Saiyajin no Ouji Tarble

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    12
    Capítulos:

    Capítulo 11

    Você não está mais sozinho

    Violência

    Capítulo 11: ?Você não está mais sozinho?

    Meses se passaram após sua chegada ao planeta Lone. Tarble já conhecia muito bem cada palmo daquele lugar, e já sabia o que era comestível ou não. Aos cinco anos de idade, já sabia muito bem o que era sobrevivência.

    E o que era solidão.

    Mas as coisas mudariam a partir daquele momento, pois uma nave em forma de disco cromado acabava de invadir a atmosfera do planeta Lone. A nave despencava a uma velocidade enorme, puxada pela gravidade local. Começava a ficar incandescente por conta disso e do contato com a atmosfera.

    O rastreador de Tarble apitava freneticamente, acusando a presença de seres vivos naquela nave. Por causa disso, interrompeu sua caçada diária e saiu voando em disparada para o local onde aquele objeto poderia cair e se espatifar.

    Queria ver de perto que seres seriam aqueles que chegavam ali. Aumentou sua velocidade de voo, a fim de chegar primeiro lá e matar logo sua curiosidade infantil. Viu a nave se aproximar a grande velocidade. Parecia que o piloto não conseguia reduzir.

    A nave cromada estava em rota de colisão com o solo de Lone. Foi então que o pequeno saiyajin decidiu agir.

    Pôs-se na frente da nave e estendeu as mãos para frente, com ar decidido. Respirou fundo, preparando-se para o impacto. Iria parar a nave com suas próprias mãos.

    A nave se aproximou com tudo. Aquele seria um desafio e tanto para o pequeno príncipe saiyajin desterrado para aquele planeta de ninguém. Provaria para si mesmo que se fortalecera durante o tempo em que estava ali.

    E agora era o momento de fazer essa prova.

    Decolou em direção à grande nave e sentiu o impacto dela nas suas pequenas mãos. Com um berro selvagem, aumentou seu ki para segurá-la. Com o esforço, seu rosto se contraiu e gotas de suor começaram a escorrer pela face. O esforço era enorme, a nave era grande e pesada e vinha despencando com tudo.

    Sentiu os pés se afundando no solo com violência. No entanto, Tarble não largava a nave de jeito nenhum. Estava decidido mesmo a ajudar aquela nave a pousar e disposto a fazer isso para conhecer os seres que estavam lá dentro.

    Seu rosto estava banhado em suor, sua franzina musculatura infantil estava retesada. Os pés do garoto faziam dois sulcos bastante fundos no chão. Seus dentes rangiam tanto, que pareciam prestes a se quebrar. Suas mãos pareciam garras, os dedos pareciam querer perfurar a lataria da nave.

    Com mais um berro, liberou o resto que ainda tinha de energia e fincou ainda mais os pés no chão. Sentia a adrenalina circular com fúria pelo seu corpo e abastecê-lo com mais energia. Pouco a pouco, a velocidade da nave foi diminuindo, assim como os pés de Tarble iam lentamente se arrastando no solo até que tudo parou.

    Arquejante, largou a grande nave, que caiu pesadamente no chão. O rosto do garoto estava com o rosto totalmente encharcado de suor. Nunca tinha usado antes sua força de saiyajin de forma tão intensa. Esgotado, ele caiu para trás.

    Não chegou a desmaiar, mas seu corpo não respondia ao que ele queria fazer ? no caso, se levantar. Ouviu um leve zunido. Era a porta da nave se abrindo. Em seguida, escutou passos virem na sua direção. Nisso, apareceram três rostos curiosos e, ao mesmo tempo, um pouco temerosos.

    Tarble fitou cada um dos três rostos dos recém-chegados. Todos eles tinham pele azul, longos cabelos brancos, e sobrancelhas da mesma cor e olhos amarelos, além de orelhas pontudas (N/A: como os namekuseijins). Um rosto era de uma fêmea, com ar bastante infantil, embora aparentasse ser uma adolescente. O outro era de um jovem de ar desconfiado, e o terceiro rosto era de um ancião. Este perguntou:

    - Você está bem, garotinho?

    Tarble não conseguiu articular nenhuma palavra, mas sua cauda se agitou de satisfação e em seu rosto surgiu um sorriso cansado. Aquele esforço todo havia drenado todas as suas energias.

    O jovem, ao ver a cauda de Tarble se agitar, recuou dois passos para trás, puxando consigo a sua companheira.

    - Mestre Hammah! ? ele disse. ? Ele é um saiyajin!

    - Eu sei. ? o ancião respondeu coçando o cavanhaque. ? Os saiyajins têm fama de serem agressivos...

    - Então sai de perto dele! É perigoso!

    - Não julgue precipitadamente, Lian. ? Hammah disse. ? Até porque ele nos ajudou no pouso forçado... Se não fosse por ele, a gente teria se espatifado.

    - O Mestre Hammah tem razão. ? disse a garota. ? Só porque ele é um saiyajin, não quer dizer que ele seja um assassino.

    - Todo saiyajin é assassino por natureza, Weri. ? Lian disse. ? Esqueceu o que eles fizeram ao nosso planeta Hariga? Invadiram o nosso planeta e mataram um monte de harigajins pra depois vender pra Freeza!

    - Foi a mando do próprio Freeza, Lian. ? diz Hammah. ? Os saiyajins são escravos dele, essa é a verdade.

    - Mestre Hammah ? Weri interveio. ? Nós aterrissamos no planeta Vegeta?

    - Não. Aqui é o planeta Lone, Weri. Estamos nos extremos da Galáxia Sul, num planeta de ninguém... Melhor dizendo, num planeta de quase ninguém...

    O ancião, sem nenhum receio, pegou o pequeno Tarble em seus braços e o levou para a sombra de uma árvore.

    - Weri, traga uma daquelas pomadas para ferimentos e um tônico para o pequeno aqui... Por enquanto é o que podemos fazer para retribuir o que ele fez por nós...

    Olhou com complacência para o pequeno saiyajin. Com o esforço que tinha feito para salvar aqueles três, ganhou vários arranhões e queimaduras. Percebeu que o uniforme estava velho e bastante gasto. As mãos do garoto estavam com queimaduras, e as luvas praticamente haviam se derretido. As botas estavam com a sola gasta e pareciam tão velhas e gastas quanto o restante do uniforme azul desbotado. E a armadura estava trincada, além de ter uma ombreira quebrada.

    - Traga também um uniforme novo para ele... Creio que tenha um igual ao dele aí.

    - Sim, Mestre.

    Lian observava a cena de longe. ?Como eles podem tratar esse saiyajin desse jeito??, pensava. ?A raça saiyajin só tem bárbaros assassinos, e esse moleque não é exceção!?

    Weri reapareceu com tudo o que Hammah lhe pedira. O ancião tratou os ferimentos de Tarble, que se cicatrizaram rapidamente. O pequeno saiyajin, com isso, conseguiu se mexer para se sentar e olhou para os dois com muita curiosidade. Sorriu e disse:

    - Muito obrigado. Não sei como retribuir...

    - Nós é que devemos retribuir o que fez, meu jovem... ? retruca Hammah. ? Você nos salvou a vida.

    - Vejo que é um saiyajin. ? disse Weri. ? Qual é o seu nome?

    - Meu nome... É Tarble...

    - Por que você está num planeta como esse?

    O olhar de Tarble se tornou triste.

    - Meu pai me exilou pra cá.

    - Mas, rapazinho ? Hammah atalhou. ? Que eu saiba só o rei tem autoridade para exilar alguém. Pelo menos, foi o que ouvi dizer acerca dos saiyajins...

    Tarble ficou cabisbaixo e disse:

    - O meu pai é o rei dos saiyajins... E me mandou pra cá porque eu sou muito fraco... E ele me odeia por isso. Ele me odeia porque não sou forte como o meu irmão... E até agora eu vivia tão sozinho... Lá no meu planeta ninguém chegava perto de mim... ? dizia, enquanto as lágrimas escorriam pelo rosto infantil. ? Quase todo mundo me odiava... Até mesmo o meu pai... Aqui é tão ruim... Não tenho ninguém pra conversar... Eu me sinto tão sozinho...

    E assim o pequeno saiyajin não conseguiu se segurar e desatou a chorar. Weri o abraçou a fim de confortá-lo, afinal, ele era ainda uma criança. Hammah sentia que a tristeza de Tarble era muito grande, tentava fazer ideia do que ele poderia ter sofrido com a solidão tão próxima. Ele sentia que o garoto dizia a pura verdade.

    Lian também começou a sentir o mesmo que Hammah e se comoveu com a cena que testemunhava. Começava a se arrepender de seus julgamentos.

    - Ei, garoto ? ele disse. ? Você não está mais sozinho.

    - Não? ? Tarble perguntou após parar de chorar.

    - Não, pequeno príncipe. ? disse Hammah. ? Nós estamos aqui.

    - Ficaremos aqui até consertarmos a nossa nave. ? Lian acrescentou.

    - É sério? ? o garoto perguntou, ainda tentando acreditar no que estava ouvindo.

    - É sério ? disse Weri. ? Depois, você pode até partir com a gente! Ele pode, não pode, pessoal...? ? perguntou aos companheiros.

    - De minha parte, ele pode. ? disse o ancião. ? Qual a sua opinião, Lian?

    - Vai depender da nave, Mestre Hammah. Primeiro tenho que avaliar os danos que ela sofreu antes, durante e depois da aterrissagem. Suspeito que não tenha sido uma pane comum. Mas, se tudo der certo, talvez o garoto saiyajin possa vir com a gente.

    Weri deu a Tarble um gole do tônico. Ele fez a pior careta possível, o gosto era horrivelmente amargo.

    - Eca!! ? ele exclamou e pôs a língua pra fora ? Que coisa amarga!

    Ela riu.

    - Qual é a graça?

    - Você fez uma cara tão engraçada... E aí? Tá se sentindo melhor?

    - Tô. É essa coisa que me fez ficar assim?

    - Sim, o tônico serve para repor as energias num instante.

    *

    - Mestre Hammah ? diz Lian ? Infelizmente não vamos poder sair daqui.

    - Por quê?

    - A pane é muito mais grave, afetou todo o sistema elétrico da nave. E suspeito que essa falha seja na verdade uma sabotagem...

    - E é possível consertar?

    - Bem, Mestre...

    A conversa acabou sendo interrompida por um forte rugido.

    - Essa não! ? exclama Tarble.

    Uma enorme bola de fogo surgiu diante do quarteto. Hammah gritou:

    - Pro chão! Joguem-se no chão!

    - E a nave...? ? questiona Tarble ? E se ela for atingida?

    - Esquece a nave, garoto! ? disse Lian.

    - E como vocês vão embora?

    - Não se preocupe! Vamos dar um jeito depois! Reze apenas para sobrar alguma coisa da nave! Agora, pro chão!

    Tarble imediatamente obedeceu, Lian transmitia segurança no que havia dito, e isso foi o bastante para ele se jogar no chão. Inevitavelmente, a bola de fogo atingiu a nave avariada em cheio e provocou uma explosão.

    - Essa não! ? Weri exclamou. ? A nave!

    - Esquece a nave, Weri! ? Lian disse. ? As nossas vidas são mais importantes!

    - Mas se a gente não fizer nada, vamos ter o mesmo destino da nave!

    Tarble se levantou.

    - Ela tem razão, esse monstro pode matar a gente. ? ele diz. ? Não se mexam, eu vou acabar com ele!

    - Não é perigoso? ? Lian perguntou.

    - Um pouco. Mas já derrotei alguns desse tipo.

    Hammah percebeu que ele falava com ar de confiança. Sabia que isso era típico de um saiyajin. Ao longo de sua vida, havia conhecido os saiyajins, embora eles não tivessem ido a Hariga apenas para travar alguma amizade. Mesmo assim, não nutria ódio como os demais de sua raça. E aquele garoto era diferente.

    O monstro deu as caras. Era uma serpente vermelha, com asas enormes e um chifre no meio da cabeça. Tarble estava ali bem na frente do bicho e aparentava frieza, aquela frieza tão marcante de sua família. Não se podia negar que ele era realmente da família real saiyajin.

    - Podem deixar, eu luto com esse monstro. ? fala o garoto. ? Confiem em mim!


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