|
Tempo estimado de leitura: 5 horas
14 |
Capítulo 14: O psicótico e seus alvos
O frio flagelo da noite é cruel
A morte é faminta e irreversível
O sorriso é a alegria demente
Os olhos o mais profundo abismo
O amor apenas pelo sangue jorrando
O inocente é só mais um
O culpado é o rei
A espada é a ponte pro inferno
O ser é a imagem difusa do diabo
Mas a missão é clara,
Minha honra mais ainda
Nunca desistirei
Se hoje é o dia então hoje partirei
Não, não partirei
Porque preciso estar vivo para continuar
Porque sou maior que o mundo,
Porque sou um samurai
- Célio Medeiros Ômega, Daniel de Oliveira Santos, Antony de Oliveira Santos, Evellin Franklin Silva, Éder Lima Junior, onde estão vocês? Não sabia que vocês eram tão furtivos! – Eliéser afirma tomando uma cerveja em um bar, não usava as roupas do dojo, estava vestindo uma camiseta vermelha de mangas até o cotovelo e uma jaqueta sem mangas preta aberta, usava um jeans azul nem muito largo e nem justo e chuteiras de futebol de salão brancas.
- Mais meu senhor? – um garçom pergunta, o olhar de Eliéser o fuzila.
- Não, já bebi o suficiente. – o espadachim fala se levantando e deixando o dinheiro de sua consumação na mesa ia se dirigindo a porta quando pára. – Eu detesto que cortem meu raciocínio. – com um movimento veloz ele saca sua grande katana e a passa na orelha do garçom, Eliéser segue seu caminho como se não tivesse feito nada enquanto o homem grita de dor ao chão, sua orelha cai em cima do dinheiro.
- Onde você está irmãozinho? – o espadachim se perguntava quando foi surpreendido pelo alarme de seu celular. – Hum?! Vinte e quatro horas já se passaram, aqueles gêmeos inúteis, eu disse para me ligarem se achassem Célio ou a cada vinte e quatro horas! – Eliéser fala a seu espírito protetor. – Devem estar mortos, bom então vou usar o localizador que coloquei neles. – o espadachim calmamente aperta uns botões em seu aparelho celular e um GPS aparece. – Não estão longe, eu vou até lá. - com um movimento rápido ele some e aparece a porta do galpão em que seus discípulos enfrentaram os discípulos de Hellt.
- Mais rápido do que eu esperava, você tem treinado bastante. – o espírito fala a seu protegido surpreso pela velocidade que o espadachim alcançara. O mestre abre a porta e vê seus alunos mortos ao chão, ele se aproxima e averigua o lugar, começou a fazer uma série de perguntas que ele mesmo respondia.
- Por que vocês não me ligaram? Fácil, porque Célio não estava aqui. Se Célio não estava aqui quem matou vocês? Foram os discípulos de Célio, três deles para ser exato. – falava observando e tocando em tudo. – Por que vocês lutaram? Porque os discípulos perceberam que estavam sendo seguidos e os trouxeram pra cá onde não tinha ninguém para ferir. Por que eles estavam andando sem Célio? Porque Célio está debilitado pela batalha com Alaster e Rosana e está economizando suas forças. Então três dos discípulos de Célio saíram para fazer algo, provavelmente comprar comida, enquanto o outro discípulo e meu irmãozinho ficaram em um esconderijo, meus discípulos toparam acidentalmente com eles na rua e os seguiram, porém os discípulos de Célio perceberam que foram seguidos e atraíram os gêmeos pra cá, meus discípulos lutaram até morrer, estou correto Dárakus?
- Sua capacidade de dedução é surpreendente meu senhor! – Darakus, o espírito protetor, responde.
- Pela textura do sangue não tem vinte e quatro horas que os gêmeos morreram, logo meu alvo não está longe, se eles correram a velocidade máxima com certeza estão distantes mas fazer isso é arriscado demais, se encontrassem com um samurai no meio do caminho estariam mortos sem chance nenhuma de reação devido ao cansaço que a alta velocidade impõe, entretanto podem tranquilamente ter chegado em uma cidade próxima de nossa capital Esmeralda. – Eliéser sai do galpão por onde possivelmente achava que as pessoas que lutaram ali saíram. Vê gotas de sangue no chão que seguiam para oeste, um sorriso se desenha na face psicótica do espadachim.
- Conheço esse sorriso, o que foi que concluiu? – o guardião pergunta.
- Eles estão em Líbir, é certeza! Te encontrei irmãozinho! – a face psicótica de Eliéser assustava até mesmo seu espírito guardião. Como um flash o espadachim some, aparece correndo pelos telhados dos prédios da cidade seguindo em direção a Libir.
- Está imprimindo a super velocidade, não tem medo de estar cansado demais para enfrentar Célio? – o espírito pergunta e escuta uma risada de seu protegido.
- Você sempre tão divertido! Conta outra piada. – Eliéser não considerava a possibilidade de perder para seu irmão mais novo.
- Vai deixar seus alunos mortos naquele galpão? Não se importa com eles? – Dárakus pergunta e escuta uma gargalhada monstruosa do espadachim.
- Um dia você me mata de rir Dárakus! – falou limpando as lágrimas provenientes da gargalhada e continuou correndo para Libir.
.............................................................
- Hei gata me liga, pra você eu arrumo tempo! – Jun fala a uma garota na lanchonete que responde com um gesto pouco amistoso com o dedo do meio da mão direita.
- Bem feito Jun! Será que você não percebeu que a gente não quer chamar atenção? Se você ficar cantando cada garota que você vir isso vai ser impossível! – Evellin fala ao menor.
- Ele não pode evitar, é a natureza dele. – Daniel fala colocando em seu pescoço uma corrente de aço cirúrgico que Hellt o presenteara no aniversário ha algum tempo, a estava guardando durante esse tempo. – Tarado compulsivo, folgado, se acha pra caramba e extremamente fudido! – Daniel fala zombando.
- Ta me tirando seu gordo de merda?! – Jun fala nervoso.
- Percebeu é? – Daniel fala de modo irônico. – depois que eu terminar de comer a gente resolve isso! – o gordinho fala com a mesma feição e nervoso, de repente a moça desfere um soco na cabeça de cada um os pregando no chão.
- EU DISSE QUE NÃO ERA PRA CHAMAR ATENÇÃO, VOCÊS SÃO SURDOS CARALHO?! – a moça grita furiosa pra seus companheiros, chamando mais ainda a atenção das pessoas ao redor. Voltaram a comer calmamente depois do pequeno conflito.
- Eu achei que sendo samurai ia chover mais mulher na minha horta. – o baixinho fala.
- É a maior honra de todas para uma família ter um samurai, é uma grande honra militar, é, eu também achei que seria mais fácil conseguir mulheres. – o gordinho argumenta. – a exceção é aquele colega do Hellt, o tal do Tay.
- Quem é esse? – a moça pergunta.
- Imagina a coisa mais estranha do mundo, multiplica por mil, esse é o Tay, só que isso não é nada, você tem que ver a namorada dele.
- É a garota mais linda que já vi! – o de boné fala animado com um pouco de sangue saindo de seu nariz. – Teve uma vez que esse cara teve uma festa de aniversário e o Hellt levou eu e o Daniel, você e o Antony estavam doentes, nós conhecemos a namorada dele lá e vimos o quanto ele é estranho, tipo não dá pra entender o que ela vê nele...
- Ele não deve ser tão estranho assim se a garota gosta dele, é que vocês garotos julgam pra pior os outros garotos e... – de repente a porta da lanchonete se abre, a figura e a presença da pessoa que adentra o lugar gela na hora os três jovens.
- Senhor? Tudo bem? Você está esperando alguém? Deseja uma mesa? – um garçom fala se aproximando do espadachim que adentrou.
- Eu só estou procurando um fugitivo, você não está me reconhecendo por que estou sem uniforme, eu sou do dojo Ômega, sou conhecido como mestre Eliéser... – palavras acompanhadas de um sorriso maligno.
- Um samurai o dojo Ômega?! Tem muito tempo que não recebemos ninguém desse dojo aqui. – o garçom fala assustado.
- Puta que pariu! – Jun fala baixo e bem devagar. – O Eliéser ta ali na porta, a gente ta muito fudido!
- Vamos ficar quietos que ele não vai nos ver, ele vai passar direto e não vai nem perceber a gente! – a moça argumenta.
- Você deve estar procurando seu irmão não é? Eu vi no noticiário... – fala o garçom ao espadachim de pé.
- Na verdade eu procuro três jovens. – a face psicótica do mais alto assusta o garçom e suas palavras assustam muito mais aos três alunos.
- Como ele sabe que a gente ta em três? Cara a gente vai morrer...! – o loiro fala.
- Tem um senhor sentado ali que está aqui desde cedo, se as pessoas que você procura tiverem passado aqui ele saberá. – o atendente fala apontando para um senhor dormindo numa mesa perto dos três.
- Garçom filho da puta! Deixa ele ir embora! – o de boné falou.
- Garoto, chama esse velho pra mim. – Eliéser fala de maneira imperativa para Daniel.
- Porra o que eu faço agora?! – o gordinho pergunta.
- Cutuca o senhor, mas não fala nada, ele pode reconhecer nossa voz. – a moça fala preocupada e Daniel estende seu braço cutucando o velho, o gordinho não parava de suar e tremer, o garoto cutucava e o senhor continuava dormindo.
- Por que esse garoto ta tremendo? – o garçom pergunta surpreso.
- Não sei talvez... – as palavras de Eliéser são cortadas pelo seu próprio raciocínio do espadachim, o sorriso maligno peculiar se desenha na face daquele homem novamente. – Talvez porque o garoto esteja com medo, porque sabe que não conseguirá se esconder de mim por muito tempo!
- Ele descobriu! – a moça fala.
- Fudeu! – Éder também fala assustado.
- Inferno! – o loiro afirma com medo.
Eliéser saca sua Katana e com um movimento corta fora a cabeça do garçom e parte pra cima dos jovens, uma batalha de grandes proporções está prestes a começar para os discípulos de Hellt, o inimigo agora é o mais cruel dos irmãos Ômega: Eliéser.