A Besta da Noite

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    Capítulo 9

    Quero Respostas

    Álcool, Mutilação

    Quero Respostas

    Após alguns dias de viagem chegaram à vila do Urso ao entardecer. Tsuki agradeceu pela companhia e proteção e seguiu seu caminho junto ao sobrinho, rumo à casa principal do clã Raito.

    Raiden dispensou seus alunos e seguiu a torre kaze, para falar sobre a missão. Ookami foi logo para o distrito Satoru, Kitsune para o distrito Tamotsu e Tora para o distrito Jun’Ichi.

    Ookami estava deitado em sua cama fitando o teto branco, e relembrando a missão, quando Tora veio em sua mente, queria saber o que estava acontecendo, o porquê da Tora se comportar daquela forma, suas mudanças de humor. Era tudo tão suspeito, mas nenhuma teoria conseguia forma em sua mente, não conseguia pensar em mais nada.

    Levantando lentamente de sua cama, se sentou e bagunçou os cabelos castanhos, sua cabeça estava cheia de perguntas sem respostas, e a única capaz de respondê-las era a própria Tora. Levantou-se da cama, caminhou até o guarda roupa pequeno e pegou uma camisa preta com o símbolo do clã Satoru bordado nas mangas. Calçou suas sandálias ninjas e caminhou tranquilamente até o distrito Jun’Ichi.

    Ookami passou ao lado de um campo de treinamento, bem espaçoso e com umas cinco a seis árvores, para não atrapalhar no treino. E olhando atentamente para o lugar viu uma fumaça saindo de trás de uma das árvores, caminhou ainda tranqüilamente mais curioso rumo à árvore, e se deparou com seu amigo.

    -o que faz aqui, Kitsune? –Ookami se escorou na árvore, logo vindo à atenção de Kitsune para ele, que sorriu para o mesmo.

    -eu que deveria perguntar isso. –Kitsune sorriu fraco. Estava suado e com cortes feitos por kunais e shurikens, fora que a manga cumprida de sua camisa acinzentada estava queimada.

    -perguntei primeiro. –Ookami se sentou de baixo de uma árvore e fitou o amigo, esperando por respostas.

    Kitsune caminhou até o amigo e se sentou ao seu lado, fitando o céu que estava escuro e com muitas estrelas.

    -estou treinando. Preciso melhorar minhas habilidades do estilo Katon. –Sorrindo, Kitsune fitava a lua que estava quase cheia. –amanhã à noite a lua estará cheia.

    Ookami o ouviu atentamente, um semblante preocupado tomou conta da expressão divertida de seu amigo.

    -é o dia do ataque da besta. Quem será a próxima vitima?

    -não sei, dia de lua cheia ninguém se atreve a sair de suas casas, as ruas ficam completamente desertas. –Kitsune se espreguiçou e levantando-se começa a alongar-se. –bom, um dia seremos capazes de capturá-lo e assim o mataremos, e nosso povo será livre dessa maldição. Agora irei para minha casa, preciso de um banho e de descanso também. –Kitsune nem esperou o amigo dizer alguma coisa a respeito do que falou, Ookami apenas sorriu para o amigo que retribuiu o sorriso e seguiu rumo ao distrito Tamotsu.

    Ookami fitou mais uma vez o céu estrelado e suspirando se levantou, e caminhou até o distrito Jun’Ichi. Chegando ao imenso portão, fitou o grande nome na placa “Distrito Jun’Ichi” deu um sorriso de leve, e começou a caminhar pela pequena rua movimentada pelo o clã, as moças o olhavam contentes e cochichavam algo no ouvido das amigas, os rapazes e adultos o fitavam desconfiado, nunca ninguém além do Hoshikaze andou pelas ruas do Distrito Jun’Ichi. Era estranho ver um Satoru pela aquela redondeza.

    Como era a primeira vez que Ookami entrava ali, foi até uma moça de cabelos vermelhos que batiam nas coxas, colocou a mão em seu ombro a fazendo olhá-lo com os enormes olhos amarelados que mantinham um brilho nítido.

    -posso ajudá-lo? –Perguntou a dona dos olhos nítidos.

    -hai, você por acaso conhece, Mizuki Tora? –Ookami estava meio sem jeito, mas conseguiu falar sem gaguejar, por mais que a mulher a sua frente fosse mais ou menos onze anos mais velha que ele, ainda assim ela tinha um jeito encantador.

    -hai... O que você é dela? –O semblante da mulher a sua frente mudou rapidamente, fazendo com que o jovem Satoru corasse.

    -parceiro de equipe, preciso falar com ela.

    A ruiva olhou um pouco desconfiada e pôs a andar.

    Ookami a seguiu, e estava muito atento a cada detalhe, dês das pessoas há casas e lojas. A ruiva parou em frente a uma enorme casa, com certeza aquela era a casa principal, na casa havia várias janelas uma porta bem larga e há pintura ainda estava fresca.

    A ruiva subiu os pequenos degraus e abriu a porta a sua frente, entrou e acendeu a luz, mostrando a beleza da casa principal, era bem espaçosa e muito bem decorada, era uma casa de luxo realmente. Ookami olhou a ruiva que o guiara, se aproximar dos degraus, mas antes de subir, pronunciou-se.

    -fique a vontade, chamarei Tora para você. – Antes de obter respostas, a ruiva se direcionou aos degraus, e quando saiu do campo de visão do Satoru o mesmo se sentou no sofá branco e espaçoso que ficava de frente a televisão, olhando para cima viu um lustre que mirava sua cabeça, azar seria o seu se o lustre caísse.

    Ookami esperou mais ou menos uns quinze minutos, logo passos ecoaram na sala, Ookami olhou para os degraus e viu a ruiva descendo na companhia de Tora, que usava uma calça de moletom acinzentada e uma blusa de mangas cumpridas vermelha com o símbolo na manga esquerda do clã Jun’Ichi e na manga direita com o símbolo do clã Mizuki, seu cabelo estava solto e caído sobre os degraus, realmente o cabelo dela era bonito e muito mais longo que o da ruiva ao seu lado.

    -o que você que comigo Satoru? –Tora foi direta, estava cansada, mal sentia ás suas pernas e muito menos os braços, devido aos acontecimentos na missão e a liberação do chakra da Densetsu, ás conseqüências viam logo depois que acabasse suas mudanças de humor.

    Ookami deduziu que Tora foi acordada, sua cara estava amassada e estava com o cabelo desalinhado e os olhos inchados.

    -você estava me devendo um favor, e eu vi cobrá-lo. –Ookami também não gostava de enrolação, queria respostas e somente isso.

    Tora e Ookami estavam se olhando de um modo desafiador, e aquilo chamou a atenção da ruiva que deu um pequeno sorriso.

    -podem conversar na cozinha, prepararei um chá para vocês. – A ruiva não esperou obter respostas, e foi direto para a cozinha. Logo atrás ia Tora e atrás de Tora ia Ookami.

    Tora se sentou de frente ao Satoru, que não desviava o olhar dela, jamais perderia para Tora e jamais se sentiria intimidado pela mesma.

    A ruiva colocou a água para ferver e enquanto isso ajeitou as xícaras em uma bandeja e vendo que Tora continuava calada, puxou papo com o Satoru.

    -você é o sobrevivente do clã Satoru?

    -hai.

    -Satoru Ookami... Belo nome, realmente sua mãe tinha um ótimo gosto. –Ela sorria inocentemente, mas percebeu que Ookami se sentia desconfortável ao falar de sua família, então mudou de assunto. – eu me chamo Jun’Ichi Kotori, sou a tia da Tora.

    -muito prazer. –Ookami se deu ao trabalho de dizer somente isso.

    Kotori terminou o chá e os serviu, pediu licença e se retirou, avisou a Tora que iria para o casamento da amiga e que voltaria um pouco tarde. O casamento aconteceu dentro do distrito Jun’Ichi, fizeram algo simples onde reuniu somente a família dos noivos e os amigos mais próximos.

    Após a saída de Kotori, Ookami fitava Tora que assoprava seu chá e assim fez o mesmo e após terminar, ambos ficaram se olhando.

    -vai direto ao assunto. –Tora afastou a bandeja para um canto da mesa, Ookami acompanhava tudo com o olhar, e fitando os olhos verdes de Tora se perdeu por um tempo, e voltando a si, começou suas perguntas.

    -quero saber o que aconteceu naquela missão. O que foi tudo aquilo? –Ookami tinha tantas perguntas a fazer, mas não sabia por onde começar, mas como não gosta de enrolação preferiu ser logo direto.

    Tora o fitou por longos minutos, o que deixou Ookami um pouco irritado.

    -responda Tora. –Pediu irritado.

    Tora continuou a fitá-lo, se levantou e abriu a porta de vidro da cozinha que dava acesso ao jardim da casa.

    -venha comigo.

    Tora calçou suas sandálias ninjas e tomou à frente, Ookami apenas a seguiu, vendo-a entrar na floresta que havia logo ao fim do jardim, caminharam pela escuridão da noite por mais ou menos meia hora.

    -Tora... –Ookami a chamou, mas a mesma não se importou, apenas continuou seu caminho.

    Passaram por cima de um lago cristalino, e logo depois chegaram a uma caverna por de trás de uma cachoeira.

    Após quinze minutos de caminhada até o final da caverna, Ookami notou que o local ficou mais claro, havia tochas nas paredes, uma pedra lisa onde se cabia o corpo de uma pessoa adulta e acima dessa pedra havia uma abertura entre ás pedras onde permitia o brilho da lua entrar, o brilho era pequeno mais iluminava boa parte da caverna o resto às tochas cuidavam de iluminar. O jovem Satoru também notou na parede da caverna um pano encaixado entre as pedras, e nesse pano havia o símbolo do clã Jun’Ichi e Mizuki e o símbolo do Yin-Yang acima.

    -onde estamos?

    -daqui mais meia hora, você terá todas as respostas de que veio atrás. Agora não posso respondê-las.

    -como não? É apenas abrir essa boca e responder, o que custa?

    Ookami estava ficando irritado, e isso era visível a qualquer um.

    -custa a vida de muitos. Você só apareceu na noite errada. Eu estava concentrando meu chakra em um ponto único, e com sua visita você me atrapalhou.

    -não estou entendo nada... Porque estava fazendo isso? O que esta havendo? Como assim a vida de muitos?... Tora.

    -Ookami... Quero que fique essa noite aqui comigo. E veja.

    Ookami se calou e corou. Vendo que Tora voltou a meditar sobre a pedra, se sentou em um canto mais afastado e, pois a observá-la.

    Há meia hora havia se passado, Ookami estava quase cochilando quando ouviu passos de alguém na caverna, olhou sobre a pedra e Tora permanecia meditando, e sacando uma kunai ficou a sua frente.

    -trouxe visitante dessa vez Tora? –Ookami havia reconhecido aquela voz, era Kotori, assim que deu para enxergá-la direito, ela sorriu para ele, Ookami não retribuiu o sorriso, apenas guardou a kunai e olhou para Tora. Kotori voltou seu olhar para Tora que abria os olhos lentamente e a fitou.

    -está atrasada. –Disse séria.

    -gomen (desculpe)... –Kotori sorriu sem graça e coçou a cabeleira ruiva. –tive que ir à casa da anciã buscá-la, ela não queria vir sozinha.

    -e cadê ela?

    -está conversando com o Yo e o Kosu, eles farão a guarda dessa vez.

    Tora olhou para a parte mais escura da caverna, onde não havia iluminação nem da tocha e nem da luz do luar.

    -entendo. Ainda corro o risco?

    -claro ainda mais agora com a organização Ryota atrás de você... Após tantos anos, eles resolveram agir novamente.

    -do que vocês estão falando?

    -Tora, acha certo ele está aqui?

    -hai, ele que respostas e é o que darei a ele, mas não agora, para que ele entenda melhor, terá que ver e acreditar.

    -daijoubu (tudo bem). –Kotori entendia a curiosidade de Ookami, parecia até seu irmão.

    Mais uma vez passos ecoaram pela local, e logo a frente deles estava uma anciã com um cobertor em mãos, ela se aproximou do Ookami e entregou para o mesmo.

    -arigatou? –Ookami estava confuso, não precisa do cobertor.

    -eu sabia que viria o ancião Chikyuu nos revelou, você mudara todo o destino de Tora.

    Disse a anciã dando um sorriso amigável ao Satoru, que ficava cada vez mais confuso, quem sabe até acharia “legal” mudar o destino de Tora, se ao menos entendesse o que estava acontecendo naquele momento.

    -quem é o ancião Chikyuu?

    -para de fazer perguntas Ookami, precisamos iniciar. –Disse Tora, que já estava impaciente.

    Ookami aceitou o cobertor, colocou em volta de si e se afastou um pouco, ficando perto das tochas, a pedido da anciã e Kotori...


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