Uma escolha de honra

Capítulo 25: Uma escolha de honra

O que a vida reserva?

Nunca se sabe...

A traição é pior quando é de sangue

A mentira desperta a fúria,

A ambição desperta a fúria

E a fúria se auto-alimenta

Não sei se viverei ou morrerei

Sei que lutarei como um samurai!

Não sei se viverei ou morrerei

Mas se viver será com a honra

E se morrer ela se eternizará

A viagem de volta pra casa foi longa, Lian, Latifa e Du estavam machucados, mas não tanto quanto Tay, a alma do loiro estava ferida e ele estava distante. Conversaram um pouco sobre o que havia acontecido, porém ele não deu nenhuma resposta conclusiva.

Quando chegou a capital Jonas foi até o dojo, queria falar com o mestre Gilbert, seus colegas não o acompanharam. Gilbert estava em missão, chegou a noite e viu seu discípulo sentado a frente da porta de sua sala.

- Jonas?! Quando voltou? Você encontrou o Célio? – Gilbert falou quando viu o garoto.

- Podemos conversar lá dentro? – o loiro fala e mestre e discípulo adentram o local.

- Como foi a missão... – o mestre se pronuncia primeiro, mas é interrompido por seu aluno que estava de joelhos em reverência.

- Mestre de quem o senhor gosta mais, falo de seus irmãos?

- Que pergunta estranha! Bom eu...

- É o Hellt né? Pelo menos é o que você conhece melhor certo? – o mestre confirma ainda não entendendo. – O Hellt, desde que nos conhecemos, sempre foi um irmão pra mim, ele revolucionou esse dojo e é a pessoa mais altruísta que conheci, já o Alaster nunca olhou diretamente pra mim, ele me detesta e a todos os bolsistas...

- É o jeito dele Jonas...

- Eu não posso confirmar isso porque não o conheço, eu conheço o Hellt e tenho certeza que ele não matou o mestre Adamastor... – uma pequena pausa e um pouco de lágrimas de Tay. -... Eu não consigo olhar em seu rosto mestre por sentir muita vergonha de mim mesmo, eu fui enganado pelas palavras de Alaster e o que vi me levou a conclusões erradas, eu me envergonho de ter levantado minha espada contra o Hellt...

- Jonas, mas...

- Eu coloquei numa balança tudo que sei sobre Hellt e Alaster e posso garantir que não foi meu irmão quem matou o mestre Adamastor! – Tay fala se levantando e caminhando em sentido a porta. – Eu vou me juntar a ele e se o senhor é como imagino sei que se juntará também... Até mais mestre Gilbert. – o garoto fala saindo do local.

Gilbert se sentou um pouco, não sabia o que pensar de tudo aquilo que ouvira, porém formulava várias ideias.

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Alexandra estava em sua casa, se sentia mal dede a última vez que falara com seu namorado, pensava que Hellt poderia ter o machucado sério, constantemente chorava de preocupação por Tay. De repente ela escuta umas batidas em sua porta e vai atender, ela a abre e um sorriso se desenha em seu rosto, Tay estava ali à frente dela, ela não se contém, o abraça e o beija apaixonadamente.

- Eu pensei que você tinha... Eu tive tanto medo...! – ela falava em meio a um choro de felicidade.

- O Hellt nunca me machucaria sério, você sabe né? – o loiro fala entrando com a garota na casa.

- Eu sei, mas fiquei com medo demais! Eu não saberia viver sem você... – eram palavras sinceras da moça. – Vem eu tenho que te mostrar uma coisa... – ela fala o puxando para o quarto dela, vai até uma gaveta e pega uma foto.

- Meu Deus! É a foto do nosso primeiro encontro, aquela que pegou fogo naquele incêndio... – a foto em questão foi tirada por uma máquina analógica cujos negativos foram perdidos, apenas algo mágico poderia salvar aquela foto que foi muito danificada, a tal mágica havia acontecido, a foto estava quase perfeita.

- Você é tão bonito, esse dia foi um dos mais felizes da minha vida! – Alexandra fala com algumas lágrimas de felicidade.

- Feliz sou eu a cada dia que estive ao seu lado. – ele fala passando sua mão na face dela suavemente, os lábios deles se selam enquanto se deitam vagarosamente na cama dela, se entregaram a uma vontade incontrolável. Foi a primeira vez que foram completamente um do outro, foi o momento mais intenso e feliz de suas breves vidas, Tay agora observa sua namorada dormindo, achava que tinha muita sorte por ter alguém tão bom a seu lado, ele se ergue se sentando na cama.

- Você vai com ele não é? – a voz de Alexandra chega aos ouvidos dele.

- Eu preciso, é o certo a se fazer, é a decisão que um samurai de verdade tomaria, eu nunca fujo a minhas obrigações... – o garoto fala com pesar, de repente ele sente as mãos dela passando por seu tronco e ombro.

- Só prometa que vai voltar pra mim, só prometa que ficaremos juntos! – ela fala o beijando no rosto.

- Eu vou voltar e quando o fizer vamos nos casar... – ele fala e em seguida a beija na boca, se deitaram novamente, se entregaram pela segunda vez um ao outro.

A tarde passou e Tay iria embora, iria seguir seu destino como samurai, Alexandra o via saindo de sua casa e sumindo no horizonte, ele se vira acenando pra ela com aquele largo sorriso, ela retribui. Assim que desaparece no horizonte ela se senta chorando, mesmo com a promessa feita ela sabe que a decisão de seu namorado é totalmente suicida, ela não sabe realmente se um dia verá ele de novo.

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Tay chega a sua casa, arruma uma mochila com algumas roupas, ele escreve um bilhete pra sua mãe e sai para rodoviária, usava uma blusa laranja de com detalhes em azul, tinha capuz e se fechava com um zíper, vestia também uma bermuda preta com bolsos largos e tênis laranja como sua blusa, carregava consigo sua espada e a de Elias, foi ao ponto de ônibus e pegou a condução para rodoviária, pegou o ônibus para a cidade de Santa Marcela, demorou apenas algumas horas para chegar, ele desce do ônibus e olha para esquerda, naquele sítio Hellt e Antony o observam, o loiro se aproxima deles.

- Fiquei com medo de não ter recebido minha mensagem, de achar que era uma armadilha... – Tay fala envergonhado, falava de uma mensagem de celular.

- Hellt, por favor, me desculpa! Eu fiquei cego pela burrice, eu não deveria ter levantado minha espada contra você, eu não deveria...

- Tay, vai me deixar no vácuo? – Hellt pergunta com um largo sorriso com sua mão estendida cumprimentando, o loiro sorri também e cumprimenta.

- Cara, eu não tive tempo de te apresentar direito ao meu aluno, esse é o Antony um verdadeiro prodígio e um grande garoto! – Hellt fala.

- Oi Antony beleza? – Jonas cumprimenta.

- Oi, o Hellt falou bem de você, disse que você é uma pessoa bem legal e forte! – o garotinho fala.

- Forte eu sou mesmo! Daqui a pouco alcançarei o nível de sincronia cem por cento com meu espírito! – o loiro fala já sem sua blusa e fazendo pose.

- O Hellt também falou que você era “diferente”... – Antony fala meio surpreso, o mais alto se aproxima de seu amigo com a blusa dele na mão, fala bem baixo no ouvido dele.

- Limpa suas lágrimas, você vai ver ela de novo e eu não consigo sentir raiva alguma de você, te conheço suficiente para saber o que se passa em seu interior... – o loiro limpa os olhos e veste sua blusa.

- Então, pra onde estamos indo? – Jonas pergunta enquanto saiam da rodoviária.

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- Alaster você está aí? – a voz de Gilbert corta o ar e chega ao ouvido de Alaster que meditava na sala de reunião.

- O que você quer Gilbert? – ele responde e o irmão mais novo adentra o local.

- Preciso falar com você, é importante...

- Não tenho tanto tempo assim.

- Serei breve.

- Então diga, o que você quer?

- Me responda por que você matou o pai? – foram as palavras diretas do mais novo.

- Foi Célio quem matou nosso pai, eu já disse isso! – Alaster fala sem feição, nesse instante Gilbert saca sua espada, aquele som familiar chega aos ouvidos do mais velho que arregala os olhos.

- O que você tem em mente? – o mais velho se levanta virando de frente para o mais novo.

- Eu conheço bem o Célio, eu só precisei me lembrar disso para saber que foi você quem matou nosso pai!

- Você não me respondeu, o que você tem em mente sacando essa espada? – Alaster pergunta ironicamente.

- Eu vou acabar com sua ambição seja ela qual for Alaster! – Gilbert fala apontando sua espada para seu irmão mais velho.

- Você não pode me vencer Gilbert... – Alaster fala sacando sua arma.

Uma nova batalha começará, Gilbert está disposto a vencer seu irmão mais velho, precisou das palavras de seu aluno para se lembrar de quem seu irmão mais novo é, agora lutará pela honra de um samurai e pela memória de seu pai.