As lembranças da amiga

  • Finalizada
  • Mrk
  • Capitulos 15
  • Gêneros Drama

Tempo estimado de leitura: 3 horas

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    Capítulos:

    Capítulo 12

    Capítulo 12 ? Procurando por um extraterrestre

    Bom dia, boa tarde e boa noite.

    Cap. 12 disponível!

    Boa leitura ;)

    Manuseando o celular rosa, ainda de abrir e fechar, Yuma chama o número de casa. Quem atende é Kyouko. A filha avisa para mãe que passará na casa de uma amiga e que, por essa razão, demorará um pouco para voltar.  Kyouko assimila o que a filha diz e avisa para não incomodar os pais da tal amiga. Respondendo positivamente desliga o celular e volta guardar o aparelho na randoseru. Enquanto isso, sem expressão nenhuma no rosto, Homura observa a garota.

    Baixa a cabeça olhando os tênis all star e comprimi os lábios. Dentro dela surge o arrependimento por ter mentido para mãe. Mesmo assim, a vontade de saber do que se trata a tal magia e a possibilidade de possui-la fez com que Yuma erguesse a cabeça para encarar fixamente Homura.

    “- Vamos, Homura-oneechan.” Disse.

    Esboça um sorriso falso no rosto, para em seguida, pegar a mão direita da ruivinha e caminhar em direção à saída do parque.

    O objetivo: encontrar o extraterrestre Kyubey.

    #

    Cinco e meia da tarde, Homura e Yuma encontravam-se paradas esperando o sinal vermelho do semáforo fazer a gentileza de mudar sua cor para o verde.

    Horário dos estudantes e trabalhadores voltarem para suas respectivas moradias. Podia se ver ao redor vários estudantes de uniforme conversando sobre assuntos fúteis como se fizesse questão que todos ouvissem. Homens de terno e gravata observavam os carros atravessarem nas suas frentes com semblantes exaustos. As ‘offices ladies’ equilibravam-se nos saltos altos pensando no cardápio do jantar, afinal, o marido que chegará um pouco mais tarde exigirá a refeição prontinha na mesa.

    No meio do estrondo que a cidade produzia por estar em atividade, Homura fecha os olhos pensando, ou melhor, chamando por um nome: “Kyubey, você está por perto? Responda!”

    Permanecendo com os olhos fechados, se concentra para capitar a voz do extraterrestre branco, porém a resposta por telepatia que esperava não chegou até sua mente. Sentindo um empurrão, acompanhado de um xingamento grosseiro, abre os olhos e confere que o semáforo tinha mudado sua cor do vermelho para o verde.

    “- Ei! Homura-oneechan!”

    Alguns passos à frente Yuma chama Homura para atravessar a rua. Olhando para os lados confere se nem um carro estava vindo e corre para perto da menina de cabelo escarlate.

    Um pouco à frente podia se ver o ‘MitakiMarket’, um dos mais famosos supermercado da cidade de Mitakihara. Homura, através da cerca de arame entrelaçados em forma de diamante, observa o enorme estacionamento com diversos modelos de carro estacionados. O horário em questão era o período do dia que as donas de casa saíam para fazer suas compras.

    Ao fundo uma construção retangular, que lembrava uma caixa de sapato, exibia sua logomarca gigantesca de um peixe azul com o nome ‘MitakiMarket’, estampado grandiosamente acima da entrada, de onde notava inúmeras pessoas pegando os carrinhos típicos de supermercado para entrarem e outros que saíam do estabelecimento com uma ou diversas sacolas de compra.

    Seguindo ao lado da cerca, uma nova tentativa de chamar pelo extraterrestre. No entanto o resultado fora o mesmo de alguns minutos atrás. Em compensação, ouvira pelo seu sistema auditivo uma voz familiar.

    “- Homura-chan! O que você está fazendo por aqui?”

    Na sua frente, na entrada para pedestre, Kaname Junko olhando-a com uma expressão de surpresa misturada com alegria.

    “- E ainda com a Yuma-chan?” Continua com as perguntas colocando a mão livre na cabeça da ruivinha e acariciando-a. “- Há quanto tempo.”

    “- Verdade, Junko-obasan.”

    “- Você não perde esse costume de me chamar de ‘obasan’ (tia), não é?”

    Sem esperar uma resposta, Junko sorri alegremente conversando com Yuma, que igualmente a ‘obasan’, parecia à vontade.

    Junko usava um sobretudo marrom claro com um cinto quase da mesma cor, amarrado na cintura de forma que enfatizasse suas curvas. Não podia verificar o que vestia por baixo, o sobretudo abotoado até o pescoço, protegendo-a da fúria do frio, escondia absolutamente tudo. A calça social negra com o salto bico fino terminava de completar o vestuário elegante da matriarca da família Kaname.

    “- Fazendo compras, Junko-san?” Com os olhos na sacola da mão direita dela, Homura pergunta tentando não demonstrar na voz, nem pela expressão, o incômodo por ter deparado com uma conhecida durante a procura de Kyubey. 

    Erguendo a cabeça para encarar a mulher de cabelos negros, Junko balança a sacola chamando atenção para o plástico branco.

    “- Pois é. Tomohisa-san me pediu para dar uma passada no supermercado depois do trabalho para comprar umas coisinhas. Ele nem percebeu que estava faltando os ingredientes para uma boa panela de oden. Depois de um dia frio e cansativo como esse, é ótimo para recuperar as forças.”

    Mesmo dizendo estar cansada, Junko emanava alegria pelo sorriso, podendo observar a dentição perfeita sem nenhuma mancha.

    “- E você ainda não me respondeu por que está aqui com a Yuma-chan.” Pergunta novamente sem desmanchar o sorriso cintilante.

    “- Vim visitar a mãe de Yuma-chan e no caminho acabei encontrando-a.” Espiando com o canto do olho tenta alertar Yuma para concordar com a conversa.

    Percebendo o significado do olhar, a garota prossegue antes que Junko pudesse dizer algo.

    “- Estávamos nesse exato momento indo para casa. Realmente foi uma coincidência ter encontrado Homura-oneechan. Ela nem para avisar que viria.”

    Impressionante como essa ruivinha era esperta. Esperteza herdada, provavelmente, de sua mãe. Mas, talvez, o que fez a cabecinha da ruivinha trabalhar tão rápido está no foto dela querer saber logo do que se trata a tal magia que a ‘oneechan’ do lado estava dizendo. E por isso, quis evitar especulações da ‘obasan’.

    No entanto, o olhar de Junko viaja entre as duas, encarando-as desconfiada. Yuma fora quase perfeita na sua mentira, porém como atriz tinha muito que aprender para enganar completamente Kaname Junko.

    Levando a mão esquerda até a boca como se tivesse pensando em algo, Junko prossegue com as perguntas.

    “- Sei, também faz tempo que não vejo Kyouko-chan. Ela está bem?”

    “- Sim. Nem lembro quando foi a ultima vez que vi minha mãe doente.”

    Podia ver um sorrisinho discreto no rosto de Junko, parecendo ter aceitado a resposta, mas o olhar que voltara para Homura continuava dizendo que não acreditava nela. Como se fosse um detetive investigando um caso, pergunta sem hesitar.

    “- Como está com Tatsuya, Homura-chan?”

    Controlando a garganta para não engolir em seco, mantem o olhar fixo em Junko e tenta não entregar a verdade.

    Bem no começo do namoro Tatsuya telefonara para mãe, onde Homura também falara com ela, chegando a prometer que iria visita-la novamente para ter sua benção. Mas, no momento, o que parecia, era que ela não tinha sido avisada de nada. A possibilidade de Tatsuya ter contado algo da separação era extremamente pequena, já que, o rapaz não parava de telefonar e mandar mensagens para tentar uma reconciliação.

    Esboçando um forçado, mas convincente sorriso, Homura tenta manter a calma e o tom de sua voz.

    “- Estamos ótimos, Junko-san. Ainda está de pé a promessa de visita-la para pedir a sua benção.”

    No momento que terminara de falar percebeu na hora que sua mentira não fora convincente. Não, na verdade, seria convincente para qualquer outra mãe, nora ou sogra. Homura tinha controle total de seu corpo, até das partes que não precisava para o processo de mentir verbalmente, no entanto, de frente para Kaname Junko, sentiu como se sua mentira fosse contada por uma criança de cinco anos de idade. Homura tinha trinta anos, mas sua mentira não chegava nem aos pés de Yuma, vinte anos mais nova.

    “- Bom, espero que esse dia não demore minha querida.”

    Disse Junko com um tom de ironia muito discreto na voz.

    “- Não demorará Junko-san... não demorará.”

    Perdendo a força na voz, Homura arrepende-se amargamente de não ter contado a verdade para Junko. Mesmo que esteja com pressa para encontrar um extraterrestre, Junko tinha o direito de saber a verdade sobre ela e seu filho. Que na verdade fora ela que terminou com ele e por um motivo aparentemente ridículo.

    “- Olha a hora. Vou embora meninas. Meu marido ainda tem que preparar o jantar.”

    Olhando o relógio no pulso esquerdo, Junko volta a mostrar o sorriso gentil e alegre de sempre.

    “- Até mais.” Diz passando a mão na cabeça de Yuma.

    Sem esperar uma resposta vira as costas para as duas e começa a caminhar com uma elegância natural, rumo ao lar onde espera o seu amado marido.

    #

    Perambulando pela cidade há mais ou menos uma hora, começaram a perder as esperanças, principalmente Yuma, que já estava começando a desistir de encontrar o tal extraterrestre, o único, segundo a ‘oneechan’, capaz de proporcionar o poder da magia.

    Caminhavam pela avenida, onde notavam claramente o movimento nas lojas que as ladeavam. A avenida que atravessava era o maior ponto comercial da cidade de Mitakihara, e esse horário era tão movimentado com pessoas de diversas idades e tamanhos indo e vindo, que Homura pegou na mão direita de Yuma para não se separarem naquela multidão.

    Enquanto chamava pelo extraterrestre através de seus pensamentos, olhava ao redor a procura de algum sinal do maldito peludo. Foi quando encontrou uma viela estreita e mal iluminada por causa dos prédios altos e justos. Nem mesmo o pouco sol que restava no céu era capaz de levar seu brilho até aquela viela.

    Parando o passo, observa a estreita rua chamando por Kyubey novamente. Mesmo não tendo respostas, aperta firmemente a mão de Yuma e adentra o caminho mal iluminado e sujo. Caminha devagar espiando com o canto dos olhos a ruivinha que andava ao seu lado. Yuma viajava o olhar por todo lado de forma assustada, parecendo evitar qualquer tipo de perigo que poderia surgir de uma hora para outra. Homura voltou sua visão para frente sentindo se mal por ter trazido aquela garotinha até esse local, expondo-a algum risco, já que, nesse tipo de beco podia esbarrar com algum delinquente, drogado ou mesmo um membro da máfia voltando de um serviço que nunca viria a público.

    Seguindo em frente, as duas dobram a esquina. A única coisa que mudara foi o tamanho da rua, que ficara mais larga comparada com a rua que vieram. Parando um instante, Homura confere se não há algo de suspeito ou perigoso. Podia notar-se um caminho imundo com sacos de lixo por todo canto emanando um mal cheiro relativamente suportável. Após um suspiro de alívio por não encontrar nada que pudesse fazer mal a elas, Homura aperta a mão de Yuma seguindo em frente, onde os prédios que as ladeavam pareciam estar observando-as, como animais selvagens prestes a atacar suas presas.

    Dentre esses prédios, Homura para na frente de um. Construção retangular sem nenhuma característica aparente. Tinha quatro andares, e tirando as janelas do primeiro andar, que eram duas pequenas nos canto da frente, as restantes eram grandes e largas presas na fronte de cada andar. O prédio em si era velho e deteriorado, podendo ser notado esses pontos mais nitidamente pelas rachaduras existentes pelos diversos cantos, porém não podia saber se a porta caída no chão da entrada era por causa do esgotamento, ou se um arruaceiro quebrara por diversão.

    A primeira coisa que veio a cabeça de Homura foi se algum traficante poderia estar usando o local para vender os seus produtos. O motivo na qual a fez pensar nisso foi a forte sensação de estar sentido a presença de Kyubey naquele prédio. Sensação que sentira desde que parara na entrada da viela. Era como se somente seu corpo voltasse no tempo e revivesse o instinto quando captava a existência do extraterrestre. O instinto alertava-a do perigo.

    Queria evitar qualquer coisa que pudesse acarretar em uma tragédia, principalmente porque estava com Yuma.  Olhando para dentro, através da entrada sem porta, pôde ver um balcão, provavelmente da recepção, bem no fundo do primeiro andar, uma porta de elevador no canto direito e, do outro lado, a escadaria para o segundo andar. O chão estava coberto por poeira e pedaços de concreto de diversos tamanhos.

    Homura chama o extraterrestre novamente, mas nem mesmo depois de esperar uns bons cinco minutos, não ouve um retorno para confirmar a presença dele no local. No entanto o sexto sentido parecia insistir em dizer que o peludo branco estaria naquele prédio de aparência horrível.

    Construindo um sorriso em seu semblante olha para Yuma. Com a voz mais gentil do mundo fala para garota.

    “- Acho que ele está nesse prédio. A minha longa convivência com ele deve ter criando um sensor específico para aquela bola de pelo. Prometo, se não encontra-lo aqui, vamos embora para casa. Certo?”

    Com um olhar que misturava medo por estar naquele local, e a confiança pelo sorriso gentil da mulher de cabelos negros, Yuma respira fundo e, depois de dar uma olhada para o primeiro andar do prédio, assente com a cabeça.

    Devolvendo o mesmo gesto para a ruivinha, olha para frente e segurando mais firme a mão de Yuma, atravessa o buraco. A poeira paira pelo ar fazendo a pequena tossir como uma criança de cinco anos de idade. Homura leva o dorso da mão direita até o nariz tentando evitar que a poeira entrasse na via nasal. Uma olhada para a porta de metal do elevador. Mesmo aparentando estar bem conservado, utiliza-lo estava fora de cogitação. Sem pensar duas vezes segue para as escadas. Parando na frente do primeiro degrau olha para Yuma, que parecia tão nervosa quanto ela. A cada nova necessidade de mudança de cenário, estava se tornando um filme de suspense para as duas. Depois de uma breve respirada e suspirada, coloca o pé na escada e sobe até o andar superior.

    No segundo andar, a primeira coisa que entrou na área de visão foi a porta de metal do elevador. Em seguida, a enorme janela imunda, que proporcionava uma visão para o igualmente imundo prédio do outro lado. Por fim, uma porta de madeira bem estragada, onde as duas ficaram de frente e, devagar, girou a maçaneta longa abrindo a porta cautelosamente para reagir a qualquer perigo.

    Com passos hesitantes atravessam a entrada. No ambiente encontrava oito mesas, com a maioria fazendo par com suas determinadas cadeiras. Do lado direito, ao fundo, uma mesa longa e grande de mogno posicionava-se com sua imponência, se não fosse pela poeira e sujeira que a envolvesse, parecendo, nesse momento, um produto sem demanda apodrecendo no estoque de uma loja de móveis. Logo à frente uma mesa bem mais simples e comum de escritório, com somente duas pobres gavetas para causar algum efeito. Na parte esquerda podia se ver seis mesas e cadeiras de escritório restantes, formando duas filas com três mesas em cada uma. Nas paredes, janelas de tamanhos normais proporcionavam visões de seus respectivos prédios ao lado.

    Homura olhou para aquele suposto escritório minúsculo e pensou que o prédio poderia ter sido para os pequenos empresários alugarem com o objetivo de abrirem os seus negócios, já que, aquele ambiente dava a ideia que o chefe e os subordinados trabalhavam no mesmo local. Porém era algo que não convinha em analisar, pois os diversos prédios do beco foram abandonados, provavelmente, pelo local ter se tornado um ponto estratégico para o comercio ilegal, restando aos ocupantes desse e de vários prédios vizinhos fazerem as malas e partir, ficando para trás os móveis para desgastar durante quase a eternidade.

    Depois de alguns minutos analisando aquele ambiente empoeirado, Homura lembra do motivo por estar lá e fecha os olhos chamando pelo extraterrestre. Espera em silencio algum sinal. Ouve um rangido de uma das cadeiras. Com um pulo de susto Homura e Yuma vira a cabeça de um lado para o outro procurando a fonte do ruído desagradável. Virando a cabeça para o lado esquerdo, fita a cadeira próxima da janela. Esperando alguns minutos, vê-se algo saltando da cadeira para cima da mesa. Recuando para trás, as duas visitantes observam assustadas a parte superior da mesa e identifica a ‘coisa’.

    “- Kyubey!” Diz uma Homura surpresa.

    Com um balanço da cauda Kyubey olha para Homura.

    “- Akemi Homura, o que você está fazendo por aqui?” A voz sem expressividade de Kyubey pergunta.

    “- Estava procurando você. Não ouviu chamar por você?” A pergunta acabou saindo com certa agressividade.

    “- Dormia durante algum tempo, por isso, de inicio, achei que fosse um sonho. A proposito, como ficou sabendo que eu estava aqui?”

    “- Não sabia que estava nesse prédio imundo. Mas conhecia a sua localização. Da ultima vez que nos encontramos você mencionou que viria para Mitakihara. Só apostei que o encontraria aqui.”

    “- Entendo.”

    Uma simples resposta, em seguida, olha para Yuma, que estava segurando a mão de Homura escondida atrás dela. Porém, ao mesmo tempo, que via medo em seu semblante, podia notar a curiosidade em seus enormes olhos pelo animal nunca visto antes.

    Uma balançada na cauda e Kyubey volta o olhar para Homura como se estivesse pedindo explicações.

    Após uma rápida inspiração do ar, tentando evitar que a poeira entrasse no nariz, Homura solta a mão de Yuma e coloca na cabeça da ruivinha.

    “- O nome dela é Yuma, filha de Kyouko. Ela quer ser uma Mahou Shoujo.”

    #

    Atravessando a porta do penthouse, Homura, Yuma e Kyubey saem no terraço do prédio. Protegido por barras na altura do peito de Homura, o local aberto e bem espaçoso podia ver a caixa d’água velha em ciam do penthouse e logo à frente, perto das barras, o aparelho para condicionamento de ar, igualmente deteriorado. O céu já tinha escurecido e sem uma única estrela cintilando, o vento batia nos corpos de cada um.

    Podia se ver uma parte da cidade de Mitakihara, principalmente a avenida, que parecia ser a parte mais iluminada e barulhenta da cidade.

    “- Algum motivo para virmos aqui em cima e ficar expostos a esse frio?”

    Com os ombros encolhidos, resiste ao vento gelado e encara ferozmente a bola de pelo branco, que tinha subido na barra de ferro e observava a cidade.

    “- Só queria sair daquele escritório empeirado. Nada de mais.”

    Franzindo o cenho, Homura olha para Yuma, e com um tom de voz completamente diferente com que falara com Kyubey, pergunta.

    “- Tudo bem, Yuma-chan?”

    “- Sem problemas, Homura-oneechan.” Responde a ruivinha, sem olhar para ela.

    Yuma estava com os olhos fixos em Kyubey desde a hora que o encontrou. Parecia estar fascinada pelo extraterrestre e o analisava várias e várias vezes sem se cansar.

    Os olhos vermelhos de Kyubey, por sua vez, também estavam voltados para Yuma. Porém, ao contrário da garota, ele parecia estar tentando adivinhar algo em relação à ruivinha.

    “- Então, Yuma, qual desejo gostaria de realizar em troca de se tornar uma Mahou Shoujo?” Movendo a calda velosa para os lados, com o mesmo tom de voz de sempre, pergunta para pequena garota.

    Lentamente ele vira o rosto para Homura e encarando-a.

    “- Ou devo perguntar o desejo para você, Akemi Homura?”

    Arregalando os olhos por um momento, encara o animal branco e esboça um sorriso cínico.

    “- Tinha uma esperança mínima de que você não percebesse, mas, realmente, sua bola de pelo, você é bem mais que um mascote bonitinho.”

    Balança a cabeça para os lados suspirando, e pela primeira vez, desde que iniciou a conversa, o extraterrestre demonstra uma admiração hipócrita em sua voz.

    “- Muito esperta Akemi Homura. Se não é mais uma garotinha púbere, o jeito é utilizar o desejo de uma que esteja nessa fase. Realmente, muito esperta.”

    Apertando as palmas das mãos, Homura sorri com os dentes cerrados e tenta controlar o tom da voz para não sair agressiva.

    “- Tenho certeza que vocês icubators, não se importam com isso.”

    “- Certamente. Não mudará o fato de que surgirá uma nova Mahou Shoujo nesse mundo.” Dito isso, Kyubey volta a encarar Yuma. “- Então Yuma, qual é o seu desejo?”

    Em silencio, Yuma analisa o bicho branco e em seguida vira o rosto para o seu lado direito, olhando para a mulher de cabelos negros. Percebendo o olhar da garota, Homura sorri falsamente e assente com a cabeça. Voltando a cabeça para frente, Yuma respira e solta o ar gelado tentando se acalmar. Fechando os olhos, escolhe as melhores palavras para proclamar seu desejo. Abre as pálpebras e diz em alto e bom som.

    “- Quero que Homura-oneechan volte para o mundo de dezessete anos atrás.”


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