|
Tempo estimado de leitura: 5 horas
14 |
Capítulo 18: Reencontro de velhos amigos
Escolhas e dúvidas
Elas permeiam o fio de minha espada
Escorrem por ela como sangue
Vermelho e quente, como a vida e a passagem
Teria eu outra escolha senão lutar?
É meu dever ter que fazer justiça?
Por que devo perder em nome dos outros?
Por que meu caminho é tão cruel e tortuoso?
Porque eu optei pela honra
Eu optei pela vida do próximo
Em detrimento de minha própria
Porque eu sou um samurai
E não existe outro motivo senão esse
Um ônibus pára na rodoviária de Adélia, Tay, Latifa, Lian e Du descem dele.
- Então chegamos, na última cidade que Hellt foi visto. – Lian fala tentando cortar o silêncio que o incomodava.
- É provável que não esteja mais aqui... – Latifa afirma.
- Pode ser, mas com certeza ele não foi longe, eu enviei uma mensagem para meus companheiros que estão nas cidades próximas, se um deles encontrar o Hellt eles vão me chamar via um sinal de GPS pelo celular, é certeza que hoje encontraremos Hellt! – Du fala convicto.
- Hellt precisa ser parado, depois do que vi eu tenho certeza de que ele tem que ser detido! – de todos ali Tay é o mais determinado.
Flash back on
- Eles estiveram por aqui, certeza. – o ruivo de óculos afirma verificando alguns rastros. Estavam naquela encosta onde Célio e Antony acordaram depois da fuga.
- Hei caras, dêem uma olhada aqui...! – o garoto de tranças fala quase gritando pra chamar a atenção de seus colegas, ele olhava do alto os destroços do jipe lá em baixo.
Como um flash Tay desceu, pegou algo e voltou, começou a dizer:
- Eu desconfiava, mas agora tenho certeza, é do mestre Gilbert, essa é a placa do carro dele. – falava mostrando a placa que pegara.
- Então é como já havíamos desconfiado, Hellt fugiu com seus discípulos no jipe do mestre Gilbert. – Latifa fala pensativa.
- Não... – Du fala chamando atenção de todos. – Hellt não fugiu com seus discípulos, ele fugiu com “um” deles, só existem rastros de duas pessoas aqui. – todos olham surpresos.
- É por isso que houve tantas batalhas em tantos locais e cidades diferentes, Hellt e seus discípulos estão separados! – a moça fala concluindo.
- Sim, já se desconfiava disso, mas agora temos a prova concreta, mas pra onde eles estão indo? Não dá pra saber se estão apenas fugindo e se seguem pra algum lugar, o que você acha Tay? – o ruivo de óculos pergunta ao gordinho.
- Não sei, minha cabeça está vazia... – o loiro fala sentado com a mão no queixo como se tentasse pensar, estava sem camisa e fumaça saía de sua cabeça.
- PRECISA TIRAR A CAMISA PRA PENSAR?! – Du fala furioso, dentes serrilhados e o ar em alta pressão saindo de seu nariz e ouvidos.
- Calma Du, você ainda não se acostumou com o Tay? Você sabe que ele é meio locão... – o jovem de tranças fala a seu colega.
- Sim eu sei, só perdi a paciência um pouco, isso acontece quando cortam meu raciocínio. – o ruivo fala ajeitando seus óculos.
- Toma Tay, pra você esfriar a cabeça. – fala Latifa oferecendo um pouco de chá para o loiro.
- Valeu Latifa, eu tava mesmo precisando. – Tay responde sorridente tomando o chá.
- Da onde que ela tirou esse chá? E por que ela é gosta desse esquisito? Eu queria chá e eu não sou estranho igual a ele! – Du fala inconformado.
- Qual é? O Tay não é tão estranho assim, ele é engraçado, conversar com ele é legal e... Cara a Latifa é doente da cabeça não tem condições! – Lian afirma.
Depois de tais conclusões feitas eles descem um pouco a encosta, Jonas estava distraído e pisou em falso em uma pedra. Desequilibrou-se e caiu, começou a rolar floresta adentro, até que pára num lugar mais plano.
- Ai minha cabeça! – o loiro fala massageando a parte de trás de sua cabeça.
- TAY, VOCÊ TÁ LEGAL! – Latifa e Lian gritam.
- To de boa... Eu to... – o raciocínio do gordinho é cortado por algo, seus colegas descem preocupados e apenas o veem de pé, olhava uma espécie de túmulo improvisado.
- O que ta rolando Tay? – o garoto de tranças pergunta.
- O cabo dessa espada, eu sei de quem é... – Jonas fala com lágrimas nos olhos.
- Você conhecia o samurai enterrado aí? – Du pergunta observando o túmulo, Jonas então pega a espada e mostra o nome escrito no cabo: Elias.
- Esse é o cabo da primeira espada que Elias ganhou, eu me lembro como se fosse ontem dele me mostrando. – Tay fala limpando seus olhos. Nenhum daqueles jovens conhecia Elias, eles já ouviram falar das coisas que Tay, Hellt e outra pessoa aprontavam no dojo, mas ninguém pensou que o terceiro brincalhão estivesse ali enterrado. Nenhum deles compreendia a tristeza do loiro naquele momento, até que Latifa se aproxima dele e o abraça pelas costas.
- A pessoa que está aqui foi importante pra você não é? Eu sei como é perder alguém que se gosta... – ela fala começando a lacrimejar, a dor de Tay começava a ser sentida por ela.
- Pior que só pode ter sido Hellt quem fez isso, conhecendo Elias como conheço, ele veio atrás de Hellt como eu estou fazendo e foi morto... Por que Hellt, por que você está fazendo isso? – Tay se perguntava sem conseguir achar uma resposta lógica.
- Cara, eu sei que você está sofrendo, mas temos que ir, não podemos nos demorar aqui entende? – Lian fala e Jonas concorda. O loiro então toma pra si a espada de seu amigo de infância e segue seu caminho com seus colegas.
Flash back off:
- Quem diria que acharíamos inimigos tão cedo né Hellt? – Antony fala a seu mestre, o garoto está sentado em uma lápide.
- Pois é, os inimigos estão cada vez mais frequentes. – o mestre afirma guardando sua espada. Estavam em um cemitério, a neblina era forte e a noite era de lua cheia.
- Preciso... Avisar... Du... – um samurai da tropa de Eliéser caído fala com dificuldade erguendo seu celular, ele aperta um botão com dificuldade e depois desmaia.
..........................
O celular do ruivo de óculos toca chamando a atenção dos presentes. Ainda estavam na rodoviária de Adélia.
- Quem é? É da sua tropa? – Lian pergunta.
- É um sinal de GPS, vem da cidade de Santa Lúcia, do cemitério. – Du fala.
- Achamos o mestre Célio?! – Latifa fala ainda confusa com a informação, tal confusão que Tay não tinha, seus olhos se arregalaram depois se fecharam calmamente enquanto ele respirava fundo.
- Te achei velho amigo. – o gordinho fala e como um flash some.
Santa Lúcia não era longe de Adélia, como Eliéser fez Tay também fez. Projetou-se usando super velocidade ao local que determinara chegar, só precisava achar o cemitério, pra ele não seria difícil.
- Pra onde o Tay foi? – a garota pergunta assustada.
- Óbvio! Ele foi atrás do Hellt! – o garoto de tranças fala igualmente preocupado.
- Aquele gordo esquisito! Jogou todo o planejamento pro ar quando descobriu onde o Hellt estava! E o plano de enfrentarmos ele juntos? – o ruivo diz com certa raiva.
- O Tay tem medo que a gente se machuque, esse medo dele só aumentou quando ele viu o amigo de infância morto. – Lian explica. – Eu não sei vocês, mas eu não vou deixar ele lutar sozinho!
- Nenhum de nós vai Lian! Tay a gente vai com você, querendo você ou não! – Latifa fala determinada.
- Eu vim aqui por esse motivo e não vou desistir agora! Vamos! – Du fala e os três também se projetam.
...............................
- Vem Antony vamos embora. – Hellt fala e seu discípulo desce da lápide, o gordinho agora está ao lado de seu mestre.
- Bom te ver de novo velho amigo. – uma voz conhecida chega aos ouvidos de Hellt, primeiro seus olhos se arregalam, depois ele os fecha e os abre devagar falando e se virando.
- Eu sabia que isso ia acontecer uma hora ou outra Tay... – o loiro estava a uma pequena distância de seu amigo de infância, agora estavam de frente um pro outro.
- Você precisa ser parado Hellt! Antes que mate mais alguém! – nesse instante os três companheiros de Tay aparecem ao lado dele, Latifa à esquerda, Lian e Du à direita.
- Merda! – Antony fala olhando aquela cena dos quatro encarando fixamente Hellt, de súbito os quatro liberam suas energias o que assusta mais ainda o garotinho.
Mais uma batalha de grandes proporções está prestes a começar, Hellt tem que ser capaz de derrotar mais um de seus amigos, se deseja evitar que o Olho das Eras caía nas mãos de Alaster.