O Príncipe, a Cientista e o Plebeu.

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    12
    Capítulos:

    Capítulo 2

    Príncipes engasgados e príncipes encantados

    Heterossexualidade

    Capítulo 2

    Príncipes engasgados e príncipes encantados

    - ME SOLTA! ME SOLTA, SAIYAJIN MALUCO!

    Os gritos de Bulma não o intimidavam, nem mesmo os socos que ela lhe dava nas costas ou o fato de ela agitar as pernas freneticamente. Nada disso lhe metia medo.

    - Como você é escandalosa! ? Vegeta resmungou.

    Vegeta carregava Bulma como um saco de batatas por sobre o ombro, sem nenhum cuidado. Eram cinco da manhã, e ela estava vestida apenas com um short-doll. Só tivera três horas de sono, devido à maratona de filmes que assistira com Yamcha. E agora aquele saiyajin chato a carregava à força para a nave.

    E, pra completar, ninguém vinha acudi-la.

    - Aquele inútil do seu namorado já está tão acostumado com seu escândalo, que nem acorda com o berreiro que você faz!

    Nisso, chegaram até a nave e entraram, e Vegeta não dava a menor atenção aos protestos de Bulma. Até que ela disse:

    - Anda! Põe-me no chão!

    O saiyajin não pensou duas vezes e simplesmente a largou no chão, fazendo-a cair sentada. Ela levantou-se, revoltada, e perguntou com as mãos na cintura:

    - O que você quer dessa vez? Tem que ser algo importante, ou eu caio fora! Ouviu bem?

    Nenhuma resposta. Os olhos do saiyajin estavam atentos a outras coisas, como, por exemplo, o corpo da cientista. Pela primeira vez, se detinha para observá-la melhor. Seu pensamento lhe dizia que ela possuía um corpo perfeito e desejável.

    ?Pena que ela namore um traste!?, pensou. ?Maldição! O que estou pensando...??

    Mas a voz de Bulma o tirou desses pensamentos:

    - Terra para Vegeta...! Você não me ouviu?!

    - Não... E nem me interessa ouvir a sua tagarelice!

    - Então eu tô indo, tchau!

    - Aonde você pensa que vai?

    - Pra minha casa, pro meu quarto e tentar voltar a dormir... Você nem deu bola pro que eu perguntei...!

    - A máquina desregulou, a gravidade não está aumentando!

    - Ah... ? ela revirou os olhos azuis. ? Já é a segunda vez em uma semana! Ainda bem que uma das caixas de ferramentas ficou por aqui...

    Bulma pegou a caixa de ferramentas e começou a trabalhar na parte onde estava o problema. Enquanto ela procurava corrigir o problema, o saiyajin não desgrudava os olhos dela.

    Ou melhor, do corpo dela.

    Após terminar o conserto, Bulma guardou as ferramentas e se virou. Logo se sentiu incomodada pelo olhar do saiyajin.

    - Por que tá olhando pra mim desse jeito?

    Ele engoliu saliva e enrubesceu.

    - Anda, me diga! ? ela insistiu.

    - Como... Como você é vulgar...! ? tentou fazer cara de reprovação.

    Bulma sentiu seu sangue ferver. Como ele se atrevia a dizer uma coisa dessas para ela?

    - O que você esperava? Que eu estivesse vestida como uma princesa? Em primeiro lugar, você não manda em mim! Em segundo lugar, estou aqui contra a minha vontade e, ainda por cima, toda despenteada! Como você quer que eu não esteja assim, se fui arrancada da minha cama por um troglodita maluco de outra galáxia?!

    Bulma parou e respirou fundo. Prosseguiu:

    - Já acabei o conserto, pode se estropiar à vontade!

    Empinou o nariz e foi embora, sem olhar para trás. Nem desconfiou que Vegeta a acompanhava com os olhos.

    *

    Oito horas. Resolveu ir à cozinha tomar o café da manhã. Pegou os cereais e pôs na tigela. Em seguida, despejou um pouco de leite e se sentou à mesa, onde já estavam os pais e Yamcha, acompanhado pelo seu inseparável amigo Pual.

    ?Minha nossa?, Yamcha pensou. ?Ela tá parecendo um zumbi...?

    Ela olhou para a vasilha de cereais e leite. Estava com uma assustadora cara de cansada. Começou a cochilar e acabou metendo a cara dentro da tigela.

    - Oh, não! ? exclamou a Sra. Briefs. ? Bulma...? O que aconteceu...?

    A coitada nem escutou, permanecia com a cara na tigela e a sua respiração fazia bolhas no cereal com leite.

    - Blublublublublublublu...

    - Quê?! ? Yamcha perguntou.

    - Blublublublublublublu...

    - É mesmo...? ? o Sr. Briefs perguntou. ? O Vegeta te acordou cedo de novo...?

    - O senhor entendeu?!

    - Claro que sim, meu rapaz... Uma vez fiz contato via rádio com seres do planeta Blub, e eles falavam desse jeito...

    Bulma tirou a cara da tigela e interrompeu o pai, ainda com leite e cereais na cara:

    - Papai...! Já comecei o dia cansada de alienígenas! Não tô muito a fim de ouvir histórias de seres do espaço agora! Não basta um alíen chato aqui em casa acabando com o meu sossego...?

    - Bulma, querida... ? disse a Sra. Briefs. ? Não leve tão a mal o Vegeta... Ele só é um rapaz um pouquinho impaciente...

    - Ai, eu mereço...! ? Bulma disse e afundou a cara novamente na tigela. ? Blublublublublu...!

    - O que ela disse...? ? Pual perguntou.

    - Alguma coisa como ?tô acabada?... ? respondeu o professor. ? Meu idioma blubariano não é muito fluente, que pena...

    O olho esquerdo de Yamcha começou a tremer num tique nervoso, e ele deu um sorriso meio amarelo.

    - É... Acho melhor suspender as maratonas de filmes por enquanto...

    Nisso, ele sentiu um ki se aproximar na cozinha.

    - Olá, Vegeta! ? a Sra. Briefs o cumprimentou. ? Que bom que veio tomar o café...

    ?Eu não acredito que vou ter que tomar o meu café com esse bando de insetos!?, o saiyajin pensou.

    Apesar disso, sua atenção recaiu sobre Bulma, que tirava naquele mesmo instante a cara de dentro da tigela de cereal.

    - Isso é uma nova forma de se comer cereais? ? perguntou com ironia.

    - Não, imagina... ? Bulma devolveu na mesma moeda. ? É um novo tipo de tratamento facial com leite e cereais... Quer experimentar?

    - Ridículos! ? ele disse antes de bufar.

    *

    Bulma esteve o dia todo enfiada em meio a uma enorme bagunça. Na verdade, estava em seu quarto aproveitando um raro momento de sossego fora do laboratório e sem os aborrecimentos por parte do ?ilustre hóspede? da casa. Foi então que decidiu dar uma geral no quarto, e ali estava ela em meio ao caos reinante no local.

    Separou as coisas que aproveitaria das que poderia jogar fora. Depois de juntar todo o lixo e colocá-lo em um saco, começou a organizar o restante das coisas, guardando-as em seus devidos lugares. Quando estava terminando de organizar tudo, encontrou no chão um livro meio antigo, mas com capa colorida.

    Bulma pegou o livro e começou a folheá-lo.

    - Nossa, já fazia tempo que eu não via este livro por aqui. Pensei que a mamãe tinha doado ele a alguém...

    O livro era de contos de fadas. Era um exemplar de ?A Bela Adormecida?. Seus pais a haviam presenteado com ele no seu aniversário de seis anos.

    ?Quando eu crescer, quero ser uma princesa e quero me casar com um príncipe encantado!?

    Bulma havia dito essa frase aos seis anos, logo após terminar o livro. Na época, tinha ficado encantada com uma ilustração que mostrava o instante em que a Bela Adormecida recebia um beijo de um belo príncipe vestido de azul.

    Desde então, vivia à procura de seu ?príncipe encantado?...

    Ao saber sobre Shenlong e as esferas do dragão, saiu à busca delas para conseguir seu ?príncipe?. Nisso, encontrou Yamcha, forte candidato.

    Mas entre eles o namoro não andava lá essas coisas, estava repleto de idas e vindas, e já estava se arrastando por tempo demais...

    Seria Yamcha o seu ?príncipe??

    Fazia tempo que tinha suas dúvidas em relação a isso. Além disso, o namoro entre eles andava desgastado e havia sofrido um solavanco recente, com a explosão da nave Cápsula 3. Para completar, Yamcha começara a ter ciúmes dela em relação a um certo príncipe...

    Ciúme sem fundamento, ela pensava. De onde ele havia tirado uma idéia tão absurda? Ela, com um sujeito como Vegeta?

    Só podia ser paranóia mesmo... Nem em sonho Vegeta seria candidato a ser seu ?príncipe encantado?...

    ***Editado e aprovado por ivelee***


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