Samurai Eternamente

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    14
    Capítulos:

    Capítulo 16

    Eu quero vingança!

    Álcool, Drogas, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Mutilação, Violência

    Capítulo 16: Eu quero vingança!

    O fogo, a cicatriz, a dor, a humilhação

    Sempre carregarei comigo o fardo

    A honra precisa ler limpa para que o ego retorne

    O fogo de minha espada não evitou a cicatriz de meu rosto

    A dor só se tornou intensa pela humilhação que carregou

    A honra precisa ser limpa para que o ego retorne

    A vingança precisa viver para que eu também viva

    No fogo, na cicatriz, na dor e na humilhação

    Num beco na parte central da cidade de Adélia, o som frenético do cotidiano encobria o que ocorria. O som de uma lâmina de espada sendo guardada poderia ser ouvido se o ritmo da cidade não fosse tão intenso.

    - Um, dois, cinco, oito! – palavras de Antony acompanhadas de um assovio. – Dessa vez você venceu bastante deles!

    - Pois é Antony, a cada dia que passa encontramos mais samurais. – Hellt fala guardando sua katana.

    - Esse seu golpe é legal pra caramba! Uma porretada e o cara só acorda depois de oito horas! Foda! – o garotinho falava impressionado.

    - Eu tenho meus truques irmãozinho... – Hellt fala colocando sua mão sobre a cabeça de seu discípulo, sorria amigavelmente.

    - Eu to com fome Hellt, a gente pode comer alguma coisa? – o discípulo pergunta.

    - Seu estômago roncando chama muita atenção. É melhor a gente comer algo rápido... – o mestre fala pensativo se recordando de um dia em que Antony estava disfarçando dizendo que não estava com fome para que o maior não gastasse dinheiro com ele. Nesse dia o estômago do garoto roncou tão alto que parecia um animal furioso, desde então o mestre falou para seu discípulo para não esconder sua fome dele.

    - Vem, vamos comer garoto, lembre-se que temos um longo caminho ainda. – o mestre fala caminhando.

    - A gente pode comer batata frita? Eu gosto de batata... – o garotinho fala animado.

    - Mas é cedo pra batatas, melhor comermos bolo, o que acha?

    - Bolo de chocolate é o meu favorito!!! – Antony responde animado.

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    O dia passou e a noite caiu, aqueles samurais do dojo Ômega derrotados permaneciam no mesmo lugar, contudo alguém chegava até eles.

    - Hei acordem... Vamos... – um outro samurai do mesmo dojo usava um frasco com algo de cheiro forte para acordá-los. Pelas roupas se tratava de um samurai da tropa de Eliéser. Era possível ver próximo dele mais dois samurais, um de Rosana e um de Gilbert.

    - Hum... – um dos samurais caídos acorda. – O que houve...?

    - Esperava que você nos dissesse... Quem fez isso com vocês? – um estalo e o samurai outrora caído se lembra de sua batalha.

    - Foi o mestre Célio, ele derrubou as duas equipes, foi muito rápido... Eu não sei por que ele não nos matou...

    - Ele devia estar junto dos discípulos e por isso derrotou oito samurais tão facilmente e sem feri-los! – o samurai de Rosana fala.

    - Não, ele lutou sozinho, na verdade ele estava apenas com um discípulo o seguindo, ele deixou escapar que seus outros três discípulos estavam num esconderijo. – informação falsa que Hellt falara propositalmente.

    - Qual discípulo estava com ele? – o samurai de Gilbert pergunta.

    - Aquele menininho, o aluno mais novo do dojo...

    - É mesmo? Sabe eu tenho um assunto pra resolver com esse menininho...! – uma quarta voz na equipe fala.

    - Um assunto com um menininho? Como assim Fléreo? – o samurai de Eliéser pergunta.

    - Ele me deve um olho! – Fléreo responde saindo em meio às sombras, uma grande cicatriz se desenhava no lado esquerdo de sua face, seu olho no mesmo lado estava inútil, o resultado de sua batalha contra Antony naquele dia foi seu olho cego para sempre. – Vou arrancar a cabeça daquele moleque e pendurar no alto do castelo Ômega! – ele fala sacando sua espada e cortando o ar. – Eu quero vingança! – Fléreo usava as roupas da tropa de Rosana, contudo a camisa roxa não tinha mangas e era mais justa que as tradicionais do dojo.

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    - Batatas fritas são as melhores! – Antony fala em uma lanchonete, estava com a boca cheia de batatas, ele e Hellt pararam para comer novamente. – Não vai comer Hellt? – o garoto pergunta a seu mestre pensativo e distante. – Hellt... Mestre Célio...?! – o garoto fala tentando chamar a atenção.

    - Desculpa garoto, você disse que quer mais? – o mestre fala sorrindo amigavelmente.

    - Não, na verdade até quero, mas eu perguntei se não vai comer...

    - Eu não sinto fome como você, o Daniel e o Jun, às vezes eu me pergunto como sua mãe sustenta você e o Daniel.

    - Ela dá um jeito... – nesse instante Antony fica distante. – Como será que ta minha mãe e o Daniel? Será que os outros estão bem? – o garotinho pergunta.

    - Não podemos ligar para sua mãe, eu te expliquei não é? Alaster pode usá-la contra nós se descobrir que nos importamos com ela.

    - Eu sei, mas sinto saudade às vezes. – o garoto fala. – Sinto muita saudade do Daniel, ele é meio turrão, mas eu gosto dele, acho que ele não gosta muito de mim.

    - Que isso garoto? Ele é seu irmão, ele é doido com você, quando a gente ta sozinho ele só fala de você e o quanto você ta ficando forte e controlando seus poderes! Ele só dá uma de turrão para você não ficar folgado... – Hellt fala balançando o cabelo de Antony com a mão, o garoto sorri.

    - Tomara que ele esteja legal. – o garotinho fala.

    - Com certeza ele está! – o mestre opina, contudo não era o que realmente pensava. Hellt estava muito preocupado com Daniel, Jun e Evellin, era isso que dominava seus pensamentos mais cedo.

    - Graças ao senhor e ao Daniel eu to vivo, eu pensei que meus poderes iriam me matar! – Antony fala lembrando de um acontecimento de sua vida.

    - Eu te protegi aquele dia garoto e vou continuar fazendo isso tenha total certeza! – Hellt fala de maneira decidida. – Agora vamos, passamos tempo demais aqui. – o mestre se levanta acompanhado do aluno, ambos seguem lanchonete afora, agora caminham pela rua sentido a próxima cidade.

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    - Acha mesmo que eles estão perto? – o samurai de Gilbert pergunta ao samurai de Eliéser.

    - Sim, se o mestre Célio estivesse se movimentando com a super velocidade não teria forças para derrubar tantos samurais, se conseguíssemos saber pra onde ele está indo seria o ideal! – o samurai de Eliéser responde.

    - Quais são as chances de os encontrar numa cidade grande como essa? – o samurai de Rosana pergunta.

    - Se estiverem sozinhos nenhuma, comigo suas chances sobem muito. – o samurai de Eliéser fala referindo-se ao fato de ser um rastreador.

    - Só me interessa achar e matar aquele moleque! – Fléreo fala assustando seus companheiros, o ódio dele por uma criança de seis anos impressiona. Eles têm carta branca pra capturar Hellt e seus discípulos o que permite que Fléreo use de toda a sua crueldade, aquela equipe de quatro samurais caminhava pelas calçadas movimentadas de Adélia.

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    - Como estão seus poderes Hellt? – Antony pergunta a seu mestre.

    - Melhorando a cada dia e os seus? Eu sei que você também está fraco pelo tanto de poder que usou no dia da fuga. – o mestre pergunta a seu discípulo de volta.

    - Você percebeu né? Meus poderes não se enfraqueceram, meu corpo que ainda está ruim, eu ainda não estou comendo o tanto que costumo comer. – foi a resposta do garoto. Célio pensou: “esses moleques de hoje em dia comem demais!” uma feição de susto se desenhava no jovem mestre.

    - Nossa! Mas como tem gente nessa cidade né? – o garotinho fala impressionado com a quantidade de pessoas que passava pelas calçadas.

    - Pois é, Adélia é uma cidade muito movimentada. – Hellt argumenta com seu sorriso amigável.

    - Não gosto de tanto movimento, me incomoda sabe? – o garoto responde com um leve sorriso igualmente amigável.

    Aquelas palavras atingem os ouvidos de um passante na calçada do lado oposto da rua. Por um breve instante tudo na mente daquele homem ficara cinzento e lento, sua feição se tornou surpresa. Virou sua cabeça lentamente em sentido a voz familiar que escutara, as cores do mundo real estavam presentes apenas naquele pequeno garoto que enxergara. A euforia toma conta do corpo, um sorriso maléfico se desenha na face, os lábios se movimentam e as palavras saem:

    - Te achei!

    - Achou quem Fléreo? – o samurai de Rosana pergunta.

    - O desgraçado que me cegou! – Fléreo saca sua espada e pula pra cima de Antony, seus movimentos cortam várias pessoas, movimentos estes acompanhados de um sorriso doentio. Sua espada é parada pela lâmina de Hellt.

    - Tem muita coragem para erguer sua espada contra meu aluno Alex Ribeiro Vasconcelos, ou devo dizer Fléreo!? – depois de tais palavras de Hellt as chamas se ergueram aos céus.

    Mais uma batalha está prestes a começar, Fléreo deseja vingança não importa quem tenha que matar para consegui-la, contudo Hellt nunca permitirá que um de seus alunos seja ferido na sua frente.


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