tenten deu um breve selinho no marido, desceram as escadas e encontraram um menino de sete anos sentado no sofá de couro marrom, assistindo desenho de ação.

    O menino ria contente com as cenas de ação dos personagens, e seus pais sorriram contente pelo modo simples que o filho se contentava. Peter tinha olhos perolados como o do pai, cabelos curtos e bagunçados cor de chocolate e era moreno como a mãe. Tinha o ar divertido da mãe e ao mesmo tempo o modo sério que o pai transmitia para todos.

    -Peter vamos.

    Mandou Neji, estendo as mãos para pegá-lo no colo, o pequeno Peter alargou um sorriso e correu na direção do pai, o abraçou e logo em seguida pulou do colo do pai para o de sua mãe.

    -mamãe, hoje haverá uma apresentação incrível no teatro Crucible, vocês irão ver comigo?

    -desculpa querido, apenas a mamãe poderá assistir com você, papai vai viajar para Holanda e vai voltar daqui três dias.

    Peter desfez o sorriso, e olhou para seu pai.

    -tudo bem papai, mais depois que voltar promete ir ver uma outra peça que haverá daqui uma semana?

    Neji sorriu para o filho que mantinha um sorriso fraco.

    -claro meu pequeno, pode conta com minha presença.

    Peter sorriu mais ainda. Tenten desceu o pequeno Peter para pegar sua mochila e logo em seguida a família Hyuuga fora até o carro.

    Na Guadalajara:

    Na mesa para o almoço estava reunida a família Sabaku. Um homem alto, de pele alva e cabelos arrepiados vermelhos, olhos verdes e olheiras profundas, estava pensativo, enquanto ao seu lado estava uma mulher morena, cabelos castanhos acima dos ombros, olhos grandes e negros, que estava com o olhar distante.

    Passos ecoou o local, alguém descia as escadas apressado, na frente do casal estava um rapaz de cabelos vermelhos e olhos grandes negros, pele morena como a da mãe e um sorriso fascinante.

    O rapaz se sentou de frente aos pais, pegou um prato e se serviu, mas antes de comer pronunciou-se.

    -cadê a Latoya? –Perguntou aos pais.

    -foi para o Templo Expiatorio del Santísimo Sacramento. –Respondeu sua mãe, sorrindo docemente.

    -voltara que horas?

    -bem provável depois que voltar da faculdade Irving, o porquê de querer saber onde está sua irmã? –Perguntou o homem mais velho, que continuava sério, enquanto mexia a comida de um lado para o outro no prato.

    -é que ela prometeu me acompanhar a uma festa hoje, nessa festa só poderei entrar acompanhado de alguém mais velho pai.

    Gaara olhou sério para o filho, que sorriu de um modo provocador.

    -enquanto perde seu tempo com essas festas idiotas, porque não arranja um emprego Irving. Sua irmã está cansada e ainda terá obrigação de te acompanhar a essa festa?

    -amor, se acalma, por favor. –Pediu sua querida esposa, com voz de choro.

    -como posso me acalma Matsuri. Irving terminou os estudos, mas não quer saber de arranjar um emprego, acha que terei obrigação de sustentá-lo pelo resto da vida, você educou esse moleque muito mal, ele se tornou um desinteressado na vida.

    Gaara levantou-se furioso, pegou o paletó que estava nas costas da cadeira, caminhou até a porta e antes de sair disse.

    -irei para o aeroporto, se não perderei o vôo. Despede-se da Latoya por mim e Irving, quando eu voltar de viajem teremos uma conversa muito séria. Tchau.

    Foi à última coisa que disse ao bater a porta com violência.

    O clima na mesa ficou estranho, Irving havia largado a comida de lado e ficou batendo o polegar direito na mesa, enquanto, Matsuri ficou paralisada na cadeira, olhando por onde o marido havia saído. Finas lágrimas escorreram pela sua face, levantou-se as limpou e subiu para o quarto.

    Dez horas em ponto, Latoya chegou, jogou as sapatilhas num canto perto da porta, colocou com cuidado a pasta com o notebook em cima da mesinha da sala e sentou-se no sofá. Desamarrou os cabelos vermelhos longos do rabo de cavalo, esfregou as mãos nos olhos verdes e bocejou. Antes de se deitar no sofá ficou parada olhando a televisão desligada a sua frente, e como se por um instante se desligou do mundo.

    Sentiu alguém jogasse no sofá ao seu lado, olhou de vagar e viu seu irmão caçula, que estava sorrindo e usando roupas normais de dormir.

    -não ia à festa? –Perguntou, estranhando ele não está enchendo o saco dela para se arrumar depressa, para que não chegassem atrasados a festa.

    -sabe Latoya... Acho que o papai tem razão.

    Latoya olhou para ele com os olhos arregalados, deu uma gargalhada fraca e pronunciou-se.

    -caramba, quem diria que você concordaria em alguma coisa com o papai, vocês sempre se bateram de frente.

    Irving riu sem vontade, olhou para os olhos verdes apaixonantes da irmã e disse.

    -realmente, mais eu fazia isso quando criança, logo irei fazer dezoito anos e acho melhor ter um pouco mais de responsabilidade.

    -falou bonito maninho. Bom, acredito que o papai ficara feliz quando souber da sua escolha.

    Irving sorriu contente desta vez, olhou para a irmã e levantou as mãos em direção aos olhos dela.

    -agora me dê esses olhos lindos, por favor.

    -SAI DAQUI IRVING.

    Latoya saiu correndo pela casa sendo perseguida pelo irmão, correu em direção ao quarto e trancou-se, enquanto Irving batia na porta freneticamente pedindo para ela abrir e entregar os olhos verdes apaixonantes dela.

    Sabe, coisa de irmãos.


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