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Um anjo as vezes só quer ser uma pessoa normal.
- Também lhe mostrarei um belo sonho a próxima noite. Ass: Nekory Yue
Anjos não tem muitas atividades no dia. Quando somos solicitados, descemos ao mundo dos humanos e, mesmo sendo invisíveis a eles nos os ajudamos e os trazemos quando chega a hora.
É possível saber quando uma pessoa irá morrer mas isso muda a cada escolha que ela faz. Anjos nunca foram humanos e a principal lei divina é que os humanos não os vejam até chegar a hora de sua morte.
Hoje eu não tenho trabalho para fazer então vou fazer a única coisa que faço cotidianamente: Observar Shido Fubuki.
É estranho um anjo fazer esse tipo de coisa, mas, eu tenho minhas razões para isso. A alguns anos fui designado a um trabalho. Precisava buscar a alma de um garotinho, Atsuya Fubuki. Fui assistir ao acidente e esperar a hora em que eu teria de mover-me. Nunca foi bom nem nunca será ver alguém morrer, mas, esse era meu trabalho.
Pobre garotinho, morreu em uma avalanche que soterrou o carro de seus pais. Eu peguei então sua alma, puxando-a devagar como se o estivesse ajudando a levantar, quando já estava com ele em meus braços fui surpreendido por outro garoto. Ele estava machucado mas nada muito grave. Ele olhou para o outro menino no chão que era idêntico a ele.
- Irmão!! Irmão!!
Dizia ele desesperado balançando o corpo gelado do irmão no chão. Não pude conter as lágrimas e no primeiro soluço que dei... Ele olhou para mim.
Não consegui explicar aquele momento, ele ficou olhando para mim com aqueles olhos tristes e espantados com o momento.
Minhas asas falharam, estava tão triste pelo que tinha acontecido que chorei até meu rosto ficar avermelhado, ajoelhei-me no chão ainda com a alma de Atsuya Fubuki em meu colo, como se estivesse dormindo, calmamente.
Então Shiro Fubuki aproximou -se de mim e parou em minha frente. Eu o olhei nos olhos, que estavam na mesma altura dos meus já que estava ajoelhado no chão. Ele esticou a mão e tocou em meu rosto.
Não tive reação quando ele passou os pequenos dedos para limpar minhas lágrimas. Depois ele olhou para o irmão, passou a mão a mão em seu rosto e se afastou, como se esperasse minha partida... e a de seu irmão.
Ele agarrou o corpo vazio do irmão e começou a chorar novamente. Eu ergui minhas asas para voltar para casa mas parei no meio do caminho quando vi um urso aproximar-se do menino. Já ia descer para ajudá-lo, mas ele defendeu o irmão arremessando uma peça quebrada do caro nele, fazendo com que o urso o seguisse. Corri atrás dele e rapidamente me pus entre o urso e ele, o urso se assustou e saiu correndo ao ver minhas asas se abrirem e ficarem maiores que ele.
Olhei para o menino que, ao escutar o barulho do vento deslocado ao abrir minhas asas, estava olhando para mim. Eu sorri ainda triste por ele e segui, para cima, onde Atsuya viveria de agora em diante.