Triste despedida

Já fazia algum tempo que a Caçada havia recebido a notícia de que não eram mais necessários. Ernas estava em paz, uma elite de combate seria apenas enfeite, sem função alguma.

É claro que os membros estavam tristes. Haviam vivido muita coisa juntos e o grupo era praticamente uma grande família. Mas agora era hora de seguirem caminhos separados, cada um a sua maneira.

Naquele dia de outono, eles retornavam ao quartel-general para pegarem os últimos pertences que ainda restavam lá.

Todos já haviam pegado suas coisas, porém um grande baú ainda restava no salão principal do QG. Os membros da Caçada ficaram desconcertados. Se todos já tinham pegado todos os pertences, de quem seria aquele baú?

Lothos vinha descendo as escadas e Elesis quebrou o silêncio, fazendo a pergunta que vinha incomodando a todos:

— Lothos, você sabe de quem é esse baú? Ou pelo menos o que tem nele?

— Ele não tem um dono específico. Quanto ao conteúdo, ele está cheio de cartas.

— Cartas? — Perguntaram todos em uníssono.

— Sim, cartas. Elas começaram a chegar pouco tempo depois do fim da Grand Chase ser anunciado.

Lothos abriu o baú e os membros despejaram o conteúdo no chão. Uma enorme pilha de cartas das mais variadas cores e tamanhos se formou, e os membros não demoraram muito para começar a pegar cartas e iniciar a leitura delas.

Não demorou muito para que percebessem que dentro de cada envelope havia muito mais do que pensavam. Havia uma carta para o grupo em geral e junto, em um envelope menor, uma carta endereçada a um membro específico do grupo.

A cada carta lida, ficava claro que eles eram bem mais do que peças dispensáveis. Eram a fonte de inspiração de tantas pessoas nos mais diferentes e distantes lugares.

A Grand Chase se sentiu querida. As assinaturas acompanhadas das frases “Long Live the Chase” e “Long Love the Chase” mostravam o quanto eles eram importantes para os redatores das cartas.

Ficaram vários dias lendo as cartas. Uma por uma, com exceção das cartas pessoais. Ao final de cada uma, eles não mais se importavam em esconder seus sentimentos. Os mais sensíveis chegavam a chorar com as palavras ali escritas.

E finalmente chegou o dia que a última carta no baú foi lida. De toda aquela aventura, de todas aquelas palavras, nada restou que conseguisse superar a terrível sensação que ali havia se instalado.

Afinal, mesmo que negassem, nada sobraria após o fim da Grand Chase. Apenas ele, e ele somente.

Apenas o vazio.