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Os elfos de Jandor são criaturas fantásticas.
A mata parecia vir até ele enquanto corria adentrando-a segurando um chifre branco e grande em sua mão esquerda. Ao chegar num declive, ele pula e cai em cima duma criatura enorme, enfiando o chifre no pescoço do animal, este cambaleia e cai, arremessando o agressor para longe; que, sem nenhuma hesitação, já estava com os olhos no bichano e pondo-se de pé, pois sabia que errara a artéria do javali gigante, um animal de três metros de altura e mais de cinco metros de comprimento e seus chifres chegam a medir mais de um metro, sendo poderosas armas quando usadas corretamente.
Da camisa de couro semelhante à pele marrom do animal que enfrenta, porém com uma menor quantidade dos grossos pêlos que revestem o couro do animal e aberta na lateral para ventilar, o que leva ao guerreiro a aguçar sua visão periférica e reflexos para evitar golpes fatais que ali miram, retirara uma lança com o cabo de madeira e, na ponta, um mesmo chifre que antes cravara na pele do animal, já levantado e pronto para investir contra seu agressor. Uma tática muito conservada pelos elfos nômades da floresta de Jandor, eles acreditavam na justiça natural, independente da luta, tentavam sempre equilibrá-la, por isso tomou como arma o chifre dum javali gigante e como armadura sua couraça.
Imponente e firme no lugar o elfo, alto e com bom porte físico, branco e as orelhas pontudas, possuía olhos castanhos e cabelos longos e castanhos escuros presos na altura da nuca por uma corda trançada com folhas vermelhas de outono. Além da camisa de couro, presa por uma corda de cipó verde, vestia uma calça feita do mesmo material da camisa, mas mais fina, para não pesar as pernas. O grande animal investiu contra seu oponente, abaixando a cabeça e mirando o chifre no peito deste; que, como resposta, esperou com a lança em mãos pelo momento certo...
... Quando o javali atingiu certa proximidade, o elfo abaixou-se, ficou por entre as pernas dianteiras do animal e penetrou a lança alguns centímetros ao lado da perna dianteira direita, perfurando a pele até atingir o coração. A criatura dobrou os joelhos e caiu ainda arrastando alguns metros para frente. Para garantir a morte do animal, retirou a lança do corpo do animal e perfurou os olhos, atingindo o cérebro do mesmo. Guardou a lança e retirou uma sacola trançada com cipós parecidos ao que usava como cinto do lado esquerdo de sua cintura e colocou-a no chão. Sentou-se frente a ela e desamarrou-a, revelando algumas pedras afiadas e polidas, com umas folhas cobrindo uma das extremidades.
Levantou-se e olhou ao redor, achou, a alguns metros a frente na mata, alguns galhos caídos. Foi até lá e pegou alguns cipós também, voltou e, perto do corpo morto do javali, armou uma fogueira, usando duas das pedras contidas na escola para incitar as chamas que logo cresceram. Rasgou sua camisa pelas laterais, fazendo um tecido de couro plano e aberto, a qual usou para cobrir a fogueira, acumulando fumaça e depois soltá-la no ar, criando sinais de fumaça no céu. Em pouco tempo, seus familiares ali estariam.