Saiyajin no Ouji Tarble

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    12
    Capítulos:

    Capítulo 10

    Alone in Lone

    Violência

    Capítulo 10: Alone in Lone

    No céu alaranjado, surgiu um ponto brilhante ao longe. Segundos depois, despencava um meteoro flamejante e redondo em direção ao solo. Em seguida, a forte explosão.

    No local do impacto, havia uma grande cratera em meio a uma floresta de árvores grandes e retorcidas. Na grande cratera, estava o ?meteoro?. Na verdade, era uma nave espacial redonda, para longas jornadas. A porta se abriu lentamente e dela saiu uma criança ainda pequena. Vestia uniforme azul, luvas e botas brancas, armadura da mesma cor e com ombreiras. A criança em questão era um menino franzino, de cabelos negros espetados e olhos da mesma coloração e, além disso, possuía uma cauda.

    Era ele, o pequeno Tarble, que chegava ao seu destino depois de meses hibernando em sua nave.

    Olhou para o local à sua volta. Ligou o rastreador e começou a ler as informações acerca do planeta onde estava. Com quatro anos de idade, já sabia usar bem o aparelho. Através dele, ficou sabendo que o planeta se chamava Lone, tinha um clima quente e úmido e sua superfície era 30% de florestas, 30% de planícies com vegetação rasteira, e o restante era pântano ? no continente, que ocupava 45% da superfície. Os outros 55% eram ocupados pelo oceano.

    ?Então foi para cá que eu fui mandado...?, ele pensou. ?Pelo jeito, deve ser muito longe do planeta Vegeta...?

    Ativou o rastreador de novo, pesquisando por mais informações. Não achou e voltou à nave, onde conferiu o computador de bordo. Procurou ali a rota que havia sido pré-programada para ele. Descobriu que o planeta Lone se localizava nos extremos da Galáxia do Sul. Não foram poucos meses de viagem. Muito pelo contrário. A viagem havia durado aproximadamente um ano e meio. Na verdade, estava com quatro anos e meio de idade e tinha hibernado na nave por um ano e meio, até chegar aos confins do universo.

    Por isso, as suas articulações doíam um pouco.

    - É... O meu pai me odiava mesmo... Pra me mandar tão longe...

    Não sentia mais tanta tristeza ao dizer isso, já se sentia meio anestesiado desse ódio do qual foi vítima por várias vezes. Apesar disso, tinha uma pontinha de revolta em sua voz. Que culpa ele tinha de ter nascido tão fraco? Em teoria, nenhuma. Mas o pai achava que ele era o culpado, que ele deveria ter nascido poderoso também.

    Isso já não importava, precisava apenas conhecer melhor aquele planeta para saber viver nele.

    Tarble flutuou e começou a voar, olhando com seus curiosos olhos infantis cada paisagem por onde passava. Passava por cima de copas roxas de enormes árvores de troncos amarelos. Depois, avistou uma vegetação mais baixa e retorcida, de várias cores. Em seguida, viu o pântano cinzento e aparentemente assustador. Após isso, viu o oceano e suas águas na cor azul-turquesa.

    Após dar uma volta no planeta Lone, voltou ao local de onde havia começado, com uma constatação surpreendente: o planeta era desabitado. Existiam apenas animais. Resumindo: ele estava sozinho, entregue à sua própria sorte.

    ?Vegeta nasceu com sorte... Já Tarble apenas teve sorte em nascer...?

    Muitas eram as frases desse tipo, que ele havia escutado de seu pai, quando ele conversava com Raneban ou Nappa. Toda vez que Tarble conseguia entrar de fininho na sala do trono escutava coisas semelhantes.

    Agora ele estava lá, totalmente sozinho. Teria que ter sorte pra viver ali... Na verdade, teria que ter sorte para pelo menos sobreviver no planeta Lone. Sem contar que teria que amadurecer muito cedo.

    Sentou-se na grama perto da cratera feita pela aterrissagem e abraçou os joelhos, metendo a cabeça entre eles. Suspirou. Estava acostumado com a solidão, mas não com a solidão total.

    Sim, era solitário, mas mesmo assim tinha quem se importava com ele. Raneban era como seu pai, algo como um ?pai postiço?. Dava-lhe a atenção que o próprio pai não lhe dava. Principalmente naquelas horas em que se sentia mais sozinho.

    E tinha seu irmão. Certo, ele era mais distante, mas vez ou outra se aproximava dele. E não lhe saía da cabeça o dia em que Vegeta o protegera do ataque do pai.

    Mas esse momento de pensamento foi interrompido bruscamente por um rugido selvagem e um barulho de metal sendo amassado. Foi quando o rastreador detectou uma fonte de energia.

    Tarble olhou para trás e deu de cara com uma espécie de dinossauro preto de listras azuis; lembrava um tiranossauro, mas tinha uma crista. O réptil tinha enormes presas inferiores, que se projetavam para fora da boca, parecendo presas de javali.

    O pequeno saiyajin pôs os olhos em um dos pés do animal. Debaixo dele, a nave na qual havia chegado tinha se transformado em ferro velho retorcido, despedaçado e em curto-circuito.

    - Essa... Não...! ? balbuciou o garoto.

    O réptil, disposto a abocanhar o pequeno saiyajin, abriu a boca e rugiu com vontade bem perto dele. O rugido fez um vendaval bem na cara dele, fazendo o cabelo balançar para trás e o nariz sentir um mau hálito insuportável.

    Quando o animal resolveu transformar Tarble em sua janta, o pequeno saiyajin rapidamente decolou, ficando logo acima dele. O dinossauro tentou mordê-lo no alto, mas o garoto se esquivou de todas as dentadas do bicho. Depois de várias tentativas, ele se cansou e botou a língua para fora, totalmente exausto. Quando o bicho estava distraído, ele o surpreendeu com um golpe certeiro no pescoço e o derrubou no chão.

    Nisso, sentiu fome. Olhou para aquele dinossauro caído e logo se aproximou dele. Não iria reagir tão cedo depois do golpe. Tarble observou o animal detidamente e começou a se lembrar de algumas lições de sobrevivência, que havia aprendido com Raneban, caso ele fosse enviado para alguma missão no futuro.

    Desde pequenos, os saiyajins aprendiam essas lições básicas de sobrevivência, aliando-as aos seus instintos de caçadores.

    Depois de algumas horas, o dinossauro tornou-se seu jantar. Certo, não era uma comida lá muito saborosa, mas para uma primeira refeição feita por ele mesmo, não estava de todo mal.

    Assim que terminou de se alimentar com a carne assada ? após meses de hibernação ? olhou para os destroços de sua nave. Não havia sobrado absolutamente nada inteiro ali. Somente ferro retorcido e peças quebradas. Isso significava apenas uma coisa: não tinha mais como sair daquele planeta.

    Agora é que estava realmente sozinho.

    Começou a anoitecer em Lone e, ao mesmo tempo, começou a chover. Rapidamente, encontrou uma folha bem larga de uma árvore de copa roxa e pôs nela os outros pedaços ? sem assar ? de carne de sua primeira caça.

    A chuva começou a ficar mais forte, enquanto Tarble voava à procura de abrigo. O pequeno príncipe saiyajin desprendeu mais energia para voar mais rápido, à medida que a chuva se tornava mais abundante. Já bastante molhado, após alguns minutos de voo, ele avistou uma caverna e aterrissou em frente a ela.

    Entrou e colocou, num canto, a trouxa feita de folha contendo a carne. Em seguida, se desfez da armadura, das luvas, das botas e do rastreador.

    - Nossa, que frio! ? disse, enquanto esfregava os braços. ? Acabei me encharcando todo!

    Formou uma pequena esfera de ki num dedo, a fim de iluminar aquele local escuro. Encontrou alguns gravetos e juntou-os próximos às suas coisas.

    - Que sorte! Pelo menos vou ficar aquecido esta noite! Mas... É uma pena que minha nave foi destruída... Vou ter que ficar aqui sozinho...

    Pegou uma parte dos gravetos e os pôs na sua frente. Depois, disparou um pequeno raio, que foi o suficiente para acender a fogueira que o aqueceria durante toda aquela noite. Ajeitou as botas e as luvas como um travesseiro e se deitou.

    Enquanto olhava para a luz trêmula daquela fogueira, pensava:

    ?Eu queria saber como o meu irmão está... E também o senhor Raneban... Sinto falta deles...?

    Após algum tempo olhando para as chamas da fogueira, adormeceu. Era a sua primeira noite de muitas que passaria naquele planeta solitário...


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