Oi galerinha... mais uma vez, com mais um capitulo. Não sou de falar muito, portanto tenha apenas duas coisas a dizer:
***Capitulo não betado!
***Boa leitura!
Mestres e discípulos!
“O ato de crescer está na capacidade de compreender as pessoas. Aceitá-las como são é, apenas, um progresso do crescimento”.
O pequeno heliporto que o grande mestre havia preparado para receber “os futuros discípulos” estava lotado. Saori, acompanhada de perto por Seiya e quatro cavaleiros de ouro — sendo eles... Shaka, Camus, Milo e Aiolia. — aguardava o aterrissar da nave.
Ansiedade, insegurança e medo eram sentimentos predominantes no santuário. Todos os cavaleiros de ouro — com exceção de Dohko e Camus que já conheciam e tinham certa “intimidade” com seus discípulos. — estavam nervosos. A maioria iria, pela primeira vez, ter discípulos. Passar conhecimentos a outra pessoa era difícil. Principalmente com adolescentes de mentes formadas e cheios de opiniões próprias. Manter isso era quase impossível e muitos tinham medo de falhar como mentores.
Milo, por exemplo, estava extremamente nervoso. Introspectivo e muito pensante. Camus, o cavaleiro de aquário, — seu amigo e amante — estava começando a ficar preocupado com o loiro. E não era para menos... Milo, o cavaleiro de ouro de escorpião, um falado nato... alguém que passava com facilidade essência de ator pornográfico e mestre em malandragem, tinha passado os dois últimos dias calado... pensativo!
Adquiriu uma postura responsável. Não que o mesmo não o fosse responsável. Apenas ele não tinha essa aparência/essência e quem o visse pela primeira vez e sem armadura o chamaria decriança libertina na cara dura.
— O que há com você? Milo. Parece preocupado. — a voz fria do aquariano chegou ate os ouvidos do grego. Milo não respondeu, apenas olhou de esguelha para o ruivo. — não me diga que esta assim por causa dos pequenos cavaleiros de bronze? — perguntou, sarcástico. Era quase impossível isso vir de Milo
— Pequenos...? — o loiro ergueu as sobrancelhas, indignado. Nem de longe poderiam chamar os bronzes boys de pequenos. “Se queriam ser respeitado, então tinham que respeitar primeiro”. Esse seria um pequeno argumento a ser usado como reposta a pergunta do cavaleiro de aquário, no entanto o sorriso ladino no rosto de Camus fez um pequeno rubor subir por sua face. — Não seja ridículo Camus. Na verdade, isso é o que menos me preocupa. — falou, altivo. Camus esboçou um vago sorriso. Conhecia bem o amante. Sabia que o mesmo estava mentido. Que na verdade estava apavorado por possivelmente não saber lidar com a situação.
— E o que seria então? Não é você que sempre faz piada de tudo? Não vai dizer que isso tudo é algo descabido? — o aquariano alfinetou a meia voz.
O escorpiano trincou o dente e fechou o punho. Camus estava pisando em terreno perigoso.
— Não ouso expor meus pensamentos. — falou, acalmando-se. Estavam na presença de Athena.
— Nem mesmo pra mim? Pensei que não tínhamos segredos, independentemente de qualquer que fosse a situação. — Milo não respondia as alfinetadas do namorado. Sentou-se no chão, cruzou os braços e as pernas, e ficou igual a uma criança birrada.
Aiolia, que estava próximo ao casal, sorria divertido com a situação. Também tinha notado a mudança do amigo escorpiano. Mais ate que o entendia. Ele também estava nervoso. Ainda mais porque, de acordo com as regras e a colocação dos signos, ele treinaria Ikki... o mais complexo dos cavaleiros de bronze.
Shaka também estava nervoso, não por receber um discípulo. Não era a primeira vez que treinava jovens aspirantes a cavaleiros, mas... — por conta de seus sentimentos conturbados — o loiro ainda se sentia desestabilizado. Não estava preparado para tomar conta de outra pessoa.
Suspirou fundo. Não tinha ideia de como sua vida iria prosseguir dali em diante. Aiolia mirava suas parcas ações e se sentia incomodado com elas. Não conseguia acreditar que Shaka ainda não tinha conseguido suprimir seus sentimentos.
— Você também está preocupado com meros cavaleiros de bronze? — o leonino resolveu puxar conversa. — são apenas pirralhos. Tudo o que temos fazer guiá-los.
O virginiano “olhou” sereno para o leonino. Tinha preocupação nos olhos verdes do grego e mesmo com os olhos fechados o indiano conseguia perceber. Pior que não ter seu amor correspondido, era receber aquilo. Aquele tipo de sentimento. Não queria a pena de Aiolia, nem a preocupação dos demais.
Existem batalhas que um homem deve lutar sozinho e aquela era uma delas. Precisava vencer sozinho. Por Athena... era a reencarnação de Buda e deveria agir como tal.
Virou-se para o lado oposto ao leonino.
— Não se esqueça de que esses pirralhos, ao qual você se refere, nos deram uma canseira e tanto. Venceram cavaleiros de habilidade superior. E mostraram que estavam protegendo a verdadeira paz. Então Aiolia, trate-os com respeito.
O leonino soltou um singelo sorriso.
— Nossa Shaka. Como você está azedo.
— Azedo não. Apenas demonstro a maturidade que tenho. — ralhou ríspido.
Pequenos burburinhos denunciavam as discussões paralelas entre os quatros cavaleiros dourados. Cada qual mostrando seu ponto de vista em relação àquela situação. Saori e Seiya, que estavam mais afastados do grupo, atentavam-se a cada detalhe. Mesmo que os mais velhos tentasse disfarçar. Os dois sabiam... todos estavam discordando.
— Saori, tem certeza que isso vai dar certo? Quer dizer... eu não quero ser pessimista e nem sou contra ao seu plano, mas... apenas... acho que...
— Eu entendo sua preocupação Seiya. — Saori mirava seus cavaleiros com certa apreensão. Sorriu os sorrisos dos aflitos. — eu também estou preocupada e rezo para que essa convivência entre eles e vocês deem certo. Fico muito aflita ver que você Seiya e os outros cavaleiros, ainda carregam fantasmas das batalhas e guerras passadas.
O japonês escutava atentamente a jovem ao seu lado. Queria abraçá-la. Confortá-la. Dizer que ela não precisava se preocupar com eles. Que aqueles problemas de convivência era algo que somente o tempo iria ajudar a resolver.
Desejou, por aquele momento, não ser um cavaleiro e que Saori não fosse Athena. Ser alguém normal. Alguém que pudesse alcançar a bela jovem ao seu lado, mas era apenas um cavaleiro de bronze e como tal devia respeito a sua Deusa.
— Não deveria... — falou com altives. — ficar aflita, eu digo. Fazemos isso porque é nossa obrigação como cavaleiros. — a virginiana baixou o olhar.
As palavras do japonês, embora tivesse logica, a deixou decepcionada. Mas sabia que não podia culpá-lo. Não deveria esperar muito de Seiya. Claro, para as gerações futuras, o sagitariano era um exemplo de força e coragem. Era um ótimo amigo e sempre que estivesse em perigo tinha certeza que ele seria o primeiro a ir ajudá-la. No entanto, a moça queria mais que isso. Seu intimo desejava o amor do cavaleiro de Pégaso.
Sabia que era errado. Seu coração, alma e corpo, eram pertences da Deusa Athena. Era a representante da paz na terra. E isso tinha sido escrito bem antes de seu nascimento. Entretanto, ela também tinha um lado humano. Tinha um coração que pulsava feito louco dentro do peito. O mesmo sangrava... sentia amor. Oprimia-se de desejos e outros sentimentos.
Era uma mulher. E, do mesmo jeito que amava o seu mais estimado cavaleiro alado, queria ser amada pelo mesmo. Ela e Seiya tinham amadurecido suas personalidades — privadas e cósmicas — em batalhas, cada qual carregando seu fardo. E foi através do cavaleiro de bronze de Pégaso que ela encontrou o que todos — desde o nascer ao morrer — procuram...
— Tenho certeza absoluta que nenhum de vocês, cavaleiros, falhará em suas obrigações. Por isso que vou impor essa situação como uma obrigação. — Saori falou, um pouco ranhosa e bastante decepcionada com o cavaleiro de Pégaso.
Seiya achou melhor se calar. Conhecia muito bem a moça ao seu lado. Sabia que apesar de sua voz serena e seu rosto pacifico, algo na frase que ele tinha dito, não tinha agradado em nada a jovemDeusa.
“Ah, como ela é bonita!” — pensava o cavaleiro. Mesmo irritada... era bela! Pena ele ser um cavaleiro de armadura bronzeada. Saori nunca o olharia com outros olhos... o de amor, talvez... e nem tão pouco se preocuparia tanto com ele como estava preocupada com os cavaleiros de ouro. Isso o frustrava.
— Eles chegaram... — escutou-a murmurar.
O sagitariano olhou de volta para o heliporto no exato momento em que o avião pousava.
— Vamos lá recebê-los. — Seiya, colocou as mãos no bolso de sua surrada calça jeans, e foi andando na frente para receber os amigos. Saori o seguiu com um sorriso amargo. Era melhor assim...
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Assim que saíram do heliporto... todos os cavaleiros, incluído os recém-chegados, se dirigiram ao santuário. Saori seguia a frente junto com Seiya. Os bronzes boys logo atrás dos primeiros e os quatros dourados ao final.
Shaka avaliava, pelos passos, a postura de cada adolescente ali. Seiya, embora estivesse ao lado de Athena, parecia ansioso. Talvez a chegada dos amigos tivesse o animado. Podia-se ver de longe que o japonês era um jovem encrenqueiro e muito enérgico. Totalmente diferente de seu futuro mestre, afinal Aioros era um pessoa desligada, e do pouco que se lembrava, o sagitariano nunca tinha sido encrenqueiro. Mas claro, não podia dizer com certeza. O cavaleiro de ouro protetor do nono templo era sete anos mais velhos que ele.
Shiryu não exibia muito interesse. O virginiano ate se ariscaria a dizer que, talvez, entre os cavaleiros de bronze, fosse o mais centrado. E em nada se parecia com Dohko. O cavaleiro de libra, também ressuscitado e exibindo um aparecia um pouco mais jovial, (não tinha aparecia de um jovem de 18 anos, mas ainda conseguia vestir a armadura de libra) quando mais jovem era ate extrovertido. Constatou isso pelo pouco que pode conviver com ele, depois de ressuscitado, afinal, anteriormente, dificilmente Dohko saia da montanha de Rozan.
Geki era um jovem alto. De gargalhada estridente e parecia estar observando tudo ao redor. No seu ponto de vista, Aldebaran finalmente iria ter com quem disputar força bruta entre outras coisas... inclusive quem gargalhava mais alto e espalhafatosamente.
Não tinha muito que dizer sobre o cavaleiro de lobo. Nachi tinha um semblante sonolento. Possuía uma postura ereta e estava com cara de desinteressado. Mascará da morte iria ter problemas. Mais nada que o canceriano não pudesse lidar.
Ban exibia uma expressão fechada. De pessoa seca. Que não se dobraria fácil. Shura, embora tivesse uma aparência tranquila, era enfezado, com certeza a decima casa zodiacal se tornaria uma zona de combate.
Ichi tinha uma aparência estranha. O cavaleiro de bronze de Hidra com certeza teria problemas. O mesmo não era nenhuma visão exótica e nem tão pouco bela, mas seu futuro mestre com certeza era, além de exótico... belo. Muito belo, diga-se de passagem.
Hyoga era quieto. O cavaleiro de cisne exibia a mesma essência de seu mestre. Algo entre o austero polido e o ditador mão de ferro, mas se esse também fosse o caso do cavaleiro de cisne, tinha certeza de que o mesmo era um bom amigo. Só estava começando a ficar preocupado com o olhar que ele constantemente lançava para o cavaleiro de escorpião. Era como se o tivesse desafiando.
O cavaleiro de unicórnio tinha um misto de malandro sabe-tudo. Um encrenqueiro de linha dura. Podia ver através da aura do cavaleiro o desejo de se testar. De meter as caras e fazer, mesmo que não desse certo, ao menos iria estar registrado que tentou.
“Pupilo perfeito para o Milo” — pensou e soltou um ínfimo sorriso bobo.
— Parece que alguém está se divertindo muito. — Aiolia falou alto. Não pode deixar de notar no sorriso iluminado do cavaleiro de virgem. — faz tempo que você não sorrir assim. Está escolhendo qual deles vai pegar como discípulo?
O virginiano ficou vermelho. As observações de Aiolia estavam ficando mais pessoais. Mais minuciosas. E por vezes, quase constantemente, o desconcertando.
— Ora, Aiolia. Isso não é verdade. Além do mais, eu já sei qual deles vai ser meu discípulo. — Shaka falou tremido, sua expressão se atentou para seu futuro discípulo. Muitos riram do desconcerto do indiano.
— Hum... ele deve é estar muito está feliz. Pois, agora, está chegando homem no santuário. — Ikki, que assim como os demais não tinha se pronunciado em nada, falou áspero. Frio. Belicoso.
As risadas cessaram, olhares tensos foram dirigidos do cavaleiro de fênix para Shaka. Ikki era ousado. Exibia uma postura rebelde e cheio de si. O indiano franziu o cenho para o leonino. Saori notou que dali poderia provir uma futura discursão e tratou de intervir. Shun e Aiolia também.
— Ikki...
— Nii-san...
— Ora, seu moleque...
Shaka, porem, tranquilamente ergueu a mão e pediu para que sua Deusa e os outros dois não intervissem. Para o espanto de todos, nada aconteceu quando o loiro abriu seus olhos. Aproximou-se calmamente do leonino ate ficar cara a cara com o mesmo.
— Mostre-me Ikki. — o virginiano pediu calmo. Seus olhos azuis celeste conectaram com os azuis anil, quase violeta, do cavaleiro de fênix.
— O-o que? — o moreno recuou. Os olhos de Shaka pareciam duas lanças intimidadoras.
— O homem! — falou intimidador. — não foi você mesmo que disse que estavam chegando homens ao santuário?! Pois bem, o santuário fica logo afrente e eu ainda não vejo homem nenhum chegando ate ele.
Ikki piscou confuso. Shaka estava próximo demais. Suas palavras, embora calma, continham uma incitação muda. Acuadoras. E Ikki detestava a sensação. Sentir-se acuado não lhe caia bem.
— O que foi Ikki, o gato comeu sua língua? Porque não me responde? — indagou o indiano de forma belicosa.
— Ora, loiro. Você não pode me culpar por pensar algo assim. Você é que estava nos secando e sorrindo. — falou, fitando o indiano.
— Como você é infantil. Eu não estava secando vocês e sim avaliando. — explicou — quer saber o que eu vi em minhas avaliações? — os olhos de Shaka brilhavam. — vocês não vão durar uma semana aqui.
Ikki sorriu desafiador. A seu ver, Shaka seria a ultima pessoa naquele santuário que poderia lhe dizer algo do tipo. Aproximou seu rosto do indiano, parando ao sentir a respiração do outro chocar-se com a sua. Quem não estivesse acompanhando aquela conversa de perto, logo pensaria que os dois cavaleiros estavam próximos a se beijarem.
— Acho que você é a pessoa menos qualificada para falar algo assim. Caso não se lembre... eu, ikki de fênix, ganhei de você Shaka de virgem.
O sorriso de Ikki se alastrou ao ver Shaka trincar o dente e estreitar os olhos em sua direção. Shun, na tentativa de evitar um conflito interveio nas palavras do irmão.
— Agora, já chega! — disse firme. Postou-se entre o irmão e o cavaleiro de virgem — Shaka, por favor, perdoe a falta de respeito do meu irmão. Ele apenas está zangado por causa de alguns acontecimentos recentes.
Shaka ponderou. Estavam na presença de Athena e a mesma não merecia tal desrespeito. Deu as costas para os irmãos e sorriu de forma arrogante.
— Está certo. — falou. Calmo. — Ikki terá tempo o suficiente para ver que vocês tiveram sorte. E que por mais que venham tempestades, um raio nunca cai duas vezes no mesmo lugar.
— O que você quer dizer com isso? — Ikki vociferou.
— Você verá Ikki! Você verá! — o virginiano disse calmo. — agora, é bom que retomemos a caminha, ainda existe muita coisa a ser feita no santuário. — voltou para o lado de Aiolia. Ikki fez menção de avançar em virgem. Mais Shun o deteve. Elevou suas pequenas mãos ao peito do irmão e pediu, de forma muda, para que o mesmo deixasse pra lá.
Ikki e Shun, embora fossem irmãos, não eram nada parecidos... a começar pela aparência.. o cavaleiro de fênix era alto, moreno. Seu cabelo era curto e seu olhar agressivo. Era musculosamente bem formado! Cada forma estava distribuída com precisão. O cavaleiro de Andrômeda, por outro lado, era baixo franzino e de pele clara. Possuía cabelo comprido e fino. No entanto, se os colocassem lado a lado, daria para notar as semelhanças...
Enquanto o cavaleiro de fênix era rígido e agressivo, Andrômeda possuía, em igual intensidade, firmeza e gentileza. Ikki impunha respeito pelo temor. Shun impunha respeito pela bondade. Ou seja, ambos os irmão era intensos e firmes naquilo que queria. Se fosse para classificar quem dos dois era mais forte, então esse seria Shun. O pequeno e frágil virginiano não se intimidava pela marra do irmão, enquanto que, com seu olhar firme, Ikki retrocedia.
— Discípulo perfeito para você? — Aiolia tinha acompanhado a trilha de raciocínio do amigo e feito à mesma avalição com os irmãos.
— Acho que fênix e você se darão horrivelmente bem! — sentenciou o loiro. — ambos são totalmente inoportunos e brigões.
Aiolia fechou o semblante. Não gostou de ter sido comparado com o moreno, mas aquilo também não era motivo para brigas, então achou melhor somente caminhar. Chegar ao santuário para ajudar os outros agora era a prioridade.
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Ao entardecer a arena estava lotada. Aspirantes e cavaleiros dividiam o mesmo espaço. Athena e o grande mestre estavam no topo da arena. Ficou decidido que uma pequena cerimonia seria executada. Todos deveriam saber sobre suas novas funções dali por diante.
Todos estavam presentes. — até mesmo Dohko havia voltado para o santuário, dessa vez seria por um período considerável de tempo. — dali por diante, ate que Shiryu estivesse totalmente pronto para sucedê-lo, ele, o cavaleiro de libra protegeria a sétima casa zodiacal.
Shion, com as responsabilidades de ser novamente o grande mestre do santuário, fez um discurso, alertando os jovens sobre as responsabilidades de ser um guerreiro protetor de Athena e da paz na terra. Mencionou as dificuldades existentes em tal função. E que, por mais que tivesse batalhas do qual cada um tivesse que lutar sozinho, o companheirismo e a amizade deveriam existir sempre.
Aioros falou sobre valores humano — dignidade, coragem, respeito principalmente amizade. — nesse momento seu olhar sibilou para o cavaleiro de Gêmeos, que desviou o olhar sentindo-se pequeno. O discurso do protetor da nona casa foi bastante emocionante. Aioros que durante muito tempo carregou o estigma de traidor, agora, era considerado o mais sábio e honrado cavaleiro de ouro de Sagitário. Um exemplo para todos!
Os outros também falaram um pouco. O único que não quis falar nada foi Saga. O cavaleiro de gêmeos afirmou que não se sentia digno de ser alvo de respeito. Todos entenderam o seu lado. As feridas ainda doíam. Os acontecimentos passados ainda brincavam de oscilar na mente de cada um que fez parte daquela guerra.
Quando chegou a vez de Saori discursar, todos lhe deram atenção. O olhar sereno da jovem passou pelos rostos lívidos e ate admirados. Desejou que seus cavaleiros vivessem sem culpa e que se esforçassem para forma o futuro para as gerações futuras.
— Primeiramente, quero agradecer a cada um de meus cavaleiros, pois se estou aqui hoje, é somente porque cumpriram bem o papel de vocês. — falou. Sua voz transmitia muito sentimentos aos homens postados na arena. — agora, nesse tempo de paz, preciso mais uma vez da ajuda de vocês. — seu olhar se voltou para os cavaleiros de ouro e estes a reverenciaram com um maneio de cabeça. — necessito que cuidem, não só do treinamento, mas também da educação e do caráter dos cavaleiros que representaram a presente geração.
Seiya, Shun, Hyoga, Shiryu, Ikki, Jabu, Nachi, Geki, Ban e Ichi foram apresentados aos seus mestres. Mu e Saga tinham ficado sem discípulos, por isso, Athena ordenou que Kiki, que era anteriormente ensinado pelo ariano, também participasse dos treinos junto com os cavaleiros de bronze. Ou seja, Mu continuaria a ensiná-lo.
Saga, como não teria discípulo de forma alguma, ficaria encarregado pelas disciplinas educacionais ministradas em salas de aula.
— Saori, você está querendo dizer que vamos passar algum tempo sentado em cadeira estudando sobre coisas desnecessárias? — Ikki indagou. Não estava gostando nem um pouco da historia. Como se já não bastassem ter que treinarem com os cavaleiros de ouro, cujo qual eles já tinham derrotado, agora teriam que estudar também.
— Sim Ikki. É exatamente isso. — Saori respondeu. — vocês vão estudar. Também irão fazer faculdade, portanto, preparem-se!
— Mas Saori...
— Ikki eu quero que entenda uma coisa... — o jovem maneio seu semblante. — para que não haja perdas em uma batalha é preciso guerrear com sabedoria. Como vão ter sabedoria, se a única forma que aprenderam foi com os punhos?
Ikki trincou o dente, mesmo assim, ficou calado. Se essa era a ordem de Athena não poderia descumprir. Passado as apresentações, Saori ordenou que todos aproveitassem a comemoração. Que se divertissem, pois o dia seguinte seria muito cansativo.
A cerimonia/festa de boas vindas para os cavaleiros de bronze durou ate tarde. Na segunda pela manhã ainda tinha muitos cavaleiros com cara de sono... entretanto, isso não impediu que a semana programada começassem
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Mais uma vez a arena de treinamento do santuário estava lotada. Athena prevendo que todos ficariam amontoados e com pouco espaço, fez dois grupo de treinamento. Os dourados de numeração impar e seus discípulos treinariam pela manha, enquanto os outros estudariam letras e outros conhecimentos com Saga. Sendo o inverso no segundo horário. Os grupos se encontrariam somente durante o almoço e nos dias de folga.
E assim os mestres dourados — Mu, Aiolia, Dohko, Aiolos e Camus. — juntos de seus discípulos — Kiki, Ikki, Shiryu, Seiya e Hyoga. — ocuparam a arena. Enquanto isso, Geki, Nachi, Shun, Jabu, Ban e Ichi, junto de outros aspirantes, estavam em sala de aula com Saga. Aprendendo sobre outras culturas e idiomas de outras nacionalidades. Deixando assim seus mestres livres para fazer a defesa do santuário se algo acontecesse. Não era porque estavam em uma era de paz que deveriam ser descuidados.
Shaka subia calmamente as casas zodiacais. Estava indo de encontro ao templo de Athena. Precisava conversar com sua Deusa. Esclarecer algumas coisas que o incomodava. Sabia que, mesmo jovem, Athena era sabia. Poderia compreendê-lo ou mesmo quem sabe, dar-lhe uma sugestão sobre o que deveria fazer.
Ao chegar ao pé da escadaria do templo de escorpião, avistou Milo vestido com sua armadura e andando de um lado para outro segurando o queixo. O grego ficou imensamente feliz ao ver Shaka. Naquele momento precisava de alguém que lhe ajudasse. Que pudesse lhe dar uma luz ou mesmo o colocar no caminho certo. Logo, logo teria sua primeira experiência como mestre e não sabia exatamente por onde começar.
— Shaka que bom que veio! — exclamou assim que o loiro terminou de subir o ultimo degrau. — preciso de sua ajuda.
O indiano, pego de surpresa pelas palavras do colega, sorriu sem graça. Nas condições que estava não conseguia nem ajuda a ele mesmo.
— Milo, agora não. Eu...
— Por favor, Shaka. Prometo que não durara mais que alguns segundos. — falou depressa. Segurando o braço do virginiano.
Shaka não teve outra escolha se não acompanhar o cavaleiro de escorpião ate a parte habitável do templo.
— Espero que realmente seja rápido, preciso ir conversar com Athena! — advertiu em uma ultima tentativa.
— Prometo que será! — o cavaleiro falou feliz.
Ao chegarem totalmente dentro do templo, Milo acomodou Shaka. O virginiano negou todas as bebidas oferecidas pelo grego. Não podia se demorar ali. Logo seria hora do almoço e precisava com urgência falar com sua Deusa.
— Vamos Milo, pare de enrolar e diga logo o que quer! — pediu o indiano. Seu tom saiu um pouco ríspido, mas já tinha deixado claro que seu tempo era curto.
O escorpiano suspirou frustrado. Não sabia como explicar o que queria. Ou melhor, como diria ao virginiano que estava com medo.
— Queria uma dica... algumas palavras já são o suficiente... — Shaka ergueu uma de suas loiras sobrancelhas.
— Não estou entendendo Milo! — falou o indiano. Não sabia exatamente sobre o que o loiro estava falando, ou como poderia ajudá-lo.
Milo pigarreou indeciso. O certo seria conversar sobre seus temores com Camus. O cavaleiro de aquário lhe entenderia melhor do que o virginiano. No entanto, dizer a Camus que estava com medo do iminente, seria o mesmo que admitir que o aquariano estivesse certo em suas suspeitas.
— Estou com medo Shaka! — o grego afirmou. — estou com medo de não conseguir disciplinar Jabu corretamente. Medo de decepcionar nossa Deusa.
O indiano estagnou com a sinceridade escorpiana...
Milo era um homem bem complexo. Com seu ego sempre inflado. Não era uma pessoa que admitia medo fácil. Foi então que algo dentro de sua mente se iluminou.
Estava tão concentrado no problema de seu coração e nos distúrbios que o mesmo estava causando em sua personalidade que nem pensou que alguns de seus amigos também pudessem estar com problema. Talvez, não somente Milo, mas... Shura, Afrodite, Mascara, Aiolia, Aldebaran, poderia estar passando pela a mesma situação do cavaleiro de escorpião. Eles também poderiam estar apavorados com suas novas funções. Para todos... aquela seria a primeira vez com discípulos.
O indiano sentiu-se intimamente culpado.
Ele como o cavaleiro mais próximo de Deus, deveria ter notado os sentimentos receosos de seus companheiros. E com sua sabedoria dar-lhes um pouco de conforto. Uma conversa com os outros poderia ser algo a ser pensado. Se os veteranos se reunissem e colocassem com palavras suas experiências como mestres, quem sabe todos passariam por aquela provação imposta por Athena mais confiante em si e mais unidos uns com os outros...?
A guerra tinha imposto a eles seus deveres como cavaleiros. Mais cada qual deveria ser responsável não só por suas respectivas casas, como também pelo santuário. Nenhum deles, por mais fortes que fosse, não conseguiria vencer a guerra contra os deuses sozinhos. Era por isso Athena tinha oitenta e oito constelações ao seu dispor.
Eles deveriam unir-se para confrontar.
— Então é isso? — Shaka murmurou. Agora entendia os sentimentos de Athena.
— Ridículo não é? — Milo sorriu nervoso. — eu o grande Milo de escorpião com medo de ensinar...
O virginiano balançou negativamente a cabeça.
— Escute Milo, tenho uma solução para o seu problema. — o escorpiano franziu a testa. — hoje, depois do primeiro dia de treinamento dos meninos de bronze, nós, os cavaleiros de ouro, vamos ter uma reunião.
Milo arregalou o olhar. Tinha decidido conversar com o virginiano porque não queria colocar seus problemas para conhecimento do aquariano. Agora eles seriam colocados ao conhecimento do santuário inteiro.
— Shaka, eu queria te pedir um favor. — começou tremulo.
Shaka sorriu. Sabia dos receios de Milo sem que o mesmo precisasse lhe contar.
— Não se preocupe. Camus não ficará sabendo que foi você que me deu essa ideia.
O cavaleiro de escorpião engoliu seco. Às vezes o protetor da sexta casa lhe dava medo. Mesmo assim decidiu confiar no loiro indiano.
Continua...