O Príncipe, a Cientista e o Plebeu.

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    Capítulos:

    Capítulo 6

    Planeta estranho, habitantes esquisitos e costumes bizarros

    Heterossexualidade

    Capítulo 6:

    Planeta estranho, habitantes esquisitos e costumes bizarros

    Depois de devorar a generosa refeição que recebeu da Sra. Briefs, Vegeta se recostou na cama, ainda sentindo seu corpo fraco. Logo começou a ficar entediado, pois o seu único passatempo naquele quarto e naquelas condições era ficar olhando para um ponto na parede à sua frente.

    Odiava ficar parado, e o seu sangue saiyajin o fazia querer treinar mais e mais, apesar dos seus ferimentos. Mas seu corpo não permitia, embora pudesse se recuperar rapidamente. Na verdade, seu corpo necessitava urgentemente de descanso.

    Por mais que quisesse seguir com seus treinos, a fim de se tornar um Super Saiyajin, tinha que descansar, mesmo contra sua vontade. Aquelas quedas, após sair da nave em meio ao blecaute, foram o alerta que o obrigou a obedecer ao seu corpo.

    O jeito era ter paciência pra se recuperar por completo.

    Mas como ter paciência, vivendo em meio a seres tão esquisitos e, ao mesmo tempo, tão ridículos e patéticos? A paciência não era uma das suas virtudes ? se é que tinha alguma virtude.

    Olhou para a janela. Do outro lado do vidro, a alguns metros de distância, viu Bulma e Yamcha conversando no jardim. Toda vez que via o ex-ladrão perto da jovem de cabelo azul, sentia o seu estômago revirar. Não sabia ao certo a razão de sentir isso, mas, em todo caso, preferia botar a culpa na comida que devorava.

    Era mais fácil do que admitir que pudesse estar sentindo algo por ela. Ora, o príncipe dos saiyajins não tem que se deixar contaminar por sentimentos idiotas de insetos tão ridículos...

    Mas não se conteve de curiosidade e começou a observar os dois pela janela...

    *

    - Caramba... ? disse Yamcha. ? Já é a véspera da festa de aniversário de casamento dos seus pais...

    - É verdade... E do nosso noivado também...

    Yamcha engoliu seco e deu uma risada nervosa e forçada.

    - Yamcha? ? Bulma perguntou. ? Tem alguma coisa errada com você?

    - Hã... Bem... É... Não... Não é nada... Nada mesmo...

    - Tem certeza? ? ela estava desconfiada.

    - Bom... É que... Na verdade... Não sei se ainda me lembro dos passos da valsa... É isso...! Hehehe...

    - Ah, então é isso?

    - É!

    Bulma foi ligar o aparelho de som que estava por perto e pôs uma música para tocar. Pôs-se na frente dele, e eles começaram a fazer todos os passos da dança. Ao fim da música, Yamcha suspirou aliviado:

    - Ufa! Pensei que eu daria muitos pisões em você...

    - Não, até que você foi bem. E a roupa? O que achou dela?

    - Bem diferente do que eu imaginava. Será que eu fico bem nela?

    - Acho que sim...

    Ela olhou para o relógio de pulso.

    - Já tá na hora de ir buscar minha roupa. Deve estar pronta a essa altura... Você vem comigo?

    - Olha, Bulma... ? Yamcha respondeu. ? Não vai dar... Vou ter que ir à academia, e depois botar o apê em ordem...

    - Ah, tá... ? ela disse, mas bastante desconfiada do comportamento dele.

    ?Yamcha, por que você está agindo estranho assim??, pensou.

    Às vésperas da festa, ele estava estranho. Quando perguntava sobre o novo apartamento e sobre o treinamento na academia, ele logo dava respostas evasivas. Havia algo que ele queria esconder, e disso ela começava a desconfiar.

    Eles se beijaram e Yamcha saiu voando em seguida. Foi o bastante para ela ficar ainda mais desconfiada. O beijo dele era tão... Frio... Frio e sem aquele sentimento de antes... O que estava acontecendo?

    Começava a ter uma leve suspeita de que havia uma terceira pessoa nessa história.

    *

    - Argh! Que nojento! ? Vegeta exclamou ao ver o beijo de Bulma e Yamcha. ? Como ela consegue ficar com esse verme?

    Agora o saiyajin estranhava a si mesmo. Por que se importava tanto com ela? Por que não suportava vê-la com aquele sujeito? Será que estava surgindo alguma coisa nele?

    ?Bobagem, Vegeta!?, ele pensou. ?Por que você sentiria alguma coisa por aquela mulher escandalosa? Acho que aquela trombada afetou alguma coisa na minha cabeça...?

    Foi só pensar, que a ?dita-cuja? apareceu lá no quarto.

    - E então, Vegeta? ? Bulma perguntou. ? Tá se sentindo melhor?

    - Pff... Ficaria bem melhor se você não viesse encher a minha paciência...

    Ela revirou os olhos.

    - Aff... Será que não tem um dia em que você não esteja com esse mau humor...?

    - E por que eu teria que estar de bom humor?

    - Talvez porque o dia esteja bonito... Ou porque você esteja descansando...

    - Não perco tempo com essas bobagens!

    - Você nunca sorriu, é? ? Bulma agora tinha uma pontinha de curiosidade.

    - E por que eu deveria sorrir?

    - Sei lá... Por ver algo engraçado, alguma coisa assim...

    - Não sou um bobo alegre de riso frouxo como vocês, terráqueos.

    - Tá bom, tá bom, tá bom...! Não falo mais nada, tá legal? Só não gosto de ver ninguém morrendo de tédio...

    - Pode vazar! Já tá tomando o meu tempo!

    - Ah, tá... Me conta outra, Vegeta... Você vai ter que ficar de molho aí por algum tempo, mesmo com a ?famosa capacidade de recuperação de um saiyajin?... ? ela disse fazendo aspas (??) com os dedos.

    O saiyajin não respondeu. Apenas olhou para Bulma e sentiu um frio na barriga. Que sensação era aquela? Só sabia que essa sensação lhe fazia muito bem, principalmente ao conversar com ela.

    - Bom ? ela prosseguiu. ? De toda forma, deve ser um tédio enorme ficar aí sem fazer nada. Não gostaria de participar da festa dos meus pais?

    - Quê?! Você pirou? Eu, numa festa terráquea?

    - Por que não?

    - Olha bem pra minha cara! Por acaso sou festeiro trouxa igual esse povo daqui?

    - Credo, Vegeta! Só tava te dando uma ideia pra você se distrair amanhã! Você nunca teve curiosidade em saber como eram as civilizações dos planetas por onde passava?

    O saiyajin ficou pensativo por alguns instantes e em seguida respondeu:

    - Algumas eu cheguei a observar, antes de destruir os planetas...

    - Então, por que não dá uma observada nos costumes terráqueos?

    - Acho que já observei bastante... E percebi que vocês são apenas um monte de trouxas!

    - Não vou responder a isso, Vegeta! Mas você pode escolher... Dar uma olhadinha na festa de amanhã, ou morrer de tédio aí!

    - E a nave? Ninguém vai mexer nela?

    - Não. Só depois da festa.

    Vegeta bufou. Teria que esperar pela boa vontade dela e do pai. E não estava nem um pouco com vontade de morrer de tédio. Além disso, no dia seguinte, segundo seus cálculos, teria condições de ficar livre da cama, apesar de não poder fazer nenhum outro esforço físico.

    Pensou melhor. Poderia até se divertir, vendo os estranhos costumes dessa raça igualmente estranha.

    Fazer o quê?

    - E se eu aparecer nessa tal festa, você arruma a nave pra eu voltar a treinar?

    - Sim.

    - Então vou aparecer lá, se isso vai te fazer parar de me encher.

    - Que ótimo! Vou arranjar uma fantasia pra você! ? ela disse e saiu correndo. ? Não sai daí!

    - Fantasia? ? Vegeta perguntou atônito. ? Que fantasia?


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