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Como não podia deixar de ser, em qualquer fanfic BV dos famosos "três anos" que se preze, deve ter a origem do uniforme que Vegeta passa a usar na saga Cell. Por quê? Acho que é porque é Bulma quem passa a fazer os uniformes dele, então todo mundo fica curioso pra saber como é que isso aconteceu.
E, claro, na minha fanfic vai ter também, mas... Tudo contado à minha maneira...
Capítulo 16
Uniforme novo: A escolha do modelo
Já fazia dias que Bulma estava entretida em seu mais novo ? e trabalhoso ? projeto. Talvez esse fosse o projeto mais inusitado de toda a sua vida. Certo, ela já havia trabalhado em projetos incomuns antes, como na restauração de uma nave namekuseijin quase ?fossilizada?, mas nada tão incomum como aquilo.
Estava mais pra estilista do que pra cientista.
Sentada diante de sua prancheta de desenho, ela rabiscava sem parar. Parecia brincadeira de quem não tinha o que fazer, mas a coisa era séria.
Sua ideia? Bolar um novo uniforme para Vegeta.
Motivos? Primeiro, porque toda roupa que ele usava virava farrapos em apenas uma ou duas sessões de treino. Segundo, porque ele reclamava que as roupas, além de serem ?descartáveis? por não aguentarem quase nada, eram desconfortáveis e prejudicavam seus movimentos. E terceiro, porque ela achava que seria capaz de fazer um traje com a resistência mais próxima possível do antigo uniforme do saiyajin.
Era uma tarefa bastante árdua, que ela faria em quatro fases. A primeira fase era obter um material semelhante a aquele do uniforme velho. Foram horas a fio, encurvada sobre o microscópio, para descobrir qual era a composição e como estavam organizadas as moléculas do tecido do collant e do material emborrachado das botas, das luvas e da armadura. Depois de muitos cálculos e de muitos testes de resistência no laboratório, Bulma, auxiliada pelo pai, havia conseguido sucesso na confecção dos materiais.
Ela agora estava na segunda fase de seu projeto. Criar um design para esse traje, próximo do antigo que ele usava. Aquilo estava mais para um quebra-cabeça. Principalmente porque, mesmo fazendo um bom tempo que Vegeta estava hospedado ali, ela não sabia quase nada sobre os gostos dele. Só que ele, aparentemente, gostava de azul.
Mas qual tom de azul? Ela já o havia visto com dois uniformes diferentes. Um azul tipo royal, com armadura de ombreiras, e o outro, que era aquele que estava todo esfarrapado quando resolveu reaparecer, na cor azul-marinho e com armadura sem ombreiras. Desenhou quatro possibilidades: uniforme azul royal com a armadura de ombreiras, outro, azul-marinho com a mesma armadura, depois o azul royal, mas com a armadura sem ombreiras e, por fim, o azul-marinho com a mesma armadura.
Ainda assim a dúvida persistia, embora ela preferisse fazer uma armadura sem ombreiras. Era mais fácil de se construir, gastaria menos material e, de quebra, não ?achataria? tanto o físico do saiyajin. Muito pelo contrário, até o deixaria parecer mais alto.
Só de imaginá-lo com um traje criado por ela, já começava a ficar ruborizada...
- BULMA...! HORA DO ALMOÇO!
A voz de sua mãe logo a tirou do devaneio momentâneo.
- Já tô indo! Só mais um minutinho!
Organizou os papéis com os desenhos e logo saiu para almoçar na cozinha. Depois do almoço, vinha a etapa mais difícil da fabricação do uniforme. Como o antigo uniforme já estava todo puído e relaxado, precisaria tirar as medidas de Vegeta para o novo traje.
Seria uma dureza negociar com ele...
Bulma foi a última a chegar à cozinha. Até mesmo o saiyajin estava lá, junto com os seus pais, diante de uma pilha de dez pratos já vazios. Vegeta nem fez questão de olhar para ela, preferia continuar a devorar o seu décimo primeiro prato de comida.
A cientista colocou comida em seu prato e sentou na única cadeira que havia sobrado, justamente em frente a ele. Começou a comer e, na hora em que levantou os olhos azuis à procura da jarra de suco, acabou encontrando os olhos dele.
Ambos se enrubesceram. Bulma bebeu suco num gole só e Vegeta quase se engasgou com a comida. Eles mal se falavam desde o dia em que estiveram no cinema. Só o estritamente necessário acerca de manutenções.
Bulma logo arranjou um assunto:
- Eeeeh... Vegeta... Como... Como é que tá seu treinamento...?
- Mmmfmfmfffmmffmmffffffff...
- Ai, tenha modos... Engole a comida primeiro, depois fala! Isso é nojento!
- Por que tanta curiosidade por causa do meu treinamento? ? Vegeta perguntou após engolir a comida. ? Se quer mesmo saber, estou evoluindo. Acho que não demoro muito pra chegar ao Super Saiyajin. ? sorriu, enquanto bebia mais um copo de suco.
Chance perfeita pra chegar direto ao ponto.
- Você lembra que outro dia te falei sobre um uniforme novo?
Ele apenas grunhiu.
- Bom, acho que posso interpretar isso como um ?sim?, não é? Bom, eu andei fazendo alguns desenhos dos projetos pro seu uniforme novo e...
- Quê? ? o saiyajin a interrompeu. ? Aquele uniforme meu é feito de material bem diferente do das roupas terráqueas. É uma tecnologia avançada demais para a compreensão de vocês.
Agora era Bulma que sorria toda triunfante.
- Por que esse sorriso?
- Não é óbvio? ? ela perguntou. ? Meu pai e eu conseguimos fazer o material do seu novo uniforme!
-...? ? Vegeta ficou surpreso.
- Deu bastante trabalho ? interveio o Sr. Briefs. ? Mas conseguimos fazer um material bem próximo do seu antigo uniforme, embora a elasticidade seja um pouco menor. Mas, em compensação, a nova armadura pode ser mais resistente do que a antiga.
- E como vocês sabem que esse tal material é resistente?
- Fizemos todos os testes possíveis de laboratório e, no caso das armaduras, exaustivos testes de diversos tipos de impacto. Reproduzimos impactos equivalentes à força de um golpe seu.
- E... Como conseguiu calcular o impacto causado por um golpe meu?
- Bom, foi através de uma das janelas da nave. Um dia, tive a curiosidade de avaliar como os mini-robôs que eu construía e consertava sofriam os impactos de seus golpes. Vendo isso, consegui fazer uma quantificação aproximada do impacto de um soco seu, por exemplo.
Vegeta escutava o professor com rara atenção. Ele prosseguiu:
- A partir disso, fizemos testes de laboratório reproduzindo os seus golpes. Realmente deu muito trabalho, porque os golpes de um saiyajin são extremamente fortes! É impressionante a força da sua raça!
Aquela última frase, evidentemente, inflou o ego do príncipe saiyajin:
- Claro, sou o melhor da minha raça!
- Convencido! ? Bulma o alfinetou com um sorriso sarcástico. ? Você pode ser forte, mas eu e o meu pai somos gênios! Ah, sem contar que, até agora há pouco, você estava boquiaberto! Quem manda subestimar os terráqueos?
O sorriso de canto de Vegeta logo sumiu, deixando lugar a um ar pensativo. Ele realmente tinha subestimado a inteligência daqueles dois terráqueos. Eles só não tinham poder de luta em nível ?aceitável? para ele.
Bulma afastou a pilha de pratos vazios pro lado e pôs na frente do saiyajin um papel rabiscado.
- Que é isso? ? ele perguntou.
- Eu estive desenhando alguns modelos para o seu uniforme novo e também pra armadura. Só que eu fiquei com dúvida sobre qual modelo de armadura você prefere...
O saiyajin analisou com atenção os rabiscos dela. Ele percebeu que ela havia até tentado fazer um esboço dele, inclusive o rosto e o cabelo. Ficou mais alguns instantes olhando para aqueles desenhos, até que a cientista perguntou:
- E então? Já decidiu?
- Hm?
- O modelo do uniforme e da armadura!
- Este aqui! ? ele apontou no papel.
O modelo escolhido era o azul royal com uma armadura sem ombreiras e com alças no lugar. Era bem melhor do que os antigos que usava, e que o faziam se lembrar de quando era soldado de Freeza, seu carrasco.
Mas ainda não acreditava que Bulma estava mesmo disposta a fazer um uniforme novo para ele.
- Bom, agora vou precisar tirar todas as suas medidas pra terminar o seu traje. ? ela disse.
- Medidas?
- É claro! Ou você vai querer um uniforme apertado ou frouxo demais? Acho que não, né? O jeito é olhar medida por medida, cintura, ombros, tórax, bíceps... Bem, vou buscar a fita métrica e já volto!
Bulma saiu da cozinha e foi até o laboratório, deixando lá um saiyajin abobado. Só depois de alguns segundos é que lhe caiu a ficha:
- Minhas... Medidas...?