A Besta da Noite

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    Capítulo 13

    Kuchyosi no Jutsu ? Parte III

    Álcool, Mutilação

    Kuchyosi no Jutsu – Parte III

    Tora via tudo a sua volta girar, pois era o que estava acontecendo. Aquela queda parecia nunca ter fim, e durante esse processo, acabou desmaiando, mais acordou ao sentir o corpo se chocar contra o chão.

    Abrindo os olhos lentamente, passou a mão sobre a cabeça, e olhando para o alto viu duas luas, a minguante e a cheia. Olhou em volta e viu cristais gigantes que brilhavam com intensidade, viu também uma cachoeira que brilhava por completo toda vez que batia nas rochas abaixo. Havia algumas casas em volta feitas de cristais de diversas cores. E uma população imensa de panteras negras.

    Tora levantou meio cambaleando, e ficou olhando a sua volta, vendo que aquele lugar era imenso, e também uma fortaleza, devido à cidade das panteras serem rodeadas de enormes árvores, que se mexia como se naquele lugar soprasse alguma brisa, e na verdade nem vento se que havia.

    Tora andou em passos lentos no meio das panteras, que olhavam para ela e cochichavam, algo como “um humano por essas redondezas” ou “isso é perigoso” ou então “se o chefe descobrir que essa humana está no reino das trevas, ela vai virar nossa refeição da meia noite.”

    Tora não deu importância para os cochichos, estava impressionada demais para ligar para qualquer comentário. Caminhou até uma casa de cristais verdes e uma placa bem grande brilhava informando ser um bar.

    Entrou no bar e viu panteras se comportando como seres humanos, bebiam, jogavam todos os tipos de jogos, jogavam conversa fora e alguns brigavam verbalmente e fisicamente. Sentou-se de frente ao balcão e uma pantera meio acinzentada lhe atendeu, pela pelagem diríamos que ela já era velha... A pantera ficou olhando para ela por um bom tempo! Tora ainda tentava raciocinar, sua cabeça latejava muito, devido à pancada.

    -o que uma humana faz no nosso mundo? – Perguntou a pantera, sem fazer rodeios.

    Tora o fitou por pouquíssimo tempo, e dando um sorriso torto pronunciou.

    -treinei longos e rigorosos dias para chegar aqui... Tudo para fazer um contrato de invocação.

    A pantera a sua frente riu ironicamente, fazendo Tora arquear a sobrancelha direita.

    -qual o motivo da risada irônica? –Perguntou Tora, fazendo com que a pantera a fita-se.

    -é que os contratos já foram desfeitos há muito tempo, dês da morte de Takeo... Moriko ordenou desfazer os contratos das panteras com os humanos. Para que não trouxesse mais sofrimento ao nosso mundo.

    Tora ao ouvir o nome Moriko arregalou os olhos e ficou paralisada. A pantera notou o comportamento da mesma, mais apenas pôs a observá-la. Os olhos verdes chamativos dela encheu-se de lágrimas, seus lábios tremiam e ao mesmo tempo ela os mordia, suas mãos estavam semicerradas e de seus olhos agora escorriam grossas lágrimas... Que sensibilizara a pantera naquele momento.

    -qual o seu problema humana? –Perguntou a pantera velha, sem saber o que fazer.

    Tora nada respondeu, levantou-se no impulso e virou-se de costa para a pantera, que por mais que seu olhar sobre aquela humana fosse de pleno desprezo, sentiu-se sensibilizado por aquele ser, mas não conseguia entender o motivo de tal emoção.

    -de qualquer forma, preciso formar um contrato.

    -eu diria que isso é impossível. Koji jamais permitira tal coisa.

    -Koji. –Repetiu Tora.

    Olhando-o de relance Tora viu que todos do bar silenciaram-se como se o nome daquele ser misterioso fosse o mais sagrado ou temido possível. Tora olhou para a pantera do balcão que estava com suas patas negras sobre a boca, ela iria voltar-se a ele, para ter mais informações... Mais um terremoto de leve chamou-lhe a atenção, sentiu que o local ficou mais quente, e por instante sentiu uma presença maligna. Tora saiu correndo ao ouvir gritos e rugidos de algumas panteras, aterrorizadas.

    Saindo na companhia da pantera, Tora viu ao longe uma fumaça negra que se aproximava rapidamente, sentiu a pata da pantera atrás de si, e olhando viu que era a pantera que conversara há alguns minutos atrás.

    -o que está acontecendo? –Perguntou para a pantera.

    -eu errei em pronunciar o nome do chefe do nosso reino. O nome dele deve apenas ser pronunciado em caso de perigo ao extremo.

    Tora sorriu sarcasticamente para a pantera que estranhou o sorriso.

    -então não errou. Pelo que me disse lá dentro, me dá a entender que sou quase uma ameaça a população de panteras.

    A pantera nada disse, pôs ouviram barulho de árvores sendo jogadas longe, contra outras árvores, contra rochas e algumas casas de cristais. Enquanto toda a população de panteras ficava encolhida perto da cachoeira, atrás de alguns cristais rosados.

    Tora então pode ver o temível dono do nome, que causava intenso medo nas panteras.

    Diante de seus olhos estava uma pantera com o tamanho de uma montanha, músculos que pouco era coberto pela pelagem negra, devido os esforços algumas veias em seu corpo saltavam. Suas garras e presas pareciam lâminas prateadas que brilhavam ansiando o sangue de alguém, em seus olhos só havia chamas e nada mais, quando aquela pantera abria a boca, apenas via-se fogo e a sua volta havia uma aura negra perturbadora. Sua pelagem só não era negra como também brilhava um azul intenso.

    Tora ficou visivelmente encantada com aquele belo ser. Seus olhos brilhavam de emoção e a vontade de poder voltar com o contrato sobre aquele animal, lhe traziam imensa empolgação.

    -Koji... –Pronunciou Tora, sorrindo para o ser a sua frente.

    -como se atreve a pronunciar meu nome em vão, humana insignificante? –Koji estava de tamanho mal humor. E ficou mais irritado ainda por ouvir seu nome sendo pronunciado por uma mera humana.

    -estou visivelmente contente pela sua aparição... Pelo que sei até agora você é o temível chefe desse reino, quero fazer meu contrato de invocação.

    A pantera deu uma risada estrondosa, fazendo o fogo em sua boca se agitar.

    -mais uma vez estou sendo o motivo da graça... Essa pantera me contou da morte de Takeo. –Pronunciou Tora, saindo da frente da pantera que se escondia atrás de si.

    Koji parou de rir mais do que de imediato, e olhou para a pequena e frágil pantera velha a sua frente, e aproximou sua face dele.

    -como se atreve a abrir essa sua boca maldita, Chikako?

    Chikako todo se tremia, e gaguejava a todo o instante. Tora suspirou e entrou novamente a sua frente, ficando cara a cara com Koji, que olhava para ela com seus olhos de chamas ardentes.

    -não o envolva... Apenas vim em busca do contrato, me permita assinar, e invocar, que irei embora.

    Mais uma vez pode-se ouvir a risada estrondosa de Koji, que se deitou apoiando a cabeça sobre a pata.

    -diga-me seu nome, humana?

    -Mizuki Tora.

    Koji mexeu as orelhas e lentamente se levantou, se sentando.

    -Mizuki? Esse nome me é familiar.

    Chikako saiu de trás de Tora, tomando coragem e pronuncio-se a ela.

    -filha de Mizuki Moriko?

    -hai.

    Nesse instante Koji pareceu interessado, e ao mesmo tempo muito surpreso.

    -não pode ser... Você então é filha de Jun’Ichi Haruo.

    -hai... Tem algum mal em ser filha deles?

    Chikako viu que Koji não gostou do modo que Tora falará com ele, e mais uma vez pronuncio-se a ela.

    -Koji era invocado por seu pai... Mais devido a certas injustiças da vida, Haruo desfez o contrato com Koji, e logo depois veio à morte de Takeo que morreu junto de Moriko, sua mãe, mas antes realizou o último pedido de seu pai, que era desfazer o contrato com as panteras e que jamais nenhum humano chegasse até nós... Exceto sua filha, mais havíamos achado que já estivesse morta devido às bestas seladas em você.

    Tora ouvia tudo atentamente, junto de Koji, que agradeceu por não ter que dá aquela enorme explicação a filha de seu companheiro, que lhe tratava como um amigo humano.

    -mais pelo que parece você está muito bem viva. –Pronunciou-se Koji, sarcasticamente.

    -e eu diria que você não está contente com isso, ou me daria o ar do engano? –Perguntou Tora, o mais sarcástica possível.

    Koji nada respondeu, em vez disso pôs a se levantar, e olhou para Tora que também não desviava o olhar dele nem por um instante.

    -prove-me que realmente é filha de Haruo e Moriko.

    -através de uma batalha? –Sorriu Tora.

    -conhece um modo melhor?

    -não poderia ter escolhido outro modo.

    -Chikako, leve-a ao amanhecer as montanhas da aprovação... Se realmente ela for filha de meu antigo invocador, iremos refazer o contrato com os humanos. E eu serei por livre e espontânea vontade, invocado por ela. –Ao dizer isso, correu para dentro da floresta, e em questão de minutos a aura que parecia fumaça a sua volta desapareceu, anunciando seu desaparecimento.

    Tora sorriu para Chikako, que suspirou descontente.

    -o que houve Chikako, tem medo que eu consiga provar que sou realmente filha de Haruo e Moriko?

    -não humana... Tenho medo de você conseguir provar e trazer mais catástrofe para nosso mundo. –Chikako não se pronunciou mais, apenas virou-se e voltou para o bar, enquanto Tora observava todas as panteras, surpresas voltarem para seus lares.

    Tora sentiu o cansaço percorrer seu corpo, e sua cabeça voltar a latejar fortemente, olhando em volta avistou uma árvore perto de um lago pequeno de águas escuras e do lado árvores bem grandes com galhos grossos e fortes. Sem pensar duas vezes, suspirou e escalou a árvore que dava mais vista a vila das panteras. Retirou sua bolsa ninja e colocou atrás da cabeça, recostou na árvore e fechou os olhos, pedindo forças para ser forte o suficiente para ganhar de Koji na manhã seguinte.

    Tora estava em um sono profundo, não se mexia e nem franzia o cenho. Durante mais vinte minutos de sono, seu rosto foi tomado por um forte impacto.

    Acordou desesperada e arregalou os olhos assustada, subiu o olhar e viu Chikako sério com um balde em mãos.

    -qual o seu problema Chikako? –Tora saltou da árvore visivelmente enfurecida. Chikako jogou o balde de madeira longe e saiu na frente.

    -temos que nos encontrar com Koji nas montanhas da aprovação. Nosso senhor detesta esperar.

    Tora não disse nada, ajeitou a bolsa ninja no quadril e apertou a bandana na cintura, e acompanhou Chikako em passos largos a Montanha da Aprovação.

    Caminharam por quase uma hora, mas em nenhum momento ambos reclamaram, estavam em silêncio dês da hora que saiu do reino das trevas.

    Chikako parou diante a um portão de pesadas madeiras, na frente havia o desenho de um pergaminho e nomes de alguns ninjas riscados com kunais e marcados com algumas shurikens, e mais abaixo viu o nome de seus pais, que estava escrito com sangue e marcado com uma shuriken em cada.

    O portão havia detalhes em ouro e prata, e alguns diamantes ao redor. Havia dois guardas uniformizados com lanças e escudos em mãos, dois de cada lado. O portão foi aberto por panteras do tamanho de Chikako mais extremamente musculosas.

    Entraram no mesmo passo que chegaram a montanha. Havia um campo aberto e em volta havia paredes, com plantas entrelaçadas a algumas rochas, havia algumas árvores e um pequeno riacho cristalino. E deitado sobre um gramado que era levado pela fraca brisa que ali soprava, estava Koji, com os olhos fechados perdido em pensamentos.

    -então a humana veio... Pensei que iria amarelar, assim que lancei o desafio.

    Tora sorriu ao ouvir o comentário.

    -alguém que tem o sangue dos Jun’Ichi e Mizuki, jamais amarela diante de um desafio.

    -começa da os primeiros sinais de que realmente é filha de Haruo.

    -até o final do dia, você não terá nenhuma sombra de dúvidas de que realmente sou a filha dele.

    Koji e Tora sorriram, sorriso sarcástico e desafiador. Então Koji levantou-se, abriu os olhos que até aquele momento se encontravam fechados e mostrou as presas que brilhavam como lâminas recém saídas da fornalha.

    -mostre-me seu poder... Tora.

    Tora se posicionou colocando um pergaminho entre os dentes e em ambas as mãos se encontravam shurikens grandes, arrastou o pé esquerdo para trás levando junto consigo poeira, e inclinou o corpo para a direita, e dando um meio sorriso, desapareceu...


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