Samurai Eternamente

Tempo estimado de leitura: 5 horas

    14
    Capítulos:

    Capítulo 6

    O espadachim no bar

    Álcool, Drogas, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Mutilação, Violência

    Primeiro capítulo do segundo bloco...

    Capítulo 6: O espadachim no bar

    A lâmina da espada é gélida, o sangue é quente

    O contraste da vida, a morte

    Como queria estar bebendo com você

    Como eu queria estar me divertindo com você

    Não existe a paz pra quem carrega uma espada

    Só existe o demônio dentro de cada um

    Como eu queria estar bebendo com você

    Como eu queria estar me divertindo com você

    A chuva apaga cada lembrança

    Mentira! A chuva não tem esse poder

    Agradeço-te por tudo, agradeço-te por me ensinar a ser humano

    Desculpe se não fui um bom irmão

    Como queria estar bebendo com você

    Como queria estar me divertindo com você

    Como queria que não tivesse acontecido

    Descanse em paz velho amigo...

    O sol estava quente e incomodava Célio a ponto de acordá-lo, já fazia dois dias que estava dormindo, ele se levanta assustado no banco de trás do jipe de seu irmão Gilbert, havia curativos em seus ferimentos, no banco da frente Antony dormia e ao lado dele metade do Olho das Eras.

    - Antony acorda! – Célio dá uma balançada no garoto que abre os olhos, havia dois dias que o garoto estava dormindo também, estava muito cansado de usar seus poderes psíquicos.

    - Hum... Hellt?! Você ta bem cara! – o garotinho fala abraçando forte seu mestre.

    - To bem sim mas cadê os outros? – o garotinho então explica o que aconteceu enquanto Hellt estava desacordado. – Entendo, temos que entrar em contato com eles só que antes temos que refazer nossos curativos né? – o mestre fala sorrindo a seu aluno que retribui o sorriso, Antony mostra a ele aonde achou os curativos no carro, estavam num kit de primeiros socorros debaixo do banco de traz, Hellt então pega o kit e refaz primeiro o curativo da orelha do gordinho e depois o seus próprios.

    - Sua orelha dói ainda?

    - Um pouco.

    - Ela vai melhorar, você não terá marcas de queimadura mas sua orelha queimada não vai se regenerar, eu sinto muito.

    - Não se preocupa Hellt, que bom que você ta bem! – Antony dá um largo sorriso pra seu mestre, o mais alto observa ao redor e percebe que está numa encosta, percebe o quanto foi desgastante para o menino trazê-los ali.

    - Agora eu vou ligar pros outros, vou ligar pro Daniel... – Célio pega um celular em seu bolso e liga para seu discípulo. – Alô? Daniel, seguinte a gente ta bem, eu e seu irmão estamos numa encosta e...

    - Por que vocês demoraram dois dias para ligar? A gente pensou que vocês tinham sido capturados... – Daniel fala.

    - Dois dias?! Isso é sério? Quer dizer que eu e o Antony estamos dormindo há dois dias? Que estranho! Bom como eu ia dizendo: a gente não pode se encontrar agora, por segurança não vamos deixar junto às duas metades do Olho das Eras, vamos nos encontrar na cidade de Telves, quando chegarmos lá ligamos pra marcar o lugar certo pra nos encontrarmos certo?

    - Por que você não quer nos encontrar agora? – Daniel estava curioso, não havia compreendido direito o motivo.

    - Fugir em cinco chama muito atenção e aposto que a polícia e o Alaster estão nos procurando em um grupo de cinco e não dois grupos, um de dois e um de três.

    - Ta certo então... Acho... A gente se vê em Telves, tchau.

    - Té mais irmão. – Hellt desliga o celular e olha pra Antony sentado esperando notícias. – Eles estão bem, sabia que a gente ta dormindo há dois dias?

    - Sério?! Isso explica minha fome, a gente pode comer Hellt? – o garotinho pergunta.

    - É claro, mas antes eu tenho que tirar a barba e essa cabeleira para as pessoas não me reconhecerem, precisamos roubar umas roupas também.

    - Roubar?! Mas isso é errado! – o menininho fala.

    - E muito errado mas não temos escolha, se ficarmos com essas roupas seremos pegos facilmente, temos que dar um sumiço nesse carro também. – o mais alto fala pensativo.

    O mais velho usa sua espada para fazer sua barba e cortar seu cabelo, ele deixa barba somente no queixo, fica com aparência mais jovem, depois empurra o carro barranco abaixo, o veículo explode ao tocar o solo.

    - Vamos garoto, vamos arranjar umas roupas e comer. – Hellt desce a encosta e o garoto o segue, no meio do caminho havia uma casa na qual Antony pede ajuda, os donos, dois velhinhos, os dão comida e roupas, segundo os idosos aquelas roupas eram de seus filhos que saíram de casa e que eles doariam para os necessitados, Hellt ganhou uma camisa cinzenta de abotoar, uma calça jeans larga preta e tênis na cor preta com detalhes verdes, Antony ganhou uma bermuda jeans e uma camiseta preta sem mangas e sandálias.

    - Tem certeza que não vão precisar dessas roupas senhores? Elas são muito boas. – Hellt afirma.

    - Não se preocupe meus filhos, não vamos precisar delas e vocês sofreram muito naquele assalto que vocês falaram. – a senhora de idade fala.

    - Pois é assalto né? – Hellt fala sem graça.

    - Muito obrigado senhores. – Antony agradece e ele e seu professor saem em sentido à cidade. – Que bom Hellt a gente não precisou roubar pra conseguir as roupas!

    - Muita sorte, muita sorte mesmo! Agora a gente precisa de uma mochila pra carregar o Olho e eu ainda estou com fome.

    - Você deveria ter comido mais na casa dos velhinhos. – o garotinho fala.

    - Pois é, mas eu não queria acabar com a comida deles... – aquele casal aparentava ser bastante pobre e por isso Célio não comeu o suficiente, chegando à cidade Célio pegou a espada de Antony e a carregou junto com a sua, pra melhorar o disfarce comprou um óculos e uma mochila, não teve a coragem de roubar como era seu plano, colocou o Olho das Eras dentro da mochila que comprara e a deixou com Antony, então foram a uma lanchonete para comer.

    - Com licença? O que o senhor e seu filho desejam? – a afirmação da garçonete assusta Hellt que arregala os olhos.

    - Quero um sanduíche e um suco por favor, o mesmo pro menino. – o mais alto faz o pedido e a garota se retira, rapidamente ela trás o que eles pediram.

    - Nossa Hellt como você sabia que eu estava com fome? – Antony pergunta.

    - Você, o Daniel e o Jun sempre estão com fome, é uma verdade universal, ta gostoso né? – o mais velho fala e o mais novo concorda, de repente um samurai adentra o recinto usando um kimono negro e um chapéu de palha, seu braço direito estava pra fora de seu kimono, tinha várias faixas pelo corpo, ele andava cambaleando como se estivesse bêbado, a feição de Célio se torna séria.

    - Barman, o de sempre por favor... – o homem fala com dificuldade para o senhor do balcão.

    - Já não está bêbado o suficiente Elias? Eles vão te expulsar do dojo que você trabalha por causa de sua bebedeira, você deveria fazer como aquele errante ali que só toma suco, veja. – o homem fala se referindo a Hellt, errante é o termo que se usa pra falar de um samurai sem dojo, ou sem kimono, ou sem roupa própria de batalha. O espadachim do balcão observa os dois, Antony parece não ligar apenas termina seu lanche.

    - Senhores por favor não me deixem com vergonha! – Hellt fala tentando desviar a atenção de Elias. – Vamos Antony. – ele se levanta e pega o braço do garotinho como se realmente fosse seu filho, deixa um dinheiro na mesa e sai.

    - Ta rolando alguma coisa não ta Hellt? – o menino pergunta.

    - Sim, aquele samurai na lanchonete me reconheceu tenho certeza, agora temos que sair daqui o mais rápido possível antes que... Tarde demais! – Célio fala depois de dar alguns passos fora do bar e perceber que Elias o observava.

    - Há quanto tempo Hellt? Você já tem até filho e é bem grandinho não é? – o de kimono negro fala.

    - Eu tinha certeza que você me reconheceria velho amigo. – Hellt responde.

    - Sabe eu vi as notícias, eu fico me perguntando quando aquele cara divertido se tornou um assassino?! – as palavras de Elias transbordavam um misto de surpresa e fúria.

    - Escute, estão todos sendo enganados por Alaster, eu não matei ninguém.

    - De onde você conhece ele Hellt? – Antony pergunta.

    - Ele foi ensinado no dojo por algum tempo, pode-se dizer que aprendemos juntos, só que ele teve que se mudar e teve que sair do dojo Ômega, não sabia que havia voltado pra cidade.

    - Voltei quando soube o que você fez, só que é engraçado, eu não saio desse bar e acabei virando amigo de infância do barman entende? – fala sacando sua katana com sua mão direita.

    - Você sempre foi um bêbado cara! Eu não quero lutar com você, você é irmão...!

    - Eu preciso agir pela honra do mestre Adamastor! Eu mudei de cidade e entrei em outro dojo mas continuo tendo Adamastor como meu grande mestre!

    - Eles estão te manipulando irmão! Não se deixe enganar...

    - Não me chame de irmão... Isso acaba aqui! – Hellt se vê obrigado a sacar sua espada, não quer lutar contra Elias mas não tem escolha, resta saber se Célio fará o necessário pra sobreviver nesse mundo em que ele é o criminosos procurado.


    Somente usuários cadastrados podem comentar! Clique aqui para cadastrar-se agora mesmo!