Luta pela sobrevivência (Parte 1)

Capítulo 19: Luta pela sobrevivência (Parte 1)

- Lutar juntos? ? Raneban perguntou.

- É a melhor estratégia que pude bolar.

- Tem certeza disso, Tarble? Você lutou com ele e deve ter perdido uma parte de seu poder de luta.

- Eu sei. ? ele sorriu. ? Já calculei esse risco também.

- Ora essa... Então você, assim como o seu irmão, herdou a mente estrategista da família real!

- Graças a isso eu venho sobrevivendo até hoje neste planeta. E não vai ser um sujeito desses que vai acabar comigo.

Os dois saiyajins se puseram em posição de combate. Mas antes de partirem pra luta, Raneban perguntou:

- Aqui tem lua cheia, Tarble?

- Tem. Mas ela só surge de trinta em trinta anos. A última vez em que ela apareceu foi há mais ou menos um ano.

- Droga!

- Não se preocupe. Nós vamos acabar com esse verme.

Era uma situação inusitada para Raneban, que sempre havia lutado sozinho durante a sua vida. Nunca havia gostado de lutar com outros guerreiros, pois isso fazia parte de sua conduta de guerreiro de elite a serviço da família real saiyajin. Mas agora era o momento de deixar tal regra de lado, juntamente com o orgulho que ainda existia dentro de si. Agora era hora de lutar pela sobrevivência.

- Não adianta. ? disse Darkke. ? Não adianta pensarem em estratégias. Nenhuma delas vai funcionar contra mim.

Os dois saiyajins não deram atenção e foram ao ataque a grande velocidade, um na frente do outro. Raneban era o primeiro a atacar, mas quando Darkke se esquivava ou bloqueava seu golpe, Tarble aparecia para surpreender o adversário com outro golpe. Assim a estratégia se manteve por algum tempo, com Tarble como elemento-surpresa.

Darkke se defendia como podia. Tarble era rápido, o que compensava seu pouco poder. No entanto, ele agora percebia alguns ?furos? na defesa dos dois saiyajins e iria usar isso a seu favor.

Foi exatamente o que fez.

Em mais uma investida da dupla, Darkke esquivou-se do ataque de Raneban ainda mais rápido do que antes e conseguiu atingir Tarble, que vinha logo atrás. Um potente soco contra a barriga do jovem foi o suficiente para derrubá-lo e fazer com que ele cuspisse mais sangue e se contorcesse de dor. Assim que se livrou de Tarble, tentou golpear o ex-sargento saiyajin. Porém, num golpe de sorte, Raneban conseguiu escapar. Esquivara-se por muito pouco do chute que lhe era endereçado. Escapara por apenas alguns míseros milímetros de distância entre o pé do soldado de Freeza e seu rosto.

No entanto, Raneban ainda não acreditava que aconteceria uma virada dessa maneira.

- Vejo que teve muita sorte agora, primata. Mas você não tem chance de me vencer assim. Aquele nanico recebeu um dos meus mais fortes golpes, e acho que ele não vai se recuperar tão rápido.

De repente, um raio veio de encontro a ele, que foi atingido em cheio.

O autor do disparo? Tarble, que mesmo não terminando de se recuperar do forte golpe recebido, disparou o raio mais poderoso que poderia naquele momento. O jovem saiyajin logo caiu de joelhos no chão, ainda sentindo muito a dor daquele golpe. Não imaginava que o seu corpo fosse sofrer um estrago tão grande como aquele. Empalideceu e cuspiu sangue novamente.

O estado de Tarble passava a preocupar Raneban ainda mais. No entanto, não podia baixar a guarda em relação ao adversário. Era perigoso ainda.

No entanto, Darkke demorou a reagir. E, quando teve alguma reação, foi apenas a de se levantar, ainda meio cambaleante e zonzo pelo ataque inesperado recebido. O seu rosto fora atingido, e seu olho direito tinha sido prejudicado. Sangue escorria do olho, mas também escorria mais da testa, indo até o final do rosto.

- Não é possível... ? murmurou, passando a mão pelo rosto e vendo o sangue. ? Não é possível que um fracote como você seja capaz de fazer um estrago desses no meu corpo...

Subitamente, uma rajada de vento passou por Raneban e só foi parar com um estrondo. Quando olhou para a direção de onde viera o barulho, viu uma cena chocante: Darkke arremessara Tarble com toda a força contra um paredão, onde o afundara.

- NÃO É POSSÍVEL QUE UM PRIMATA TÃO INSIGNIFICANTE COMO VOCÊ SEJA CAPAZ DE ME FERIR TÃO GRAVEMENTE!! ? berrou.

O saiyajin não ficou parado e foi pra cima do soldado de Freeza, surpreendendo-o com um potente soco e mandando-o para longe.

- Não devia nos subestimar dessa forma, seu maldito. Se você conhece tanto a fama de Vegeta, deveria saber que como ele, nós também somos capazes de surpreender nossos adversários.

Darkke se levantou e limpou o sangue que começava a escorrer de sua boca. Começava a se sentir mais fraco. Ainda não acreditava no ?pico? que seu rastreador havia acusado instantes atrás. Tarble estava com apenas 2280 de poder de luta, mas deu um ?pico? de 5640 quando o surpreendeu com aquele raio. E agora que Raneban o atingira com aquele soco, seu poder de 12340 simplesmente dobrou.

Havia algo a mais naqueles saiyajins.

Já havia visto Nappa e Raditz lutarem. No entanto, nada se comparava às lutas que envolviam Vegeta. Como alguém que aparentava ser o mais fraco dos três, na verdade, era o mais poderoso? Eram habilidades assombrosas. Mas não fazia idéia do quanto ainda desconhecia boa parte das maneiras de um saiyajin lutar.

Mas, sendo o saiyajin mais forte ou o mais fraco lutando, havia algo em comum: os ?picos? de poder que eles atingiam durante uma luta, principalmente quando parecia que seriam derrotados.

- Jamais subestime o poder de um saiyajin. ? Raneban disse com frieza. ? Fazer isso pode ser fatal.

Nisso, o ex-sargento foi novamente pra cima de Darkke, obrigando-o a lutar de novo. Durante a troca de golpes, o saiyajin acabou retomando a vantagem, enquanto seu rastreador detectava uma grande e acelerada redução no poder de seu adversário, de 30000 para 23710.

Agora Darkke, que até então tinha praticamente toda a luta sob controle, se desestabilizava completamente com uma possível derrota para aquele a quem perseguia desde o Planeta Freeza 41.

Não. Não podia deixar isso acontecer. Tinha que acabar logo com aquilo e eliminar aqueles dois símios. Tinha que ser o mais rápido possível, ou aconteceria outro ?pico? de poder de luta.

Até então, estava caído no chão. Ainda nessa posição, Darkke carregou energia em sua mão direita, que estava com a palma voltada para o solo. Assim que achou satisfatória a quantidade de energia, pôs-se de quatro e disparou uma forte rajada, que fez um pequeno buraco no chão. Algo imperceptível, visto que a mão cobria o tal buraco.

Raneban e Tarble ? um pouco refeito dos golpes anteriores ? apenas o observaram, estranhando o comportamento do adversário de batalha que, após fazer algo tão estranho, sorria sadicamente. Darkke se levantou, mantendo seu sorriso sádico e triunfante e, em seguida, soltando uma gargalhada ensandecida.

- Do que você está rindo? ? Raneban perguntou.

- Ele só pode ter aprontado alguma com aquela atitude estranha.

- Você acha, Tarble?

- Estou muito desconfiado, Raneban.

- Definitivamente, os primatas são mesmo lentos de raciocínio. ? ironizou Darkke. ? Impressionante como vocês podem ser capazes de serem tão ingênuos...

A terra tremeu. E não foi um tremor qualquer. Foi um terremoto de grandes proporções, em que os saiyajins mal conseguiam ficar em pé.

Enquanto isso, Darkke voltava a gargalhar:

- Este planeta já está condenado! Eu atingi o núcleo com uma grande quantidade de energia e é só questão de tempo para que tudo vire poeira estelar!

- O... O quê...? ? os dois saiyajins ficaram surpresos assim que se lembraram dos movimentos estranhos dele.

- O sensível núcleo deste planeta acaba de ser seriamente avariado, primatas. Em três minutos, Lone deixará de existir.

- Maldito...! ? Raneban exclamou.

A situação, que já não era boa para Tarble e Raneban, acabou piorando. E o pior: teriam apenas três minutos para tentar revertê-la.

Era muito pouco tempo para isso. E teriam que correr contra ele, sem saber se sobreviveriam ou não.