|
Tempo estimado de leitura: 5 horas
14 |
Capítulo 7: Amigos de infância se enfrentam
- Antony toma sua espada. – Hellt fala entregando a espada ao garotinho.
- Você não ta bem ainda, não consegue sincronizar com o Farfinir direito! Eu vou te ajudar a lutar.
- Não se preocupa Antony, esse cara é problema meu. – Hellt fala entrando em posição de luta.
- Esse garoto não é seu filho correto? Ele é um dos discípulos que te ajudaram a matar o mestre Adamastor. – Elias fala.
- Não é verdade! O Hellt não matou ninguém e eu também não!
- Usar um garoto tão novo para um plano tão cruel não foi uma atitude boa velho amigo. – o de kimono preto afirma entrando em posição de luta similar a de Hellt, ele ergue sua cabeça revelando seu rosto, seu cabelo preto bem curto, sua pele parda, seus olhos pretos e sua barba a fazer, fazia anos que Hellt não o via, mas ele não havia mudado muito, uma lembrança vinha a sua cabeça:
“- Vamos colocar umas bombinhas debaixo da cama do Alaster? Vamos vai ser legal!” – Hellt com 17 anos fala a Elias e a outro garoto no dojo já com as bombinhas na mão.
“- Seu irmão vai ficar furioso cara! Mas ele vai saber que foi a gente que armou pra ele, aí a gente se ferra.” – Elias com 14 anos fala.
“- Já sei, a gente pode dizer que a gente não tava aqui na hora porque foi fazer alguma coisa pro mestre Adamastor, o mestre Alaster vai ficar furioso mas não vai ter como provar que foi a gente.” – um outro garoto gordinho de 9 anos fala.
“- Tay você é genial! O pai sempre me pede pra fazer algo, é só esperar ele pedir que a gente faz a armadilha pro Alaster, somos muito crueis!” – Hellt falara em tom de piada, depois dessas lembranças um leve sorriso se desenha na face do mais alto.
- Do que você está rindo? Não acredita em minha força? – Elias pergunta.
- Não cara, eu só to lembrando de uma das coisas que eu, você e o Tay aprontamos, foram dias legais aqueles.
- Como está o Tay? – o de kimono preto pergunta, era impossível esconder sua curiosidade.
- Continua gordo, mas ele ta bem forte agora e continua com cara de criança, ele tava viajando a trabalho, tenho medo de que ele tente me matar como você veio fazer.
- Te matar, eu nunca imaginei que tentaria isso, mas vejam só os caminhos que a vida leva a gente não é? Chega de conversinha Hellt, não tenho tempo pra relembrar aquele passado! – Elias fala decidido.
- Que seja, faça o primeiro movimento, você sempre gostou de fazê-lo! – depois dessas palavras de Hellt o de Kimono negro se projetou a alta velocidade pra cima do maior desferindo uma estocada, Hellt tentou a defender mas a espada do adversário escapou e abriu um corte em seu braço esquerdo.
- Sei que em condições normais você pode me vencer, então vou aproveitar que você está fraco e acabar com isso! – Elias dá um leve giro sentido horário e desfere um corte subindo, Célio é lançado ao ar, o sangue jorra.
- Hellt! Eu vou te ajudar! – Antony fala quase gritando e seu mestre o repreende com um olhar.
- Por que você usou sua aura pra proteger sua camisa? – o de kimono preto pergunta ao ver Hellt se levantar com sangue no peito mas com a camisa intacta.
- Porque é a única camisa que tenho cara e eu esqueci de benzer, se ela se rasgar eu vou ter que andar igual ao Tay. – Hellt fala e Elias não consegue conter a risada, Célio tira a camisa e pede para Antony tomar conta.
- Agora você ta parecendo o Tay. – o de kimono negro afirma fazendo referência a uma mania que ao outro amigo de juventude tinha. – Pelo menos você está usando as faixas bentas, sabe que elas não te ajudarão sempre não é? – o adversário faz referencia a umas faixas brancas amarradas no tronco e ombros de Célio, faixas conhecida como bentas, pois, foram abençoadas pelos espíritos e são resistentes como armaduras, no entanto vários samurais usam técnicas capazes de atravessar essas faixas ferindo o corpo e deixando a vestimenta intacta, as roupas podem ser benzidas também.
- Agora é minha vez velho amigo. – o de barba se projeta com fúria pra cima de seu adversário, ambos desferem um corte descendo, as espadas se cruzam e as faíscas cortam o céu, os dois desferem um corte da esquerda para direita ao mesmo tempo, as espadas se cruzam novamente, eles se afastam um pouco e partem pra cima um do outro novamente, a simetria dos movimentos impressiona Antony, suas espadas se cruzam novamente a frente de suas faces, sorrisos podem ser vistos no rosto dos dois.
- Você melhorou muito Hellt. – o de kimono negro fala, nesse instante ele percebe a aura de fogo emanando da katana de Célio, o maior faz um movimento quebrando a defesa de seu adversário e desfere um corte subindo, Elias é arremessado aos céus e seu chapéu de palha se parte em duas metades flamejantes.
- Farfinir, se lembra dele não é? – Hellt fala, seu adversário se levanta.
- Sim, o dragão vermelho, saiba que não foi só você que desenvolveu seu sincronismo com o espírito protetor. – fala já de pé e com feição séria. – DÓRA-DÓRA! – a imagem de um grande senhor cambaleante com uma grande barba branca, armadura verde, espada de samurai na mão direita e uma garrafa de bebida na outra mão aparece atrás dele, uma espessa aura incolor se espalha balançando as roupas e cabelos dos presentes.
- A MALDIÇÃO DA ESPADA CAMBALEANTE! – Elias se projeta a uma velocidade assustadora pra cima de Hellt, o maior tenta evitar a investida com um corte da direita para esquerda mas o adversário se desvia dobrando o corpo para trás, seu corpo parecia estar mole, o golpe de Célio passa e o jovem de kimono negro ergue rápido seu corpo desferindo uma estocada apenas com a mão direita, o golpe perfura a parte externa do ombro direito, Hellt então com apenas a mão destra tenta acertar um corte sentido horário em seu adversário que novamente se desvia, dessa vez ele gira o corpo tirando a espada do ombro de Célio, o corte passa rente mas não atinge o corpo de Elias que passa sua espada para mão esquerda e desfere um corte a altura do rosto de seu adversário, o mais alto recebe o golpe e é projetado no ar girando e cai ao solo, por sorte Hellt conseguiu evitar a intensidade máxima do golpe senão teria perdido metade da cabeça.
- Seus movimentos, são como se estivesse bêbado... Ele melhorou muito! – o de barba fala assustado se levantando e vendo seu amigo de infância cambaleando.
- Esse é o horror da minha técnica velho amigo, se você se render e se entregar eu não precisarei te matar.
- Eu sinto muito Elias, mas não posso deixar que Alaster tenha o poder do Olho das Eras. – Hellt fala, pois, não conhece a total capacidade da arma lendária, no momento o Olho está quebrado mas ele não sabe se o artefato pode ser restaurado.
- Olho das Eras?! Isso é uma lenda. – Elias fala surpreso e Antony retira a arma da mochila o mostrando.
- Não é uma lenda, Alaster matou o mestre Adamastor para possuir isso, só que o Hellt pegou a arma e fugiu. – o garotinho fala.
- Vocês estão tentando confundir minha cabeça não é? Não adianta eu sei o que devo fazer! – o de kimono fala determinado, nesse instante Célio fecha os olhos e a aura de fogo começa a surgir, o sangue do corte em seu rosto começa a subir desafiando a gravidade, as chamas tomam conta da espada.
- Desvia disso! ESTOCADA FLAMEJANTE! – Hellt se projeta pra cima de Elias desferindo várias estocadas de fogo, o de kimono usa sua técnica para se desviar, no entanto os golpes de Célio são rápidos demais e vários cortes se abrem em Elias, a última estocada é a mais forte, dessa o de kimono se desvia se afastando, as chamas tomam conta do corpo do samurai cambaleante, com um movimento de sua espada ele as apaga.
- Tem razão, seu golpe é difícil de desviar mesmo e parece que você é bem mais forte do que eu, mesmo fora de condições de sincronizar perfeitamente com o Farfinir, é, sua capacidade se tornou digna do clã Ômega não me resta escolha então. – podia se sentir o pesar nas palavras de Elias. – NÉVOA INEBRIANTE! – novamente a imagem de Dóra-Dóra aparece, ele bebe algo em sua garrafa e sopra uma energia pesada e incolor que toma conta do lugar.
- Minha visão está turva, meu corpo treme, que isso? – Hellt fala se apoiando em sua espada quase caindo, Antony começa a falar coisas desconexas e cai rindo, é difícil ficar de pé.
- Vocês dois estão, deixa eu dizer de maneira direta, bêbados! Todos sobre o efeito de minha neblina inebriante ficam bêbados, fato é que eu sei lutar bêbado mas vocês não tenho certeza. – Elias fala caminhando em sentido a Hellt.
- Golpe formidável velho amigo. – o de barba fala com dificuldade.
- Se renda Hellt, talvez seus irmãos tenham clemência de você e talvez você não seja condenado a morte, quem sabe até... – as palavras do de kimono preto são interrompidos por um golpe subindo do mais alto, o golpe passa perto mas não acerta, Elias percebe o quanto Hellt é perigoso e que rapidamente vai se adaptar a essa condição para lutar. – Vejo que não tenho escolha. – o de kimono ergue sua espada. – Adeus velho amigo! – as lágrimas descem enquanto ele desfere um corte descendo, o peito de Célio se abre e o sangue jorra para todas as direções.
- He-Hellt...! – Antony tenta gritar e não consegue, o pobre garoto vê aquela cena mas sua situação não o permite ajudar, as lágrimas descem dos olhos do menino ao mesmo tempo que o céu escurece.