A Besta da Noite

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    Capítulos:

    Capítulo 7

    Tora Bipolar - Sejam Bem-Vindos

    Álcool, Mutilação

    Tora Bipolar - Sejam Bem-Vindos

    Tsuki ouvia vozes distantes, e não sabia definir de quem eram aquelas vozes, e abrindo os olhos lentamente notou que estava sendo carregada por Raiden, estava em suas costas, e todos conversavam animadamente até mesmo Tora. O que fez a jovem Raito arquear uma das sobrancelhas.

    -finalmente acordou Tsuki, se junte a nossa conversa. –Disse Tora animadamente, se aproximando da jovem. Raiden notando que ela havia acordado a colocou no chão.

    -você está bem Tsuki-Chan? – Perguntou Kitsune preocupado, empurrando Tora, que caiu de barriga no chão.

    Ookami com passos calmos e as mãos no bolso se aproximou de Tora, que piscava freneticamente, e quando ia estender uma das mãos para ajudá-la a se levantar, notou que o semblante da jovem Mizuki havia mudado.

    E quando menos se esperava Tora, estava chorando, o que surpreendeu a todos.

    -Tora, o que houve? –Perguntou Raiden, preocupado com a aluna, que já não estava tão seria como costumava ser, suas emoções estavam expostas e todas essas emoções surpreendiam seus companheiros.

    -o Kitsune me empurrou... Snif. – Respondeu se levantando com a ajuda de seu companheiro Satoru. –arigatou Ookami-Kun.

    -devemos continuar, estamos perto do vilarejo. –Disse Raiden olhando no mapa.

    Todos continuaram a caminhada rumo ao vilarejo.

    Dois dias de caminhada, e todos estavam quase morrendo devido aos calos nos pés, principalmente Tora, que reclamava 24 horas por dia. O que era muito estranho, Tora nunca foi de reclamar, chorar, rir por qualquer coisa, mas esses dias ela tem agido estranho, Ookami notou que dês da transformação dela a própria vem agindo de um modo bem diferente.

    Antes estava sentimental, na noite passada ela estava boba, falava coisas que não tinham nexo, não fazia sentido nem suas atitudes. E agora estava se comportando de um modo apaixonado, passou o dia grudado em Ookami e beijando sua bochecha o que o deixava constrangido, mas seu sensei e Kitsune se divertiam vendo aquilo.

    -sabe amorzinho, eu estou tão feliz por está na mesma equipe que você. –Disse Tora, agarrada ao braço de Ookami, que estava corado, pelo comentário de sua parceira. –E você? Não está feliz por está na mesma equipe que sua namorada? –Perguntou Tora, esperando a resposta de Ookami, ela sorria alegremente, dava até pena de estragar aquele sorriso.

    Bem que Ookami queria estragar aquele momento que o constrangia, mas da ultima vez que descordou de Tora, ele acordou com os pés amarrados em uma corda, que estava amarrada no galho de uma enorme árvore. Demorou cerca de uma hora para seus companheiros o acharem, e quando encontraram o jovem Satoru, Tora disse “Isso é para você aprender a me tratar com carinho”. Então preferia passar mico a ficar preso em uma árvore novamente, ou quem sabe até pior.

    -claro amor, é ótimo está na mesma equipe que você. –Disse sorrindo sem jeito e coçando a cabeça com a mão disponível. Logo Ookami ouve as risadas histéricas de seu colega de equipe, que ria tanto que até chorava.

    Tsuki se aproximou vagarosamente de Kitsune, que quase não percebe sua presença. E com a voz calma e angelical chama a atenção do loiro ao seu lado.

    -Kitsune-Sama... –Chamou sua atenção, toda sem jeito.

    -o que houve Tsuki? –Parando de rir, olha para a jovem Raito que estava corada e segurando com força o livro em suas mãos.

    -o que houve com a Tora-Chan? Ela é tão séria, porque do nada ficou assim?

    -sinceramente eu não sei, desde quando conheço a Tora, nunca a vi se comportar dessa forma, mas de qualquer forma é muito bom ver meu amigo passando esse mico. –Disse voltando a rir e olhando para o jovem “casal” a sua frente.

    -por acaso Ookami-San é namorado dela? –Conforme Tsuki ia perguntando, mas constrangida ia ficando. Estava se sentindo muito intrometida, mas estava curiosa a respeito do comportamento da jovem Mizuki.

    -não, bom, agora pelo visto são... Sei lá.

    Tsuki sorriu da forma que Kitsune olhou para seus companheiros, que era uma forma confusa, em busca de respostas.

    Raiden também estava se divertindo vendo aquilo, e se lembrou das palavras tristes de seu melhor amigo...

    “-Infelizmente terei que fazer isso... A próxima portadora da Besta, será minha filha”. Aquele dia foi de grande tristeza para todos os amigos de Haruo.

    Estavam todos se aproximando do vilarejo, já era noite, quando Raiden mandou todos pararem para descansar.

    Fizeram uma fogueira, e Kitsune com habilidades do elemento Katon, ficou encarregado de acendê-la, o que impressionou Tsuki, que nem se que sabia como usar uma kunai.

    Se sentando todos em volta da fogueira, Raiden olhava o mapa, pois se sentia perdido enquanto Tsuki continuava a ler seu livro, mas seus pensamentos estavam muito longe dali. Kitsune comia seus bolinhos de arroz, e Ookami estava escorado em um tronco caído, e Tora estava do seu lado com a cabeça apoiada em seu ombro.

    -Tsuki-Chan, está com fome? –Perguntou Kitsune, estendendo seu pote de bolinhos.

    -arigatou Kitsune-Kun. –Agradeceu Tsuki, pegando um dos bolinhos oferecido pelo dono daqueles lindos olhos negros.

    -TSUKI... –Tora grita, chamando a atenção não só de Tsuki como de todos. Tsuki olha para Tora esperando a pergunta ou algo do gênero, Tora se levanta em frente à fogueira com um semblante sério e curioso. –quero saber, como você se tornou ninja, como passou na academia, sendo que você não sabe nem concentrar o chakra nos pés para andar sobre as árvores... Poderia me responder?

    Kitsune ia defender Tsuki, mas a pergunta de Tora tinha sentido, por qual motivo Tsuki se tornou ninja, e mais que isso como ela se tornou ninja?! Era uma pergunta que naquele momento todos se faziam, até mesmo Raiden.

    -passei na academia ninja em último lugar, com as piores notas... Fui levada até a sala do Hoshikaze por causa disso, e conversei com ele, e consegui passar... Não o subordinei se é o que estão pensando, mas expliquei a situação do meu clã, e o motivo deu não saber nem controlar o meu chakra.

    - e qual seria o motivo? –Perguntou Raiden, não deixando a curiosidade de lado.

    -devido eu querer aprender controlar o pergaminho, eu iniciarei meu treinamento assim que buscasse meu sobrinho que será treinado por meu pai, e para que isso fosse possível eu precisaria me tornar uma ninja para que meu pai me encarregasse de ir buscá-lo, e enquanto meu pai estiver treinando com o neto, eu treinarei sozinha.

    Todos ficaram em silêncio até mesmo Tora que entendia a escolha dela treinar sozinha.

    -entendo. –Sussurrou Tora, logo lançando um sorriso para a mesma, que ficou surpresa com o sorriso da Mizuki. – se continuar com essa determinação, se tornara uma excelente ninja.

    Todos olharam para Tora um tanto surpresos, cadê a Tora rude e insensível? Aquela que não se importava com a vida dos outros, e nem com os esforços de ninguém. Realmente aquilo era muito estranho.

    -arigatou Tora-Chan. –Sorriu Tsuki, que realmente ficou feliz pelo elogio da jovem Mizuki.

    Após conversarem mais um pouco a respeito da missão, todos foram dormir, mas Tora teve um encontro em seu sonho um pouco desagradável.

    “Tora, precisa retornar ao país do Urso” Ecoou uma voz em sua mente, e quando Tora percebeu estava em um lugar escuro, havia somente um raio de luz, uma luz forte vindo de um lugar onde suas pernas não permitiam ir.

    “Eu sei Densetsu... Mas, preciso concluir a missão primeiro” Disse olhando para a luz forte que vinha de longe.

    Houve um silêncio no local, e quando Tora iria quebrar o silêncio, a voz volta a ser ecoada.

    “Teimosa como a antiga portadora. Tudo bem, tentarei segurar Namida mais um pouco” Disse a voz, fazendo com que Tora despertasse de seu sonho.

    Abrindo os olhos rapidamente, Tora observa o céu estrelado, e tenta mais uma vez dormir o que foi em vão, ficou acordada até o sol aparecer.

    Estavam todos caminhando tranquilamente, faltava pouco para que chegassem. E Tora não estava mais agindo de uma forma apaixonada e tagarela, o que mais uma vez seus companheiros acharam estranho. Tora agora ficava cantarolando e falando sozinha sempre que parava de cantar. Seu sensei sabia exatamente o porquê das mudanças de personalidade, mas aquilo foi proibido tanto pelo clã Jun’Ichi e Mizuki, como pelo Hoshikaze de ser comentado, era algo que os jovens de hoje não precisariam saber, além dos próprios clãs.

    -se formos pelas árvores agora, conseguiremos chegar antes do pôr-do-sol. –Disse Raiden, retirando o mapa de sua bolsa.

    Todos assentiram, Tsuki mais uma vez foi nas costas de Raiden e assim foram todos pelas árvores o que facilitaria para todos eles. Tora cantarolou o caminho inteiro, e era até agradável, pois a jovem Mizuki tinha uma bela voz, e aquilo era distração para todos eles, que só não apreciava mais a paisagem como agora também apreciavam a voz de Tora.

    Quatro horas em ponto, chegaram ao pequeno vilarejo.

    Havia um enorme portão, com enormes árvores em volta e flores de todas as cores. O vilarejo era pequeno, mas muito bem cuidado, os moradores pareciam todos se dar muito bem, eram simpáticos e alegres, há maioria dos moradores do vilarejo os cumprimentaram com enormes sorrisos na face, ofereceram lugares para todos ficarem, mas tiveram que negar.

    -gostei daqui, são todos tão alegres. –Disse Tora, que comia um bolinho de arroz, oferecido por uma senhora sorridente.

    -todos desse vilarejo, são unidos, trabalham em grupo, para que assim a vila seja sempre bem cuidada. –Disse Tsuki, que sorria para as pessoas que os cumprimentavam.

    -como sabe disso Tsuki? –Perguntou Kitsune curioso.

    -eu vinha muito aqui quando criança. Costumava passar meus dias colhendo flores, para ajudar na pequena floricultura da minha irmã. –Respondeu Tsuki sorrindo ao relembrar os velhos tempos.

    -poderia nos levar até essa sua irmã, ainda pretendo retornar a vila amanhã cedo. –Disse Raiden, ao se lembrar que precisava matricular seus alunos para participarem da prova Chuunin, onde somente o país do Urso e alguns aliados poderiam se escrever.

    Tsuki assentiu, caminharam em meio à floresta que cercava o vilarejo, passaram por um caminho meio escuro, devido às imensas árvores, seguiram uma trilha logo em seguida, e viram que o lugar era mais claro e logo avistaram uma casa pequena, simples mais muito bem conservada. Em volta da casa havia flores cor de rosa e brancas, logo a frente da casa havia um lago não muito grande e a metade dele era cercado por flores e alguns pés de flores de cerejeiras, havia um banco onde estava deitado um gato preto e um branco o que fazia lembrar o Yin-Yang.

    Aproximaram-se da casa, e antes que Tsuki chamasse por alguém, uma mulher de longos cabelos pretos e ondulados, olhos azuis e pele tão alva quanto à de Tsuki, saiu de dentro da casa.

    -Tsuki? –Perguntou a mulher, logo em seguida sorrindo quando viu a Raito mais nova confirmar. Ambas se abraçaram fortemente. –Há quanto tempo não te vejo como cresceu. –Disse a Raito mais velha, apertando as bochechas da caçula.

    Soltaram-se do abraço, e Tsuki logo foi apresentado.

    -essa é minha irmã mais velha, Raito Ayumi. –Disse sorrindo. Os seus acompanhantes sorriram de volta e Raiden apresentou a todos.

    -me chamo Kameko Raiden e esses são meus alunos, Mizuki Tora, Satoru Ookami e Tamotsu Kitsune.

    Ayumi cumprimentou a todos, e os convidou para entrarem. Serviu-lhes chá e perguntou o porquê da visita inesperada da caçula da casa principal.

    -vim buscar o Daichi... –Tsuki foi logo ao assunto, Ayumi fitou a xícara de chá em suas mãos e se lembrou do dia em que seu pai havia dito que viria buscá-lo.

    -mas já...?

    -hai, Daichi já completou seus dez anos, papai disse que essa é a melhor idade para treiná-lo para que assim controle o poder contido no pergaminho mais rápido.

    -eu sei. –Essas foram às únicas palavras que Ayumi conseguiu pronunciar.

    -onde está ele, afinal de contas? –Perguntou Tora, olhando em volta procurando pelo pequeno Daichi.

    -ele foi ao vilarejo com o pai, logo estará de volta. – Ayumi levantou-se, recolheu as xícaras e pôs a lavá-las. Logo depois os levou a um quarto onde todos pudessem descansar da viajem.

    Após o banho, a equipe dezessete se reuniu lá fora, Raiden sentou-se no banco de frente ao lago e pós a escrever uma carta avisando ao Hoshikaze de como estava à missão e dos acontecimentos no caminho e que havia selado o corpo do membro da organização em um pergaminho, não deixando de comentar sobre o comportamento da aluna.

    Kitsune estava meditando escorado no troco de uma imensa árvore, estava mais afastado de todos foi o único canto onde não se ouvia as vozes vindas da casa, onde Tsuki e Ayumi conversavam.

    Tora estava no meio das flores, colhendo algumas, enquanto Ookami entrou na floresta para treinar seu arremesso com kunais e shurikens.

    A noite chega e o céu estava bem estrelado, faltava pouco para a lua finalmente ficar cheia. Todos estavam jantando, quando a porta se abriu e apareceu um homem alto, magro, cabelos castanhos amarrado em um rabo de cavalo alto, e de olhos azuis escuros. Logo atrás tinha um menininho de pele alva como à de Ayumi, cabelos castanhos amarrado em um rabo de cavalo baixo e de olhos azuis claros.

    Ayumi sorriu ao ver o marido e o filho, aproximou-se deles e os abraçou, pegou Daichi no colo e aproximou-se da mesa. O marido de Ayumi apenas observava os visitantes, meio desconfiado menos de Tsuki á conhecia há bastante tempo, desde quando era um bebê.

    -querido esses são ninjas do país do Urso, e pessoal esse é o meu marido, Yoshiro Yasuko.

    Raiden o cumprimentou com um leve aceno de cabeça, e assim todos fizeram.

    -vieram buscar o Daichi? –Perguntou Yasuko, sério ele estava e sério ele permaneceu. Sabia que esse dia chegaria, assim que se casou com Ayumi, seu sogro o havia alertado que o primogênito deles seria treinado para controlar o poder do pergaminho Raito.

    -infelizmente sim Yasuko-Sama. –Respondeu Tsuki, que sabia o quanto ambos eram apegados ao filho.

    -como assim vieram me buscar papai? –Perguntou o menino que acabara de se sentar na mesa para jantar.

    Ayumi olhou para o marido e pegou na mão do filho.

    -Daichi, venha com a mamãe, preciso conversar com você. –Ele olhou meio desconfiado para a mãe, mas logo a seguiu, indo para o quarto do casal.

    Yasuko se sentou no lugar do filho, e ouviu tudo o que Tsuki tinha a lhe dizer. Logo em seguida ouvem os passos apressados de Daichi, que desceu a escada animadamente se aproximando de Tsuki.

    -então você é uma das minhas tias?

    Tsuki respondeu um sim, enquanto o menino sorria de uma forma agradável.

    -o vovô vai me treinar?

    -hai.

    -vai me ensinar a controlar o poder do pergaminho mais incrível do mundo?

    -hai.

    O menino passou uma hora fazendo perguntas e Tsuki respondendo, enquanto os demais ficavam rindo do comportamento do pequeno Raito.

    Tsuki explicou para o pequeno como seria o treino dele com o avô e após ajudar sua irmã a organizar a cozinha foi deitar, pois logo pela manhã iria partir.


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